Observador:
As chamas que destruíram vários hectares de floresta na zona de Pedrógão
Grande destruíram as antenas de comunicações — e o Sistema Integrado de
Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), usado pelos
bombeiros e por várias outras autoridades para comunicarem entre si, foi imediatamente abaixo.
As equipas que no terreno combatiam as chamas só conseguiram assegurar a
comunicação por vias alternativas e, segundo o primeiro-ministro, os
meios não ficaram “comprometidos”. O problema foi superado ainda durante
a noite de sábado: a MEO colocou vários carros na rua equipados com
antenas móveis que asseguraram a normalização da situação.
(...)
O sistema já estava em funcionamento há vários anos quando, em 2005, o Ministério Público (MP) decidiu abrir um inquérito ao contrato de adjudicação do SIRESP, por suspeitas de tráfico de influências e participação económica em negócio. A investigação acabou arquivada,
mas ficaram no ar suspeitas sobre a forma como o consórcio liderado
pela ex-SLN, do grupo Banco Português de Negócios liderado por José
Oliveira e Costa, conseguiu o contrato de quase 500 milhões de euros.
O contrato original foi assinado três dias depois das eleições
que acabariam com o curto mandato de Pedro Santana Lopes como
primeiro-ministro. Daniel Sanches, ex-procurador (e primeiro diretor do
Departamento Central de Investigação e Acção Penal), ex-director-adjunto
da Polícia Judiciária, ex-dirigente do Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras e ex-director do Serviço de Informações de Segurança saltou da
esfera pública para administrador de empresas da SLN em 2000.
Três
anos depois, de volta ao Estado como ministro da Administração Interna
de Santana Lopes, Sanches entrega o contrato à mesma SLN de que tinha
acabado de sair. Valor da adjudicação: 538,2 milhões de euros, verba cinco vezes superior àquela
que precisaria de ter gasto caso tivesse optado por um modelo diferente
de comunicações. Essa posição foi defendida por Almiro de Oliveira,
presidente do grupo de trabalho que presidiu ao grupo que estudou este
sistema de comunicações.
Apesar de o inquérito do MP — entregue ao
procurador José Azevedo Maia — ter sido arquivado uma primeira vez, em
março de 2008, Oliveira e Costa e a filha (administradora de uma empresa
do grupo SLN) chegaram a ser constituídos arguidos. Daniel Sanches
nunca foi ouvido pela Justiça e, segundo escreveu na altura o Correio da Manhã,
negou à comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN ter tido qualquer
intervenção no projecto apresentado pelo consórcio liderado pela SLN.
No ano seguinte ao arquivamento, o processo é enviado ao DCIAP, para que fosse analisada uma eventual reabertura.
Pouco antes, tinham sido apreendidos vários documentos ao homem forte
do BPN, Oliveira e Costa, que poderiam constituir “factos novos” na
investigação ao contrato milionário. Mas não houve nada de novo. O
arquivamento de 2008 continuou a valer.
Outro assunto: a ministra Constança está a dizer ( 21:13) que as pessoas devem seguir o conselho das autoridades, mormente as que estão sob a sua alçada no MAI.
Esta ministra devia ouvir o que uma "popular" disse às tv´s há pouco tempo e apresentar a demissão, logo que o fogo amaine. Parece-me uma grande incompetente e perigosa.
A "popular" disse que vinha no IC8 e a GNR mandou-a desviar e tomar a N236. Disse que logo a seguir só viu fumo e depois carros queimados e gente a gritar. Só teve tempo de sair dali com outra senhora e salvou-se in extremis porque o seu carro ardeu.
Isto significa o quê, se for assim? Que a GNR desviou as pessoas para a morte. A responsabilidade caberá a quem decidiu desviar o trânsito e não fechou a N236. E a responsabilidade política é da ministra Constança.
Demissão, já!
Acrescento: a história do desvio do IC8 pela polícia ( GNR)para a estrada da morte é confirmada por um estrangeiro, de passagem e de férias...
