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terça-feira, janeiro 03, 2017

Regresso ao futuro das "instituições extractivas"

Antes de 25 de Abril de 1974 quase não havia komentadoria na imprensa. Tirando os casos pontuais de João Coito e Vitorino Nemésio, com colunas escritas na revista Observador, não me ocorre mais ninguém cuja opinião avulsa pudesse ser lida nessa altura. Nem o Expresso, por vezes carregado de artigos de opinião encarregava alguém, regularmente, para emitir parecer sobre tudo e o par de botas.

Havia, é certo, os cripto-colunistas como o comunista Mário Castrim que escrevia crónicas de tv no Diário de Lisboa, quase todas enviesadas para o sentido político que rebuscava nos mais variados assuntos, até mesmo nas touradas.

A Vida Mundial em finais de 1974 já tinha como comentador-residente o escritor José Gomes Ferreira e também António José Saraiva.

A praga da komentadoria começou depois e de há 40 anos a esta parte alastra a tudo o que se publica em audio, video e escrita simples, atingindo agora naturalmente o paroxismo, nos blogs e "redes sociais".

Em 1980 o "atraso português" que aqueles komentadores glosavam habitualmente  ainda se apresentava desta feição :



Dez anos depois, em Dezembro de 1984 apareceu a revista Grande Reportagem, que queria ser ao começar, uma "revista de informação e reportagem, não uma revista de opiniões e de mexericos".
No número 6, de 11 de Janeiro de 1985 já tinha dois "opinativos": Maria Filomena Mónica e Vasco Pulido Valente. Alguns meses depois juntou-se-lhes António Barreto

Este teve logo uma ideia: escrever sobre os 40 livros portugueses que mais o influenciaram e explicava assim ( aos 43 anos) o assunto da escrita em geral: uma coisa quase inútil, irrelevante e trivial. Porém, reconhecia que ao escriba se exigem particulares características: "sem uma arrogância radical e a convicção íntima mas devastadora da sua superioridade, nenhuma força no mundo o arrastaria para a frente do papel em branco e o faria pacientemente fabricar filas e filas de palavras, com um fervor maníaco que aplicado a objecto menos ofensivo o conduziria à cadeia ou à manufactura terapêutica de cestos".



No nº 22 de 3 de Maio de 1985, VPV glosou o livro de Oliveira Martins, Portugal Contemporâneo, obra de fundo sobre quem éramos no séc. XIX que deu origem ao que se passou a seguir.



Aqui a 8ª edição de 1979 ( a primeira saiu em 1881)



 O livro de Oliveira Martins anda um pouco esquecido da komentadoria habitual que pulula nos media actuais ( desconfio que Pacheco Pereira nunca o leu...) e o segundo volume tem este índice:


Sobre o socialismo que se adivinhava nessa altura, Oliveira Martins escrevia assim: em Portugal não havia hipótese de o socialismo singrar porque tínhamos poucas ou nenhumas indústrias. Faltava obra-prima para a luta de classes...


Tudo isto tem a ver com a crónica de um komentador acidental que aparece no Diário de Notícias de hoje e que assina Nuno Garoupa.


 A crónica repesca o tema do "atraso português" que VPV tem glosado e Oliveira Martins explicou no séc. XIX através daquele livro.

Garoupa como os demais não sabe indicar as razões do atraso, mas apresenta uma, perigosamente corporativa: depois de explicar o papel das "instituições extractivas", um achado conceptual,  apresenta o défice de importância que concedemos aos nossos "cientistas" que serão valorizados "lá fora" e por aqui esquecidos das elites saídas daquelas instituições veneráveis que perduram há séculos, em Portugal. As "instituições extractivas" serão por isso mesmo "historicamente incapazes de organizar uma sociedade e uma economia avançadas" ( Garoupa dixit).

Em 1985, ano que foi de viragem para o nosso então futuro, entramos da "Europa" e a revista GR em Junho desse ano  fazia assim o retrato do país:


Em Maio a "instituição extractiva" assimilada a uma coisa apontada como "a direita" era assim apresentada pelo komentador António Barreto que identificava na tal "direita" os nomes de Cavaco Silva e Freitas do Amaral...o que denota logo um problema epistemológico ainda por resolver.



