O sindicalista de serviço da GNR dá uma entrevista ao i de hoje:
Há algumas informações que avultam na entrevista. A GNR de Pedrógão na altura do incêndio tinha dois elementos a actuar no terreno. E um carro patrulha. Porém, não fala na GNR-BT e não esclarece quem mandou cortar o IC8 e não o fez relativamente a outras estradas.
Diz uma coisa importante: é a Protecção Civil quem dá ordens para cortar estradas. E esclarece que houve falhas de comunicação. Esquece-se de dizer que falhas concretas e desde quando.
O Público ajuda um pouco, na edição de hoje, ao publicar uma "timeline", agora traduzida literalmente por "fita do tempo" em vez de cronografia, do que aconteceu às comunicações a partir das 19:45 de Sábado, dia 17 de Junho.
Entre as 14:43 e as 19:45 de Sábado continua o grande silêncio oficial acerca do quem, como, quando, onde e porquê. Um problema do jornalismo nacional, portanto. Um grande problema que os chefes de redacção resolvem com tesoura metafórica, para safar quem interessa no intelecto retorcido de certa esquerda. Uma verdadeira censura, porém inominável.
O SIRESP interessa-lhes agora sobremaneira ( e é por isso que o Público do pobre Dinis agarra as notícias): cheira-lhes a Dias Loureiro, BPN e assim. Só por isso.
ontem em Lisboa
ResponderEliminaro antónio das mortes
ria a bandeiras despregadas
na presença do portuense medina
total falta de decoro
PPC apareceu em Odivelas com ar compungido
e tratado como se fosse o autor das mortes
falta esclarecer se houve suicidios, como no passado,
mas nunca mencionados
José Régio
ResponderEliminarToada de Portalegre
« Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De montes e de oliveiras
Ao vento suão queimada
( Lá vem o vento suão!,
Que enche o sono de pavores,
Faz febre, esfarela os ossos,
E atira aos desesperados
A corda com que se enforcam
Na trave de algum desvão...)
E curioso constatar que o PSD e o CDS neste tipo de situacoes sao muito fofinhos com a Esquerda, mas se Pedro Passos Coelho estivesse no poder agora veriamos uma agressividade extrema da "rua", blogosfera, comunicacao social, "intelectuais"...
ResponderEliminarVeja-se por exemplo a diferenca com o tratamento que tem sido dado a May desde o incendio em Londres, tratamento injusto, diga-se...
De resto, nao sou engenheiro florestal mas tenho conhecimentos suficientes para perceber que neste momento faz falta uma daquelas leis do Estado Novo que obrigavam os pequenos a agrupar-se em cooperativas... para poderem produzir...
Ha poucos ou nenhuns incendios nas plantacoes de eucalipto controladas pelas grandes empresas.
ResponderEliminarParte do problema aqui esta na pequena propriedade.
Salazar sabia disto decadas atras.
No entanto vao continuar a dizer que fazem falta avioes, drones ou carros de bombeiros...
Basta andar pelo Google Map para se confirmar que isso do rei D. Diniz ter mandado plantar o eucaliptal de Leiria é mito urbano
ResponderEliminar":OP
Que belos contratos faz o Estado:
ResponderEliminarhttps://www.publico.pt/2017/06/27/sociedade/noticia/estado-iliba-siresp-de-qualquer-responsabilidades-em-caso-de-falhas-em-catastrofes-1776996
A vegetacao natural da zona que ardeu era dominada pelo carvalho-roble e pelo castanheiro. No ano passado estive uns dias na zona e pude constatar que debaixo dos eucaliptais e pinhais abandonados em algumas zonas havia carvalhos jovens. Perto da barragem do Cabril em zona inacessiveis vi ate carvalhos ja adultos.
ResponderEliminarNo seculo XIX o castanheiro desapareceu devido a uma doenca. O carvalho nesta altura ja seria muito escasso por causa da exploracao da madeira e dos incendios provocados pela pastoricia. O sobreiro tambem escasseava.
E ja no final do seculo XIX que comecam as mega plantacoes de pinheiro, e depois com o Estado Novo sao feitas grandes plantacoes de sobreiro. As chuvas das ultimas decadas do seculo XIX tambem ajudaram.
