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terça-feira, fevereiro 28, 2017

Jornalismo à Público...




Hoje no jornal dá-se conta de que "MP recolhe elementos sobre caso fos offshores".

É esta a notícia que interessa e já foi glosada ontem. E como é que se cozinhou esta novidade? Fácil:

Terça-Feira, dia 21,  no mesmo dia da publicação da notícia requentada sobre os 10 mil milhões que saíram para as offshores, insinuadamente sem controlo e em evasão fiscal eventual, o Público perguntou algo não especificado sobre o assunto,  à PGR .

Esta entidade que ultimamente e relativamente aos poderosos tem medo da própria sombra, respondeu ontem, a propósito da interpelação do Público: está a "recolher elementos", ou seja, está a analisar o assunto no âmbito de um procedimento administrativo que não é inquérito. Depois se verá.
Notícia do Público glosada ontem a eito: MºPº está a analisar o caso das offshores. Notícia provocada pelo próprio jornal com intenção deliberada porque não há ingenuidades nestes casos.

Não é preciso mais nada, como não foi preciso mais  do que a notícia requentada para acicatar polémica política estrita e a favor do Governo que está.

Não há coincidências, dizia o manhoso  e novel industrial de queijaria, Jorge Coelho que disto sabe a potes.
O Público já tem a camisola vestida e tem o número do Costa...

E o Dinis jura que não sabia que isto ia dar no que deu. Jura mesmo que foi tudo pelo jornalismo de causas nobres pelas gentes. "Assim defino a vida de quem tem animais de estimação, de vida sã..."  ( letra de António Pinho na canção dos Filarmónica Fraude, de 1969).

É ler a ingenuidade de um jornalista que quer ser assim e julga que o Público fez um belíssimo trabalho que os políticos estragaram.
Que dizer disto? Confrangedor? É pouco...muito pouco.


56 comentários:

  1. Estava eu calmamente a fazer a barba e a ouvir o governo sombra no iphone e digo-lhe que o Tavares, esse referencial da direita que temos, diz que não é nada disto. O Dinis explicou e o Tavares acha que tudo não passa de uma coincidência. Ora aí está.

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  2. Este também é bom jornal ó JRF?

    Nada feique...

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  3. Muja, Muja, Muja… Muja: o que é que eu disse sobre os jornais portugueses no outro post? Já não vivi tudo isso por dentro? Não fiquei esclarecido? Não tenho moido o José numa base regular por continuar a comprar esse pasquim?
    Mas essa de feique é boa, vinda de um apoiante do Trump. Nem o cabelo é verdadeiro.

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  4. Numa outra nota, acabei de levar uma multa de estacionamento em cima de uma placa a dizer dias úteis das 8 às 20. É o estado contra as pessoas esta merda. Não deram tolerância de ponto a essas empresas de extorsão e agiotagem? Estou revoltado. Isto é legal? Deve ser! Que estado de fdps. Todos os carros multados! Isto só com violência! Precisamos de um Trump!

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  5. Não perca a cabeça! Estou só a meter-me consigo!

    Mas V. disse aí uma coisa curiosa. Então eu sou apoiante do Trump?

    E ainda me diz que isso não é sentimental...

    Está feito um - nem sei... olhe, um anarquista! - ó JRF! Então, para si, quem não é contra o tipo passa a ser apoiante dele?

    Daqui a pouco está a chamar-me nazi! Ahahah!

    Mais a sério, se me confunde com um partidário gringo, não creio que esteja a ver com lucidez a coisa...

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    1. Eu por acaso ia dizer alegado… mas estou no iphone e não saiu. Pelo menos não saiu em duplicado como o duas vezes adelino. Agora não posso discutir, só mais logo. Vou ao cinema ver o Toni Erdmann. Eu gosto dos alemães:) .

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    2. Mas digo-lhe uma coisa Muja, está a parecer-me um daqueles que usa cinto e suspensórios. É um daqueles homens que não confia nas suas próprias calças!

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  6. Eu o que gostava de compreender, em seu caso específico, é qual é a razão que torna este singular.

    Que ele seja aldrabão é coisa contra a qual, à partida, me não oporia. Que a maior democracia do mundo faça eleger o maior aldrabão disponível, parece-me perfeitamente dentro do bom funcionamento e plenamente de acordo com os parâmetros da coisa.

    Agora, o que já tenho mais dificuldade em entender é que o faz deste mais aldrabão que os outros... Isso é que eu gostava que o JRF me explicasse.

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  7. Muja, agora não posso. Sabe que dificuldade por dificuldade, eu também tenho imensa dificuldade em perceber como é que um indivíduo com esta personalidade, com conflitos de interesses enormes, com processos por corrupção (parece que entretanto resolvidos fora do tribunal), que não tem respeito pelas instituições, ignorante, anti-ciência, que está na cama com a Rússia, que está no bolso do status quo empresarial, que tem a agenda anti-ambiental mais completa de que há memória, que é um notório aldrabão (sim, ainda mais do que os outros, excepção apenas na figura patética de Colin Powell na ONU, que deu os seus resultados), uma política externa vaga e na melhor das hipóteses errática, uma política anti-emigração absolutamente sem sentido e na base do bode expiatório para "descontente" ver, a lista já vai grande, mas como é que não vê isto. Parece-me bastante para justificar a grande qualidade do homem, pelos vistos, que é enfrentar a imprensa.
    É o quanto pior melhor, a América implodida, etc? Quanto aos parâmetros da coisa, a América tem muitos defeitos, mas ainda tem algumas qualidades. Internamente vai lixar mais um bocadinho aquilo tudo, mas sempre em nome dos "descontentes", se fosse cá era dos pobrezinhos.
    Eu considero-me um crítico e opositor de Trump, é mau demais até para a *sua* América. Se não é um apoiante, é o quê? Um elogiador e um defensor? É que também isso não se entende. Parece estar satisfeito com a conduta do indivíduo até agora.

