Flash:
O antigo Presidente da República Mário Soares, que morreu a 7 de Janeiro
aos 92 anos, deixa aos dois filhos, João e Isabel, uma fortuna
indeterminada em casas, quintas e terrenos, mas também uma biblioteca,
obras de arte, fundos de investimento, acções e obrigações, avaliadas em
dezenas de milhões de euros.
Ao longo da sua vida, o ex-chefe de
Estado herdou, ganhou e acumulou uma fortuna incalculável que agora
ficará disponível para os filhos: o deputado socialista João Soares, 67
anos, e a irmã, Isabel Soares, 66 anos, a actual directora do Colégio
Moderno, a instituição de ensino privado da família Soares, em Lisboa.
Com o testamento de Mário Soares ainda não tornado público, a base de
toda a informação recolhida pelo site FLASH! acaba por ser a última
declaração pública que fez no Tribunal Constitucional aquando da
candidatura, em finais de 2005, às eleições a um terceiro mandato para a
Presidência da República, escrutínio que perdeu a 22 de Fevereiro de
2006, para Aníbal Silva.
Essa declaração de rendimentos revela um Mário Soares verdadeiramente
rico. Só no capítulo dos rendimentos, o "pai da democracia", como foi
classificado por muitos nestes últimos dias, declara ter usufruído, em
2004, qualquer coisa como 482 mil euros, divididos entre rendimentos de
trabalho, de capitais, prediais e de pensões.
Umas folhas mais
adiante, os valores crescem, e de que maneira: com dados de 2005, Mário
Soares assume possuir, entre aplicações, depósitos a prazo, fundos de
investimento, acções, obrigações, produtos estruturados e produtos de
eficiência fiscal um valor que, somado, com cotações válidas nessa data,
davam um total de poupanças perto de 1,2 milhões de euros, repartidos
por três bancos: BPI, Millenium/bcp e Caixa Geral de Depósitos (CGD).
MILHÕES EM CASAS, LIVROS E QUADROS
Além
das quantias em produtos financeiros depositadas nos bancos, que em
Janeiro de 2017, depois da crise financeira, deverão ser menores, João e
Isabel vão herdar do pai uma biblioteca com mais de 40.000 volumes de
livros que, pela sua dimensão, o próprio Mário Soares declarou em 2005
como sendo "de valor indeterminado", resultante da compra e oferta de
livros que Mário e Maria de Jesus Barroso juntaram ao longo de toda a
vida e que também terão herdado.
Torna-se inevitável o contraste com Salazar. Não porque este agora finado mereça sequer a comparação no estatuto, craveira intelectual ou feitos, mas apenas porque foi governante e político e é apontado como "pai da democracia".
Assim, para registo é sabido que Salazar, à sua morte deixou uma fortuna cujo valor está assim documentado:
Salazar deixou 847 toneladas de ouro e 100 milhões de contos de divisas em cofre – a célebre "pesada herança", mas pertencente ao país, à sua Pátria.
Este pobre agora finado deixou, como "pai da democracia", duas ou três bancarrotas; uma dívida "incobrável" de mais de uma centena de milhar de milhões de euros que todos teremos que pagar. Porém, através de cargos sempre públicos, com uma empresa de ensino particular, conseguiu amealhar uma fortuna de dezenas de milhões de euros. Notável!
Salazar, como bens pessoais amealhou à sua morte, numa conta da CGD, cerca de 250 contos, dos antigos. Dizem aqueles que era ditador, mas morreu pobre, coitado ou pelo menos remediado e com bens cuja proveniência é conhecida.
Aquele grande democrata, pai da dita, morreu rico e de que maneira! Coisas da vida.
Salazar, o que deixou foi apenas fruto de poupanças da reforma que usufruía, como aqui se explica.
Conclusão: a democracia enriquece as pessoas. O salazarismo só empobreceu...
ADITAMENTO:
Ainda sobre os bens e riqueza pessoal de Salazar à data da sua morte não é fácil encontrar elementos concretos sobre isso, na internet.
