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quinta-feira, março 09, 2017

Salazar, Marcello Caetano e os mofentos do regime

A notícia acerca do cancelamento de uma conferência de Jaime Nogueira Pinto, por pressão da Associação de Estudantes da Universidade Nova ( FCSH)  foi até agora divulgada em modo de komentadoria, essencialmente.

O Público não achou o assunto digno de notícia de primeira página ( tem mais interesse saber coisas sobre o que diz Arménio Carlos, por exemplo) mas consagra hoje um editorial que é um must a que nem falta a referência às opiniões que são "bafientas e ressumam um passado odioso", referindo-se a alguém que o editorialista ( Manuel Carvalho) não nomeia, num expediente muito arejado e de passado muito simpático.
 

 Por outro lado, o cronista de "direita" do Público, João Miguel Tavares considera a Constituição de 1933 como "fascista" e portanto arreigada à extrema-direita. Por consequência tivemos 48 anos,  aproximadamente, de extrema-direita no poder. O fascismo, em suma. Tal como o PCP anda a proclamar desde que surgiu, nos anos trinta, das brumas do estalinismo mais sanguinário e internacionalista do Komintern.
E chama palermas a quem tal proclama... o que lhe assenta neste caso muitíssimo bem.


Comecemos então por este préclaro komentador de "direita":

A Constituição de 1933 não era fascista porque... não era fascista. Basta isso e se quiser saber porquê então vá estudar mais.

O artigo atinente à  liberdade de expressão que aparece na Constituição de 1933 na versão em vigor no ano de 1961,em pleno salazarismo,  é este, no Título I, artº 8º que elencava os direitos, liberdades e garantias individuais dos cidadãos portugueses e no parágrafo 2º explicava que "leis especiais regularão o exercício da liberdade de expressão do pensamento, de ensino, de reunião e associação (...)".


As leis especiais eram as leis avulsas, incluindo a de imprensa. A primeira, específica para os media,  surgiu em 1971 ( Lei 5/71, Lei de Bases), após intensa discussão acerca da Censura.

O relato dessa discussão pode ser lido aqui e interessa particularmente o que o Francisquinho de então dizia acerca da Censura e que não foi censurado por isso...

Vida Mundial de  6.8.1971 e 29.10.1971. A discussão era "aberta", arejada e pouco bafienta.



Sobre a liberdade de associação e reunião, em 1973 organizou-se um congresso da oposição "democrática".

Tal foi noticiado assim na revista Observador, de 20.4.1973. O assunto já foi comentado aqui e aqui e quem quiser ler, basta folhear os recortes e perceber que Mário Soares só não esteve presente porque não quis. Mas estiveram outros democratas, alguns de pacotilha, incluindo revolucionários de vão de escada.



O que é manifesto nestes opinadores mofentos é a menção ao Estado Novo como o Estado que vigorava antes de 25 de Abril de 1974. Ora Salazar tinha perdido o poder de facto em Setembro de 1968 e o Estado Novo mudou para Estado Social,  numa "evolução na continuidade.

Os cinco anos que separam esse tempo do advento do 25 de Abril de 1974 são sistematicamente escamoteados pelos mofentos do regime que falsificam a História para  amalgamar todo um "passado odioso"de que se alimentam, sustentado em mitos e lendas criados por aqueles que pretendiam impor um passado alternativo e modelarmente copiado das "democracias" do Leste europeu de então.

Este mito e este equívoco são sistematicamente alimentados pelos media que temos e pelos papagaios habituais que aprenderam nas escolas de jornalismo esta versão falsificada da História.

Conta a Sábado de hoje:

"Em Novembro de 1965, Salazar foi assistir aos ensaios do Auto da Alma, no Teatro São Carlos e convidou Almada para procurador à Câmara Corporativa. Ele aceitou, embora não tenha ido a qualquer reunião".

Almada Negreiros, outro bafiento, mau exemplo do "passado odioso"...

