Na altura em que isto ocorreu ninguém com poder institucional se importou verdadeiramente com os indícios de verdadeiro atentado a um Estado de Direito que tal denotava, o que permitiu que o desastre se cumprisse e ficassem impunes os seus autores.
Sabe-se agora e suspeitava-se antes que pessoas do governo de José Sócrates, com ajuda de apaniguados do sistema queriam tomar o BCP e alterar a correlação de forças nessas instituições, com objectivos turvos e pouco democráticos. Isto configura um atentado ao Estado de Direito se tivermos em conta o contexto em que se desenvolveu e o caso TVI mostrou ser possível.
Ninguém fez nada de relevante e neste último caso as altas instâncias judiciárias arquivaram todas as suspeitas. Literalmente.
Económico:
A Caixa Geral de Depósitos tinha então um "buraco" da ordem dos 300 milhões de euros resultante dos financiamentos dados à fundação de Joe Berardo e a empresas ligadas ao investidor. Pois o valor do crédito era de cerca de 360 milhões de euros e o valor em risco (imparidade) era de aproximadamente 300 milhões de euros. Isto, porque as garantias reais entregues por Berardo à CGD estavam avaliadas, então, em apenas cerca de 60 milhões.
O empresário madeirense tinha comprado as acções a valores de 2007, altura em que a cotação do BCP superava os 3 euros por acção. Em Junho de 2007 o BCP chegou a valer 3,7974 euros (valor ajustado a aumentos de capital posteriores). Naquela altura, recorde-se, o banco estava num processo de conflito aberto de accionistas pelo controlo da gestão (então liderada por Paulo Teixeira Pinto). Um batalha pela expulsão dos fundadores na pessoa de Jardim Gonçalves. Nesse Verão, marcado por assembleias gerais conflituosas e muito mediatizadas, o BCP chegou a valer em bolsa 17,8 mil milhões de euros.
Ontem a Caixa Geral de Depósitos entrou com uma acção de execução contra o empresário José Manuel Berardo, exigindo-lhe cerca de 2,9 milhões de euros. O que em nada se compara aos mais de 300 milhões de euros de dívida (antes de 2011 chegou a falar-se em 500 milhões de crédito a Berardo para comprar as acções do BCP).
De acordo com a informação publicada no portal de Justiça Citius este processo actual deu entrada a 30 de Agosto na Comarca do Funchal e o banco público pede que seja executado um valor de 2,87 milhões de euros.
A notícia desta acção na Justiça a pedir a execução do empresário madeirense conhecido por Joe Berardo foi dada, esta quinta-feira, pelo Diário de Notícias da Madeira, apesar de a execução estar associado à divida para compra de acções, a verdade é que a execução dessa dívida remonta há pelo menos 4 anos.
O valor exigido será então o de uma garantia então prestada por Berardo.
Para além disto avulta ainda uma ideia que perpassa nesta crónica ( sobre outro assunto) de Rui Ramos no Observador, com esta passagem:
Este foi sempre um regime inseguro e desconfiado, e por isso marcado,
desde o início, por uma certa fatalidade. Não devemos subestimar a
sabedoria dos seus protagonistas. Mas podemos, talvez, apontar-lhe os
riscos. A vacina de Kissinger foi eficaz, mas ainda a estamos a pagar,
por exemplo numa banca sem capitais. Quando se deixa a casa arder, nunca
se sabe o que pode desaparecer no fogo. Mas por outro lado, estes são,
de facto, os primeiros seis meses de Marcelo Rebelo de Sousa. Uma
presidência tem história até ao último minuto. Lembram-se de Jorge
Sampaio? Quem diria, em 2004, ao fim de quase nove anos de enfático
parlamentarismo, que ia derrubar um governo com maioria no parlamento?
Com a circunstância de o PREC ter resultado numa tragédia económica que entre outras coisas trouxe "uma banca sem capitas" como se vê 40 anos depois, pode ter-se uma pequena ideia dos efeitos deletérios sobre as consequências que traz a ignorância sobre certos sinais do sistema.
Para o caso da banca bastaria que a maioria dos portugueses letrados tivessem a noção exacta do que se passou no PREC e nos anos a seguir e das suas consequências catastróficas para a economoa nacional.