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  8. Essa do Nazi tem piada… também estou um passo à frente pelos vistos. Há 15 anos ou mais fui a um almoço com um amigo e amigos dele. Um so called arquitecto, por incrível coincidência com o mesmo apelido do nacionalista das cavernas, perorou sobre a direita enquanto eu comia calmamente a minha sopa. Quando acabei só lhe disse que sobre a esquerda retribuía aquilo tudo e ainda acrescentava uma hipocrisia verdadeiramente insuportável. O homem, lá engoliu com dificuldade e passou para uma atitude de quem está a ver um artefacto bizarro atrás de uma vitrina no museu das curiosidades. Isso passou, sem mais histórias e passaram estes anos todos.
    Pelos vistos esses almoços continuam e em Janeiro deste ano fiquei a saber que volta e meia venho à baila na boca desse energúmeno e sempre como o neo-nazi (neste caso a propósito da adopção por homens-sexuais, tema sobre o qual ele não sabe nem deixa de saber sequer se tenho opinião). A ferrugem não dorme. É como diz o José, não aprendem nada, nem esquecem nada. Só discordei numa série de pontos que ele julgava universais: Neo-nazi. Portanto, eu nunca faria isso, porque sou o exacto oposto dessa canalhada de esquerda. :)

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  9. Pois. O caro JRF, a meu olhos, está a ser manipulado.

    Desde logo, ao colocar-se no papel de opositor ao Trump... Ora um opositor necessita daqueles a quem se opõe e há-de portanto buscá-los onde puder.

    Mas haverá maior absurdo do que portugueses a tomarem partido uns contra os outros acerca de questões estrangeiras, sobre as quais pouco ou nada podem?
    E, porém, está esse pequeno acto - o considerar-se apoiante ou opositor a esta ou aquela coisa ou personalidade alheias - na base de muitos dos nossos maiores problemas e desgraças.

    Na realidade, o JRF é somente um observador que decidiu tomar um partido. Mas continua a ser um observador porque nada pode a favor ou contra aquilo que observa, apesar de tudo. Qual o interesse, então, em tomar partidos?

    Perguntava como me definia eu. Define-me a realidade: mero observador; no caso, interessado naquilo que nos diz ou possa directamente dizer respeito - toda a política geral de relações com a UE; política comercial e tarifária, política de defesa e política externa no que respeita ao Atlântico, África Austral e Brasil, e, o que é novo, pela forma e conteúdo, a política mediática ou de relações públicas e propaganda.

    Isto é o que eu considero a apreciação lúcida da realidade e da relação de umas coisas com as outra. É o ponto de vista a partir do qual eu vejo as coisas.

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  10. E, como observador interessado, faço algumas observações às razões que aduziu enquanto opositor ao dito estrangeiro.

    Se, como diz o JRF, ele está no bolso do status quo empresarial, então está explicada a razão do declínio americano visto que a ex-concorrente amealhou quase o dobro do dinheiro para a campanha. Fraco negócio. Se lho tivessem, desde logo, dado a ele, tinham poupado mais e feito maior lucro. Fracos negociantes e empresários. Outro aspecto curioso é que o próprio é grande parte do status quo empresarial - estará, assim, quanto muito, no bolso de si próprio.

    Depois, a que considero mais curiosa: estar na cama com a Rússia. Começa logo pelo género de linguagem jornalixeira. O que significa, concretamente, "estar na cama com a Rússia", JRF?

    Por um lado, isto, por outro, diz que ele tem política externa errática. Para mim, pelo menos, estar na cama, mormente com alguém, é tudo menos errático...

    Portanto, não se percebe bem o que possa isso significar: é um agente russo? Bom, se é assim, nem seria coisa inédita, visto que é praticamente requisito da função o ser-se agente israelita ou saudita - o que não parece causar engulhos a ninguém - e nem seria o primeiro a sê-lo pelos russos - foram-no objectivamente Wilson e Roosevelt e, possivelmente, Kennedy e outros - quer disso tivessem consciência, quer não.

    Por outro lado, a bem ver, fracos negociantes hão-de ser russos e chineses que andaram a pagar às centenas de milhões à ex-concorrente dele quando os poderiam ter poupado para obter semelhante conclusão. Ou talvez não. O que é certo é que não foi ele quem criou as condições para que a Rússia se restabelecesse como potência, senão dominante, pelo menos co-dominante, no Médio Oriente...







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  11. Finalmente, por ora, e no que nos diz respeito, estou satisfeitíssimo com a conduta dele.

    Mais do que enfrentar a imprensa - o que não pode ser senão bom, pois já no tempo do Mestre a imprensa era má e, entretanto, só piorou - é trazer à luz da discussão certos temas que dela andavam arredados. Disto já nós lucrámos.

    De resto, a políticas anti-imigração, anti-ciência, anti-ambiental, como V. diz, é coisa que a eles diz respeito. Que façam como se estivessem em casa deles. Tomara era que não nas viessem, nem essas nem outras, impôr a nós. Portanto, não serei eu quem lhes há-de dizer quais hão-de adoptar. No mais, dêem bons ou maus resultados é, como dizia o Mestre, experiência que nos sai de graça.

    Quanto ao respeito pelas instituições, ou falta dele, parece ser recíproco. Mas é também assunto interno. O que já não me parece de grande agoiro é os que, deste lado, passam à laia de governantes, perorarem certas coisas sem parecer conseguirem, ou quererem, distinguir o homem da instituição. O que provavelmente só revela que o não fazem em relação a eles próprios, e isso é que é grave - mas nada que não saibamos já. Tomara que tal despertasse metade da indignação que o presidente americano parece despertar... Mais grave ainda, é isso abrir ainda mais caminho, naquilo que é já uma boa auto-estrada, para que, de lá, pouco ou nenhum respeito tenham, ou venham a ter, pelas de cá.

    É que, apesar de todo o charabiá politicamente correcto, os países não são todos iguais. Os grandes podem dar-se ao luxo de escolher por quem mostram respeito. Os pequenos é bom que mostrem respeito a todos, para não darem pretexto a que lho não mostrem a eles próprios.