24 comentários:

  1. Marcello é farinha doutro saco. Um Marcelo a iniciar ofício na década de 50 , e não 18 anos depois, teria evitado uma revolução que, na prática, deu cabo de boas empresas e bons empresários. Teríamos poupando muitas décadas a refazer em democracia o que foi perdido na revolução. Pela simples razão de que, um Marcelo a exercer funções mais cedo, não suscitaria revolução alguma.
    .
    Rb

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  2. Ó machambas, agora que já tomaste os comprimidos, não queres dialogar aí com o demolidor das igrejas?

    Acho que ele, pelo menos por ora, pouparia as sinagogas, pelo que, por aí, já podiam ser amigos.

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  3. A sério, troca aí um bocado...

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  4. Ó Ricciardi:

    perguntei aí abaixo se aquilo do "cromo" era para mim e ainda não respondeu.

    E queria mesmo saber.

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  5. Quem falou em cromo foi o Carlos e acho que era para si.

    Mas, como eles são analfabetos e sabem tanto escrever como ler, até pode ter sido para outra pessoa qualquer.

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  6. O da cubata é igualmente palerma mas sempre nasceu em berço de ouro. Não lhe ia chamar cromo

    AHAHAHAHAHHAHA

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  7. Sinais de perigo
    MARÇO 9, 2017 BY ANDRÉ ABRANTES AMARAL

    Porque os sinais de perigo são cada vez em maior número. O meu artigo no ‘i’.
    Sinais de perigo
    Quando o país discutia o triângulo das Bermudas que é a CGD, a esquerda inventou uma polémica sobre algo já conhecido há meses e desviou as atenções para as offshores. Se o neoliberalismo é chavão dos que fogem para denegrir quem debate, os paraísos fiscais são o novo filão para, com ignorância e demagogia, mudar de assunto.

    Sobre as offshores, a esquerda não explica por que razão é que a CGD tem uma sucursal nas ilhas Caimão (https://www.cgd.pt/English/Contacts/International-Network/Pages/Cayman-Islands.aspx); que, se sai dinheiro para offshores, também entra dinheiro vindo de offshores; e que estas são importantes nos negócios internacionais, o que talvez leve a que o banco público, que a esquerda – e boa parte da direita – tanto preza, tenha a dita sucursal num paraíso fiscal.

    A informação é poder. E estar informado é estar protegido. Protegidos contra a má-fé, a mentira, a demagogia e o populismo. Não esqueçamos que foi aproveitando-se da falta de conhecimento sobre as questões mais importantes que ideologias totalitárias, como o nazismo e o comunismo, imperaram. Fomentando o ódio que nasce da ignorância.

    A demagogia dos partidos extremistas portugueses, de que este PS – que ainda não tirou as ilações da sua derrota eleitoral – se aproveita, é preocupante. E quando as offshores cumpriram o seu papel de desviar as atenções, eis que surge o ataque ao Conselho de Finanças Públicas por não subscrever a narrativa dominante. No meio de tantos perigos, estar alerta tornou-se um dever.»

    mrs dá aula e passeia a fazer commentários

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  8. Sapo

    Segundo o ‘Relatório de Estratégia Internacional de Controlo de Narcóticos 2017, o Governo português deve continuar a monitorizar os investimentos angolanos em Portugal em diversas áreas como imóveis de luxo, instituições financeiras e empresas.

    Há suspeitas, segundo o relatório, de que “Portugal funciona como uma placa giratória (hub) para a lavagem de dinheiro ilícito por parte da classe dirigente angolana”.

    Os esforços de monitorização por parte das autoridades das influências políticas e económicas de vários grupos chineses com interesses em Portugal também aumentaram.

    O relatório, que traça o perfil de quase 90 países no que se refere aos circuitos de lavagem de dinheiro proveniente da droga, define Portugal como um dos países de trânsito do tráfico de droga.

    A extensa costa do país, as vastas águas territoriais e as relações privilegiadas com os países da América do Sul e da África lusófona faz de Portugal uma porta de entrada para a cocaína sul-americana e um dos pontos de transbordo para drogas que entram na Europa desde a África Ocidental.