Ao longo dos últimos trinta anos este problema continua aparentemente insolúvel e cada vez mais intrincado. A "direita" agora já contempla luminárias como as que se juntam no PSD e há indivíduos cujo passatempo preferido é "malhar na direita" ao mesmo tempo que em privado se portam como caceteiros de feira de cebolas e gado. São governantes, actualmente...o que diz bastante sobre a nossa evolução política nas últimas décadas.
Ora essa evolução tem sido condicionada precisamente pela komentadoria avulsa que aparece nessas feiras e aí se arrebanha.
 Suspeito bem que este fenómeno nunca foi previsto por aqueles proto-komentadores...

Um artigo destes publicado em 18 de Maio no Público seria hoje incompreensível e até obnóxio. Porém, é mais actual do que parece, uma vez que o PCP continua imperscrutável na sua essência e cada vez mais oculto nos seus propósitos que se estendem ao movimento sindical e à Educação in totum.

Nunca sairemos da cepa torta do atraso português enquanto dermos crédito às ideias fossilizadas do PCP, aceitando-o como partido democrático. Esse cancro corrói a sociedade portuguesa de há mais de 40 anos a esta parte. 


 Portanto, o "atraso português" terá a ver com os fenómenos elencados por Nuno Garoupa a que se devem acrescentar os demais que impedem uma definição clara da "organização da sociedade e uma economia avançadas".

Isto permanecerá utópico enquanto se acreditar em ideias fossilizadas e "lutas pela igualdade" que apenas pretendem alcandorar ao poder os que as defendem na teoria e as eliminam logo na prática, ficando anos e anos no centro do poder de comité central, monarquizado, desigual, iníquo e falso.

É este, a meu ver, um dos maiores problemas de Portugal.

21 comentários:

  1. José, este postal tem bastante qualidade, excelente postal para começo de ano.
    Relativamente ao escrito de Nuno Garoupa convém fazer notar que o seu conteúdo é inspirado quase seguramente no livro "Porque falham as nações" (http://www.fnac.pt/Porque-Falham-as-Nacoes-Daron-Acemoglu/a668351) pois os termos como "instituições extrativas" (versus inclusivas) e austeridade virtuosa são mencionados no livro em causa e em contexto de análise muito semelhante.

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  2. Este assunto é inacabado e esta é apenas uma tentativa de o abordar.

    Se alguém soubesse realmente ao certo porque falham as nações estaria encontrada a solução.

    A minha ideia é a de sempre: a Esquerda já experimentou as suas soluções e deram mal sempre que quiseram eliminar as alternativas.

    A Venezuela é apenas o último exemplo.

    Em Portugal não afinamos a máquina porque a Esquerda está sempre a emperrar. Há décadas que é assim.

    Esta é a minha ideia básica.

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  3. Os exemplos que apresento e os recortes expostos são todos para reforçar essa ideia, com recurso a épocas muito precisas e ideias então expressas.

    Mostram que não evoluímos o que deveríamos evoluir e actualmente estamos a regredir.

    Basta ver o actual ministro da Educação, um caso de estudo, particular e para mim paradigmático da nossa tragédia nacional.

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  4. Não procuro doutrinar ninguém até porque com estas incursões sou eu que descubro o que me parecia ser a realidade. É para isso que escrevo aqui.

    Se isto aproveitar a mais alguém, melhor.

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  5. As lutas da igualdade são paridas pela mãe de todas que é a da pela liberdade.

    A liberdade como objectivo político é um absurdo que só não é perfeitamente evidente se a dita for entendida no seu sentido trivial: pouco ou nada mais que ter o homem livre-arbítrio. E para igualdade não é diferente.

    De maneira que todos evitam por tudo definir concreta e não-trivialmente o que entendem por "liberdade".

    Uma vez no poder, porém, uns e outros expandem imediatamente a definição de liberdade dessa torre de menagem trivial para o povo dentro da muralha circundante; e, então, se vê, mas sobretudo se sente, que a dita liberdade é uma coisa muito concreta para uns igualmente muito concretos indivíduos, com prejuízo certo de todos os outros. Ou seja, é só mais uma ordem arbitrária das coisas, quase sempre inferior à que vem substituir.

