O comentador de media, Eduardo Cintra Torres, mostra o que se passa nas tv´s:
A propósito disto tenho sempre mostrado um pequeno apanhado de opiniões avulsas, publicado no Diário de Lisboa de17 de Janeiro de 1974 porque nos dá uma imagem relativa do tempo que passou e da evolução sofrida pelos usos e costumes.
Julgo não andar longe da verdade se disser que as pessoas em 1974 e em geral estavam melhor informadas sobre o que se passava na realidade nacional do que hoje.
Na RTP de então, única televisão disponível ( além da espanhola para quem vivia na raia) os comentadores eram da situação ( João Coito, por exemplo) mas eram poucos e as opiniões já se sabia ao que vinham, na medida em que eram emitidas por alguém que não procurava questionar o regime ou aspectos delicados do mesmo, como as guerras em África, nas três frentes de Angola, Guiné e Moçambique.
Tal era aceite como normal perante a Censura do regime e a proibição da esquerda comunista se manifestar publicamente. Tal como noutros países aconteceu em determinadas épocas, até na Alemanha em que o partido comunista chegou a ser proibido, nos anos cinquenta.
É por isto e só por isto que a esquerda andou sempre a clamar contra o fassismo e a vituperar ainda hoje o passado obscurantista de Salazar e Caetano.
Não obstante, as pessoas em geral pensavam pela sua cabeça e tinham opiniões sobre os assuntos, como hoje. Sabiam que o PCP andava a maquinar contra o regime, clandestinamente, mas se alguém fosse apanhado seria preso porque havia lei para tal. Muitos heróis do antifassismo se forjaram assim. Saberiam porém que o PCP queria um regime como o soviético e com as características do mesmo? Isso já é duvidoso, relativamente aos próprios militantes que não conheciam essa realidade, censurada pelo próprio PCP, do mesmo modo que hoje acontece.
A diferença entre esse antigamente e hoje é quase nula na medida em que a Censura existente tem o mesmo sentido: ocultar das pessoas em geral a realidade factual e a explicação de acontecimentos, mesmo passados, sempre à luz de interesses político-ideológicos precisos e inquestionáveis.
Tal como dantes, isso acontece nos media de hoje, com personagens que não tendo a estatura moral ou intelectual de um João Coito, assinam como adelinos farias ou judites, ou mesmo lourenças. São da mesma estirpe, porém, dos apaniguados de antigamente que redigiam as notícias com a Censura em cima a vigiar. Beberam a mesma personalidade profissional e falam a mesma linguagem encriptada dos zombies.
Hoje em dia, para além disso, há uma diferença mais séria e que reside na circunstância de a informação ser pretensamente livre de censura ou produzida em "liberdade", o que não se cansam de apregoar aqueles que a dominam. Mas não é. A censura interna existente nos media é tão grande ou maior que dantes e a censura interna que advém de quem redige notícias para publicar será ainda maior porque nem é possível o estratagema antigo da redacção encapotada de notícias nas entrelinhas. Hoje em dia a censura é total e cortante em certos casos, porque não se admitem veleidades que ponham em causa a situação pessoal e profissional de quem as redige, partidaria ou ideologicamente ou mesmo pessoalmente, relativamente a certos figurões que mandam na sombra.
A Lusa, por isso mesmo, é um cóio, sem mais. Um cóio de censura que segue o código não escrito do politicamente correcto e do que interessa a quem manda no momento. Na RTP idem , aspas. E na TVI aspas, idem.
Estamos por isso bem pior informados do que em 1974. Aparentemente será um paradoxo, mas não é. E tem ainda uma agravante muito séria: o grau de corrupção dos agentes políticos, hoje em dia não tem qualquer comparação possível com o que se passava em 1974. E isso parece-me indiscutível até mesmo para quem acha que a Liberdade é que é o valor máximo conquistado no 25 de Abril de 1974.
Essa mesma Liberdade, porém, impede que se conheçam bem os contornos dessa corrupção gigantesca que nos rodeia, porque está entranhada nos media, como se fosse a própria seiva que os alimenta. Veja-se por exemplo o caso apresentado por Eduardo Cintra Torres, na tv pública...dos farias e quejandos.
