Este texto de Miguel Esteves Cardoso, no O Jornal de 5.9.1975 será talvez o primeiro que o então jovem estudante com vinte anos publicou em jornal.
No texto, a propósito de um filme português de Seixas Santos, Brandos Costumes, MEC usa a palavra "fascismo" cinco vezes. É obra! Comunista, claro está. E na mesma página, o comunista Correia da Fonseca acrescente só da sua lavra, mais sete.
É só um exemplo do fenómeno que atingiu em cheio a cultura portuguesa pós-74.
No mesmo número de O Jornal esta página sobre o então arcebispo de Braga, d. Francisco Maria da Silva juntava mais três "fascismo", incluindo do título da notícia.
Por curiosidade dei-me ao trabalho de catar em cada página desse número de O Jornal as vezes que tal palavra aparece escrita.
Na pág. 2 aparece num artigo de Cáceres Monteiro ( "Uma Revolução para perder ao jogo?"), inserida na expressão " pesadas grilhetas do fascismo".
Na pág. 3 aparece duas vezes.
Na pág. 10 nada menos que três vezes num pequeno artigo de Urbano Tavares Rodrigues.
na pág 14 em editorial nada menos que duas vezes e na página seguinte, das cartas do director, uma vez.
Na pág. 29 na redacção da Guidinha, de Stau Monteiro, uma vez.
Na pág. 30, numa notícia sobre os jornalistas despedidos do DN ( pelo avant nóbél Saramago) uma vez.
Na pág. 32, em notícia sobre Angola, num comunicado do CEME do general Fabião, uma vez.
No total a palavra "fascismo" aparece 27 vezes, neste único número de O Jornal!
MEC, em 1975, a explicar como a família patriarcal é a espinha dorsal do fascismo.
ResponderEliminarO marxismo cultural (versão lusa) nascia por aqui.
Quem não souber isto não percebe como é que somos o que fomos...
ResponderEliminarIsto parece-me História com factos. A interpretação, cada um a fará por si.
A minha está feita: a linguagem modificou-se e isso foi essencial à mudança cultural e social.
ehheheeh Não fazia ideia. Tanto fascismo e burguesia e "figura do pai"
ResponderEliminarVinte anos desculpa muita coisa. Vontade de escrever em modo pedante, também.
ResponderEliminarQuanto à essência, está tudo claro como água: a esquerda comunista pervasiva venceu e convenceu mesmo os mais espertos.
o cáceres com um grande pifo tropeçou na saída da ex-EN
ResponderEliminare caiu-me em cima
o Irmão fabião era um pobre diabo
agora temos a dupla imbatível monhé-entertainer
segundo o 5ª das lágrimas na capa do I
tudo se resume em 'verborreia'
e aumento da dívida
a dieta de sapos continua
José:
ResponderEliminarCorreia da Fonseca no artigo que escreveu com o título "Luis de França: um homem só" nessa mesma página da crónica do MEC (pág. 27) também utiliza variadas vezes as expressões fascismo, antifascismo, padres fascizantes que me parece que não contabilizou...
Obrigado. E vão mais sete!
ResponderEliminar'sempraviar'
ResponderEliminarfalei com Luís de França a pedido dum Irmão seu Amigo sobre alimentação saudável para os timorenses.
Pareceu-me bom homem, mas muito ingénuo
a minha disponibilidade para cultura e colinária não teve continuação.
poucas pessoas aceitam as minhas sugestôes
preferem degenarações futuras com custos humanos e sociais
sou persistencialista
persisto em viver de modo saudável, apesar de tanto lixo humano e outro
Um abraço, José. ;)
ResponderEliminarEsta contabilidade tem que se lhe diga! Torna tudo ainda mais nítido.
ResponderEliminarParece programado. De repente, um novo léxico emerge. Algumas dessas palavras passam a ter uma frequência de uso esmagadora e zás: nova realidade ou novo cenário onde só vigora o novo código lexical. Para se reconhecerem entre si, os figurantes do novo cenário têm de usar o código para demonstrar pertença ao grupo. É uma espécie de "dress code" aplicado à linguagem.
Eu acho uma certa piada a estes descrentes das Aparições de Fátima, muitos sacerdotes e homens inteligentes e cultos incluídos. A esquerda comunista estalinista-leninista-troskista-maoista sempre abominou a Igreja Católica (e as demais Igrejas, penso eu), a começar pelos dirigentes soviéticos que apostrofaram a doutrina e prédicas cristãs, proibindo todas as práticas católicas naquele país sob pena de prisão a quem as praticasse.