    É uma espécie de táctica dialéctica do castelo: há a definição da torre de menagem e a que na prática se aplica ao povo dentro da muralha.

    Posto que a definição para o povo do PCP seja diferente da dos outros ditos democratas que andam sempre com a liberdade na boca, amparam-se uns aos outros na medida em que possam evitar definir a dita de maneira não-trivial; isto é, a torre de menagem para onde recuam e de onde se defendem em caso de ataque é a mesma.

    Isto é assim com quase todas as belas ideias que dizem professar: democracia, liberdade, diversidade, etc... Tudo objectivos políticos completamente absurdos para qualquer definição não-trivial.

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  6. Liberdade, Igualdade, Fraternidade: o ideal maçónico da Revolução de 1789.

    Estamos nisto, sempre.

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  7. Isto por aqui é apenas um estudo continuado de algumas ideias simples mas que se fossem devidamente assimiladas pela maioria seriam a verdadeira revolução que não se faz há 40 anos: mudar o paradigma de esquerda.

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  8. futuro brilhante para o rectângulo,
    principalmente no verão

    não era possível encontrarar melhores dirigentes 'puliticos':
    catarineta, jericónimo, monhé

    a dívida e os seus juros estão cheios de priapismo

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  9. Sim, o desconchavo vem daí.

    Eram os construtores... de torres de menagem ideológicas.

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  10. fado das Caldas

    Trote largo e para a frente,
    Com os seus cavalos baios,
    As pilecas eram raios
    AÍ! Ó!

    chegam os 'Reis Magros' de tanto caminhar

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  11. Agora falta mencionar que Portugal era considerado um caso de sucesso ao nível de crescimento e desenvolvimento económico nos anos 60 na imprensa internacional, precisamente em conjunto com as tais Singapura e Coreia, que aparentemente não têm instituições extractivas. Mas tudo parou subitamente..

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  12. Até esse facto é mistificado pelos inteligentes do actual regime.

    Ninguém se atreve a comparar realmente e indagar o que era o antigo regime de verdade.

    A versão que corre é a que o designa como obscurantista, fascista e abaixo de cão.

    Tudo o que vá além disso é paleio reaccionário.

    Este blog para essas pessoas é do piorio...alguns até deixaram de ler por causa disso.

    Conheço casos e só lamento porque são pessoas que respeito mas apenas perdem por não quererem ver a realidade de frente. Preferem a ficção.

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  13. Eu li esse livro que alias recomendo, acho que o titulo traduzido seria Porque Falham as Nacoes. Foi ha uns anos. Fala muito do fracasso de Espanha nos seculos XVII e XVIII. Portugal em parte fracassou tambem e eis o que Vitorino Magalhaes Godinho (se a memoria nao me falha) tera escrito: Portugal e Espanha por essa altura tinham perto de 50% da populacao ocupada em actividades nao produtivas. Alem da enorme percentagem de populacao retida em conventos havia os fidalgos e a respectiva criadagem. Tal nao sucederia mais a Norte, em Inglaterra por exemplo...

    O Estado Social e a nova versao desta realidade que atrasou no passado Portugal e Espanha. Vejamos a realidade portuguesa...

    - Cerca de 2 milhoes de pensionistas dependentes da Seg. Social...

    - Perto de 700 mil funcionarios publicos... mais as dezenas de milhar que estao nas empresas publicas e nas empresas locais...

    - Os menores a cargo dos dependentes do Estado tambem contam... certamente mais de um milhao alimentado pelo Estado...

    - Beneficiarios de RSI, dependentes de IPSSs financiadas pelo Estado, certamente mais de 300 mil almas...

    - Funcionarios de fundacoes, IPSSs, empresas subsidiadas, empresas prestadoras de servicos ao Estado... ninguem sabe quantas almas sao...

    Medina Carreira diz que o partido do Estado tem mais de 5 milhoes. Enquanto assim for, qualquer partido que tente reduzir o peso do Estado nao tera hipoteses... o PS portanto aguentar-se-a no poder ate que haja nova bancarrota... e enquanto a DBRS mantiver o rating. Depois disso SE a Esquerda se colar ao poder seremos corridos da UE e vira a realidade venezuelana. Inflacao para pagar o status quo.

