Na "entrevista de Verão" de ontem, o DN publicou uma conversa com o embaixador e intelectual Marcello Duarte Mathias. É um estrangeirado típico, filho até de uma estrangeira e estudou em Oxford e Paris. É diplomata desde o tempo anterior ao 25 de Abril de 1974 e conheceu os antigos presidentes do Conselho, Salazar e Marcello Caetano.
Sobre os mesmos diz isto:
É um dos que deveria fazer a análise semiótica dos elementos desta foto:
Sobre Salazar parece que o jornalista Miguel Pinheiro tem novo livro. Vou procurar e folhear para eventualmente ler e comentar.
Sobre outro assunto que o embaixador intelectual retoma, o do romance Equador de Miguel Sousa Tavares que foi um sucesso há cerca de dez anos e que o intelectual embaixador recenseou em modo crítico , convém lembrar a polémica a propósito do alegado plágio que foi motivo de processo que condenou um jornalista em modo assaz vergonhoso.
Há poucas semanas arranjei a edição original do livro Cette nuit la liberté, de Dominique Lapierre e Larry Collins, publicado em França pela Robert Laffont, em 1975.
Fez no passado dia 15 de Agosto 70 anos que a Índia se tornou independente do Império Britânico e em 1947 teria sido uma altura ideal para começar igualmente a pensar na independência das nossas então "colónias"... mas o tempo não estava maduro para tal. O "vento da História" não passou por aqui nessa altura.
Na altura da polémica sobre o eventual plágio de algumas passagens do livro em causa, a revista Focus publicou duas páginas comparativas de passagens avulsas de um livro e outro, mas julgo que as originais do livro original afinal terão sido transcritas do inglês.
Como estas coisas são curiosas e convém lembrar, aqui ficam as páginas da Focus e também do livro original para registo.
Marcello Mathias diz algo que já tinha sido dito pelo Silva Pinto, que o Marcello estava muito à direita de Salazar e que por essa razão teria "levado" o País ao 25/4.
ResponderEliminarUsar o eixo esquerda/direita para analisar as diferenças entre os dois parece-me um erro.
Creio que, neste caso, a explicação para as diferenças na condução política assenta mais na formação (Salazar na Igreja, Marcello no jornalismo político e na Academia) e em características psicológicas do que em factores ideológicos.
Miguel D
Teria sido, teria...
ResponderEliminarPara isso e para implementar a "democracia" que, como se vê, tem funcionado que nem uma maravilha.
Os espanhóis e os finlandeses que o digam, entre outros.
É uma pena porque senão também já tínhamos sido enriquecidos com a moirama toda de importação, entre outros benefícios.
Fugindo do tema - cujos artigos reproduzidos ainda não li - só quero fazer sobressair algo que me encanta e para mim trata-se de uma mera coincidência mas que não deixa de ter uma certa piada. Eu sou uma apaixonada por mobiliário antigo, a verdade é que volta e meia ele aparece-me à frente do nariz... Como por exemplo a cama de Salazar no seu quarto do Forte de São João do Estoril que já aqui apareceu no PortadaLoja em foto, por diversas vezes. Creio que a cama na sua casa do Vimieiro onde costumava ir passar férias, é igual a esta, mas não tenho a certeza. E nova coincidência, volto a dar de caras com a cama, na capa deste último O Diabo!
ResponderEliminarEsta cama é do séc. dezoito, período histórico e estilo de mobiliário de que sou uma completa apaixonada (e também muito do estilo Arte-Nova), eis porque fico encantada sempre que vejo em fotos daquela cama. Isto acontece também e sobretudo porque só por uma diferença de dois dias perdemos uma cama em mogno igualzinha a esta num Leilão a que assistimos há muitos anos e que nos interessou bastante, mas por um motivo ou outro não a sinalizámos na altura. Isto acontecia por vezes para irmos pensar melhor se devíamos ou não adquirir determinada peça. No dia a seguir ao Leilão alguém que também a havia licitado antecipou-se a nós... e foi buscá-la!
A perda dessa cama ficou-me atravessada e não porque fosse do mais deslumbrante que já havia visto, nem por sombras, mas por achar graça ao facto de termos uma do mesmo estilo mas de pessoa só. Houve outras belas peças, poucas, que infelizmente fomos perdendo ao longo do tempo (como, num outro caso, uma cadeira D. José em pau-santo, linda, numa Feira de Antiguidades realizada nas Picoas, mas achámos o preço, vinte e cinco contos!, uma exorbitância por um única cadeira, hoje seria uma ninharia...; e ainda uma outra perda que nos ficou atravessado, um conjunto de quarto estilo Arte-Nova lindo de morrer, composto por cinco peças, madeira olho-de-perdiz e custava trinta contos, para a altura era bastante carote, hoje seria quase de graça!) por desinteresse momentâneo, porém esta em particular serviu-nos de emenda. A partir daí qualquer coisa que nos interessasse de um modo particular ou a sinalizávamos logo ou adquiríamo-la na hora.
A cama é D. Maria e do mais simples e popular que existia. Tal como a coberta em chita de Alcobaça.
ResponderEliminarÉ um quarto simples, como podia ser um quarto vulgar do povo, com o crucifixo por cima leito.
ResponderEliminarÉ mesmo Zazie. A colcha não sei se será mesmo de chita, é possível, usava-se na Província, acho eu. O tapete é pequenino mas de Arraiolos. Outra coisa que me faz confusão, em cima da mesinha de cabeceira há uma vela num suporte qualquer de vidro. Será possível que fosse aquele o modo de Salazar ter luz o quarto? Não pode ser. Por muito poupado que ele fosse e era, tal coisa era impossível para uma pessoa com o seu estatuto. Deve ter havido entretanto uma mudança de candeeiro para vela.
ResponderEliminarDeve ser um candeeiro em forma de vela. Também se usava.
ResponderEliminarA colcha é chita de Alcobaça e usava-se em toda a parte. O tapete também me parece de Arraiolos.