ADITAMENTO:
Afinal, a GNR está já a pôr o cavalinho fora da chuva. Terá sido o "cabo" de serviço no local que mandou, por sua livre iniciativa e perante ausência de instruções, desviar o trânsito para a estrada da morte? Segundo se lê, pelas declarações- "Ao Observador, o porta-voz da GNR afirmou que não há para já nenhuma
indicação de que os militares tenham encaminhado carros para a chamada
“estrada da morte”- foram as pessoas que voluntariamente se desviaram para a N236...perante a passividade do "cabo".
Isto é mesmo o cabo dos trabalhos...
CM de hoje: "arrastaram-nos para a morte"...
é impressionante a nossa atitude de "gado" a caminho do matadouro.... estou cada vez mais triste de ser este Português. :(
ResponderEliminarEssas imagens apareceram também na TVI. No mínimo, demissão. E não só da ministra.
ResponderEliminarO Coordenador da Protecção Civil tem muito que explicar. E já tarda.
ResponderEliminarQue coisa incrível. Ela disse textualmente isso. Que desviaram para aquela estrada.
ResponderEliminarÉ preciso ter cuidado com este género de depoimentos, mas este parece-me difícil de ultrapassar. Se foi assim, e pelos vistos a senhora em causa foi apenas uma depois de vários carros terem sido apanhados depois de terem sido desviados, é preciso indagar e ter a certeza.
ResponderEliminarmrs começou a intervir desculpando todos os politicos
ResponderEliminarapareceu hoje com ar de gato-pingado com novos elogios
mereciam todos ser lançados às chamas
olham para nós com sobranceria
como se fossemos um bando de cretinos
se não fosse o ad alberto os hospitais não tinham recebido os feridos
ouvi a Sra e fiquei estarrecido
Há mais uma pessoa a dizer a mesma coisa sobre o desvio no IC8:
ResponderEliminarhttp://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/poderiamos-ter-morrido-foi-uma-familia-que-nos-salvou?ref=HP_Grupo1
E as declarações do DN da PJ sobre a putativa árvore que recebeu o temível raio de trovoada seca que desencadeou tudo e que é o único imputável da tragédia?
ResponderEliminarEm tantos hectares ardidos e com a terra ainda a fumegar, já encontraram a fabulosa árvore que desculpabiliza toda a gente: ela está algures (não sei onde nem se viram fotos, mas a PJ localizou-a) e exibe as marcas do raio que causou 4 frentes de incêndio em simultâneo.
Nota: o DN da PJ é do PS.
Já actualizei a informação sobre o inglês que também falou no desvio no IC8.
ResponderEliminarO DN da PJ, neste caso é um verbo de encher. Nada mais.
Interesse tem é ouvir o coordenador da Protecção Civil e perguntar-lhe quem deu ordens para cortar o IC8 e desviar o trânsito pela N236. E depois se verá como e quando o terá feito, sendo certo que deveria ter o máximo de precauções com tal desvio. Provavelmente no IC8 se continuasse aberto não teria sucedido a tragédia com os carros: é uma estrada maior e o fogo náo teria o mesmo efeito, provavelmente, se chegasse a passar de um lado para o outro, como sucedeu na N236 que se transformou num ratoeira mortal.
É incrível como foi dada a ordem...
E tem que se perguntar ao cabo ou o raio que o parta que cumpriu a ordem cegamente se não se apercebeu do que estava a fazer.
ResponderEliminarE o SIRESP, que falhou outra vez.
ResponderEliminarMuito dinheiro dos contribuintes, para um sistema que não presta.
E tem uma história linda, com muitos intervenientes....
A PGR não quererá saber o que se passa ou passou...
E o DCIAP....
