A marca Impresa (Expresso, SIC, Visão, ...) está para a comunicação social como o BES estava para a banca.
Impresa pondera fechar Visão e outras revistas
O grupo Impresa, detentor da SIC e de títulos como o semanário Expresso ou a revista Visão, pondera encerrar diversas publicações, se não conseguir vendê-las até ao final do ano, sendo certo que o Expresso se manterá no grupo. A solução foi comunicada pela administração esta quarta-feira de manhã aos directores de algumas das revistas em causa. Além da Visão (que inclui a Visão Junior e a Visão História), a Impresa detém a Caras, Activa, Exame, Exame Informática, Telenovelas e TV Mais, para lá do Courier Internacional, do Blitz e do Jornal de Letras.
Público. LILIANA VALENTE e LUÍS VILLALOBOS 23 de agosto de 2017, 16:36 actualizada às 20:12Se não é ainda um fim anunciado, por perto andará.Há muito que se conhecem as dificuldades da Impresa (1) e o nível insustentável da sua dívida. O lençol orçamental tecido pela Geringonça foi repuxado para o outro lado, o lado das bases sociais e burocráticas de apoio ao PS, Bloco e PCP. Para além das famosas cativações radicais, que ameaçam as infraestruras e a segurança do país, como vimos neste assassino verão de fogos florestais, teremos também dificuldades crescentes nalgumas empresas habituadas a um certo paroquialismo protegido pelos bancos e elites indígenas. Tudo somado, continuamos a ver crescer o desemprego estrutural, a destruição de capital fixo e humano, a implosão das classes médias, o aumento das desigualdades e da pobreza, a evaporação da poupança, a colonização financeira acelerada do país, a gentrificação das cidades, e um enorme sarilho no regime a menos de uma legislatura de vista. Marcelo Rebelo de Sousa terá que dar o seu melhor. Mas não sei se será suficiente.
A economia virtual, a tal que foi gerada pelas bolhas especulativas, mas a que os bancos centrais, BOJ, BoE, Fed e BCE acrescentaram mais fantasias monetárias, tornou-se uma realidade estratosférica. Basta pensar, como sintoma desta incomensurabilidade, no passe pago pelo Qatar/Paris Saint-Germain ao Barça para contratar o jogador de futebol Neymar: 222 milhões de dólares. Ou ainda na capitalização de uma empresa tecnológica como a Apple: 752 mil milhões de dólares, mais do triplo do PIB português (204 mil milhões de dólares em 2016). Ou, para dar ainda um último exemplo sugestivo, a Uber, cujo valor supera a capitalização de toda a bolsa portuguesa. Nesta realidade que incha para lá de toda a nossa imaginação, empresas como a Impresa (que terminou a sua viagem pelo PSI20 com uma capitalização bolsista de 255 milhões de euros) e hoje deve mais de 160 milhões de euros à banca (80 milhões ao BPI) não passa de uma frágil casca de noz num mar de tempestade rodeado de tubarões e a ameaça crescente de um naufrágio.
A fragilidade de um país como Portugal é cada vez mais evidente, assim como a sua prática incapacidade de mudar a direção dos ventos que sopram. Se ainda nos uníssemos, em vez de alimentarmos a fogueira ideológica que António Costa acendeu e a Geringonça ateou...
NOTAS
Em meados de 1995 tentei explicar a Francisco Pinto Balsemão que o futuro da imprensa estava numa coisa chamada Internet. Mostrei-lhe então o que era a Internet num monitor manhoso ligado a um PC. O navegador de então chamava-se Mosaic. Creio que levou demasiado tempo a assimilar a informação que então lhe dei. A avalanche que se seguiria é hoje conhecida de todos. Mas o que ainda falta à burguesia portuguesa entender é que o Capitalismo mudou.
Comentário meu:
Pinto Balsemão era um jornalista nos anos sessenta que teve a seu cargo a herança do Diário Popular, que um tio lhe deixou.
Nos setenta foi deputado do grupo da Ala Liberal que congregava ainda Sá Carneiro, Magalhães Mota e outros que fundaram o PPD/PSD, logo em Junho de 1974.
Se o 25 de Abril não tivesse gerado um trágico PREC, Marcello Caetano poderia bem ter sido um apoiante do PSD...
No entanto, tal PREC determinou um virar de casaca do dito Balsemão que logo em 1974, com o seu Expresso, fundado no ano anterior e prestes a fechar portas por não conseguir impor-se no jornalismo nacional, adoptou a novilíngua dos comunistas e socialistas e contribuiu como compagnon de route para a nossa desgraça colectiva que dura há mais de 40 anos.