O eucalipto chega em massa ja tarde, especialmente a partir dos anos 80. Curiosamente, as zonas de maior presenca de eucaliptal sao as que tem sofrido mais incendios...
Quem planta umas escassas dezenas de pes de eucalipto numa antiga horta ou vinha e depois abandona, como se ve no Norte e Centro, nao tem rendimentos para pagar a alguem para vigiar e limpar... isto so e possivel quando a propriedade e grande ou se se obrigarem os pequenos proprietarios a agrupar em cooperativas... e isto que defendo e no Estado Novo fez-se disto...
Ha dias o Banco de Portugal anunciou que temos uma produtividade cronicamente baixa... faria todo o sentido aplicar regras do Condicionamento Industrial para resolver este problema.
Diz-se que apenas UM TERCO do eucaliptal e produtivo.
Mais. Quase 100 por cento da floresta portuguesa e privada. Na maior parte do mundo desenvolvido cerca de 50 por cento da floresta e publica...
E este problema dos incendios ate se cruza com a Historia da propriedade em Portugal... com o que fizeram os Liberais depois da guerra civil as Ordens religiosas e as familias miguelistas...
Temos ainda a problematica do casario disperso em matas e montes (que nao existe em Espanha...).
O despovoamento e normal quando as sociedades se industrializam. O que nao e normal em Portugal e que nao haja polos regionais industriais com populacao jovem e com servicos que atraiam gentes (poderiam ser Elvas, Covilha, Castelo Branco, Braganca, Guarda...). Esta tudo concentrado num eixo litoral entre Setubal e Viana, com uma ilha no litoral algarvio.
Nao vejo uma discussao seria destes problemas focada nas raizes. Nota-se que nao estudam os problemas nem conhecem o pais. Bastaria ler meia duzia de livrinhos e dar umas voltas uns fins-de-semana para terem outra nocao da realidade. E tirarem as palas da ideologia e porem de lado o respeitinho a corte politica.
Estado sentido
ResponderEliminarpor Samuel de Paiva Pires, em 27.06.17
Deixando de lado as notórias tentativas de cobertura das falhas recentes do SIRESP, note-se o seguinte:
O contrato assinado entre o MAI e a SIRESP, S. A. – assinado em 2006, era António Costa responsável pela pasta – estabelece que a ocorrência de situações de “força maior” ilibam a empresa de responsabilidades, em caso de falha do sistema.
O contrato refere que serão considerados “casos de força maior os eventos imprevisíveis e irresistíveis, cujos efeitos se produzem independentemente da vontade da operadora ou da sua atuação, ainda que indiretos, que comprovadamente impeçam ou tornem mais oneroso o cumprimento das suas obrigações contratuais”. E enumera: “Atos de guerra ou subversão, hostilidades ou invasão, rebelião, terrorismo ou epidemias, raios, explosões, graves inundações, ciclones, tremores de terra e outros cataclismos naturais que diretamente afetem as atividades” do SIRESP.
Ou seja, muitas (se não todas) as situações anormais em que se esperaria que o sistema de comunicações de emergência garantisse os contactos entre as autoridades que precisam de articular a ação no terreno — uma vez que os utilizadores do SIRESP vão dos bombeiros à Proteção Civil, passando pelos militares, câmaras municipais, serviços de informações, portos, entre outros — estão previstas no contrato como casos em que, falhando o SIRESP, a empresa fica isenta de responsabilidades.
Havia contratos desses antes do cavaquismo? Julgo que nao.
ResponderEliminarConsta que os contratos das PPPs de Socrates tem clausulas secretas...
Curiosamente nunca mais ninguem falou dos ajustes directos...
Ha menos liberdade em Portugal que decadas atras e digo mais. Sera que os ajustes directos nao serao uma forma de tornar legal algo que no passado poderia ser considerado como trafico de influencias ou pior ainda?
Sempre fui contra contratos com privados.
ResponderEliminarO PSD quando Guterres estava no poder defendia com firmeza o tal conceito dessas parcerias.