E isso não acontecia em 1974, como mostram estas imagens do DL de 17 Janeiro desse ano. Este jornal está digitalizado ( embora graficamente muito mal e só a preto e branco) na Fundação Mário Soares que todos pagamos.
Ou por exemplo este "telex" enviado de Londres por Joaquim Letria ( que ontem esteve na tv a falar do "fassismo" e outras coisas) em que se mencionava, em 20 de Julho de 1973 a oposição à guerra em África por ocasião da visita a Londres de Marcello Caetano. " "Por outro lado, jornais e tv continuam a referir-se à história do massacre de Wiriamu e uma fonte da embaixada disse que havia o perigo de Portugal passar a ser conhecido apenas pelas características que esta onda de acusações lhe apontam: um Estado fascista que mantém uma guerra colonialista onde chacina nativos".
Esta frase está aí na primeira pagina do jornal e exprime a opinião do próprio jornal, dirigido por Ruella Ramos que dali a menos de um ano o transformou em "arma de combate" pelo comunismo.
Era esta a liberdade de informação que não havia?
Relevante para o post, um relatório sobre a profissão de 15 de Dezembro deste ano:
ResponderEliminarhttps://www.publico.pt/2016/12/15/sociedade/noticia/ser-jornalista-salarios-baixos-precarizacao-e-abandono-precoce-da-profissao-1754856
36% dos jornalistas admite ser alvo de pressões externas.
Se 36% admite, o dobro deve ser verdade. Fora os chefes, das viagens e almoçaradas com políticos. -- JRF
ResponderEliminarEscumalha é um termo que não pode andar longe da verdade...
ResponderEliminarhá meses que não vejo ninguém comprar um jornal ou revista
ResponderEliminardizem que só a rtp dentinha não está falida porque a pagamos por imposição
se assim for vou à missa do funeral da comunicação xuxial
diz-se que não desligam a máquina ao boxexas por causa do enterro
'a DÍVIDA continua !'
a galopar
Não deixa de ser curioso que o artigo do CM está tão "enquinado" que só no caso deles é que não explicam o valor da quebra nas vendas no total de jornais face ao período homologo. São o jornal que melhor jornalismo faz em Portugal... Mas quando borram a pintura a mancha nunca é pequena..
ResponderEliminarPior ainda e o jornalismo a nivel local.
ResponderEliminarOs jornais locais e regionais dependem muito da publicidade que vem das empresas municipais, autarquias ou IPSSs, ou de apoios locais...
Tenho dois amigos jornalistas que trabalham no sector...
Falei com um deles este Verao e contou me que na Andaluzia a realidade e totalmente distinta. Ha uma radio publica em Ayamonte mas as restantes daquela zona de Huelva vivem da publicidade de privados, de empresas locais e ate de empresas portuguesas. Alguns restaurantes e supermercados algarvios, segundo me contou, gastam mais de 2000 euros em publicidade no mes de Agosto nas radios locais andaluzas.
No final dos anos 60 dois jornalistas espanhois percorreram a fronteira para demonstrar que Portugal era muito mais pobre e atrasado... bem ainda hoje e e nao tinha de ser assim. Em Mertola nao se conhece nenhuma zona industrial onde haja matadouros, industrias de processamento de carne ou armazens de fruta mas nas vizinhas povoacoes andaluzas com identica populacao ha e com fartura. Em Mertola o grande empregador qual sera? A autarquia, talvez... e a maioria da populacao deve viver das pensoes da seguranca social...
Seria interessante que um jornalista fizesse de novo este percurso para comparar as duas realidades...
No final dos anos 60 os jornalistas espanhois admitiam que o turismo algarvio estava mais avancado que o espanhol... turismo esse que foi muito incentivado pelo Estado Novo com os planos de urbanizacao de Monte Gordo ou da Praia da Rocha, com a construcao do aeroporto internacional, a criacao dos parques de campismo... quando foi o PREC o burro branco aka Alvaro Cunhal ululava contra o turismo no Algarve, dizia que era coisa do demo capitalista e queria expulsar os operadores internacionais e o investimento estrangeiro... decadas depois esse mesmo turismo salvou as contas a um Governo de extrema-esquerda, este ano, em 2016...
