Hoje passa mais um aniversário do "25 de Novembro", celebrado como o dia da derrota dos comunistas e por isso mesmo completamente silenciado oficialmente pelas forças da Geringonça. Compreende-se porque é assim que contam a História: censurando e silenciando quando não obliterando.
Do outro lado do espectro político este dia é o símbolo do regresso aos "brandos costumes" uma vez que estava concluída a tarefa principal que era a entrega dos territórios ultramarinos.
Esta visão dos acontecimentos pretende provar demais, uma vez que o que aconteceu nesses dias, em Portugal, poderia ter desencadeado uma guerra civil de consequências imprevisíveis, atenta a correlação de forças já existente.
A Direita portuguesa tinha partido para o exílio mental, como ainda agora se pode confirmar e portanto os poucos que ficaram e não perderam a lucidez talvez não fossem suficientes para travar o avanço revolucionário da loucura do PREC. A Igreja não tinha tanques e meia dúzia de comandos não chegariam para várias dúzias de suv´s, em termos numéricos.
Se tais suv´s conseguissem convencer os moderados de que a revolução seria a favor dos pobres e desfavorecidos e contra os ricos de cartola e empresas exploradoras, torna-se muito duvidoso concluir que a meia dúzia suplantasse as grosas inteiras de loucura revolucionária em curso.
O que aconteceu foi por isso fruto da mais pura sensatez e ao mesmo tempo da sorte das ocasiões, como aliás aconteceu no dia 25 de Abril de 74: os moderados afastaram os radicais mas não expulsaram o veneno instilado no país e ainda toleraram a manutenção das raízes do mal, regando-as copiosamente nos anos a seguir. A Direita ausente nunca se recompôs porque já não existia. E foi esse o drama que ainda perdura.
Na altura essa Direita organizava-se informalmente à volta de uma fogueira na Rua e pouco mais que em 1977 vendia pouco mais de trinta mil exemplares na rua. Os seus acólitos debandaram para paragem incerta e muitos terão mesmo virado a casaca, traindo pacatamente os ideais.
Esta Direita envergonha o país que fomos mas não há volta a dar porque nem sequer tem meios para denunciar publicamente a História que depois nos passaram a impingir nos media em geral. Marcello Caetano queixou-se disso no Depoimento, Memórias e Confidências que contou no exílio e por isso é caso arrumado.
Esta Direita nem meios tem, sequer, para reeditar os Discursos de Salazar...em seis volumes. Quem os quiser ler terá de os comprar em alfarrabistas, o que é dizer quase tudo.
Assim, uma relembrança do passado nunca fez mal a ninguém, hoje que ninguém quer lembrar, oficialmente o que se passou, para não haver incómodo público. E assim todos se calam e nenhum jornal lembra a efeméride.
O mais caricatural deste relato sumário dos acontecimentos reside na circunstância de o VI Governo Provisório ter entrado em "greve", em 20 de Novembro de 1975, o que originou que um grupo de intelectuais esquerdistas que integravam o famigerado MUTI decidisse processar o Governo, apelando a uma lei "fassista" e afinal já revogada nessa altura: o cómico, o trágico e ridículo associados. No manifesto de lançamento do tal MUTI apareceram cerca de 400 personalidades. Algumas ainda andam por aí...como o desaparecido cantor Tordo, que nem por ter acabado a austeridade, regressou, mas deve estar a reaparecer.
De resto o que os jornais então contaram serve para mostrar o que se passou:
O Jornal de 21 de Novembro de 1975 espelhava numa opinião o que se passava: um país à beira de um confronto e isso já depois da independência de Angola. O PREC não terminou com tal acontecimento.
Logo a seguir aos acontecimentos surgiram as interpretações. A do PCP de Álvaro Cunhal é curiosa...
...porque consistiu num mero "golpe de rins:
O PS de Mário Soares em vez de pôr um ponto final na aventura da geringonça da época, expulsando o PCP do Governo, nada fez por isso e criticou quem o defendia :
O PSD de Sá Carneiro ficou isolado...
Mas havia outras interpretações, mormente da tal Direita envergonhada e neste caso dirigida por Vitorino Nemésio, outro esquecido do tempo "Se bem me lembro":
E foi assim que o PREC continuou em modo mais suave, tendo como compagnon de route o PS de sempre, agora no poder para distribuir benesses pelos seus apaniguados habituais, constituindo uma classe política que é a que ainda temos, sem tirar nem pôr, com o advento da aventura de Macau.
Em 1976, dali a meia dúzia de meses foi a epifania que ainda hoje o PCP celebra: a aprovação de uma Constituição democrática que nos garantia que caminhávamos ainda para a "sociedade sem classes". Ipsis verbis.
E até os social-democratas davam vivas à coisa muito democrática que nos garantia o "socialismo", "mediante a criação de condições para o exercício democrático do poder pelas classes trabalhadoras".
Em 1978, porém, Marcello Caetano publicou uma edição ( a 4ª, revista e aumentada) da sua obra de estudo sobre as Constituições portuguesas e não tinha dúvidas: quem mandava, ainda nessa altura, era o Conselho da Revolução.
O qual só acabou, extinguindo-se de vez, em...1982. Porque o PS assim o quis...
Expresso, 13.3.1982:
INFELISMENTE PARA TODOS
ResponderEliminarEXISTE UM NOVO PREC
JAIMITE MORREU E OS COMANDOS SÃO ATACADOS FORTE E FEIO
pr parece colaborar até ao pedido de ajuda
hoje um sec de est insultou deputados na ar
o monhé adorou
Assim se reescreve a História.
ResponderEliminarDaqui a uns anos, Otelo vai aparecer nas t-shirts da moda a concorrer com Guevara.
http://www.dn.pt/portugal/interior/marcelo-rebelo-de-sousa-condecorou-ferro-rodrigues-com-a-gra-cruz-da-ordem-da-liberdade-5519404.html
ResponderEliminarCondecoram-se uns aos outros, é uma alegria, uma roda-viva...
"Esta condecoração distingue serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade."
Em prol da dignificação da pessoa humana, num fulano sobre quem recaem suspeitas terríveis...
O Marcelo é um pantomineiro. Meu rico voto...
só agora consegui ler a entrevista de António Barreto ao moribundo DN que hoje mudou para modesto andar perto do estádio dos índios
ResponderEliminartenho interesse no livro que coordenou
a história dos suv do féfé merece condecoração
geringonços
swem adjectivos
a guerra entre a juiza e a procuradora é de 3º mundo, como covém
para não destoar do resto
morreu um FdP
ResponderEliminarQuando a história for escrita de forma independente muitos destes "actores" militares do CR serão relegados para a profundeza dos infernos.Por terem pura e simplesmente quebrado a sua jura perante a Nação.E terem abandonado os cadáveres dos seus soldados.Os seus encenadores esses continuam por aí agora numa de importação dos desiludidos com as "independências" e a eito.Que querem ser novamente "portugueses" porque a "dívida" faz viver melhor...
ResponderEliminarA tragédia é que as alegadas elites são totalmente cumplices com este estado de coisas.Apesar de saberem como a coisa vai acabar.Muito mal e sem cravos...