Ou não dá jeito......
já começaram os elogios
ResponderEliminarnão há um raio que os parta
a´árvore, depois dum trato esperto, vai declarar a sua culpa
porque não havia seca até ontem
estas são as autoridades que durante um mês não conseguiram localizar Pedro Dias
a festa continua
não faltam os peditórios para a mesma
E ainda falta falar da maravilhosa Estratégia para a Floresta, apresentada pelo nosso PM no ano passado, e que não saiu do papel. Ou então de o fogo ter sido atacado por 1 só meio aéreo, pois a ANPC devido às cativações teve que cortar nesses meios, os únicos que neste tipo de fogo são eficazes e que poderiam "matar" o fogo. Mas o que me surpreende, é que nos anos da austeridade, onde era só cortes segundo a oposição, houve fogos piores que este, quer em termos de intensidade, condições e frentes, e nunca aconteceu isto. Para concluir, temos que tornar a Floresta rentável e profissionalizar os bombeiros, é a única forma de minimizar, dado que é impossível acabar os fogos em Portugal. Luís Teixeira
ResponderEliminarÉ impressionante a quantidade de dinheiro que foi subtraído ao país, ao seu desenvolvimento e no fundo às gerações futuras que são quem realmente vai pagar a factura. É por todo o lado, desde saúde, educação, obras públicas, esta história das telecomunicações, submarinos, privatizações à medida, formação… a lista não tem fim.
ResponderEliminarAccountability continua a não ter palavra equivalente em português.
Agora leio na "falta de aposta" na floresta… que treta. Aposta-se no eucalipto, um dos países do Mundo com mais área plantada (em termos relativos é capaz de ser o maior). Querem uma espécie australiana, mas sem os incêndios da Austrália. Boa sorte com isso.
ResponderEliminar"We found ourselves stranded in a village called Mó Grande, just off of the IC8 motorway; ourselves and others were directed there by an officer from the IC8." Na BBC.
ResponderEliminarO futuro pode ser o deserto como disse o Floribundus, mas que ninguém pense que é uma fatalidade. Isso é o que a corja que destrói o país quer que se pense. Enquanto houver mais um euro para sacar, não vai haver parança. E daqui a pouco tempo já ninguém se lembra de nada disto, ao anunciar mais uma barragem ou mais uns milhares de hectares de monocultura.
Tudo sardinhas minha senhora...
ResponderEliminarhttps://sol.sapo.pt/artigo/67823/polemica-lei-do-eucalipto-em-conselho-de-ministros
Tudo sardinhas minha senhora...
ResponderEliminarhttps://sol.sapo.pt/artigo/67823/polemica-lei-do-eucalipto-em-conselho-de-ministros
Se não me falha a memória, até há subsídios comunitários para a plantação de eucaliptos...
ResponderEliminarcomo a memória não me falhou fica a fonte:
ResponderEliminarhttp://www.jornaldenegocios.pt/empresas/agricultura-e-pescas/detalhe/governo-abre-concurso-de-27-milhoes-para-fileiras-do-pinho-sobro-e-eucalipto
ResponderEliminar"Ordenamento do território e limpeza das matas. Tudo isto se fazia no Estado Novo, veio a abrilada e tudo ardeu, até as pessoas."
Este foi o princípio do fim da gerigonça. Acabou a euforia pois a realidade é sempre superior à ficção.
Há regiões do mundo que são propensas a:
ResponderEliminar- terramotos
- inundações
- secas severas
- furacões
- incêndios florestais
No Norte e no Centro de Portugal podemos classificar como zonas de alto risco de incêndios florestais.
Pontos a considerar:
- especificidade territorial
morfologia do terreno (serras e montanhas), condições climáticas (humidade, calor, vento), tipo de vegetação (fácil combustão).
- flagelo persistente (ano após ano) e em 2017 a tragédia culminou com dezenas de vítimas.
Soluções a apontar:
- proibição imediata de reflorestação em eucaliptos e pinheiros.
- criação de centrais de biomassa (a EDP que deixe de fazer barragens inúteis ao país).
- prevenção a sério como um país civilizado: monitoramento aéreo (drones, helicópteros) para ter uma rápida capacidade de intervenção e grau de precisão sobre a gravidade do incêndio.
Anda tudo a brincar. Isto de governar para o presente e sem uma visão de longo prazo dá no que dá.
ResponderEliminarParo o ano há mais se não for ainda este ano.
Plantar castanheiros, nogueiras, carvalhos, cerejeiras e acabar com o eucalipto e pinheiro bravo é um trabalho que demora gerações. Os governos não sabem governar dessa forma.
Centrais de biomassa? A EDP faz o que quer neste país e temos a factura de energia que se sabe.
