O que sucedeu economicamente em Portugal no PREC, basica e essencialmente foi isto: retirar o poder económico a estas pessoas e às suas empresas e entregá-lo ao Estado, em nome do "socialismo". Esse projecto foi aprovado pelo PCP e pelo PS e teve a condescendência do PPD/PSD, logo na Constituição de 1976.
O resultado prático foi a descapitalização do país no que se refere aos capitais que essas pessoas e empresas representavam potencialmente. Ficou tudo na mão do Estado e dos gestores nomeados por essa entidade, de Esquerda, englobando principalmente um bloco central político, com apoio social, mediático e cultural de Esquerda. O PCP e a esquerda comunista determinaram o processo mas não passaram a mandar nele em termos executivos.
Expresso de 8.7.1989:
Este capitalismo nunca mais ressuscitou em Portugal do mesmo modo que existia e nunca mais em Portugal houve o dinheiro que então existia em mãos privadas. Até hoje.
Em 1983 o Semanário resumia o que então acontecera aos mesmos capitalistas.
A contradição entre o sistema político-constitucional e a prática da economia real, permite ao PCP e esquerda comunista afirmarem que o sistema capitalista se manteve em Portugal porque na realidade nunca passamos ao estádio seguinte que era o da tomada do poder executivo e efectivo por essa esquerda comunista. O maior obstáculo prático foi sempre o PS de Mário Soares e daí o ódio político, profundo que o PCP mantém a essa personagem central da política portuguesa das últimas décadas.
Não obstante, o capitalismo em Portugal sofreu um golpe de morte tão profundo que nem o funeral se fez a preceito. E obviamente nunca ressuscitou.
Assim permaneceu em vigor uma Constituição desfasada da realidade prática da economia que fomos tendo, mas nunca verdadeiramente alterada por condescendência táctica da esquerda socialista. Essoutra contradição permanece actual.
Assim, como foi possível conciliar essa realidade dual e contraditória? Assim, como mostra o Expresso de 8.7.1989: a criação de uma "holding" do Estado para agrupar as empresas nacionalizadas...e comn gestores nomeados pelo poder político que nunca foi da esquerda comunista.
A experiência da AD em 1979 e a morte de Sá Carneiro no ano seguinte ditaram o fim das ilusões na regeneração do sistema capitalista que tínhamos, mesmo com as mudanças que o tempo necessariamente introduziu.
Em 1984 tínhamos outra bancarrota à porta, trazida pelos mesmos de sempre: o PS de Mário Soares e o Bloco Central com o PSD irrenovável dos balsemões e companhia.
A esperança que deu duas maiorias a Cavaco Silva, no final dos anos oitenta e até 1995 foi frustrada pela hesitação na escolha de um modelo claro e particularmente pelas reprivatizações que não repuseram o sistema anterior e que funcionava de modo coerente, como dizia José Luís Sapateiro.
As mudanças eram já tamanhas que não se mostrava viável reconduzir todo o sistema económico aos eixos de um funcionamento consentâneo com o desenvolvimento dos países mais prósperos da Europa.
Porém, fez-se alguma coisa particularmente com os fundos vindos da CEE/UE. Para o PCP e a esquerda comunista este período é muito negro porque representa a recuperação do capitalismo nacional.
Enfim, uma recuperação miserável e tímida, com base em dinheiro alheio, emprestado e algum a fundo perdido, mediante as concessões que fizemos no tratado de adesão à CEE ( que aquela esquerda comunista contestava sempre).
Não obstante, a voz mais crítica e sensata da democracia fazia-se ouvir, em 1986, como sempre fez, para orelhas moucas que tomavam e sempre tomaram os seus conselhos como loucos...
Em 31.1.1994, Rogério Martins que fora um dos artífices tecnocáticos da "primavera Marcelista" escrevia assim no Público, para mostrar a grande frustração com Cavaco Silva:
As frustrações dos governos de Cavaco conduziram ao governo de Guterres em 1995. Em 1995 foi uma epifania de esperança, outra vez...
Para resumir o que foi a governação de Guterres até ao final dos anos 90 basta ler esta entrevista ( ao Diabo de 24.2.2004) de um dos seus ministros, Augusto Mateus ( ex-Mes...) que dava a machadada final na esperança que poderíamos ter numa renovação do país, como deveria suceder...
O título diz tudo: "Portugal é um país de faz-de-conta".
A prova?
Esta, singela e que mostra o que sucedeu depois...
Este é para guardar
ResponderEliminar$º República
ResponderEliminarPara quem gosta e ainda não conhece deixo a sugestão de visita à Quinta da Vista Alegre, em Ílhavo.
A Quinta inclui, entre outros locais a conhecer, o Museu Vista Alegre. Inaugurado em Maio passado, é uma das atracções. Aqui o visitante fica a conhecer a história da fábrica de porcelana, a evolução estética da produção de porcelana e a sua importância na sociedade portuguesa nos séculos XIX e XX, através de um espectacular espólio museológico que conta com mais de trinta mil peças.
O primeiro grupo da foto superior retrata aquele número de oportunistas que não tendo préstimo algum como políticos ajudaram a levar a economia do País a sucessivas bacarrotas, como muito bem tem frisado o José. Todos e cada um deles, com os seus desempenhos nas respectivas áreas da governação, não trouxeram qualquer valia para a melhoria da coisa pública, como a sua nula contribuição ajudou a afundar ainda mais a já de si periclitante economia do País. Estamos com um PIB que comparado com o da Espanha devia envergonhar o mais insensível político português. Isto se eles soubessem o que significa este nobre sentimento, mas òbviamente não fazem a menor ideia do que seja. Todos eles têm especiais responsabilidades, diria mesmo criminais, nos cargos governativos que assumiram nos últimos vinte anos, pra mais e não pra menos. Às más práticas governativas destes senhores se deve o estado deplorável em que se encontra o País a todos os níveis. De todas essas personagens das fotos acima, talvez o que mais culpa tem/teve no cartório seja V. Constâncio, este uma nulidade completa como Governador do B. de P. e que só por ser socialista e estar protegido pela maçonaria chegou ao alto cargo, primeiro como Governador durante imensos anos fazendo vista grossa às delapidações sucessivas nos vários bancos portugueses (com culpas agravadas no BCP, BPN e no próprio Banco de Portugal) e depois, como compensação pelo seu 'brilhante' desempenho nesse alto cargo - em que não regulou coisíssima nenhuma, sendo protegido pela seita socialista/maçónica enquanto lá permaneceu - esta ofereceu-lhe o "alto" cargo que detém na U.E. Bela recompensa por ele ter fechado os olhos (por incompetência mas também por ordens superiores) às mega traficâncias e falcatruas mil que se foram verificando em todos os Bancos portugueses. Esta criatura como secretário geral do seu partido foi uma nódoa e por isso foi dele ràpidamente afastado. E como Governador do B. de P. foi uma desgraça completa e não obstante foi lá permanecendo com a complacência intencional do sistema. E só chegou onde chegou na vida porque os socialistas seus comparsas e encobridores - com a maçonaria por detrás, que é quem manda efectivamente no regime e no País - o colocaram nos ditos cargos.
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