    Vejo o futuro muito negro pois no pos-PREC Cavaco e Guterres criaram este modelo desastroso.

    Os estados sociais nordicos faliram no final dos anos 80 e o Estado Social estoirou a Inglaterra nos anos 70. Cavaco e Guterres nao saberiam disto quando na decada de 90 encheram os quadros do funcionalismo, alimentaram a pao-de-lo fundacoes e IPSSs ou criaram as regras que temos no Estado Social?

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  14. o pai do Saraiva estudou a Inquisicao e concluiu que nao perseguia apenas judeus, criava judeus.

    Aqui no UK o rei James I escreveu um tratado de demonologia no seculo XVII e os protestantes fizeram caca as bruxas. Mas ninguem perseguiu mercadores nem proprietarios. Em Portugal pelo contrario houve uma perseguicao extremamente agressiva a artesaos, mercadores, comerciantes. A quem acumulava riqueza e essa e uma das grandes causas do nosso atraso material. E os Jesuitas ate se opunham a Inquisicao...

    Quando a Mortagua diz que o Estado deve ir buscar a quem acumula, quando o fisco persegue quem produz, quando o PCP quer expropriar e nacionalizar, estao apenas a fazer o que a Inquisicao fazia...

    A Esquerda e a nova Inquisicao.

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  15. Conheco o pais de les a les.

    Pelo urbanismo se ve quando o pais cresceu.

    O primeiro surto de crescimento ocorre na fundacao logo apos a conquista aos mouros. Constroem se igrejas, conventos, castelos, muralhas, nascem as povoacoes medievais.

    No periodo manuelino ha um surto extraordinario de construcao por todo o pais.

    Com D. Joao V as cidades crescem novamente.

    So voltam a crescer e a desenvolver se notoriamente com Salazar.

    No pos-25 de Abril vem ja o urbanismo sul-americano com o mamarracho.

    Salazar fez de Portugal um pais europeu e esta canalha nao quer assumir isso. Tal como em Espanha Franco pos o pais no seculo XX rapidamente, em poucas decadas.

    Em 1974 caminhavamos para apanhar a Espanha e a Inglaterra nos anos 80...

    Os gregos eram mais ricos que nos e agora ate estao mais pobres depois de decadas de socialismo e Estado Social!

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  16. O caso recente de desgraca nacional vem disto:

    - PREC

    - Criacao de um Estado Social.

    Curiosamente quem tomou estas medidas anda ainda a passear se e e ouvido como gente respeitavel sem que o julgamente historico seja feito. Caso de um Ferro Rodrigues que fazia parte de um MES, de um Vital Moreira que participou na Constituicao, e de tantos outros.

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  17. Portugal teve dois anos um excelente Ministro, Alvaro dos Santos Pereira, que foi gozado pela comunicacao social e alvo de muitas traicoes dentro da Direita... um estrangeirado que tinha excelentes ideias para o pais.

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  18. Ha uns anos um conhecido que foi director de uma privada de Ensino Superior convidou alguns estrangeiros para proporem uma reorganizacao. Uma das medidas propostas foi acabar com as aulas a tarde. Assim os alunos poderiam estudar durante a tarde sem interrupcoes ou trabalhar em part-time. Ora os professores faziam os horarios a medida da sua vidinha pessoal... e por isso eram comuns os chamados furos... a revolta foi grande e o director acabou por se demitir. As capelinhas foram mais fortes. O interesse dos alunos vem em ultimo lugar... com instituicoes assim onde os profissionais nao tem nocao de servico publico nao vamos a lado nenhum.

