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segunda-feira, outubro 23, 2017

Os juízes dos juízes são jacobinos

 Para amenizar todos os fait-divers da semana que passou, incluindo o problema dos incêndios e mortes por incompetência de quem manda, nada melhor que um assunto grave e sério: a violência doméstica e o modo como os tribunais lidam com o fenómeno.

Alguém se lembrou de um acórdão recente do tribunal da Relação do Porto para fustigar um juiz relator que se atreveu a citar a Bíblia e o passado de costumes de antanho para explicar o que o senso comum entende mas o actual senso politicamente correcto se recusa a entender: o adultério praticado por um cônjuge pode ser um catalisador de violência entre um casal e tal fenómeno tem que ser equacionado de molde a perceber-se se tal violência poderá ser repetida ou será caso isolado. Isso tem importância para se aquilatar a eventualidade de suspensão de uma pena de prisão.

Note-se que no caso concreto o agressor doméstico foi condenado, apenas não o foi em prisão efectiva porque o referido juiz ( e uma juíza também, acompanhada pelo magistrado do MºPº na Relação, também e de quem ninguém fala) entenderam que não se justificaria tal medida extrema, atentas as necessidades concretas de prevenção especial.

Escreveu assim o desembargador em causa, no acórdão de que se fala:


 Portanto, não foi por causa da Bíblia ou da idiossincrasia especial dos juízes em causa que o assunto ficou assim decidido. Foi por outros motivos e ficam acima explicados. No entanto, continua o ruído por causa da citação da Bíblia e da idiossincrasia aparentemente conservadora do juiz em causa, como se este não tivesse o direito de exprimir, fundamentando, o que entende ser correcto. É pecado mortalmente mediático algum juiz citar a Bíblia numa decisão ou sufragar entendimentos do senso comum que atente contra o que se pretende institucionalizar como politicamente correcto por força mediática do jacobinismo planante. E ai de quem o faça que é lançado imediatamente à "geena" desta troupe mediática, sempre vigilante. 

Vejamos, porém, como funciona a opinião manipulada, neste caso. O assunto chegou ao ventilador mediático, acolitado pelas almas funestas do politicamente correcto. Assim: 

Observador:

 Neto de Moura, o juiz desembargador que assinou o polémico acórdão do Tribunal da Relação do Porto que cita a Bíblia e o Código Penal de 1886 para atenuar um crime de violência doméstica devido ao “adultério” da mulher, já tinha recorrido a citações da Bíblia num acórdão anterior, também relativo a um caso de violência doméstica, escreve o jornal Expresso.

Como o assunto já se ventila por todo o lado, até o CSM que nem devia pronunciar-se sobre o assunto e assume que é assim mesmo, afinal pronuncia-se para desautorizar o juiz em causa, deslegitimando a sua decisão. Lamentável atitude do CSM, cujo autor do texto que segue merece as críticas de quem não sabe conter-se institucionalmente e incontinenta-se a eito, para grande deleite deste jornalismo vesgo e moderno:

Em comunicado, o CSM diz que os tribunais "são independentes e os juízes nas suas decisões apenas devem obediência à Constituição e à lei, salvo o dever de acatamento das decisões proferidas em via de recurso pelos tribunais superiores".
O CSM alerta, contudo, que as sentenças dos tribunais devem "espelhar" essa fonte de legitimidade, "realizando a justiça do caso concreto sem obediência ou expressão de posições ideológicas e filosóficas claramente contrastantes com o sentimento jurídico da sociedade em cada momento, expresso, em primeira linha, na Constituição e Leis da República, aqui se incluindo, tipicamente, os princípios da igualdade de género e da laicidade do Estado".

Portanto a regra é: laicismo militante, que pouco tem a ver com a "laicidade do Estado" e "igualdade de género" que obrigatoriamente deve considerar um homem igual a uma mulher, não só em direitos, como acontece de facto, mas em tudo o que possa servir a causa jacobina, incluindo a postergação das diferenças naturais entre sexos.

E quem assim não pensar e agir é afastado do convívio politicamente correcto pelos vigilantes do costume que são cada vez mais.

Nota final: estou muito esperançado em ver Miguel Sousa Tavares a escrever sobre o assunto. Da violência doméstica, entenda-se...

Para além disso gostava de conhecer a identidade do filósofo do CSM, juiz conselheiro, que escreveu aquela frase acima transcrita, particularmente no que tange às  "posições ideológicas e filosóficas claramente contrastantes com o sentimento jurídico da sociedade em cada momento" para lhe perguntar quem lhe autoriza a estabelecer regras que não aparecem em lado nenhum da Constituição ou da lei.
Sim, para nos esclarecer cabalmente qual é o tal "sentimento jurídico da sociedade em cada momento"...e particularmente se é o seu ou pode ser qualquer outro desde que não atente contra os princípios gerais e abstractos em vigor.