ResponderEliminarCuriosamente ou talvez não, o povo soviético, religioso ao máximo, sempre exerceu a sua religiosidade secretamente, nunca deixando de ser extremamente devota a Nossa Senhora de Fátima após as Aparições e mais ainda quando um dos segredos anunciava o fim do comunismo na União Soviética, regime que tanto mal iria fazer àquele povo e aos demais sob seu domínio e aos restantes nos outros Continentes que adoptaram a mesma ideologia. Países esses em que foram assassinados milhões de seres inocentes pelo simples facto dos seus governantes serem homens sem crenças religiosas, sem Fé no Divino, sem temerem a Deus, homens que, por esse mesmo motivo, se julgaram donos da razão e do destino dos povos sob o seu domínio. Afinal o terrível mal que foi praticado sobre esses povos, mais não foi do que o resultado de governantes descrentes em algo que nos transcende como seres humanos, que ultrapassa a nossa compreensão, algo que nos é inacessível e inatingível e exactamente por isso inaceitável para aqueles falhos de Fé e na existência num Ser que nos é superior. Na maioria dos caso estas são pessoas espiritualmente vazias e sem motivação para a vida, não lhe dando qualquer valor e justamente por isso têm uma tendência inata para a prática do mal, não desvalorizando a prática do bem tal como a doutrina católica ensina e aconselha, desprezando e até ridicularizando quem o aceita e pratica com total entrega e devoção.
Este povo crente e bom, que é o russo, assim que desapareceu o comunismo no seu país explodiu de alegria e retomou livremente a devoção nunca perdida à Virgem Maria e a todos os Santos por si venerados, acorrendo às Igrejas mesmo que só para rezar, nunca deixando de assistir às missas dominicais em enormíssimo número e a participar em todas as celebrações religiosas em perfeita sintonia e comunhão com Deus.
O que têm a dizer os comunistas portugueses de todos os quadrantes sobre este fenómeno extraordinário, comovente e sincero, porém nada surpreendente, dos (novos) russos que se estende a toda a Santa Rússia?
Nota: Acabei de ouvir na televisão (já tinha lido há dias num qualquer título de jornal) ter o governo russo proibido as testemunhas de jeová no país, seita esta que havia sido proibida durante o regime soviético por serem tidas como um covil de conspiradores contra a pátria...
O que dizem os comunistas portugueses a esta patriótica medida do governo russo? Aposto que, cínicos e falsos como são, não tivesse esta medida drástica mas imensamente corajosa sido tomada na Rússia e os comunistas e a extrema esquerda continuaríam a defender, como o fizeram durante décadas e parece finalmente terem parado - agora a esquerda já não necessita de as incentivar a vir para cá, de porta aberta no país, montes delas foram crescendo como cogumelos desde o 25/4 até há poucos anos - a obrigatoriedade de Portugal admitir a entrada de todas as seitas 'religiosas' que para cá quisessem vir... E para quê? Todos o sabemos: para ir cerceando e se possível eliminar a curto prazo a força do catolicismo e a sua prática no país. Pois!, mas quanto à expulsão das testemunhas de jeová da bela Rússia... ou muito me engano ou os 'nossos' (salvo seja!) comunistas e extremo-esquerdistas não vão tugir nem mugir. Ou, quem sabe?, os mais cínicos deles até irão aplaudir a medida.
Como e possivel que ninguem tenha dito, alto e bom som, que Marcelo Caetano nao era fascista? E que o que havia antes com Salazar nao era fascismo?
ResponderEliminarDas duas uma, ou sao incultos, ou sao mal formados, ou sao ambas as coisas. E tem-se como a elite do pais! Que miseria...
"A minha está feita: a linguagem modificou-se e isso foi essencial à mudança cultural e social."
ResponderEliminarA linguagem, os simbolos, as referencias.
O que me custa perceber e isto. Terao os tipos andado a ler o sobrinho do Freud ou o Gramsci para aprender tecnicas refinadas de propaganda ou foi tudo intuitivo?