    Acha razoável, ou prudente, por exemplo, que se fale em excluir o chefe de estado dos EUA - seja ele qual for - de visitar tal ou tal capital europeia? De lhe recusar honras e protocolos que tradicionalmente se estendem a qualquer chefe de estado, ainda para mais ao de tão poderosa nação, a cujo cargo - bem ou mal, é discutível, mas é a realidade - está praticamente toda a defesa europeia?

    Enfim, não me parece que esteja a ver nem com lucidez, nem com clareza, caro JRF.

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  12. Começando pelo fim, alega que estou a ser manipulado, eu alego o mesmo relativamente às suas satisfações — mas está a ser manipulado a) pela máquina do Trump; b) pelo seu próprio desejo e insatisfação. Continuamos com dois problemas.
    Relativamente a semântica, se é um observador satisfeito, eu sou um observador insatisfeito. Porque se é para dar essa importância, então é a importância que dou.
    Relativamente ao argumento do se é muito diferente dos outros, isso para mim é evidente, mas usa isso praticamente ad terrorem, porque se me vai encostar à parede ao ponto de eu dizer se tenho achado os outros bons, é evidente que não. Mas às vezes, aparece alguém francamente pior que o habitual. Já aconteceu cá (lembra-se de algum?).
    Na conferência que diz que foi muito satisfatória, temos coisas como "eles têm muitas armas nucleares, nós temos muitas armas nucleares, seria um holocausto nuclear como nunca visto", isto na sua opinião é de uma pessoa normal (já nem digo presidente dos EUA), que quer que lhe diga mais? E mesmo assim, parece que não chegam, porque quer uma nova corrida ao armamento e aumentar o orçamento militar em mais de 50 mil milhões, quer quer que lhe diga mais? (Também já li que o orçamento é DOA, nada de espantar).

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  13. Eu não estou a ser manipulado porque não tomei partido. Não sou pelo Trump nem contra ele.

    Estou satisfeito com ele dizer que a imprensa é toda feique porque é verdade. Se fosse outro a dizê-lo continuava satisfeito.

    Essas das armas nucleares é boa. Parece-me justa. O que não seria de pessoa normal era afirmar o contrário. Não vejo qual é o problema...

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  14. Quanto ao status quo empresarial, não tenho dúvidas. Mas para si é o mesmo ser a Apple ou a Exxon; a Tesla ou a Union Carbide (se existisse, mas pode chamar Dow); os irmãos Koch ou o Bill Gates; A Whole Foods ou a Monsanto. Apesar disso como sabe a maior parte das grandes empresas financiam os dois. O seu quase o dobro:
    Democratic Party $1,289,463,408
    Republican Party $968,853,543
    O que é natural, correndo o risco de Trump ganhar, quem tinha esse receio abriu os cordões à bolsa.

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  15. Mas como é que V. sabe que ele é muito pior que o habitual se ainda agora começou? Isso é a mesma coisa quando ofereceram o nobel da "paz" ao preto - era tão melhor que o habitual que merecia desde logo o prémio. Viu-se...

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  16. "Depois, a que considero mais curiosa: estar na cama com a Rússia. Começa logo pelo género de linguagem jornalixeira. O que significa, concretamente, "estar na cama com a Rússia", JRF?"
    Nunca li nos jornais nesses termos, mas dou de barato. O resto? Não sei. Tem perguntar ao indivíduo com quem está satisfeito. É como a importância dos números na inauguração. O que eu sei:
    A Rússia interferiu informaticamente nas eleições americanas (a guerra por outros meios). Não sei se influenciou o resultado. Sei que o Trump não está minimamente interessado em investigar. Sei que Michael Flynn se demitiu (menos de um mês). Sei que essa demissão não é suficiente para acabar com as suspeitas, parece isso sim a ponta do iceberg. Sei que o ex-Exxon Rex Tillerson também tem ligações profundas à Rússia (e um negócio em banho maria devido às sanções económicas). Quanto ao Trump, diz hoje uma coisa e amanhã de manhã tweeta outra. Para saber mais quanto à cama, tem de lhe perguntar directamente.

    No caso, não há nada mais errático que estar na cama com alguém, principalmente quando se é um saltitão. E parece que isso é outra das características deste indivíduo, não gosta só da cama dele — grab her by the pussy, acho que é assim que ele diz. Um bom rapaz.

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  17. Essa é fácil neste caso: Olho para ele. Observei a campanha. Meu Deus!
    Mas se quer argumentos ad terrorem, do lado republicano considerava todos absolutamente tenebrosos. Ted Cruz ainda pior. O médico preto das pirâmides que são celeiros de extra-terrestres e a Terra com 16.000 anos que dizer? A Fiorino, outra aldrabona. O Bush, coitado, só se fosse ele.
    Essa de não tomar partido é boa. Eu também não tomo partido. Só observo.

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  18. Mais um argumento ad terrorem praticamente: Mas alguma vez na vida eu vou discordar de si relativamente ao Nobel? Porque deram ao Obama, o Trump é bom ou igual? Adiante Muja.

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  19. Que quer que lhe diga? Já parece o Trump a falar. O tipo fala como uma pessoa normal? Não há palavras. É tudo justo. Olhe uma coisa, eu entendo o que está a dizer se achar que quanto pior melhor. De resto, que sentido faz?
    Ainda não respondi a tudo, já me massacra com mais.

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  20. Não é bom porque o deram ao Obama. Mas qual é a diferença entre dar o prémio a um ou dizer que o outro é o pior antes de fazerem o que quer que seja?

    É a mesma coisa.

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  21. Relativamente às políticas que diz internas (não são), acho também extraordinário dizer isso num Mundo completamente globalizado. Para si o que faz a América de Trump não interfere com o Mundo — mas eu julgo que a sua animosidade e asco aos gringos parte exactamente do princípio contrário. Como é que consegue conciliar mais esta contradição?
    E mesmo as que considero internas, diga lá como está satisfeito com aquela coisa absolutamente bizarra de proibir a entrada de pessoas daqueles sete países. Como é que justifica uma coisa dessas?
    É muito pobre em nome do anti-politicamente correcto e de peitar a imprensa, observar muito satisfeito o que este indivíduo anda a fazer e o potencial que tem.
    Mas dou-lhe outra de barato: Internamente vai ser pior, algo me diz que os "descontentes" vão somar algumas razões para descontentamento. Por um lado, o melhor que podia acontecer era aquilo implodir, mas por outro, deixa cá ver. China, Rússia… nã… está bem assim.