Porém, parece que a maioria das pessoas não tem essa noção e contestam-na quando lhes é apresentada.
o rectângulo lidera a lista das dívidas incobráveis
ResponderEliminaros monhés descendentes de enver hohxa
continuarão com a albanização do pouco que resta
'faquiú'
A linguagem não é neutra: «entre o colapso da ditadura salazarista e o P.R.E.C.» diz às tantas Rui Ramos. Se o período de Salazar é sem pejo nem rigor declaradamente ditadura, o período revolucionário de 74-76 pode e deve ser adjectivado por ditadura com muito mais propriedade. Desde 33 a 74 vigorou uma constituição plebiscitada. O P.R.E.C. é uma sigla que esconde governos inconstitucionais, revolucionários e comunistas. Não se conforma isto com ditadura?
ResponderEliminarE com esta linguagem moldam-se as mentes dos distraídos e dos tolos. A tragédia é que isto passa e repassa. Vamos todos embalados nela.
Cumpts.
"Sinais do sistema que foram ignorados pelas autoridades".
ResponderEliminarAs autoridades, na altura, tinham longos almoços, conversando sobre livros e viagens.
As prioridades eram outras.
Quais sinais? Foi tudo às escâncaras. A Caixa do Vara financiando a compra dum banco ao Berardo?! Era preciso algum bedu para adivinhar sinais? Credo! Nunca o saque foi tão descarado. NINGUÉM MEXEU UM DEDO!
ResponderEliminarO relevo que esta figura Galamba ganhou na democracia portuguesa ilustra bem o nível ínfimo de qualidade técnica e máxima de populismo e falta de chá que é necessária para singrar na política.
ResponderEliminarDou toda a razão aos dois comentários de Bic Laranja. Mais escrevera e mais acertara.
ResponderEliminar---
Parabéns José por trazer este assunto a debate. Para que ao menos não seja passada uma esponja pelos crimes económicos cometidos por quem quer isso mesmo, que sejam esquecidos. Ou seja, os verdadeiros culpados das brutas fraudes que têm vindo a ser perpetradas em Portugal desde pràticamente o início da democracia, sem que, escandalosamente, os seus fautores jamais tenham sido levados à Justiça. E estes deverão atingir em número uns bons milhares de figurões, que, felizes da vida, continuam a pavonear-se por aí..., sem contar com que os que foram entretanto desaparecendo.
artigo do Sapo
ResponderEliminarVem esta conversa sobre a fé a propósito daqueles que ainda continuam a acreditar em José Sócrates. Só mesmo uma enorme fé no santo Sócrates pode levar alguém a confiar na sua inocência. Percebo que os mais chegados não queiram ver o que é evidente – como é que alguém consegue viver com milhões de euros “emprestados” por um grande amigo? –, mas então e os outros?
O resto ultrapassa a minha capacidade de entender a fé. Acho que a gratidão é um valor que se deve prezar, mas também não é preciso exagerar. Sócrates, à semelhança de Lula no Brasil, pode até conseguir fugir às malhas da Justiça, já que não é fácil desmontar um esquema tão perfeito, onde não há uma única conta em seu nome, apesar dos milhões que o próprio admitiu ter gasto. Digamos que o deus Sócrates conseguiu o milagre de transformar/transferir os milhões do seu amigo para a sua igreja socrática.
Insurgente
ResponderEliminarsubscrevo
Quando era instrutor no Exército (Artilharia e Engenharia) houve “semanas de campo” em que estávamos abivacados a menos de 1 km de acampamentos de escuteiros onde miúdos de 12 anos faziam rappel e slide no mato mas nós, militares, homens de barba, estávamos proibidos de o instruir e fazer por causa dos riscos de acidente. Go figure. O ridículo em tudo que tem que ver com a relação dos media e do poder político com as Forças Armadas vem de longe e o erro de casting desta amostra de Ministro da Defesa é só mais um dos episódios, talvez o epílogo da coisa. Até o Comandante Supremo dos gajos, a Picareta da República, não passa de mais um frouxo sem a mínima ideia de quem são os homens que supostamente comanda. Nunca passou dos cocktails e “Porto de Honra” nem passará.
sondagem dá 57$ à geringonça
ResponderEliminararrium porrium
'muito óptimo'
monhé e beijiqueiro representantes máximos do espctáculo do narcisismo
ResponderEliminar'agora é preciso crescer'
na anedota do maluco o crescimento yem 2 sentidos:
as crianças crescem para baixo porque as calças ficam curtas
os adultos crescem para cima porque uns são + altos que outros
a culpa é:
do juiz
do maquinista
do tempo quente