65 comentários:

  1. Se é possível citar livros exteriores aos livros de lei em julgamento, é possível citar o Corão ou algum manual budista? Essas citações são delimitadas a livros religiosos, ou também se podem citar romances, artigos de opinião de um jornal, livros de BD, episódios de televisão, o borda d'água...
    Quais são as fronteiras nas quais se pode basear um veredicto?

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  2. As do bom senso e das regras jurídicas estritas. Nada mais.

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  3. Citar a Bíblia ou o Corão como exemplo de catálogos de regras não é asneira ou sequer proibido se o for, como no caso concreto sucede, para exemplificar como era dantes e como se acelerou a transformação que ainda nem chegou a toda a gente.

    Até aos jacobinos que são sempre hipócritas, porque defendem para os outros o que não praticam em casa...

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  4. Este caso não me interessou nada, mas leio sempre com interesse o que o José escreve e fiquei a saber alguma coisa…
    O pasquim da sonae anda endiabrado com este acórdão, julgo que contei seis notícias sobre o assunto na primeira página do pasquim digital… fossem tão bons no resto e tínhamos um autêntico NY Times à portuguesa. Um dia destes aquilo é capaz de dar lucro…

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  5. O acórdão está aí, pode ser lido porque é curto e só a jacobinada do costume interpreta do modo que leio e acabei de ver na tv da SICN: uma completa manipulação noticiosa em que as citações da Bíblica e do Código Penal de 1886 são tomadas como o fundamento da decisão.

    É a mais completa manipulação e quem não sabe engole aquilo com casca e tudo.

    É esse o efeito que esta canalha que é mesmo isso, pretende.

    O acórdão é banal, há dezenas de outros iguais e só se pega neste porque permite a manipulação destes salfrários e principalmente salafrárias.

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  6. Mais um caso de retalhar para desvirtuar: retira-se um excerto do contexto e põe-se a "opinite" em roda livre. Saber que o excerto releva da contextualização e não do inocentar, perceber que não fundamenta a culpa mas delimita o atenuante, perceber por fim, e como é dito, que a pena não foi retirada, nada disso interessa, a factualidade não interessa nada à "indignite aguda".
    (...)
    Fontes do Direito (na acepção técnico jurídica):
    Lei
    COSTUME
    Jurisprudência
    Doutrina

    COSTUME - prática repetida e habitual de uma conduta, quando chega a ser encarada como obrigatória pela generalidade dos indivíduos.

    (...)

    Confundir a inequívoca CONFIRMAÇÃO de condenação de um acto bárbaro com a indiferença à compreensão daquilo que preside à sua perpetração e mormente se tal é esporádico ou latente não é julgar mas cobrar pena e isso contradita os fundamentos de um estado de direito e de um sistema penal que se diz ressocializador.

    A cada remoque deste soundbite de estupidez redutora estamos mais perto da justiça popular, essa pantomina da iniquidade.

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  7. o puliticamente incurreto
    já é ó brigatório para os juízes

    e se os sociais-fascistas fossem todos bardamerda e não voltassem nunca

    'ao estrado a quem merda chigou'

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  8. Por falar em jacobinos, diz que os contribuintes andam a pagar ao rosas para na RTP 2, num suposto programa de história, debitar mentiras e lançar insultos a Portugal e aos portugueses, designadamente a propósito nossa passagem por África. Pagar para alimentar esta corja é revoltante.

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  9. Vocês que tanto criticam os muçulmanos,afinal não são só descendentes são também neste caso defensores da prática ou pelo menos parecem.!

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  10. Ninguém defende aqui a violência conjugal como coisa normal e aceitável.

    O que se defende aqui é a justiça na apreciação concreta dos casos e a leitura cuidada dos acórdãos e não a manipulação de frases descontextualizadas para levar água a um moinho politicamente correcto.

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  11. http://www.euronews.com/2017/10/23/portuguese-judge-sparks-row-with-use-of-bible-to-defend-domestic-violence

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  12. Li o essencial do acórdão, isto é, os factos provados e a fundamentação relativa à manutenção da suspensão da pena de prisão.

    Se no lugar da mulher colocassem um homem e no lugar dos dois homens duas mulheres, a decisão seria a mesma ou, inclusive, menos gravosa.

    Duas notas:
    As lesões demoraram 20 dias a sarar e não há lesões na cabeça compatíveis com uma moca com pregos, como apareceu escrito algures. A moca tinha sim pioneses espetados, o que é outra coisa e, por certo, a vítima não foi atingida na cabeça, pois se tivesse sido tinha ficado mais mal tratada.