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  22. Ouça, informe-se. Que é isso antes de fazer o que quer que seja? Jesus. Ainda acima falei da intenção de aumentar o orçamento militar em 54 mil milhões. Tudo isso é nada. Como fica a NATO exactamente, ninguém sabe. Parece que tem uma política errática, mas V. diz que não. Quem está na cama tem uma política objectiva. Está certo.
    Até em coisas tão simples como a net neutrallity se vê de onde estes tipos vêm e para onde vão. A si nada o afecta? Óptimo, vive numa bolha porreira. Queria uma igual.

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  23. Desculpe lá, é recíproco um juiz americano aplicar os princípios constitucionais e um presidente querer acabar com eles? E depois tratar o juiz como so called judge? Num caso particular tratava o juiz como mexicano (era de New Jersey se não me engano) já a campanha decorria. Tem razão Muja, a constituição tem tratado o energúmeno muito mal. Not fair.

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  24. Missão no Iémen, da Fox News:
    “This was something that was, you know, just — they wanted to do,” Trump said. “ And they came to see me and they explained what they wanted to do, the generals, who are very respected.”
    “And they lost Ryan,” Trump continued.
    Portanto vou acrescentar: cobarde, porque mesquinho já se sabia. Que bardamerda de commander in chief é este? Desculpe lá, isto nunca se viu. Nem o George W. Bush, nem ninguém. Se viu, tem de me dizer onde.

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  25. Muja se me disser que a imprensa é toda feique eu respeito. Até já sei isso, mas continuo a encontrar que ler e não sou tão purista radical.
    Mas um aldrabão, um mentiroso compulsivo, um tipo que alimentou as mais inacreditáveis alimárias por essa internet fora, que o continua a fazer já depois de presidente (sim, porque diziam que uma coisa era a campanha…), que nega factos de uma forma que é doentia na melhor das hipótese, o Muja "está satisfeito com ele dizer que a imprensa é toda feique porque é verdade."? Que valor é que isso tem? Para si a credibilidade não é uma coisa que se conquiste ou mereça, é um dado adquirido se coincidir com a sua opinião. A forma é indiferente. Tanto dá ser um hobo como o presidente dos EUA, é tudo igual desde que diga que é feique. Não me diga que tenho de ser eu o polícia do sentimento agora… :)

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  26. Bom, comecemos pela Rússia. É tudo feique meu caro.

    Tem aqui o belo relatório da perigosa interferência da Rússia nas eleições:

    https://www.dni.gov/files/documents/ICA_2017_01.pdf

    Resumindo: a RT critica os EUA, o Putin tem trolls na internet e houve acessos da "inteligência" russas a "boards" eleitorais, seja lá isso o que for. Mas escreve com ênfase: nada que ver com contagem de votos. Bem, se não foi para intervir com a contagem de votos foi para quê?

    Bom, isto está ao nível de um Sócrates, no fundo. Um canal de televisão e trolls na net. Perigosíssimo. Nunca visto. Enfim, as legiões de lobistas da AIPAC devem estar embasbacadas com esta capacidade de interferência...

    Portanto caro JRF, é tudo uma grande tanga. Se tivesse havido manipulação clandestina de alguma coisa que se soubesse, vinha chapada no relatório.

    Agora, que um canal de tv russo puxe a brasa à sardinha russa, enfim... Podemos então dizer que os EUA interferem com todas as eleições do mundo... - sem contar com as operações clandestinas claro. E então?

    A não ser que a grande conclusão seja que a Rússia espia os americanos conforme e sempre que pode. Bom, tolos seriam se o não fizessem.

    É que não percebo onde quer chegar: está à espera que eu me escandalize ou pense que o Trump é um coisa assim tão aberrante porque "está na cama com a Rússia"?

    Nem o JRF consegue dizer em que é que isso se traduz na prática! Como é que isso pode servir de critério seja para que fôr?

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  27. Quanto às políticas internas, é evidente que a América afecta o mundo. Mas isso é coisa nova? Estar contra ou a favor vale o quê?

    Eu nem sequer vivo lá; para mal dos meus pecados tenho de lá ir de vez em quando, mas não conheço a realidade quotidiana nem quero conhecer. Portanto, que posso eu julgar dessas políticas ou do resultado delas, quando nem há um mês começaram?

    Mais do que as políticas porém, digo-lhe o que me preocupa e ao que me oponho: a trampa que é excretada de Hollywood e tudo o resto, da música à comédia ao diabo a sete. Tudo abominável. Isso nem o Trump consegue mudar, quando mais eu.

    Mas isso é, e foi, infinitamente mais destrutivo e subversivo do que quer que o Trump faça ou possa fazer. Afecta as nossas sociedades de maneiras que nem sequer compreendemos.

    Por isso, ó meu caro amigo, se eles querem fazer pipelines lá na terra deles, é para o lado que durmo melhor.

    Olhe, ainda há dias o vi dizer, em 2011, que ia negociar melhores preços para a energia e que os países produtores estavam a roubar os EUA.

    Cá é que nicles! Não há quem afirme o óbvio. Não... Pagamos a gasolina cara para ajudar o ambiente... Ora adeus! Para ajudar há-de ser, agora não deve ser o ambiente, não...

    É culpa do Trump o preço a que pagamos a energia? É parvo, ele?

    O JRF já deve ter ido no Inverno à Alemanha, não? Passou lá frio? É que eu, frio, passo em Portugal! É uma tristeza atroz...

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  28. Agora a suspensão das entradas... Se fosse eu, proibia outros países que não aqueles. Mas não sou.