O que existe são artigos que procuram denegrir a sua imagem imputando-lhe o facto de ter sido o Estado a custear as despesas de internamento e tratamento enquanto esteve doente e particularmente a partir de 28 de Setembro de 1968, altura em que foi substituído nas funções por Marcello Caetano.
Contudo e conforme escreve o biógrafo Filipe Ribeiro de Menezes, a fls. 634 da sua obra ( Salazar, Uma biografia política, d. quixote, 2009) "Sem emprego e sem poupanças dignas do nome, Salazar não tinha condições para cuidar de si próprio; foi necessário aprovar legislação para corrigir esta situação. Foi também decidido que o Estado continuaria a suportar as despesas do tratamento do agora cidadão António de Oliveira Salazar, ainda em estado de coma, em Benfica. Só sairia do coma em finais de Outubro, depois de vários incidentes que ameaçaram a sua vida".
A propósito daqueles bens e rendimentos que Salazar deixou à hora da sua morte a única referência que encontrei a tal, digna de credibilidade foi a que Franco Nogueira lhe faz na sua Biografia ( Salazar Vol. VI-O último combate -1964-1970 , Livraria Civilização Editora, Porto, 1985).
Fortuna de Salazar na hora da sua morte: entre 150 e 200 contos...é comparar com os ricos que a democracia engendrou e principalmente indagar o modo como angariaram tal riqueza.
E esta última nota em jeito de obituário que nenhum outro português, depois dele teve, por direito e mérito:
ehehehe
ResponderEliminarEnriquece e bem. Tudo fruto de serviço público a um país pobre.
chateiam 'o cavaco' por causa
ResponderEliminarda casa da coelha
das ações do bpn
E o pai da alegada democracia deixou um "Estado de Direito" de geometria variável.Com dívida e sem fronteiras onde todo o mundo é convidado para a mesa por conta do zé povinho que só pode aspirar a uma coisa:participar na feitura da raça mista depois de terem entregue tudo o que tinha preto e não era nosso...
ResponderEliminarQuanto a corrupção nada de nada...
Bem observado, Floribundus.
ResponderEliminarE no meio disto tudo temos a crise mediática(que se confunde com a crise política desde o início do regime actual): : "Leio todos os jornais nacionais pela manhã. Com a esperança lorpa de encontrar por lá investigação séria e independente; reportagens longas e literariamente cuidadas; e opinião articulada e livre.
ResponderEliminarÉ uma esperança que dura pouco: à minha frente, e tirando todas as excepções da praxe, aquilo que encontro são fretes políticos mal disfarçados (e que aumentam nos governos PS); panfletos vagabundos com as causas ‘fracturantes’ do momento; e um enxame de ‘políticos’ (oficiais ou oficiosos) a medrar as suas ‘agendas’.
Sem surpresa, este cenário não entusiasma os leitores; e a imprensa, de ano para ano, afunda – em vendas e publicidade.
Os jornalistas podem debater as razões do naufrágio e amaldiçoar a internet com fanatismo. Só espero que, no meio da lamúria, haja por lá uma voz temerária para lembrar que a crise dos jornais não vem apenas de fora; ela começa de dentro."----João Pereira Coutinho no CM
Coloquei esse recorte no postal certo porque me pareceu paradigmático do estado das coisas.
ResponderEliminarEste "post" deveria ter difusão em "prime time" em todos os telejornais da paróquia.
ResponderEliminarMas o telelixo não tem tentações suicidas...
A única ideia que obssecava Soares e que perdurou até ele ter alcançado o poder em Portugal, foram as toneladas de ouro e os milhões em divisas que estavam à sua espera para lhe deitar as manápulas e não descansou até o ter conseguido. As famigeradas democracia e liberdade apregoadas até à exaustão e o denegrir permanente do Regime do Estado Novo e do seu dirigente máximo, mais não serviram senão para deitar esse regime abaixo e ocupar o lugar do Estadista por ele gulosamente cobiçado desde sempre. Para alcançar esse fim infamante todos os meios lhe foram permitidos, até os mais repugnantes, vís e criminosos, como é apanágio dos seres satânicos. Quem tentou barrar-lhe o caminho abjecto acabou morto em menos de nada. Esta lista é extensa. Isto é do conhecimento geral e particularmente dos familiares daqueles que desapareceram tràgicamente por terem ousado enfrentar esta cobra venenosa atravessando-se-lhe corajosamente no caminho.