Sempre me pareceu que era uma forma de transferir de forma legal o dinheiro dos contribuintes para empresas ligadas ao poder politico. Exemplos nao faltam ate no poder local.
Nao e so o PS. O PSD tambem tem muita culpa da podridao em que caiu o pais.
Direita tuguinha: entregam-se os servicos publicos a privados (Misericordias, IPSSs, escolas privadas, saude privada, servicos municipais), mas o Estado paga, o contribuinte nunca e aliviado.
ResponderEliminarPS, PCP e BE: aumentam-se impostos para tapar buracos das empresas publicas mal geridas e para criar um exercito de dependentes que garantam sempre o acesso o poder pelas urnas. O contribuinte nunca e aliviado.
E isto a democracia portuguesa.
Fora do tema mas faço uma pergunta:
ResponderEliminarParece que há, pelo que aqui é reportado, uma empresa e a Força Aérea Portuguesa que fabricam drones (não são os brinquedos) que podiam fazer a vigilância da floresta com sensores de infra vermelhos (detecção de calor) e transmissão de vídeo com indicação de coordenadas (GPS)
https://pplware.sapo.pt/informacao/66-milhoes-euros-drones-portugueses/
http://observador.pt/2017/01/28/investigadores-portugueses-criam-drone-e-barco-robo-para-socorrer-migrantes/
Basta instalar o software apropriado nas plataformas
Porque não equipar as varias regiões que todos os anos sofrem incêndios com estes equipamentos?
Que doença Zephyrus? Que eu saiba foi a exploração marítima primeiro e o caminho de ferro segundo, que dizimou a nossa floresta. Que à boa maneira portuguesa não foi substituída para as gerações futuras poderem construir barcos ou assentar linha.
ResponderEliminarE quando foi acabou por ser para desenrascar devido à erosão, com pinheiro bravo e eucalipto (os eucaliptos monumentais que ainda existem são dessa época). As plantações das grandes empresas, efectudas com dinheiro de apoio ao mundo rural não ardem não é por serem das grandes empresas. Têm sapadores florestais e meios próprios para debelar os incêndios ao início. E estão organizados para isso.
Os socialistas e apaniguados andam desesperados pelo tal bode expiatório… se o Gil Vicente fosse vivo era capaz de escrever o Auto da Barca do Costa e logo a seguir a Farsa de Constança de Sousa, a levar à cena no Teatro Circo.
ResponderEliminarSilva Gaio escreveu em 1868 o livro Mário sobre as lutas liberais
ResponderEliminarmenciona os pinheiros da Beira
em Doñana não havia eucaliptos
só ignição
fede à légua o episódio do Provedor
Zazie, desculpe retomar nesta caixa o tema que estávamos a debater, é que já nem sei onde pára a outra:) Isto para me explicar melhor.
ResponderEliminarHá múltiplos vocábulos que em português se pronunciam com uma das sílabas tónicas aberta, mas que entanto não levam qualquer sinal gráfico. Nestes excluem-se, como é óbvio, todos os vocábulos que também não necessitam de acentos tónicos para se abrir oralmente a vogal que antecede as seguintes consoantes: o "X", uma "dupla consoante" e o "Z", por ex.: ortodo(ó)xo, rap(á)z, cap(á)z, B(á)rca, Te(á)tro, det(é)cção, flor(é)sta, etc.
Exemplos dos primeiros:
estr(á)da
esp(á)ço
cort(á)ram
continu(á)va
cheg(á)ram
ac(á)so
precis(á)vam
entr(á)da
N(ó)va
Gr(á)ça
abord(á)do
pr(á)ça
(Au)gusta
(Á)veiro
Tudo pronunciado com a sílaba tónica aberta, mas sem acento tónico, como se sabe.
Uma pequenina observação, a Helena Matos é das poucas pessoas nos (poucos) blogos que visito e por isso talvez não seja a única, que respeita esta regra escrevendo Pedrogão correctamente. Está de parabéns.
Já lhe tinha respondido.
ResponderEliminarO til, o dito acento circunflexo e o trema não são sinais de acentuação.
Uma palavra pode levar acento agudo ou grave e ter as vogais nasaladas assinaladas por um til ou acento circunflexo.