    E tanto quanto percebi, não sei se os feique nuses relataram isso, mas a lista vem da presidência anterior. Ou seja, ele mandou suspender as entradas dos países que eram considerados instáveis ou de probabilidade elevada de exportar "diversidade" da menos boa. Pegaram na lista que havia e foi com essa.

    Portanto, se acha a lista má, tem de pedir satisfações ao preto ou à outra.

    Se o problema é suspender as entradas, é como lhe já disse: estão na terra deles, não sou eu quem vai dizer quem é que eles hão-de deixar entrar.
    Eu não gostava que nos viessem dizer a nós.

    Tomara que me não deixassem era a mim, para não ter de lá voltar...

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  29. Finalmente, quanto ao orçamento militar, o JRF é que devia informar-se.

    Aquilo está tudo de pantanas. O material é velho e está ultrapassado. Os ramos das forças armadas foram todos na conversa do avião-maravilha 3-em-1 que só dá problemas e cujos custos têm constantemente derrapado.

    Os blindados dos fuzileiros americanos estão obsoletos. Planeiam uma actualização para 2020...

    Entretanto os chineses têm três aviões novos e estão a formar unidades de fuzileiros umas atrás das outras, entre outras coisas.

    Os russos têm uma linha inteira de blindados novos, um avião novo, e outros na calha.

    As armas nucleares também têm uma duração limitada, como deve saber. Os EUA já não têm plenas capacidades de produção de todos os componentes e materiais que precisam para as actualizar e modernizar. Os motores dos foguetões que vão ao espaço, como também deve saber, são de fabrico russo - o que provavelmente significa que a capacidade de produção de motores de foguetão é limitada.

    Toda a máquina militar está orientada para a trampa que eles andaram a fazer no Médio Oriente, para campanhas de bombardeamento que pressupõem supremacia aérea e combate a miseráveis de chinelo no dedo.

    Contra pares os EUA têm uma vantagem marginal, se é que ainda a têm...

    A China tem neste momento superioridade regional no Pacífico.

    A Rússia tem capacidades de defesa anti-aéreas, artilharia e guerra electrónica sem rival.

    As coisas mudaram muito nos últimos quinze anos...

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  30. Isto para não falar na paneleiragem, no gendér e nas mulheres na frente de combate... Acha que os russos e os chineses andaram a perder tempo com isso?

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  31. Quanto à OTAN, é uma anedota. Serve para fazer revoluçoes coloridas.

    Só os ingleses, os gregos e os polacos gastam os 2% do orçamento na defesa. Os americanos é que pagam tudo.

    O país que tem mais tanques é a Inglaterra e não há-de ter mais que trezentos. E nem todos operacionais de certeza.

    Os russos hão-de ter pelo menos dois milhares fora os obsoletos que, conforme a doutrina militar deles, são guardados para o caso de serem precisos. Os chineses, sabe-se lá quantos terão.

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  32. V. diz que ele é um aldrabão. Até pode ser, o tempo o dirá.

    Agora, o que ele diz não são burrices. Os feique nuses preocupam-se com o casamento guei e essas coisas, mas os problemas existem e ele aponta-os.

    V. não gosta da maneira de falar dele. Está no seu direito.

    Mas confundir a maneira de falar com o que é dito não é ver com clareza...

    Ele não é um peralvilho cheio de tafularias e de paleio democrata como o precedente, mas isso não quer dizer que seja estúpido ou burro.

    Mas cá estaremos para ver no que dá.

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  33. Muja os seus argumentos estão na linha dos de um personagem com quem fui à Alemanha o ano passado e que ia tendo uma apoplexia logo às 8 da manhã, só porque eu critiquei o Sócrates e pandilha. Já contei aqui, estava a ver que o homem caía para o lado. E é o seguinte: O país precisa de banqueiros como o Salgado, porque sempre foi assim e sempre será; o país precisa de gente como o Sócrates porque eu falo em corrupção e não imagino o que vai na China! Na China é que há corrupção a valer. Ou seja, há sempre quem seja igual e há sempre quem faça pior.
    Relativamente aos americanos, esse tipo de argumentação é muito fácil, a cada dia que passa torna-se mais difícil defender aquele estado de coisas e políticas das últimas décadas (tipo 50, no mínimo). Portanto, não vale a pena eu procurar um terreno moral e eticamente sólido porque haverá sempre de me puxar para o pântano (que o Trump prometeu secar, btw). Portanto que adianta o que eu diga. Confie em mim nisto: Como este, ainda não se viu. Vai-se descer até ao centro da Terra da pulhice política. Externamente, diz que é sólido o homem, vamos ver, eu digo que não faz ideia do que anda a fazer. A minha única esperança é que não dure um ano e/ou os checks and balances realmente funcionem. Todas estas certezas por um lado e grandes incertezas por outro, parecem-me demasiado em nome do anti-politicamente correcto.

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  34. Realmente cada um vê o que quer de acordo com convicções e opiniões formadas muito antes. Onde é que diz nesse relatório que a Rússia não interferiu? Que piada. Só há uma dúvida que é saber se os resultados seriam muito diferentes. Além desse relatório há vários outros de empresas de cibersegurança que garante que houve uma série de interferências.
    No relatório: "We assess Russian President Vladimir Putin ordered an influence campaign".
    A CIA: "On December 9, the CIA told U.S. legislators the U.S. Intelligence Community concluded Russia conducted operations during the 2016 U.S. election to assist Donald Trump in winning the presidency."
    The Office of the Director of National Intelligence (DNI), representing 17 intelligence agencies, and the Department of Homeland Security (DHS) jointly stated that Russia hacked the Democratic National Committee (DNC) and leaked its documents to WikiLeaks. (O presidente adorava as Wikileaks disse que eram um treasure trove, agora não está a achar piada à incontinência.)
    Pode ser tudo fake news (aparentemente só os tweets do presidente não o são), mas é gente a mais a dizer a mesma coisa.