ResponderEliminarO glutão por dinheiro, fama e honrarias, Soares, caso lhe tivesse restado um pingo de honestidade no seu indigno carácter, devia ter agradecido todos os dias da sua vida ao deus dele a tremenda sorte de Salazar, por ele tão vilipendiado, ter durante a vigência de todos os seus governos ir aumentando e conservado religiosamente e bem longe da ganância dos traidores, como Soares (Salazar tinha carradas de razão em ter conservado os ladrões de tesouros, como Soares e outros seus apaniguados, bem longe de Portugal) o fabuloso tesouro - este, pertença inquestionável do povo português, é bom que os seus herdeiros políticos e não só estes, se lembrem deste pormaior - à guarda do Banco de Portugal.
Esta foi uma dádiva de que ele jamais pensou poder algum dia vir a beneficiar e no entanto acabou por tràgicamente sê-lo à custa das piores velhaquices e pulhices por si cometidas. Este homem foi sem dúvida o maior traidor à Pátria que Portugal já viu nascer.
Leia-se na primeira linha "obcecava", naturalmente.
ResponderEliminar"Este homem foi sem dúvida o maior ladrão, o maior criminoso e simultâneamente o maior traidor à Pátria que o nosso País jamais viu nascer nos seus quase mil anos de vida.
ResponderEliminarCompletando a última frase do meu comentário, para que fique definitivamente d'acordo com a realidade dos factos.
O gajo era muito poupadinho.
ResponderEliminarBem haja a democracia - que tão ditoso pai teve.
Governou-se, desgovernado o alheio erário.
Ele nunca bancarrotou.
Viveu abaixo das suas possibilidades.
Em casa - é que meteu mesmo o socialismo na gaveta.
Ó ABREU, dá cá o meu.
Pois.
O mamão da democracia, vivia aflito com as manchas de pobreza e exclusão.
ResponderEliminarFraca-tralha, o sacripanta.
ResponderEliminarpercebeste?
por Alexandre Borges, em 10.01.17
Não podes falar mal do Soares porque é graças a ele que podes falar mal dele.
Oliveira Salazar, dizia:
ResponderEliminar"Uma coisa é certa: ao cruzar a soleira da porta pela última vez, hei-de virar os bolsos do avesso e bater as botas no degrau para ver bem que do Estado e da Nação não levo comigo um cotão, nem um pó."
Não podemos comparar um Homem honrado com um que sempre viveu à custa do Estado e da Nação. Os defensores de Mário Soares que justifiquem o seu enriquecimento face à falência que este provocou no País, que justifiquem o que foi feito ao ouro e às divisas existentes em 1974 do Banco de Portugal, o seu envolvimento com as malas de dinheiro de Macau, com o envolvimento do filho João no tráfico de diamantes e marfim de Angola, etc.
Hoje, os seus pupilos comunistas/xuxialistas da geringonça seguem o mesmo caminho: onde pára o dinheiro dos depositantes dos bancos falidos, quem são os devedores? Os depositantes ficaram sem o dinheiro e ainda vão ter pagar os impostos para a recapitalização destes bancos roubados pelos democratas do 25 de Abril?
Só em Portugal! A ditadura hoje existente em Portugal imposta por esses democratas ultrapassa o limite do razoável e atira o País para o buraco mais profundo do terceiro mundo. A Lei e as Instituições não existem, apenas vale a palavra duns cavalheiros que tomaram o poder de assalto, sem a legitimidade do Povo que dizem defender. Tenham vergonha!
Excelente comentário A. Manuel Mendes. Não podia ter sido mais verdadeiro nos argumentos tecidos. Muitos parabéns.
ResponderEliminarDeixou 847 toneladas de ouro e 100 milhões no Banco.