Pedrão Grande é assim que se escreve.
Tem a explicação online.
Se a Hm escreve assim, escreve mal. Não se escreve orfão, pela mesma razão.
ResponderEliminarPedrogão lia-se Pedrugão. E tem de se ler Pedró-gão
aqui, a explicação
ResponderEliminar«O til não é um acento, é um sinal gráfico de nasalação; mas vale como acento quando recai sobre a sílaba tónica. Assim, escrevemos irmão, sabão, sacristão – palavras cuja sílaba tónica é ão.
ResponderEliminarSe a sílaba tónica for outra, é obrigatório acentuá-la graficamente e colocar o til sobre a sílaba nasal átona. É o caso de órfão, órgão, pedrógão, onde a sílaba tónica é or- e -dro- e a sílaba nasal é átona. Não é, pois, verdade o que para aí se diz: que estas palavras têm dois acentos.
Têm um só – o acento agudo.»
A sílaba tónica de Pedrógão não é a final (ão) mas a penúltima - dró-
ResponderEliminarMuito bem Zazie, então por que razão nas placas que se têm visto nas reportagens televisivas - o que estranhamente só vem acontecendo desde esta terça-feira, a última das quais passou hoje nos vários telejornais, mostrando duas placas de tamanhos diferentes e em dois locais diferentes - o nome da Vila está grafado "Pedrogão Grande" e certamente que em "Pedrogão Pequeno" o nome estará igualmente assim grafado e na minha opinião bem?
ResponderEliminarÉ a mesma lógica de rabecão. Se se pronunciasse rabécão tinha de ser acentuada.
ResponderEliminarA gramática não depende de opiniões.
As placas também não têm o o final?
ResponderEliminarSe não têm, seguem o Foral Manuelino.
Escrevia-se Pedrogã
Devia ser pedrogä
ResponderEliminar"As placas também não têm o o final?" (Zazie)
ResponderEliminarClaro que têm. Tinham que ter. E tem razão quanto à sílaba tónica, ela é efectivamente "dro", só que há sílabas tónicas que por motivos diversos, sendo a sua etimologia um deles, não são acentuadas tònicamente. E caso o substantivo "Pedrogão" levasse acento agudo na sílaba "dro", a palavra teria que terminar obrigatòriamente em "am", grafado Pedrógam. Quem sabe se não teria sido esta a sua grafia original há vários séculos. É muito possível. Há imensos substantivos próprios e comuns, nomes de pessoas, cidades, vilas, aldeias, de adjectivos, interjeições, verbos, etc., que nos primórdios da nossa Nação terminavam em "am" e em "em", tendo estas terminações, talvez porque anacrónicas, sido substituídas por outras etimológica e fonèticamente mais d'acordo com cada época. Com o decorrer dos séculos e as naturais alterações na língua falada e escrita, aquela em consequência do falazar dos povos e esta em resultado dos vários acordos ortográficos, a ortografia foi-se modificando a pouco e pouco (Fernando Pessoa nunca aceitou o A.O. de 41) até chegarmos à que temos na actualidade. Umas vezes foi para bem (ou nem por isso) e outras, sobretudo no que se refere à desgraça do último A.O., foi para mal e muito mal. Aliás de tão mau nem foi aceite pelos portugueses nem ratificado pelos outros povos que falam o português. É isso.
Maria:
ResponderEliminarA grafia original correspondia à entoação original dada à palavra. Um pedregulho pode ser um pedrogão, com o "o" mudo.
No século XVII ainda se escrevia assim porque se dizia assim. Depois passou-se a abrir o "o". A dizer com ó aberto, acentuado na fala e escrito com acentuação igual à fala.
Como é um topónimo não há lei. Se a Maria pronunciar Pedrogão com "o" mudo, está a acentuar na última sílaba. Diz pedrogão e escreve pedrogão.
Agora se disser com o aberto- como palavra grave, então não tem o menor sentido escrever como se fosse aguda.
A Maria é como o Bic Laranja- inventaram uma língua só vossa como se fosse arcaica e nem isso é. Ninguém escreve assim porque ninguém fala assim.