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  35. Orçamento militar, nem sei do que está a falar: os EUA gastam 2,77 vezes mais que a China, o total 1,6 triliões por ano (37% do total mundial) e "Aquilo está tudo de pantanas. O material é velho e está ultrapassado."? É caso para eu dizer que deviam entregar o assunto aos chineses, faziam, treinavam, reparavam, tudo mais barato.
    Mas sem problema, o Trump acha que têm poucas armas nucleares e quer aumentar o orçamento mais 54 mil milhões.

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  36. Frio só passo em Portugal, é uma tradição praticamente familiar. Espero acabar com isso numa casa nova.

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  37. Por fim, quando à forma e o conteúdo + não ser burro, eu vou começar a concentrar-me apenas nisso. Vai ser um fartote. Aliás vou começar já, depois continuamos noutro lado, a menos que o José nos expulse. Tweets do senhor Presidente:
    The FBI is totally unable to stop the national security "leakers" that have permeated our government for a long time. They can't even......
    find the leakers within the FBI itself. Classified information is being given to media that could have a devastating effect on U.S. FIND NOW
    Hehehe… Que anedota. Uma agência em última análise tutelada por ele — recadinhos via twitter. Conversas em família disse? Só se for como no incesto, em que realmente se deve manter tudo em família. :)
    Ele que adorava leaks eram um "treasure trove", agora não gosta. Não me parece muito estável este indivíduo.

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  38. Meu caro, para finalizarmos porque não creio que a discussão vá ser mais produtiva que isto:

    A interferência russa é feique nuses. Eu percebo um pouco de informática, ou pelo menos assim acha quem me paga.

    Só há paleio. Não se viu um dado indicativo de intrusão clandestina ou maliciosa.

    A prova disso é que V. teve de ir buscar notícia. No relatório não diz nada. Fala em "acessos", mas especifica que nada tiveram que ver com contagem de votos. Isto pode ser qualquer coisa. A acção dos robots de indexação do motor de busca russo, satisfazem perfeitamente nesta descrição. Portanto pode ser tudo e um par de botas.

    É a "inteligência" russa porque a CIA diz que é. Ah bom, então é coisa certa, de confiança... Se a CIA diz, deve ser verdade...

    O presidente russo ordenou uma campanha? Dizem eles. Como o souberam? E mesmo que fosse verdade, deviam sentir-se lisonjeados. Duvido muito que as campanhas de interferência americanas tenham de subir ao presidente.

    Por outro lado a Wikileaks desmentiu que a fonte tenha alguma coisa que ver com a Rússia.

    O mais engraçado é que já tinham tentado. Houve um pseudo-escândalo logo no início da campanha em que se alegou que havia colusão entre a campanha Trump e "os russos". Vieram com registos de acesso e tudo, só provas...
    Bem, em poucos dias veio a ver-se, e era um domínio dos hotéis Trump que estava entregue a uma empresa de publicidade por email que tinha um servidor na Rússia...

    Desta vez foram mais prudentes e não publicaram "provas" nenhumas, não fossem elas provar que afinal não provam coisa nenhuma...

    O meio dos informáticos americanos (ou outra nacionalidade qualquer) é do mais liberal-libertário que possa imaginar. 90% são à esquerda do bloco de esquerda. Além disso, é mais disposto ao "activismo" por ser materialmente fácil - só precisa de computador.
    A opinião foi unânime em todos os fora: é treta. Manobra política dos democratas para desviarem a atenção do conteúdo dos emails da wikileaks e da escandaleira dos emails da Clinton.

    Digo-lhe isto só para que saiba, V. que é todo pela ciência, que essas alegações não têm a menor fundamentação de ordem material. Pelo menos que tenha sido disponibilizada ao público. Se existe, porque o não foi?

    Na realidade a manobra era óbvia desde o início. Tal como continua a ser. A Clinton perdeu as eleições mas passou entre os pingos da chuva. Por menos enfiaram militares na cadeia.

    Espanta-me que se possa cair em truques tão básicos. Mas, enfim, se não fosse assim eles não os tentavam...

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  39. Quanto ao resto, meu caro, é como disse, cá estaremos para ver. Mantenho que não está a ver com clareza ou lucidez, se acha que eu vou ter apoplexias porque critica o Trump.

    É que V. não está a criticá-lo, está a papaguear o que os feique nuses mandam dizer. Lamento, mas é óbvio. Está na mesma linha do que dizem do presidente da Síria, por exemplo.

    É sempre a mesma coisa e V. sabe porque o compreende em relação a outros.

    E, infelizmente, não sei como possa resgatá-lo.

    Fiquei curioso porque não esperava isso. Cepticismo e cinismo, claro, é a posição prudente em relação a tudo o que de lá venha.

    Mas fazer coro com os feique nuses todos que o tratam a si de neo-nazi? Não acha estranho concordarem consigo? Eu cá achava.

    Mas pronto, é a minha opinião. Se fosse outro qualquer que não o JRF nem sequer tinha encetado a discussão.

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  40. Já o provoquei no post mais recente caro Muja.
    "Não acha estranho concordarem consigo?" Eu gosto de discutir consigo porque está sempre à procura da pontinha do prego para virar. Hehe. Não concordam em tudo, garanto-lhe. E sobre a Síria, não concordam em nada.
    A notícia complementava. No relatório diz claramente que interferiram, mas as provas continuam classificadas. Pode colocar em dúvida o relatório, mas repare que a única coisa que não é fake para si é o próprio Trump. Esse é fancaria original. FBI, CIA, tudo que é jornais e informações, a lista é enorme.
    E repare que eu nunca disse que interferiram na contagem ou número de votos, etc. O que eu disse é que não sei se o resultado seria muito diferente em termos práticos, mas intangíveis e no fundo subjectivos. Não me faça mais burro do que o que eu sou.
    Mas os e-mails da wikileaks foram lá parar "alegadamente" pela mão dos russos, certo?
    Muja, eu desconfiava da minha própria facilidade em ver tudo o que V. diz que vê. Mas isso sou eu, pelos vistos além de sentimental, sou inseguro :). Mas sabe porquê, porque olho para o personagem, olho para os que os rodeiam, alguns dos quais já os conhecia de outras andanças e garanto-lhe que está ali um livro aberto para mim. E como já disse acima, começa a ser gente a mais a dizer a mesma coisa — lembre-se que o Mestre estava certo, mas em 2017 o orgulhosamente só pode ter outros significados.