ResponderEliminarE entretanto deixou também um país com mais de 60% de analfabetos, sem estradas,sem hospitais, e permitiu TAMBÉM que meia-dúzia de famílias- sempre os mesmos- Mellos da CUF, Espíritos Santos, Champallimaud´s,Tenreiros,etc,etc, explorassem Portugal e as colónias até ao tutano.
Melhor seria que tivesse deixado essa herança muito mais leve, mas ao serviço de todos nós.
Ainda me lembro bem que no dia 4 de Fevereiro de 1961, dia em que começou a guerrilha em Angola, na minha terra em Moçambique não havia um (1) kilómetro de estrada alcatroada. Só a seguir é que Salazar contratou a ERMOC para começarem com a pavimentação. Lembro-me de ouvir moçambicanos a dizer que se devia erigir uma estátua ao terrorismo. Tal foi o "progresso"...
Mas a herança mais pesada que Salazar deixou foram cerca de 8500 portugueses mortos na Guiné em Angola e em Moçambique. Quem quiser ver os nomes deles, basta ir visitar o Memorial aos combatentes das guerras coloniais.
Não conheço mais ninguém em Portugal que tenha morto tanta gente.Não quis ou não soube resolver o problema colonial, como todas as outras nações com colónias,e bem mais capazes do que nós, e foi aguentando o PESADELO para que alguém o resolvesse.
Mas o mais engraçado é que antes do 25 de Abril, tanto cá como lá, TODOS diziam mal desse ditador. Como as preferências mudam conforme os ventos...
Ao contrário Mário Soares deixou-nos Paz,Liberdade e Democracia. Os três bens mais preciosos numa sociedade civilizada.
C. Sobral - Vamos começar pelo fim. As vontades não mudam com o vento. Mas os ventos até podem ser úteis por tirarem alguns obstáculos do caminho e ajudarem a ver novos horizontes.
ResponderEliminarÉ verdade que quem governa 40 anos de certeza que errou e que tomou decisões que não eram as mais acertadas. Contudo, o que realmente interessa é fazer o balanço dessa governação e dos interesses que defendeu e o proveito que tirou do exercício de poder.
O contexto em que Salazar governou é profundamente distinto do de Mário Soares. Salazar herdou um país destroçado pela partidarização e parlamentarismo do país que culminou com a revolução do 28 de Maio de 1926, feita pelos militares. Salazar nada teve a ver com este facto. Apenas foi chamado para salvar o País dos “democratas” que vinham governando Portugal desde 1822, que impuseram a república sem nunca a terem sujeito à vontade do Povo. A incompetência governativa era tanta, os palavrosos intelectuais eram de tal forma incapazes que aceitaram o 28 de Maio, sem oposição. Posteriormente, durante a vida de Salazar, nunca o conseguirem derrotar. Nas eleições apenas faziam barulho demagógico e desistiam à boca das urnas porque a sua oposição era feita em tertúlias nos cafés de Lisboa, Porto, Braga e Coimbra. Nem o grupo internacionalista-comunista de Argel o conseguiu.
Não podemos ignorar que Salazar governou o País, após a 1ª guerra mundial 1914-18, no seguinte contexto: Crise económica 1929/30, Guerra de Espanha - 1939, 2ª guerra mundial - 1939/45; desorganização económica da europa e do mundo após 2ª guerra mundial e terrorismo em Angola e Moçambique - 1961.
Portugal era um país sem nada (zero), sem riqueza, sem infra-estruturas, sem cultura, vejamos como acabou o seu consulado: era internacionalmente um País respeitado, exceptuando pelos países comunistas, com infra-estruturas (para os interessados podem procurar as obras do salazarismo), com o analfabetismo reduzido dos quase 100% para os 60% e com dinheiro nos cofres.
Mário Soares e os seus correligionários deixaram o País no estado actual, mas todos eles enriqueceram desmesuradamente, com dívidas que irão ser pagas pelos nossos netos e com um País onde a corrupção abarca todas as instituições que deviam defender a democracia.
Quando Salazar morreu, nos Jerónimos, junto do ataúde, amontoavam-se inúmeras flores e coroas, mas houve uma que se distinguiu de todas pela sua inscrição inusitada - “ Ao grande patriota, homenagem de um opositor – Rodrigo de Abreu”.