ResponderEliminarNeste caso, até fica melhor o ó aberto que tanto "ão" "ão que é o pior da nossa língua.
Este acordo reverte as vogais abertas e coloca mais "ão" "ão" e vogais mudas o que é horrível de dizer e de se ouvir.
Isto de linguística não é para amadorismos. Ou se estuda e sabe a sério ou se mete água.
Eu não sei mas segui a lógica e não há excepção alguma em "órfão ou òrgão ou orégão. Não está nada errado dizer-se que se está a colocar dois acentos numa mesma palavra e que isso é erro. O til não é um acento, foi essa a explicação que lhe linkei do Ciberdúvidas.
Se está errado escrever Pedrógão como insiste, pela lógica do "ão" final que considera acentuado, então a que título está certo escrever fonéticamente ou tónicamente se não existem palavras mais que exdrúxulas?
ResponderEliminarQual é a regra gramatical do tónicamente? se não levasse acento (e não leva) lia-se como grave?
Atenção! Muita gente parece cavalgar a mais extravagante sabedoria sobre a desgraçada terra de Pedrógão ultimamente e nenhuma Bic Laranja se lhe pode comparar. O autor do blogo Bic Laranja não é parte nem chamado a esta conversa.
ResponderEliminarehehehe
ResponderEliminarSorry
Também nem sei para que continuei esta conversa disparatada.
ResponderEliminarZazie, desculpe lá mas eu vou continuar (e espero terminar) esta "conversa disparatada", palavras suas, por haver pelo menos três dúvidas que me sinto na obrigação de esclarecer e faço-o ùnicamente por assim ter aprendido e não por minha alta recreação ou por querer embirrar consigo, não é esse o meu feitio e respeito sempre as opiniões alheias.
ResponderEliminarVamos lá ver: segundo o meu dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 6ª. Edição - também possuo a 5ª Edição - numa altura, já vão cinco ou seis anos, em que procurava a correcta grafia de um qualquer vocábulo, deparo-me com uma curiosa nota dos autores a avisar que todos os vocábulos, normalmente adjectivos, que levam acento agudo na ante-penúltima sílaba tónica, quando passam a polissílabos têm que levar "obrigatòriamente" (palavras do autor) acento esdrúxulo, ou seja, o sinal gráfico inicial de "agudo" passa a "grave" na mesmíssima sílaba do agora polissílabo. Eu que na altura nem sequer o fazia, já tinha esquecido por completo esta regra da acentuação - os meus estudos da língua portuguesa, disciplina que aliás adorava e onde obtive sempre excelentes notas, já lá íam havia muitas dezenas de anos - a partir daí passei a fazê-lo obrigatòriamente (repito, a conselho de um das dezenas de doutos linguístas que colaboraram na elaboração deste excelente dicionário) porque além de eu ser perfeccionista em tudo quanto faço, não podia deixar de o ser também na grafia do português, respeitando sempre as regras gramaticais e fazendo-o até relativamente às línguas estrangeiras que domino.
Foi na 5ª Edição deste belíssimo dicionário que dei com esta informação. Por distracção não assinalei a página nessa altura (já tentei encontrá-la noutra ocasião e não o consegui, é que estamos a falar de 1.763 páginas!) mas se a Zazie quiser que eu a encontre, vou-me dar ao trabalho de perder umas boas horas a folhear página a página até a encontrar. A sério que o farei sem problemas.
Outa coisa. A Zazie diz que o "til" não é acento nenhum. Mas olhe que também é. É um substantivo masculino e sinal gráfico ou ortográfico.
Deixo uma pequenina nota por respeito para com a pessoa citada. A Zazie equipara-me nas picuinhices (adjectivo meu, mas propositado porque tem razão, eu sou de facto picuinhas neste particular, eu e todos os meus irmãos, foi assim que nos ensinaram a ser em casa e na escola) no que respeita à grafia do (bom) português e como o trata - impecàvelmente - o autor do blogo Bic Laranja. Sim, aceito a equiparação com muita honra porque se trata de uma pessoa que muito prezo e respeito. Com ele tenho aprendido bastante sobre a língua portuguesa que já havia esquecido ou desconhecia por completo.