Ja agora, os tais jornalistas espanhois tambem diziam que apesar do interior portugues estar bem mais pobre e atrasado que as provinciais vizinhas espanholas, o Litoral Norte e Centro estava a passar a perna a Galiza... e nao compreendiam a aposta no Ultramar...
Estas coisas os jornalistas nao contam.
Ha poucos anos um jornalista local de Viseu atreveu se a denunciar uma situacao que envolvia a Misericordia local. Perdeu em todas as instancias. Difamacao e calunia. Venceu depois no Tribunal Europeu. Nao e caso unico em Portugal. A lei ajuda as pressoes pois e ambigua e nao clarifica em que situacoes em que ha efectivamente difamacao e calunia.
ResponderEliminarExiste margem para a criacao de um novo jornal em Portugal em papel que arrase com os mortos vivos DN e Publico. Da do ler o El Pais que e de Esquerda e comparar com o que se escreve no Publico.
Uma pessoa da minha confianca contou me ha dois anos que uma IPSS bem conhecida e poderosa em Portugal tinha como habito encomendar artigos a jornalistas para pressionar o entao Governo de Passos a fazer uma legislacao que a beneficiasse... o Ministro Alvaro dos Santos Pereira sabia da ponta do icebergue e das pressoes pois no livro que publicou sobre a experiencia no Governo fala um pouco do caso.
ResponderEliminarPor falar em pressoes, aquele artigo na Visao sobre um alegado caso qualquer dos anos 80 da vida pessoal de um candidato a cardeal patriarca, tendo em conta a altura em que estalou a polemica, cheirou tao mal...
ResponderEliminarTal como outro artigo que fez capa ha uns meses a assustar os portugueses porque a ASAE estaria a ficar relaxada... tambem na Visao...
ResponderEliminarmuito interesse
file:///C:/Users/Luís/Desktop/Mises%20Brasil%20-%20O%20verdadeiro%20Che%20Guevara.html
Faz falta em Portugal, um jornal como deve ser; honesto, justo e imparcial, não deverá ser difícil aparecer, as pessoas têm muita necessidade de verdade.
ResponderEliminarJornalismo de investigação, como se fazia...................
a cumunicaxão xuxial
ResponderEliminartem mostrado o indecoroso espectáculos dos vipes que visitem o boxexas
dis-se que poderia estragar os festejos
recordo a morte de DOM JOÃO II no Alvor.
ao despertar domo terá dito
'não me deixem morrer como um cão'
2016
ResponderEliminardívida aumentou cerca se 10 mil milhões
contra 7,5 de 2015
2017
aumenta a dívida, juros da mesma, impostos
mas pou-coxinho
economia fica por conta do gado do malhadinhas
desejo o melhor ano possível
Alguém aqui leu a carta aberta (no CM faz 3 dias)do Marinho Pinto?Faz um retrato negro da situação(e infelizmente deve estar certo)política e mediática,e eu não sou seguidor nem do partido dele nem dele próprio.
ResponderEliminarLi tal carta no JN e está eivada de aleivosias. Não publico asneiras de burgessos como Marinho e Pinto.
ResponderEliminarQueixa-se de actualmente ninguém lhe dar voz nos media nacionais e comprou o espaço de duas páginas de jornal, com referência ao PE, para tal...
ResponderEliminarÉ um execrável da nossa vida pública e bem feito que o censurem.
Nem mais, José. Só a defesa permanente e incondicional dele em relação ao Sócrates, sabendo todos nós ser culpado dos crimes de que era acusado, até metia asco. Quanto terá ele recebido em contrapartidas pela defesa intransigente que fez durante meses (anos?) do corruptíssimo Sócrates? O mesmo de quem o fingido e traidor Soares chegou a dizer sem se rir "estar inocente" e ser "uma pessoa exemplar"!!!
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