O actual presidente da República, filho de um dos ministros de Salazar foi outro que adoptou a novilíngua até hoje. Um traidor, evidentemente, aos ideais dos pais. Um liberal de trazer por casa cuja verdadeira personalidade continua a ser um mistério. Foi jornalista e director no Expresso e colaborou logo na revista Visão, em 1993.
As nacionalizações e a Constituição de 1976 tiveram o apoio inequívoco destes tartufos de sempre na política nacional.
A falência da Impresa e do grupo de Balsemão, agora e neste contexto, é trágico para duas centenas de jornalistas. Para os donos do grupo é apenas o que acabaram por merecer.
Balsemão durou estes últimos 44 anos por causa destas traições a ideais que eram o que depois deixaram de ser.
Está na hora de enfrentar a realidade, tal como o banqueiro Salgado, outro da mesma laia, enfrentou.
Boa definição para o Martelinho, fina flor do fassismo. Tal qual um daqueles "bonecos teimosos", até no tique de abanar a cachola e torcer o pescoço (com tantas peles, que parece um pirú em vésperas do natal)
ResponderEliminarO mais aborrecido desta vida, é que tudo tem volta e é cá que tudo se paga. Estranho o ancião do "expesso", não ter percebido isso, quando o salgado ficou de molho.
ResponderEliminarComo diz José, os traidores continuam a não ser pagos.
Mas há mais, a realidade está a bater á porta.
80 milhões ao BPI, muito me contam…
ResponderEliminarEu tenho simpatia pelo facto do autor em 1995 navegar no Mosaic, eu também, mas daí a dizer em 1995 que o futuro da imprensa passava pela internet é um salto irracional e inexplicável. Nem em retrospectiva isso é inteiramente verdade, quanto mais na altura. Complemento, quando muito. Mas há uma década ou mais comentei no Abrupto que os jornais portugueses não levavam a internet a sério, nem um domínio de primeiro nível utilizavam, mesmo tendo-o, era inacreditável de incompetência e falta de entendimento do que (lhes) estava a acontecer.
Mas a explicação do José é muito mais consentânea com a realidade portuguesa, dos compadrios, promiscuidades, esquerdismo dos almoços grátis e do dinheiro fácil. Acabou, estou cheio de pena.
Num país como os EUA, The Intercept é fundado por um dos trutas do eBay; o da Amazon comprou o Washington Post; a Laurene Jobs (mulher de Steve Jobs) comprou The Atlantic… tudo coisas relativamente e aparentemente bem intencionadas para manter um módico de imprensa livre (bias de esquerda e politicamente correcto). Nós temos o filantropo que merecemos e a imprensa livre é o pasquim oficioso do BE, uma vergonha para o jornalismo em qualquer parte do Mundo (bias de extrema esquerda, porta voz de tudo que é LGBTQIA). Mas sem o dinheiro do Continente aquilo não existia. Num ambiente de selva brutal como a internet, até nos EUA a imprensa passa um mau bocado… num mercadinho como o nosso, nem chega a existir.
ResponderEliminarBom post. Excelentes comentários. Parabéns.
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ResponderEliminar...Um liberal de trazer por casa cuja verdadeira personalidade continua a ser um mistério...
ResponderEliminarAqui há tempos, uma vizinha veio-me com uma conversa que Marcelo sempre sofreu de esquizofrenia.
Talvez ajude a explicar a sua actuação.
O futuro da imprensa é fazerem Jornalismo sério e rigoroso doa a quem doer sem fretes a accionistas ou a quem pague a publicidade. E fazer-se pagar por isso.
ResponderEliminarA realidade é que se está na internet mais tarde ou mais cedo fica grátis e ninguém vai querer pagar. Eu o pouco que me interessa no correio da manha leio no portadaloja ou no barbeiro. Não tenho a minima pressa em querer ler o disparate truncado do dia, se uma noticia 15 dias depois de publicada ainda for verdadeira e rigorosa então talvez valha a pena. Contam-se pelos dedos da mão do maneta normalmente.
Ja aqui se falou, e bem, do canard enchainé. Podia juntar-lhe o Private Eye. Nenhum está na net e não lhes faltam compradores da edição impressa.
Uma coisa é o Jornalismo, outra bem diferente é produzir "conteúdos" para encher chouriços na internet ou para campanhas politico-económicas dos grupelhos de interesses.
'afundanço' bem merecido
ResponderEliminarnão é só o interior a arder
não se fala da dívida pública porque mão é:
homossexual
nem frequenta os festivais de espermatozóides
Buíça, o Private Eye está na net:
ResponderEliminarhttp://www.private-eye.co.uk/
Um resumo da ediçao impressa. 1 centésimo, que aquilo demora 15 dias a ler...
