Morreu esta quinta-feira, aos 69 anos, o antigo locutor de rádio Jaime Fernandes. O histórico da rádio portuguesa ocupava actualmente o lugar de provedor do telespectador da RTP. A informação é avançada pela própria RTP.
Jaime Fernandes era uma das pessoas com quem gostava de ter falado e nunca tive oportunidade de tal. A sua voz barítona de timbre suave encontrava paralelo na voz também extraordinária e felizmente ainda audível ao vivo, de João David Nunes, no rádio e nos anúncios da publicidade.
Nos anos setenta e oitenta era no rádio que se destacavam mais, em programas como o "Dois pontos" da Rádio Comercial ou do antigo Programa 4 da rádio do Estado.
Esse programa, a par de outros no rádio desse tempo, era também extraordinário por vários motivos: passava discos lp´s inteiros, sem interrupção publicitária ou outra e permitia assim a gravação dos mesmos em cassete, num tempo em que comprar discos era caro e em alguns casos muito difícil porque nem apareciam no mercado português.
Era esse o caso dos discos de música country norte-americana que Jaime Fernandes, particularmente, ajudou a promover nos seus programas de "´Country, a música da América".
Foi com Jaime Fernandes que descobri os melhores discos representativos dessa música, dos melhores autores e fico-lhe agradecido para a vida. Era isto que gostava de lhe ter dito.
Alguns desses discos estão aqui nesta imagem, comprados posteriormente e com base no gosto que aquele ajudou a formar.
Lembro-me particularmente do disco Will the cirlce be unbroken, de 1972 , dos Nitty Gritty Dirt Band, reunindo os expoentes da música country de então e que passou num dos programas de Jaime Fernandes, Lembro-me ainda do disco de Leo Kottke, Mudlark e também IceWater que contém Pamela Brown.
Um dos temas de Leo Kottke foi aliás indicativo de uma série de programas "Dois Pontos", nos anos oitenta.
Aqui estão discos de Albert Lee ( Hiding), Arlo Guthrie, Gram Parsons ( dos Flying Burrito Brothers) Linda Rondstadt, Leo Kottke, Doobie Brothers, Eagles, Flying Burrito Brothers, Byrds ( Untitled que também ouvi pela primeira vez no programa de Jaime Fernandes), Nitty Gritty Dirt Band ( incluindo o fantástico Dream, de 1975) e Doc Watson de quem tenho vários discos.
Jaime Fernandes não era apenas especialista em música country mas um connoisseur de toda a boa música de expressão anglo-saxónica.
Foi muito devido a ele que o artista inglês Roy Harper, em 1977 ganhou um prémio da revista Música & Som, para o melhor disco desse ano, Bullinamingvase que escutei vezes sem conta e ainda é dos meus discos preferidos de sempre.
Nesta foto da M&S aparecem, entre outros, Jaime Fernandes e Roy Harper na edição de entrega do prémio, de Abril de 1978.
Roy Harper era presença frequente com os seus discos dos anos setenta nos programas de Jaime Fernandes ( que gostava particularmente de Stormcock) e assim se tornou um dos meus músicos preferidos. Aliás, os Led Zeppelin chegaram a tirar-lhe o chapéu numa canção...
Neste artigo aparecido na mesma edição da revista Jaime Fernandes expõe os seus gostos musicais que apresentava depois nos seus programas e foi com ele que conheci estes músicos e discos.
Bem haja Jaime Fernandes e repouse em paz onde estiver.
Correio da Manhã de hoje, 28.10.2016, com uma mensagem de João David Nunes, outro senhor da voz:
O Público optou por uma pequena notícia de meia dúzia de linhas sobre o óbito. Todo o destaque noticioso vai para um cirurgião de famosos que se notabilizou no ambiente do sistema lisboeta. Tinha "tradição humanista"...
O Público continua na mesma.
nunca ouvi falar do falecido
ResponderEliminaro social-fascismo só toca a
'canção do bandido'
o monhé teve o desplante de afirmar que
'Choiblè não sabe do que fala´
O Costa é que sabe...
ResponderEliminarBem Haja
ResponderEliminarInsurgente
ResponderEliminar« As diferenças não se cingem ao facto de os socialistas espanhóis terem respeitado os resultados eleitorais no país vizinho, o que a esquerda portuguesa quer esquecer mas que deve ser continuamente lembrado para memória futura. Não se limitam ao crescimento económico espanhol, que disparou no último ano, após as medidas de austeridade que o PP implementou em Espanha e que não foram revertidas por um governo de esquerda.
A partir do momento em que Rajoy forme governo, assente em conversações com um PSOE moderado e nas reformas acordadas com os Ciudadanos do centro, qualquer comparação entre as escolhas feitas em Espanha e as seguidas em Portugal é legítima. Obrigatória. A economia portuguesa estagnou.
A esquerda, que durante anos alertou para a espiral recessiva da austeridade e punha ênfase no crescimento, aposta tudo no controlo do défice. Nem que para isso pare a economia.
O Orçamento para 2017 não passa disso mesmo. Enquanto revertemos o esforço com um encolher de ombros, a Espanha, que tem um excedente da balança comercial, colhe os frutos dos sacrifícios. Cada país escolheu o seu caminho. As diferenças já são visíveis e daqui a uns anos cá estaremos para as analisar em detalhe. »
4ª República
ResponderEliminar« segundo o Diário de Notícias:
1. A receita fiscal cresce 0,7%, contra os 3,4% previstos, desvio negativo de 917 milhões de euros.
2. O IRS apresenta um desvio negativo de 579 milhões, com a colecta a cair 6%, contra os 2,4% orçamentados. Quanto ao IRC, o desvio é de 212 milhões de euros.
3. O IVA apresenta uma derrapagem de 411 milhões de euros, e o ISP de 282 milhões de euros.
Para compensar o desaire na receita, o governo recorre a uma forte contenção do investimento e da despesa corrente:
1. A Despesa de Capital, isto é, o investimento público, está a descer mais de 5%, quando o OE apontava para uma expansão de 18%, gerando uma folga de 814 milhões de euros.
2. As transferências correntes para outros sectores da administração geram uma poupança vai em 501 milhões de euros.
Fica comprovado o mega erro do crescimento através do consumo, que levou a um desvio colossal na receita, pelo que o défice apurado só pôde resultar de violentos cortes no investimento e na despesa corrente, com reflexos na deterioração dos serviços públicos, tanto maiores quanto estes não sofreram qualquer reestruturação e viram aumentado o custo com o pessoal. Não falando já da contabilidade criativa que permite baixos saldos orçamentais, todavia postos em causa e contraditados por um desproporcionado avolumar da dívida pública. »
El País
ResponderEliminarWashington 27 OCT 2016 - 21:15 CEST
La Fundación Clinton ha sido una fuente de tensión entre la familia presidencial y sus asesores personales y los de la campaña de la candidata demócrata a la Casa Blanca, según revelan correos electrónicos robados y publicados esta semana por la organización Wikileaks. Los documentos, publicados por medios estadounidenses, reflejan una telaraña de intereses cruzados y culebrones personales entre las actividades filantrópicas de la organización fundada por la familia Clinton y las ganancias del matrimonio y algunos de sus colaboradores.