    Quanto à citação da Bíblia é sabido que ela cai sempre mal ou muito mal em alguns sectores da comunicação social é, por isso, de evitar.

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  13. Oh José, às vezes até me sinto como se estivesse num tribunal do DAESH...
    E, já agora, porrada no Ricciardi...Aquele que aqui vem todos os dias.

    João Pedro

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  14. O juiz foi infeliz. No mínimo.
    .
    Fundamenta como atenuantes costumes doutros tempos.
    .
    Se os costumes fossem destes tempos ainda se podia aceitar o comportamento, ainda que ilegal e passível de condenação.
    .
    Mas não é. Cita a Bíblia que tem dois mil anos como os fundamentalistas islâmicos se fundamentam.
    .
    Porém os radicais islâmicos tem uma atenuante. Os costumes deles ao nível da reacao ao adultério sao recentes. Do presente.
    .
    O juiz em causa deve ser sumariamente proibido de julgar. Não tem probidade moral para julgar.
    .
    Rb

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  15. Li as 22 páginas do acórdão. As metáforas do do desembargador são, como disse o CSM, são arcaicas e daí não vem mal ao mundo (a não ser que a ICAR diga que está a ser feito um mau uso da bíblia); Uma vez li uma sentença cujos fundamentos (metafóricos) eram citações de Camilo Castelo Branco, divertidíssimos mas execráveis do ponto de vista dos princípios.
    Só não entendi duas coisas no acórdão, a desvalorização da quase associação criminosa com o amante da mulher para a sovar e a falta de entendimento que, no caso, estamos claramente perante uma situação em que houve crime na formação da vontade do agente.
    Quanto aos costumes, o direito e as sentenças poderão e devem ser vanguarda, atenuar a culpa ou a ilicitude com argumentos ou práticas de antanho quando o que se pretende é irradiar da sociedade esse tipo de comportamentos é que, do ponto de vista do Direito, não me parece muito esclarecido, ainda menos num desembargador.

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  16. Conclusão: Os progressistas gostam de ser cornudos

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  17. Se o desembargador tivesse escrito cônjuge em vez de mulher, nada acontecia.

    Assim até o infeliz Miguel Sousa Tavares zurziu no dito. Não perderá pela demora, estou certo, porque a hipocrisia tem limites.

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  18. Se o juiz tivesse citado o Habermas ou a Maria Clara Sottomayor nada disto acontecia...ahahah.

    Esta comunicação social está cada vez mais jacobina e insuportável.

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  19. Jimmy Hagan, treinador do Glorioso,
    disse que a casa não estava acabada de construir porque ainda não tinha palavrões

    e dizia sempre: no comments

    temos GULAG
    vem comissão de inspecção aos comentários

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  20. para desviar o assunto da moção de censura ao desgoverno do antónio das mortes

    várias associações de cabrões vão apresentar queixa do juiz
    desfile na 6ªf

    cuidado para não serem colhidos

    deve ser à hora do poema de Lorca
    cogida y muerte

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  21. Claro que gostam de ser cornudos.

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  22. Sou voluntário para fazer cornos mansos aos invejosos...

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  23. contra-baixo:

    só para si, directamente do maio 68:

    Avant-garde, chien de garde.

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  24. Quanto a citações, o juiz não percebe nada da poda.

    Sr. Juiz, para a próxima, cite o Talmude!

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  25. Dos altaias e outros chiens de garde, gostaria que esclarecessem o pessoal se a Torá e o Talmude também são "arcaicos"...

    A ver se dominam bem o laicismo a geometria variável ou se borram a cuequinha... - pardon my french!

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  26. Claro que não gostam de ser cornudos. Os progressistas e os passadistas.
    .
    Porém os primeiros não se arrogam no direito de maltratar a mulher por causa disso.
    .
    Na modernidade existe uma coisa muito simples e higiénica. O divórcio.
    .
    Em vez de matar, maltratar a mulher, as pessoas normais tem duas escolhas possíveis. Perdoar ou divorciar. Maltratar não é opção. Excepto para os grunhos, claro.
    .
    Rb

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  27. Contudo, há uma excepção para a violência. Que é esta:
    Um homem que maltratasse a minha filha por ela ter sido, eventualmente, infiel, teria de levar um tiro nos cornos que ganhou. Aliás merecidamente. Um homem que faz isso merece a cornatura e um balazio.
    .
    O juiz que desvaloriza a violência devia ser atado a um poste público. Untado com mel e coberto com milho. Era giro ver os passarinhos das cidades a debicarem o homem e as abelhinhas a lamberem as sobras.
    .
    Rb

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  28. muja: ainda vos hei-de ver a fundamentar atenuantes ao homicídio de muçulmanos com citações de textos religiosos a apelar à morte dos infieis.

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  29. ò imbecil- és corno ou és estúpido todos os dias ou as duas coisas?