O interior está condenado à desertificação.
"não faltam os peditórios para a mesma" (Floribundus)
ResponderEliminarEsta sua observação fez-me lembrar uma notícia/comentário que li no fórum da Amazon, há alguns anos, na qual uma leitora denunciava pùblicamente o escândalo de todo o tamanho que tinha acontecido com o desaparecimento de muitas centenas de milhões de dólares doados voluntàriamente a pedido da Cruz Vermelha de Los Angeles para as vítimas dos os incêndios devastadores que tinham assolado aquele Estado durante semanas. Não sei o que sucedeu com a denúncia nem à mulher que a fez (se calhar foi silenciada, não me admirava nada...), como não li mais nada sobre este assunto deduzo que o escândalo terá sido abafado de certezinha absoluta. Os controleiros de serviço que tratam de reduzir a nada os crimes e escândalos dos políticos e das inúmeras entidades e personalidades importantes a eles ligadas, não dormem em serviço.
O investigador David Icke diz e bem que os governos - leia-se os donos do mundo por interpostos fantoches em cada democracia - criam o problema para a seguir arranjarem a solução. E a solução na maioria das vezes para estes casos específicos em que há dezenas de mortes por atentados terroristas ou por grandes incêndios, é aceitar as centenas senão milhares de dólares, libras ou euros em doações voluntárias imediatas ou, se as não houver, fazer òbviamente o peditório da praxe com o mesmo fim.
Assim aconteceu na Bélgica, aquando dos atentados, com as doações e peditórios, o mesmo em França nos diversos casos em que houve inúmeras mortes, o mesmo recentemente no Reino Unido com as centenas de milhar de libras doadas às famílias dos mortos no prédio que ardeu, etc., etc.
Será que o dinheiro em todos estes casos foi/vai parar às ditas famílias ou só receberão uma ínfima parte? Como de facto, segundo a denúncia pública, aconteceu na Califórnia com os milhões doados à Cruz Vermelha que desapareceram num ápice?
Perante o que se lê e ouve, tendo em conta os inúmeros casos do mesmo género que foram acontecendo nos diversos países em diferentes anos, os muitos milhões doados ou obtidos através de peditórios terão tido exactamente o mesmo destino.
Lá está, cria-se o problema e arranja-se a solução. E que solução... Os governantes das democracias sabem-na toda, quando eles têm necessidade de conseguir dezenas ou centenas de milhões de modo rápido, por processos insuspeitos e sem mexerem uma única palha, o método seguro por excelência é sem dúvida este.
Esqueci-me d'acrescentar a frase do anúncio que cabe que nem uma luva aos governantes supra-citados "é fácil, é barato e dá milhões".
ResponderEliminarJosé
ResponderEliminarhá mortos nestas circunstâncias e não há inquérito para uma possível criminalização?
sem ofensa
'isto é o da Joana'
e a 'coisa tá preta'
Maria
dizia o António Vitorino
« Não há festa nem dança onde não vá a Dona Constança »
conheço o local há mais de 50 anos
ResponderEliminardeixei de passar po lá há 10 anos
nas proximidades do fogo fica a barragem de Pedrógão no Zêzere
passei inúmeras vezes por cima do paredão
o pastel de belém leva açúcar e canela depois de quentinho
ResponderEliminaro actual inquilino limita-se a
"chorar sobre o leite derramado"
actualmente pouca gente conhece o ditado e o termo muito usado em alentejano na minha longínqua e tranquila juventude
'o polvo unido ... '
ResponderEliminar'A vida humana não tem preço!'
ou seja
'Não vale um peido
Não vale nada«
ResponderEliminarUma ajudinha em português
http://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/vi-a-minha-morte-conta-sobrevivente-de-carro-em-chamas-em-pedrogao-grande
El Mundo
ResponderEliminarLa inoperancia de Portugal en la lucha contra los incendios
Portugal se vio ayer asolado por un pavoroso incendio que causó más de 60 muertos. Se trata de la tragedia con más fallecidos en un sólo fuego en casi un cuarto de siglo en el mundo, un dato que revela las dimensiones de un suceso que ha puesto en entredicho la inoperancia y la alarmante falta de recursos del Estado luso para hacer frente a los incendios forestales. Una lacra que cada año azota con especial virulencia al país vecino, sin que se hayan adoptado medidas proporcionales para combatirla.