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  41. PS: A apoplexia era o outro. Eu sei que não tem apoplexias. Sempre cool. :)

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  42. O Joserui tem um feitio levado da breca:) O modo como ele trata o Trump até dói..., just kidding;)

    Estou d'acordo com os argumentos e contra-argumentos desenvolvidos por Muja, nem podia ser doutro modo já que da política interna e externa tenho a mesmíssima visão. Quantos aos governantes norte-americanos, concordo novamente com o que Muja diz sobre eles. E mesmo como povo, que os conheço um bocadinho, também não há muito a dizer acerca dos seus defeitos e qualidades(?).

    Amanhã, lá mais para a noite, irei tentar descrever a personalidade de Joserui. E olhe que pelo que tenho lido não me parece que irei errar:) Também temos cá desses feitios miudínhos na família...



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  43. JRF,

    conclusão: V. alega que a Rússia interveio nas eleições, mas não sabe nem quem, nem como, nem que diferença fez a alegada intervenção.

    Não, não é certo que os emails tenham ido parar à wikileaks por mão dos russos. Não sei em que se baseia para dizer isso. A wikilieaks disse que a fonte nada tinha que ver com a Rússia. Portanto, por que mão foi, não sei, mas V. também não.

    A minha opinião pessoal é que não foram eles, mas isso mais pela maneira como foram divulgadas.

    Além disso, os do projecto Veritas tiveram gente por mais de um ano infiltrada nos democratas, tanto na DNC como na campanha Clinton. Gravaram, com câmara escondida, alguns testemunhos interessantes que aconselho a ver.

    Portanto, pode ter sido qualquer pessoa incluindo republicanos infiltrados.

    A história da Rússia não tem substância nenhuma. É uma manobra política óbvia.

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  44. Mas o JRF não pode negar uma coisa:

    Mesmo que ele seja tudo quanto o JRF diz que ele é, não se pode há duvidar que ele causa engulhos a muita gente; chame-lhe elite, chame-lhe ordem mundial, chame-lhe o que quiser - enfim, colocada em altas situações. E essa gente não tem problema nenhum em conviver com aldrabões, creio que nisso também estamos de acordo, não?

    Portanto, tem de haver ali um princípio de verdade.

    Ele pode ser um aldrabão, e tudo o mais. Mas é, pelo menos, um aldrabão insubmisso.

    Nisso, pelo menos, ele é verdadeiro. Doutra forma se não explica o encarniçamento com que o atacam.

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  45. Insubmisso? Talvez, a ver vamos. Transparente, no fundo isso agrada-me. Ei, o Washington Post diz que ontem foi o primeiro dia em que ele não aldrabou. O truque foi estar calado :).
    Maria poupe-me… emocional, sentiamental, inseguro… que mais há para saber? :)

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  46. Vamos a ver, não: já vimos.

    Resta saber se vai conseguir aguentar ou não.

    Mas se V. tem dúvidas então há-de explicar o que é que têm contra ele, e não tinham contra os aldrabões - ou meros funcionários, se preferir - que o precederam.

    Para mim, e não vejo alternativa, é mesmo isso: é que ele não é um mero funcionário.

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  47. Já vimos? O Muja já viu, mas o que não viu é tanto que eu começo a duvidar do seu oftalmologista. Já eu, sou e cito "um atleta da visão". É verdade! :)
    Outra vez esse argumento? Estou aqui desesperado, assim é fácil. Viu-me defender os aldrabões precedentes? Preferia mil vezes o Obama e pelos menos 100, qualquer dos Bush. Ou Clinton. Onde me queixo do Obama foi na política bélica, mas tem de conceder que herdou situações miseráveis — e sim, ou não fez nada ou ainda as piorou.
    E também ressinto outra coisa Muja: Eu estou habituado a este tipo de discussão, porque o aquecimento global foram as "fake news" contemporâneas originais — e discuti isso profusamente e digo-lhe que não há facto científico que prove nada. É fácil lançar a dúvida e depois cavalgar lentamente, pode durar décadas. É óbvio que eu não tenho como lhe provar que os russos não hackearam os democratas e mais; não estive lá e mesmo que estivesse o Muja não e acreditaria em nada. As ligações aos russos vão aparecendo. O Flint numa administração de um insubmisso, demitiu-se porquê? O tipo da Exxon Rex Tillerson está à espera que se levantem as sanções para ir a correr perfurar o árctico. Tudo isto é inegável, mas de alguma forma nega e eu não posso provar nada. E mesmo depois de levantadas as sanções e perfurado o árctico pode dizer o que lhe apetecer — designadamente que não há relação, que o Obama é o culpado, que sou anti-liberal, anti-capitalista e por fim, neo-nazi :D. (Esta do neo-nazi, soube seguramente mais de 15 anos depois, um tipo tem de dar crédito à esquerda, sabem acarinhar um rancor.)

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  48. O que tenho contra ele, vou fazer uma lista. É extensa. Mas tem uma no post "Dinis passou. E o jornalismo?". Não foi o Muja que falou da importância da água. Aí está. Pode começar a coleccionar.

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  49. V. continua a misturar tudo.

    O que eu lhe perguntei é simples: porque é que o estado profundo, o establishment, a elite, enfim, o que quiser chamar-lhe - está contra ele e não esteve contra os outros?

    V. está sempre a compará-lo ao Sócrates. Mas, mesmo tendo em conta as devidas proporções, pode comparar-se a recepção que teve a campanha de um e outro? Porquê?

    Como se explica a reacção - não digo de pessoas como o JRF ou do partido que perdeu as eleições - mas mesmo de gente do partido do qual ele foi candidato, que já não a roça, mas é plena histeria? Seguramente, se ele é um aldrabão - o maior dos aldrabões - essa gente devia estar contente? Devia almejar o lucro que com ele poderia obter?

    E os outros chefes de Estado e políticos estrangeiros? Como explicar? Como explicar a reacção de um Hollande, de uma Hidalgo ou do mayor de Londres?