    As autoridades portuguesas detetaram também fundos de atividades ilícitas colocados no sistema financeiro, especialmente vindos do contrabando de tabaco.

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  9. "perguntei aí abaixo se aquilo do "cromo" era para mim e ainda não respondeu.

    E queria mesmo saber." José
    .
    .
    Não faço ideia. Não costumo escrever essa palavra, excepto, talvez, quando me refiro ao mujinha.
    .
    Rb

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  10. Oh mujinha não sei quem é o demolidor de igrejas pah.
    .
    Não percebi a piadola, portanto. Mas deve ter imensa graça que a zazie esbardalhou-se a rir.
    .
    Rb

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  11. Tem razão. Foi o tal Carlos. As minhas desculpas.


    De qualquer modo, fico avisado.

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  12. Não é piada nenhuma. É para ver se dás uma mãozinha.

    Então não sabes quem é o demolidor de igrejas?!

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  13. É um que anda aí e diz que deviam demolir todas as igrejas em Portugal. Possivelmente e quem sabe, até do mundo.

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  14. Mas tem cuidado não o insultes porque ele escandaliza-se. É muito susceptível...

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  15. Eu ri-me com o berço de ouro, patetinha

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  16. (Se o Rb lhe chamasse cromo seria sempre "cromo raro"…)
    Estes tipos parecem cães de pavlov, mas é que são todos. Se por acaso malham (mansinho) na esquerda, convém colocar os pontos nos i's e explicar que a direita é que é má e principalmente, dar a ideia que eles não são assim. Não tenho respeito por este palerma — faces da mesma moeda? Uns gostam de Salazar e outros copiam-lhes os métodos? Que outros? 24 ranhosos? Este tipo vê realmente algum tipo de fio condutor entre uma coisa e outra? É isto a direita? Antes entregar isto aos bichos.

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  17. E mais uma vez, neste país inteiro só se aproveita o José. Não se ofenda, mas concluí que realmente é o nosso "cromo raro". Já não se fazem. Este blogue devia ser lido nas escolas. Esta canalhada que escreve nos jornais é execrável. E os de direita ainda são piores que os de esquerda. Porque têm todos os defeitos da esquerda, servem-lhe de câmara de eco e ainda vêm com liberalismos de vão de escada.

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  18. Muja, só vi agora as palhaçadas do Obama e primeira… esta última execrável sim, que me custa concordar com isso? Nada. A de Obama… o jantar dos correspondentes é assim há muito tempo, ou pelo menos lembro-me do George W. Bush. É o lado show off dos tipos, não aprecio. Mas nada isso dá um único ponto ao Donald. O Donald é outro caso completamente diferente.

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  19. Muja, diz que é da informática, sabe o que é o Energy Star — um programa com décadas (para os aparelhos eléctricos), não só é bom para o ambiente como poupa dinheiro às pessoas. Mais uma razão para acabar com ele. É inacreditável, nunca houve nada como este Trump… é como se todos os canalhas da América estivessem estado à espera que aparecesse. Coisas destas não dá para explicar com "o Obama é pior". Porque nunca houve nada pior.

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  20. Lá está, V. diz que as do Obama não desculpam as do Trump. De acordo.

    Mas depois diz que o Trump é outro caso completamente diferente. Esse "completamente diferente" é que eu não entendo...

    Isto é, entendo na medida em que o outro era o xuxu dos media e este é o diabo em pessoa. Mas fora isso, não percebo em que é que é assim tão diferente...

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  21. Acabei de lhe dar um exemplo. Dei outro sobre o chumbo. Já tinha dado outros. E são os detalhes, mas para mim o diabo está nos detalhes. Toda esta desregulação sem qualquer sentido, serve a quem? Aos deploráveis?
    E saído directamente da boca dele, dei-lhe o exemplo de mais uma série de tweets de alguém, mentalmente em dificuldades. Mas nada o comove.

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