Em relação à primeira questão dou de barato que esteja certa. Não sei. Também já vi que se escreve cafézinho e nunca entendi porquê
ResponderEliminarEm relação ao til acho que não porque do am antigo passou-se ao ão e este é nasalado e daí ter de se diferenciar de um ditongo.
Para terminar- o topónimo Pedrógão pode ter passado a ser acentuado por enúmeras razões mas nunca pela sua suspeição de tal ser uma moda recente devida a este estapafúrdio "desacordo" ortográfico.
Eu considero a língua mãe aquela que se aprende em criança quando também aprendemos a escrever.
Mais para trás que isso é arcaísmo e arcaísmos não se dominam bem porque são isso mesmo- coisas que já acabaram e que ninguém fala desse modo.
Pode ser engraçado, pode ser muito pertinente para ler documentos antigos mas não é tabela para o que deve ou não deve ser a preservação de uma língua num dado contexto coevo.
Fora isso, não sei se reparou que até o Bic Laranja deu o mesmo erro que tanto a incomoda. Escreveu "Pedrógão".
ResponderEliminarA Helena Matos é que sabe.
";O)
Voltei a ler esta passagem e agora é que me baralhou:
ResponderEliminartodos os vocábulos, normalmente adjectivos, que levam acento agudo na ante-penúltima sílaba tónica, quando passam a polissílabos têm que levar "obrigatòriamente" (palavras do autor) acento esdrúxulo, ou seja, o sinal gráfico inicial de "agudo" passa a "grave" na mesmíssima sílaba do agora polissílabo.
Consegue ir lá buscar o exemplo que deram?
É que eu nem entendo o que é um acento agudo passar a grave.
O que conheço é uma palavra aguda poder passar a grave. Ou seja, por incluir mais uma sílaba passa a ser acentuada na penúltima sílaba e não na última.
Os acentos podem ser agudos e graves mas isso nada tem a ver com a sílaba da acentuação.
Um acento grave é geralmente usado numa contracção de preposição com artigo.
Ex: à de a a. a+a=à
"Estava a a janela= estava à janela e não á janela.
Uma palavra esdrúxula é que a é acentuada na antepenúlitma sílaba. O acento não é nem deixa de ser esdrúxulo. Na quarta sílaba ou quinta sílaba não há acentuação.
Foi isso que eu disse.
Obrigatoriamente se levasse acento era agudo. Não há acento esdrúxulo e levaria na ante-penúltima síla que não é "tó" mas "a"
Tem aqui a explicação.
Esta conversa que chegou a ser disparata, terminou numa questão engraçada que já nem me lembrava.
ResponderEliminarVem da acentuação latina o uso de acento grave complementar numa palavra.
Este acento inicial, fortemente intensivo, predominou em latim até um, ou,
no máximo, dois séculos, antes da época literária.
Como sói acontecer em qualquer língua que possua um acento intensivo,
as palavras muito extensas costumam apresentar, além do acento
principal, uma espécie de contra-acento secundário, como, por exemplo
em português, palavras como: admiràvelménte, còntraproducénte. Assim,
por ocasião da vigência da intensidade inicial em latim, os vocábulos
mais extensos recebiam em sua parte final um acento secundário, que
deveria recair na penúltima sílaba da palavra se a referida sílaba fosse
longa, e na antepenúltima se ao contrário fosse breve. Ainda antes do
período literário, sofreria o acento latino uma transformação, tornandose
este contra-acento final o acento principal da palavra, passando a
intensidade inicial do vocábulo a atuar como um acento secundário. A
causa desta transformação, que veio atingir apenas a localização do
acento (e não a sua natureza, pois que continuava sendo um acento
intensivo), parece-nos assentar na analogia com a maior parte das
palavras da língua que não contavam mais de duas ou três sílabas,
confundindo-se assim acento inicial e final.