Os comunas tiveram visão e como única força organizada em Abril de 1974, sabiam que é pela mudança de paradigma na educação que podiam começar a capturar a população, para de modo brutal capturarem o poder em Portugal como o quiseram fazer em 1975, ou de modo soft, como agora o estão a fazer, servindo-se de alguém, que só pensa na sua sobrevivência política e o país se lixe ...
ResponderEliminarA captura do ministério da educação por esses fósseis, criou e vai continuar a criar e incrementar a desgraça em que o país se encontra, pois é através da lavagem ao cérebro dos jovens, condicionando-lhes o pensamento e introduzindo-lhes "as maravilhas" da banha da cobra que vendem como ideias, que vão e estão aos poucos a levar a água ao seu moinho ...
É a táctica de Lenine de um passo atrás para depois darem dois decisivos à frente ...
Parecem cordatos e que o Costa os domina ...
Somente táctica ...
A nova revisão curricular em preparação, só pode trazer mais lavagem ao cérebro dos jovens e a breve prazo mais desgraça ao país ...
Tem que ser parados já ...
Se a Marine Le Pen ganha em França, a mama de continuarmos a viver de subsídios acaba ...
À bruta tentaram tomar o poder em 1975, à bruta terão que ser escorraçados ...
Os portugueses mais podres, que ainda acreditam em "amanhãs que cantam" e "o sol brilhará para todos nós", espero que comecem a entrar na real ...
Onde o comunas dominam, a desgraça aparece mais cedo ou mais tarde ...
Para que a peçonha acabe o ministério da educação tem urgentemente que ser higienizado ...
Para que a saúde impere lá diz o ditado: Mente sã em corpo são ...
A rapaziada do "fassismo" vai empurrando o enterro com a barriga.A quem deitarão a culpa agora?
ResponderEliminarDepois de terem entregue tudo o que tinha preto e não era nosso com expulsão do diabo branco e sem bens agora colonizam-nos com os pretinhos nacionalizados na hora.Para que se sentem no farto Estado Social.Um milagre democrata...
O pe Anselmo nem sei se chega aí...
ResponderEliminarVivendi: abraço retribuído.
ResponderEliminarAndo a pensar numa resposta adequada à Maria João Marques...sobre a direita e tutti quanti foi dito.
ResponderEliminarEla escreveu acerca da Direita?
ResponderEliminarEla não sabe o que diz.
Vai perder tempo e ainda o acusa de "machismo"
eheheheheh
Não pelo que escreveu mas pelo que disse, de viva voz aí há dois dias...
ResponderEliminarPareceu-me digna de atenção e de resposta adequada.
Tanto me faz que me acuse seja do que for. E não corro o risco porque não me lerá, pela certa.
Porém, pareceu-me que merece atenção o que disse porque não será caso único.
Disse de viva voz?
ResponderEliminarOnde? só se foi na tv. Não sei de nada.
Mas disse disparate ou cretinice?
Arnatron, excelente e inteligente comentário. Está cheio de razão. Palavra a palavra, tudo quanto escreveu é a pura verdade e o que é urgente fazer para enfrentar e vencer os lobos com pele de cordeiros.
ResponderEliminarTal como Soares, Costa sempre foi comunista, menino riquinho e bem nascido e educado no colégio Moderno a cujas propinas não tinha acesso qualquer um (exactamente como Soares, nasceu rico sendo filho do dono do dito), o considerar-se socialista sempre foi para confundir as hostes e ganhar espaço na aceitação dos portugueses. O pai dele, Orlando Costa era comunista, mas, como bom oportunista - como são quase todos os comunistas e definitivamente todos os socialistas - tal não o impedia de trabalhar para as famílias mais ricas e influentes do país...
Quanto a sair do lodaçal em que o país se encontra, tudo quanto sugeriu é aquilo que é necessário fazer-se. A começar por uma purga urgente e de alto a baixo ao M. da Educação; outra purga à comunicação social, obrigando os jornalistas e respectivos orgãos em que trabalham a definirem-se ideològicamente e a revelarem com exactidão e verdade as suas afinidades e preferências políticas, tudo feito sem diminuírem ou ridicularizarem aqueles que se lhes oponham, ou seja, os jornais e publicações de direita já existentes (salvo O Diabo não creio que haja mais nenhum, talvez algum regional que desconheço) ou os/as que venham a aparecer - facto este que urgentemente se deseja para haver reciprocidade de oportunidades. Bem bastam os jornais de direita que apareceram nos anos 70 e 80, terem sido forçados a desaparecer por pressão odiosa e velhaca dos comunistas, socialistas e extrema esquerda... E com que propósito?, ora, ora, para a esquerda reinante não ter concorrência na escolha e prosseguir a lavagem cerebral dos portugueses incautos através da impressa, que domina e controla desde então até ao presente, sem que tenha havido até hoje (salvo aqueles poucos mas bravos, nos idos de oitenta, com Manuel M.Múrias na dianteira) um verdadeiro movimento de jornalistas patrióticos que lhes tenham feito frente.