    Seguramente, aldrabões entendem-se melhor com aldrabões, não?

    Porém, a reacção de toda essa gente é a que eu esperaria ver face a alguém com quem não vêem meio de se entenderem.

    Qual é a ameaça que ele representa que os precedentes não representaram?

    Eu não quero que o JRF defenda os precedentes. Quero que me explique porque é que eles não concitaram semelhante reacção. Longe disso. Não falo do preto. Mas o Bush, por exemplo. Gozaram com ele, etc.

    Mas comparado com isto, não foi nada.

    Portanto, meu caro, não defenda o Bush; diga-me só: a diferença entre a reacção é proporcional ao carácter? Este Trump é tão mau em comparação ao Bush que justifique a diferença entre reacções?


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  50. Quanto aos russos, enfim, está bem: há "ligações". Traduz-se em quê, isso?

    Dou-lhe dois ou três exemplos do que queria entender:

    As ligações do estado de Israel aos EUA traduzem-se em pleno, constante e inquestionável apoio, quer seja político, quer diplomático, quer financeiro, quer militar ao dito estado. Creio não ser preciso elaborar...

    As ligações de certas pessoas bem posicionadas no governo americano à Rússia antes, durante e depois da 2ª GG traduziram-se num apoio de 1.4 mil milhões de dólares na forma do acordo de lend-lease. E, para além de material de guerra, mais uma data de transferências de toda a espécie de informações geo-estratégicas sobre a América, incluindo tabelas de distancias entre cidades, rede viária e ferroviária, localização de aeroportos e bases militares e, provavelmente, segredos atómicos. Inclui ainda alfaias agrícolas e unidades industriais inteiras: desde fábricas a refinarias de petróleo. Até as placas de impressão de dólares da Casa da Moeda americana foram enviadas para a União Soviética com as quais imprimiram milhões de dólares assegurados pela Reserva Federal - moeda legal americana, pura e simplesmente - com os quais os soldados soviéticos adquiriram toda a espécie de produtos.

    Isto são ligações concretas, com resultados tangíveis.

    Portanto, que espécie de ligações são essas com a Rússia que fazem o Trump tão mau?

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  51. Muja, eu começo a considerar que é possível que o Trump é alguém que idealizou. Porque não se pode desdenhar a América da forma que desdenha e ao mesmo tempo sequer considerar um indivíduo cujo slogan é "make america great again"; portanto, vê um tipo meio (é a minha natureza generosa a falar) bronco que aparentemente enfrenta a imprensa e é politicamente incorrecto (a bronquidão incontinente pode ter aqui uma relação a não descurar) e julga que é ou terá potencial para ser um bom presidente.
    A reacção dos chefes de estado europeus é muito fácil de explicar, parece-me até uma pergunta de retórica: Um presidente que julga que a América Central é o Kansas, desdenha da Europa e dos parceiros da NATO, apoia o brexit, diz que vai taxar as importações europeias e isolar a América… preciso de continuar?… deveria ser acarinhado na Europa? (Independentemente de ser por invertebrados, são os líderes eleitos, tal como o Trump.) Não é líquido que aldrabões se entendam melhor com aldrabões, pelo contrário. Já dizia Nietzsche que homens com princípios iguais querem atingir com eles algo de fundamentalmente diferente.
    Reacções como a do McCain talvez se expliquem por o bronco ter dito que gostava de heróis que não se deixassem capturar. Como ele, grande palhaço, que evitou a captura não indo para o Vietname.

    Ameaça: Que quer que lhe diga? Nem uma corrida ao armamento ou às armas nucleares são para si ameaça. Décadas a reduzir as ogivas nucleares, o Trump quer aumentá-las. Nada é uma ameaça. Para quê eu comentar mais? Não vou falar do ambiente, senão além de neo-nazi ainda me chamam eco-taliban ou eco-terrorista (ah, já chamaram!). :)

    Não houve tamanha reacção porque nunca houve nada como o Trump, mas onde vê qualidades (inacreditável), eu vejo defeitos. É eu ver com os meus olhos ele a imitar um jornalista com uma deficiência qualquer. É eu ver com os meus olhos e ouvir com os meus ouvidos ele a dizer que não, que nunca fez isso. É o Trump achar que pode chamar toda a gente estúpida e safar-se com isso. É no fundo o Muja ser imune a que lhe chamem estúpido. Que é o que o Trump faz. Eu não sou imune e há muita gente do partido dele que apesar de poderem ser aldrabões ou o que achar que são, também não são imunes. A que lhes chame estúpido constantemente.

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  52. Desculpe "Isto são ligações concretas, com resultados tangíveis." na sua opinião. Eu também posso jogar o jogo da dúvida. Vamos estar aqui meses, quem sabe anos ou décadas. Porque até agora tudo o que fui dizendo foi recebido com dúvidas, ou melhor certezas. Mas as suas certezas, muitas delas, acredito se me disser que é o Vladimir. Se o seu verdadeiro nome for Vladimir e o português não for o seu primeiro idioma, ok.

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  53. O Bush filho, que eu chamava sempre Georgie boy, estava rodeado de gente sinistra e eu detestava-o (e o tempo deu-me razão em virtualmente tudo, da guerra do Iraque ao ambiente). Muito parecido com o Trump nesse aspecto, mas isso é outro problema. O Trump não chegou viu e venceu. O Trump chegou, capturou o eleitorado do partido republicano e venceu. Esse eleitorado, chamem-lhes os deploráveis ou o que quiserem, para mim é um dos grandes problemas da América de hoje. Que no rust belt admirem o Trump e a conversa vazia dele, não me admira.
    Que alguém na Europa, culto e inteligente, veja o que quer que seja de admirável no Trump é mind blowing como dizem na América.

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  54. Eh pá, mais feique nuses: Pence used personal email for state business — and was hacked.
    "account was actually compromised last summer by a scammer who sent an email to his contacts claiming Pence and his wife were stranded in the Philippines and in urgent need of money."
    Ouch.

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