Bem, se não fossem os "mirones" (como lhes chamaram) que se enfiaram na estrada, o incêndio tinha feito 16 mortos...
ResponderEliminarEstranho como nem um jornalista questiona isto.
Quem foram então os tais mirones que anunciaram logo que tinham morrido para irem ver para a estrada?
Os mirones agora não falam...mas os agentes da BT que lá estiveram a desviar os carros, esses, devem falar e rapidamente.
ResponderEliminarParece que há um inquérito...
Espero bem que haja e que se torne público quem deu ordem e quando.
ResponderEliminarQuanto à desmistificação da tese da trovoada seca:
ResponderEliminarhttp://portugalglorioso.blogspot.pt/2017/06/trovoada-seca-rapida-e-estranha-tese-da.html
Caros amigos,
ResponderEliminarHá tempo que eu não vinha e lamento as circunstâncias desta modesta contribuição.
Em Paris, o Ministério dos negócios estrangeiros anúncio a presença de um Francês entre as vítimas.
http://www.diplomatie.gouv.fr/fr/dossiers-pays/portugal/evenements/article/portugal-incendies-18-06-17
Recomendo a visão do sector à volta da IC8 com a "road view" da Google : uma torneira de gás a céu aberto.
https://goo.gl/maps/gXKxLRS3T9H2
Para acabar : aconselho a leitura atenta desta página para ter a noção que os incêndios não vão parar, a menos de uma fortíssima vontade política em assumir uma quebra nas exportações de papel :
http://www.thenavigatorcompany.com/Institucional/Perfil-da-Companhia
Há um situação terrível em torno do eucalipto e dos incêndios.
Abraços a todos.
ResponderEliminarE não há crime de omissão de auxílio ou forte negligência, por parte de quem tinha o dever legal de agir e socorrer as pessoas e nada fez? E o ministério público não faz nada?
Artigo 200.º
Omissão de auxílio
1 - Quem, em caso de grave necessidade, nomeadamente provocada por desastre, acidente, calamidade pública ou situação de perigo comum, que ponha em perigo a vida, a integridade física ou a liberdade de outra pessoa, deixar de lhe prestar o auxílio necessário ao afastamento do perigo, seja por acção pessoal, seja promovendo o socorro, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.
2 - Se a situação referida no número anterior tiver sido criada por aquele que omite o auxílio devido, o omitente é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.
3 - A omissão de auxílio não é punível quando se verificar grave risco para a vida ou integridade física do omitente ou quando, por outro motivo relevante, o auxílio lhe não for exigível.
Contém as alterações dos seguintes diplomas:
- Declaração n.º 73-A/95, de 14/06
Consultar versões anteriores deste artigo:
-1ª versão: DL n.º 48/95, de 15/03
Jurisprudência
1. Ac. TRC de 2-11-2011, CJ, 2011, t.V, pág.314:
I. No crime de omissão de auxílio, o facto típico deve-se por dolosamente cometido quando o agente, tendo representado a necessidade de auxílio, por o dele carenciado correr risco de vida ou de lesão grave para a saúde, se abstêm de o prestar, conformando-se ou mostrando-se indiferente perante a situação (de perigo).
II. É indiferente à verificação do elemento objecto do crime a circusntãncia de a vítima do sinistro ter sido socorrida por outras pessoas que transitavam no local e o facto de uma delas haver chamado uma ambulância por meio de telemóvel.
2. Ac. TRL de 3-11-2010 : I. O tipo incriminador contido no artigo 200.º, n.ºs 1 e 2, do Código Penal, ao descrever a situação que impõe a acção do agente, exige que ele se encontre perante um «caso de grave necessidade» «que ponha em perigo a vida, a integridade física ou a liberdade de outra pessoa».