Zephyrus: o PCP não é nem nunca foi amador. Tudo o que de lá emana reflecte análise ponderada prévia - pode ter a certeza que Gramsci, apesar de ter morrido maldito (converteu-se ao catolicismo), foi uma fonte decisiva para a abordagem à sociedade, quer pelo lado da Educação, quer pelo lado da Comunicação Social.
ResponderEliminarCada vez mais me convenço que PPC era uma outsider que tinha de ser banido do Governo, fosse de que forma fosse: começou a varrer a porcaria da 5 de Outubro, entregou os Transportes Públicos à iniciativa privada, não ajudou a fonte financeira do complexo Político-Económico do PS (GES/BES), etc. Tudo aquilo que era sustentáculo da esquerda, fossem forças de bloqueios, fossem fontes de doutrinação de massas, fossem fontes económicas, estava em riscos de ruir ou desaparecer para sempre: os sapos que se engoliram e se continuam a engolir à esquerda são a tentativa desesperada para tentar reconsolidar esses poderes até à próxima visita da Troika.
E sim jose: pelo acima exposto, a linguagem teve e tem um papel primordial - basta ver-se que em termos económicos globais a austeridade continua inalterada (em termos sectoriais as coisas alteraram-se, com alguns ganhadores e com muitos perdedores) mas o eleitor médio acha que tudo melhorou. Isto é, também, um atestado de menoridade intelectual aos Portugueses: existe pouco pensamento crítico e existe uma grande dose de infantilidade - as pessoas não querem ouvir as verdades mas, sim, mentiras piedosas.
jose: não perca tempo com a MJM (vulgo Peluche Violeta) que dali nada relevante sai...
hehehehe!
ResponderEliminar"O período tóxico." a catalogação da MJM ao tempo do Estado Novo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarE escusado é dizer que a malta foi se exorcizar para o facebook.
ResponderEliminarOMO lava mais branco? Não Salazar é que lava.
Afinal de contas havia naquela sala gente de todas as direitas como alguns fizeram questão de salientar.
Onde é que a teletubbie disse isso?
ResponderEliminarehehehehe
Tertúlia | Silêncio: indiferença ou inconsciência?
ResponderEliminarEvento criado por Chiado Café Literário - Porto - Av. da Boavista
Poderíamos dizer que vamos falar sobre a dificuldade que é passar informação e opinião fora do espectro marxista-leninista tão apreciado pelos média;
Poderíamos até assegurar que a conversa passaria pela necessidade portuguesa de identificar o socialismo como o caminho do Bem, tão em linha com a doutrina de qualquer seita religiosa;
Quase de certeza que concluiríamos que o desequilíbrio entre pensamentos ditos de esquerda e de direita nos meios de comunicação social terão que ser vencidos através da cultura e do entretenimento ao longo de muitos anos;
Decerto que evidenciaríamos que tal cultura nunca poderá advir do subsídio estatal, já que este exigiria subserviência e palavras de apreço pela Corte socialista.
Porém, não podemos prometer que a tertúlia decorra sem a invasão de "activistas” muito democratas da extrema-esquerda envergando máscaras de ski e bastões do tão anti-capitalista basebol americano em defesa do direito a ser Charlie.
Daí que nos limitamos a convidar para que apareçam para um copo, que o resto logo se verá.
Alberto Gonçalves
Helena Matos (não compareceu)
Vitor Cunha
E o Vitor Cunha não gozou com a boutade?
ResponderEliminarRepito:
ResponderEliminarE escusado é dizer que a malta foi se exorcizar para o facebook.
OMO lava mais branco? Não, Salazar é que lava.
Aquilo foi mais uma feira de vaidades que outra coisa.
ResponderEliminarA verdade não era o foco principal. Mas não faltou algumas pedradas no charco.