EliminarEnjoy :)
ResponderEliminarhttps://twitter.com/DineshDSouza/status/900870347582341120
Sapo
ResponderEliminarNúmero de insolvências em Portugal triplicou nos últimos dez anos»
a próxima será a rectângulo
'com labaredas em chama'
...estamos numa época em que os telejornais enchem espaço com conteúdo gratuito como "mandem fotos das férias" e fundamentam muito do que transmitem em "hoje, o jornal X noticia que..."
ResponderEliminarEsta época é perigosa porque a investigação é só uma perda de dinheiro irrecuperável muito por conta da Internet que faculta "notícias" de borla.
O problema, claro está, é que se contam boatos como sendo notícias e a ficção passa a ser entendida como verdade.
É-me difícil perceber como se vai alterar este rumo.
El País
ResponderEliminarLas nuevas mulas son ligeras, van por aire y pasan inadvertidas. Desde 2015, los drones, aviones ligeros que los consumidores pueden comprar por poco más de mil dólares, se han convertido en una fórmula ingeniosa para introducir droga en Estados Unidos. Un pequeño objeto volador, teledirigido y difícil de interceptar, es un método silencioso para pasar sustancias ilegales. Si cae, es relativamente complicado dar con el dueño
A propaganda vai ter muito desemprego.A malta cheira-lhes a traição e não compra.Esta coisa do tudo e do seu contrário não é para todos...
ResponderEliminarSe a coisa der para o torto vai haver muita mobília queimada na rua à Afonso Costa.Foi valente até deixar de ter as costas quentes e o susto foi tão grande que nunca mais pensou regressar.Temos por aí muito amigo(a) de africano pobre disposto a ir varrer ruas para África numa de todos iguais, todos diferentes...
O Mamadou Ba vai ser muito útil aos varredores brancos(as) das tabancas da Dakar...
ResponderEliminarNet
ResponderEliminarnão tenho memória de, em democracia, ter acontecido uma situação em que uma instituição do Governo recomenda que livros sejam retirados do mercado”.
Foi desta forma que Vasco Teixeira, diretor editorial da Porto Editora, comentou ao Expresso a recomendação da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), “por orientação do ministro-adjunto”, Eduardo Cabrita, para que fossem retirados do mercado dois blocos de exercícios por acentuarem “estereótipos de género”.
Teixeira diz-se “muito preocupado” com a “atitude precipitada da CIG”, considerando que a polémica é desproporcionada e foi criada artificialmente.
“O exemplo do labirinto mais fácil para as meninas é precedido por um que é mais difícil para elas. Ou seja, houve clara intenção de criar um caso e manipular a opinião pública, acusando a Porto Editora de discriminação das meninas, o que é totalmente falso.”
Ao Expresso, o gabinete do ministro-adjunto reiterou que a “decisão de retirar os materiais do mercado é da exclusiva responsabilidade“ da editora.»
social-fascismo do microfone
Portugal tem resistido a internet e a tentacao de alguns sectores tem sido legislar para proibir e proteger. Nao o fazem porque as leis da UE proibem, mas mesmo assim ocasionalmente tem conseguido criar chico-espertices legislativas e em regulamentos para enganar a UE.
ResponderEliminarJa Salazar se lamentava desta conservadorismo excessivo que prejudicava o progresso da Nacao. O Balsemao e apenas mais um desses conservadores que nao perceberam a seu devido tempo a mudanca dos ventos da Historia... e ate tem pedido subtilmente proteccionismo...
Estas declaracoes dizem muito sobre o personagem e sobre o nosso "capitalismo":
https://eco.pt/2017/03/23/qsp-summit-balsemao-ataca-google-e-facebook/
Outro assunto: o Sócrates e o Marinho e Pinto eram unha com carne, como se vê pelas escutas hoje divulgadas. Nada que surpreenda, pelo teor de tantas declarações de Pinto a tentar enterrar as investigações dos casos Freeport e Marquês.
ResponderEliminarAlguém já viu os nomes 'finos' que o Sócrates chama ao Costa e do que o acusa a respeito da 'sua' (dele, Sócrates) futura e ambicionada cadeira (ou cadeirão) na presidência da República que, diz ele, o outro lhe roubou? Vem na capa do Sol. Fui tentar ler a notícia no jornal on-line mas nada de nada aparece. Aliás neste formato aquele jornal não publica notícias algumas. Estranho. Deve ser para se comprar o jornal à força. Comigo dão-se mal, não compro este jornal nem nenhum outro, excepto O Diabo.
ResponderEliminarTambem estou muite preocupade e indignade com esta coisa da discriminação de genere , tão fachiste que é...vou mais longe , rebuscando nos arcanes de riquissime lexique de lingue portuguese para definir invertides deve-se propor para o novo génere , p.ex. " Manual de... para use de marimachos e alfenins " . Igualmente devemos inspirar-nos ne Ingles e Alemês e adoptar urgentemente equivalente luse ao " it " e ao " das " . Tenho dito , dasse !
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