Ok. Acabou na revisão de 73 do acordo de 1945:
ResponderEliminarXXIII
Emprego do acento grave nos advérbios em mente que provêm de formas adjectivas marcadas com acento
agudo, e nos derivados em que entram sufixos precedidos do infixo z e cujas formas básicas são marcadas
com o mesmo acento. (Exemplos: benèficamente, agradàvelmente, distraìdamente, heròicamente, màmente,
sòmente; làbiozinho, pètalazinha, dèbilzinho, jòiazinha, òrfãozinho, anèizinhos, avòzinha, cafèzinho,
cafèzeiro, chapèuzito, chàzada, màzinha, vintènzinho
Interessantes os exemplos gramaticais que a Zazie reproduziu e que vêm ao encontro do que eu já havia dito. Gostei de os ler principalmente por serem da autoria de uma professora da Universidade do Rio Grande do Sul, que sabe do que fala. Reparei nas expressões e palavras que são usuais no português do Brasil e não no de Portugal, mas não será por isso que retiram mérito à escrita, antes pelo contrário. Só um exemplo, embora haja alguns outros. Nós por cá não escrevemos "sói" mas sim "soe", ex.: "como soe dizer-se", embora haja quem o faça talvez por influência brasileira.
ResponderEliminarQuanto ao Pribéran que creio ser d'origem brasileira, não me interessa, não o consulto porque duvido que as suas sugestões e conselhos sobre a nossa língua se adequem às regras e normativas do português de Portugal. Aliás não consulto nem tiro dúvidas sobre a língua portuguesa na Wikipedia e nem sequer o faço sobre o francês, inglês, italiano e espanhol.
Zazie, quando escrevi "acento esdrúxulo", mais não fiz do que reproduzir a informação que os estudiosos, nos documentos que consultei, deram a este acento (nem eu própria sabia que ele podia ter esta designação tão estranha). Bem, tentei mesmo agora encontrá-la no meio dos ditos documentos, para a reproduzir, mas não houve meio de o conseguir. Mas lá irei, pode estar certa.
Til, s.m. - sinal ortográfico para indicar que é nasal a vogal a que se sobrepõe. Dicionário Porto Editora, 5ª. e 6ª. edições.
Zazie, eu nunca afirmei que o substantivo "Pedrogão", pelo facto de ser acentuado (dupla e erròneamente) com os dois sinais gráficos, o agudo e o til, era consequência do AO9O. Não. O que eu disse e repito é que este Acordo é um ultrage à língua portuguesa - e não sou só eu que o digo, centenas de escritores, intelectuais e professores de todas as áreas do saber, também o afirmaram e têm vindo a protestar veementemente - e os 'linguístas' que o elaboraram não têm classificação possível. Motivo pelo qual ele deve ser urgentemente revogado. E felizmente parece que vai ser. Já não era sem tempo.
E já agora, tendo em conta que os jornalistas e bastantes mais profissionais da escrita, lêem este blogo (e mais três ou quatro, outros, considerados imperdíveis), torno a repetir o que já disse: o substantivo "Pedrogão" só é acentuado tònicamente UMA ÚNICA VEZ com um til na última sílaba. Por favor, senhores directores dos jornais, revistas, televisões, etc., não lhe coloquem dois acentos. Visualmente é horrível. Se tiverem dúvidas, caramba!) vão à respectiva Vila e consultem os documentos da Câmara (se a houver) ou da Junta de Freguesia para tirarem dúvidas. Pois se até as duas placas toponímicas que assinalam a Vila o deixam bem claro e bem grafado, qual é a dúvida?? Salvo as excepções conhecidas, a língua portuguesa não aceita dois sinais gráficos numa mesma palavra. No português de Portugal, claro.
E Cristóvão, como faz?
ResponderEliminarEu acho engraçado a Maria escrever como aprendeu em pequena. E percebi agora o motivo pelo qual ainda usa o apóstrofo.
Um arcaísmo nunca é um erro.
Mas Pedrógão arcaico era Pedrogano e deposo Pedrogam.
";O)
Dê lá um único exemplo de palavra grave terminada em ão que não leva acento na sílaba tónica.
ResponderEliminarÉ que aquelas a que chama excepções, como órfão, Cristóvão, órgão, orégão, Pedrógão, são a regra.
Eu não conheço é outra idêntica sem os dois acentos, a menos que seja mesmo acentuada na última sílaba (não ão).