II. Esse caso de grave necessidade não se verifica quando a vítima morreu escassos segundos após o acidente de viação.
3. Ac. do TRC de 05.04.2017 I - Trata-se, na sua forma simples [crime de omissão de auxílio], de um crime comum ? pois pode ter por agente qualquer pessoa ? e de um crime específico impróprio, na sua forma qualificada ? pois só pode ter por agente o causador do perigo, de um crime de perigo concreto ? pois a verificação do perigo é elemento constitutivo do tipo ?, um crime de omissão pura ? pois traduz-se na omissão de uma conduta exigida pela lei, esgotando-se na própria inobservância da norma ? e de um crime de mera actividade ? pois é irrelevante para o preenchimento do tipo a verificação de um resultado lesivo ? que, tendo como fundamento da incriminação a solidariedade social, tutela os bens jurídicos vida, integridade física e liberdade.II - O condutor de veículo automóvel ligeiro que atropela um peão o qual, por força do embate, é projectado contra outro peão, fazendo com que ambos caiam no chão e sofrendo ambos traumatismos exigindo socorro médico imediato, criou, de imediato, perigo para a saúde, integridade física e mesmo, vida, dos dois. III - Mostrando-se verificado o perigo concreto para a vida das ofendidas decorrente da situação causada pela condução do arguido, e tendo este prosseguido de imediato a marcha, apesar de consciente do que acabava de acontecer e da situação em que aquelas ficavam, sem que, dolosamente, tenha promovido o socorro que se impunha, quanto mais não fosse, chamar ou diligenciar pela chamada de socorro medido urgente, resta concluir que, face aos factos provados que constam da sentença recorrida, cometeu também o arguido, em concurso efectivo, dois crimes de omissão de auxílio, p. e p. pelo art. 200.º, n.ºs 1 e 2 do C. Penal.
O crime é doloso...ou seja é preciso que o agente queira actuar desse modo, prevendo pelo menos um resultado e conformando-se com a sua ocorrência.
ResponderEliminarNão me parece que possa ter sido esse o caso a não ser se o GNR que mandou desviar tivesse o dever de saber que encaminhava as pessoas para uma situação de fogo muito perigosa porque nesse caso interveio directamente como garante de não produção desse resultado.
O fogo mortal veio do mato situado ao lado da via de circulação.
EliminarVisto o fim industrial deste mato (celulose) e visto a dimensão das consequências, por indução, é racional pedir qualificação deste desastre como industrial e não como natural. Os fogos de mato em Portugal são próximos de incêndios cuja origem é uma fábrica com grande quantidade de combustíveis.
Já começaram, através dos jornalistas avençados, a desculpar o cabo que deu ordem para os automobilistas seguirem pela N230, isto quando inicialmente se soube que o tinha feito por ter obedecido a uma ordem de um GNR. Agora os mesmos até já dizem que não houve ninguém a aconselhar os automobilistas a seguirem pela "estrada da morte", eles é que decidiram fazê-lo de sua livre vontade!!! Isto depois de vários automobilistas, um inglês incluído, terem afirmado que haviam recebido as ditas ordens!!! É preciso muita lata e nenhuma vergonha.
ResponderEliminarO que estes corruptos e criminosos políticos que vivem opìparamente à nossa custa sem os termos elegido, querem, além de protegerem o cabo e o GNR, é começarem a sacudir depressinha a água do capote pela morte de 64 inocentes que enviaram para uma morte certa e ficarem, todos felizes e contentes, livres da revolta do povo.
É bom deixar bem claro, para que o país se inteire da qualidade desprezível da gente que temos a infelicidade de ter como governantes, que vários habitantes de Pedrogão afirmaram que os bombeiros nunca aparecerem em toda aquela zona onde os incêndios já tinham começado a atingir uma dimensão alarmante, durante grande parte do dia (creio que das 14 às 19.00h) e durante todo estas horas as chamas a progredirem desmesuradamente.
E quando é que esta gentaça desavergonhada e criminosa desaparece da nossa vista para sempre?
ResponderEliminarJosé sobre este incêndio veja o video da senhora que conseguiu fugir e repare que ela diz que só se via fumo chamas e pinheiros a cair,não me consta que o fogo derrube pinheiros, então que teria acontecido ali ninguém parece interessado em saber especular é muito mais chique.