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  19. Mas que raio de regime democrático é este? Deve ser aquele que os 'democratas' instituíram para seu único e exclusivo usufruto? "Isto" não passa de um arremedo de democracia, de uma farsa de regime. Onde está a legitimidade de um regime que proibe constitucionalmente partidos de direita que representam uma fatia muito considerável? Partidos esses que existem em todas as democracias decentes? Claro que sabemos de cor e salteado que é por terem um medo atroz de serem relegados (em eleições não manipuladas, ao contrário do que tem vindo a acontecer desde 1979 até hoje) para os confins do espectro político ou mesmo a desaparecerem do mapa, qual sunami. Desde há quatro décadas que a esquerda sistémica não permite a existência de um partido ou movimento representante genuíno da autêntica direita. E não autoriza porque caso isso se viesse a verificar a oligarquia que nos desgoverna seria substituída pelos leitores num ápice e isto é-lhe intolerável e inaceitávl. Lá se iam (ou tinham ido) todas as conquistas revolucionárias engendradas à distância e progamadas à minúcia, por água abaixo e Portugal jamais iria passar para as mãos do governo mundial. Está claro que um partido genuinamente direitista é o que a esquerda teme desde que introduziu este regime no País. Deixemos portanto uma hipotética extrema direita em paz. A esquerda sabe perfeitamente que numa democracia verdadeira (e não falsa, como a que temos) uma extrema direita não tinha necessidade d'existir, pelo que os estafados epítetos que a esquerda comunista e socialista lhe vem lançando desde há quarenta anos não passam de slogans reles para condicionar polìticamente os portugueses, ameaçando-os contìnuamente com o papão da 'direita fascista'. E foi com esta manha hipócrita e cínica que os comunistas e socialistas conseguiram segurar criminosamente o poder desde a primeira hora deste regime até aos dias de hoje.

    Concluíndo, não existem partidos da direita civilizada em Portugal por culpa exclusiva desta falsa democracia e dos seus mentores. O PSD e o CDS não são partidos de direita nem nunca foram, são simplesmente partidos de centro-esquerda que fingem ser de direita (foi este o pacto estabelecido entre todos eles) cuja existência foi autorizada e os seus membros escolhidos a dedo, pelos comunistas conluiados com os socialistas para darem um 'ar' democrático ao sistema e em simultâneo atirarem pó para os olhos do povo e assim poderem ir camuflando a verdadeira faceta do regime a que estamos submetidos desde a primeira hora em que ele foi introduzido em Portugal. A dolorosa verdade é que vivemos subjugados desde há quatro décadas por uma ditadura maçónica abjecta que finge descaradamente não o ser para poder eternizar-se no "poder".

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  20. «o pai do Saraiva estudou a Inquisicao e concluiu que nao perseguia apenas judeus, criava judeus.»

    MADRE INQUISIÇÃO

    Temos a África nas nossas veias.
    O mais do nosso sangue é sangue preto.
    Assim, carregadinhos de cadeias,
    onde é que irá ficar-nos o esqueleto?

    E eles mandam como as alcateias!
    Há tantos, que debalde os acometo.
    Logo ressurgem com as caras feias,
    — não sei por que feitiço ou amuleto!

    São moiros e ciganos quem governa.
    Nunca será bastante a pena eterna
    pr`a quem desfez a raça com torpeza!

    Oh Santa Inquisição, acende as chamas!
    E no fulgor terrível que derramas,
    Vem acudir à Pátria Portuguesa!"

    (SARDINHA, António - Pequena Casa Lusitana. Livraria Civilização, Porto, 1937, pp. 121-122.)

    Mais aqui:

    http://historiamaximus.blogspot.pt/2014/03/o-judeu-na-poesia-anti-semita-de.html

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  21. tenho a mesma opinião do José

    garoupa-Net
    São habitantes dos oceanos tropicais, sub-tropicais e temperados, vivendo geralmente em fundos coralinos ou rochosos, onde têm o hábito de se esconderem. São predadores activos - a maior parte tem uma boca grande e dentes aguçados, por vezes, mesmo no céu-da-boca. Algumas espécies atingem tamanhos enormes - até 2,40 metros e mais de 300 quilogramas de peso. Muitas têm cores brilhantes e padrões de coloração muito especiais.

    As garoupas são hermafroditas sequenciais do tipo protogínico (nos primeiros estados de maturação sexual são fêmeas e, mais tarde, convertem-se em machos).

    António Sardinha
    pertence infelizmente a espécie em risco de extinção

    o rectângulo acaba na mão de credores estrangeiros
    finis patriae

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