    Que merda existe na sentença que tenha de criminoso a não ser a v. absoluta paranóia com a religião católica?

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  30. Que cena é essa da moral ser arcaica ou a citação bíblica não ser progressista?

    Arcaicos são os v.s preconceitos idiotas já que na prática tudo isso é mentira.

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  31. por mim não têm conta os fornecedores de 'material comestível' todos conhecidos

    a oferta é grande na Net, mas não sou cliente

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  32. Alguém conhece o caso ou são todas isabelinh@s moreiras?

    Vão tatuar o cu e desorelhem.

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  33. O que o juiz fez foi, demonstrar a sua convicção, e esta não, pode ser desgarrada da sua formação. Para os dias de hoje, um verdadeiro estupor.

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  34. Claro. Isto é uma perseguição a quem é mais velho. Tal como aconteceu com o médico.

    Estes estupores aproveitam qualquer treta de caca para disfarçarem da merda política que fazem.

    A escardalhada agora é só Modas & Bordados e animais de estimação.

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  35. Eu não fundamentei atenuantes nenhuns.

    Fiz uma pergunta simples: o Talmude também é arcaico como a Bíblia?

    Mais simples ainda: a Torá é arcaica como a Bíblia?

    Já agora, não sei se já reparou no meu boneco.

    É que há três religiões abraâmicas - mas o laicismo a geometria variável parece que só se aplica a duas delas...

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  36. Textos religiosos como a Declaração dos Direitos do Homem?

    Talvez.

    Mas duvido que um dia beba dessa água...

    Eu nem acho que os homens tenham direitos... Só as mulheres.

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  37. Faz-me alguma confusão que a única coisa que faça confusão é a citação da Bíblia.
    Circunstâncias atenuantes - como o facto de ser encornado - terão o peso que o julgador lhe atribuir mas quando, para justificar essa atenuante, se faz referência a lapidar mulheres...bem, é triste e é parvo.

    Pensei que já tivéssemos saído da coutada do macho ibérico mas, infelizmente, isso ainda não aconteceu.

    Ah, e acho graça à referência a "corno manso":
    Sou suficientemente bravo para largar uma gaja que me encorne mas não manso o suficiente para lhe partir a tromba.

    Mas isso sou eu.

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  38. Quem quiser ser corno manso por dificuldades em satisfazer a mulher já sabe:sou solidário.E para lésbicas faço lesbianismo...

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  39. Mas será que a nenhum destes inteligentes ocorre a pergunta básica:

    No meio de tantos processos por violência, a que título foram desencantar este?

    Como?
    Quem?

    Umas taradas do lobby feminista. Mais nada. E fazem da treta uma grande questão jornalística porque nem os dedos sabem usar para mais nada.

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  40. Desencantaram pelos motivos que quiser mas a verdade é que não o inventaram.

    Esse argumento é como o dos gajos que dizem "ah, o Sócrates não é o único! Isto é uma cabala!"
    Se calhar não é o único;
    Se calhar é uma cabala.
    E?
    Deixa de ser criminoso por isso?!

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  41. Bom, tive de ir ler a coisa.

    Afinal, não há citação nenhuma.

    é isto:

    "Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte."

    precedido de

    "Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte."

    e seguido de

    "Ainda não foi há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo 372.0) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse acto a matasse."

    Ou seja, para situar histórica e socialmente o ocorrido.

    Eu bem disse, o juiz devia ter escrito Torá ou Antigo Testamento, que estes merdas enfiavam o rabinho entre as pernas...

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  42. Oh mujinha, a tora é a bíblia (com menos uns quantos livros, vá).

    O Talmude é coisa semelhante à sharia ou ao catecismo, na função.
    .
    O estado, porém, rege-se por normas que vão para além dos livros religiosos. Até porque os livros religiosos são duma época. E tiveram a sua importância nessa época limitando as práticas mundanas da altura.
    .
    Algumas leis morais dessa época sobrevivem e sobriviirao ao tempo. Outras não. O caso do apedrejamento da mulher adúltera é claramente uma delas. Há muitos séculos que a cristandade evoluiu noutro sentido. E bem.
    .
    A literalidade bíblica deixou de ser fonte de direito. Embora sirva de inspiracao moral.
    .
    A nossa bíblia (cristã e judaica) diz claramente que uma mulher deve ser apedrejada por adultério. Cristo veio mudar a lei. Maomet não disse nada a esse respeito. Os judeus evoluíram e deixsram-se dessas coisas.
    .
    O passado é passado. Não foi bom nem mau. Foi o que foi.
    .
    Isto não tem nada que saber. Os cristão deviam ser os primeiros a condenar o juiz. Então não foi o próprio Cristo que protegeu a mulher adúltera do apedrejamento?
    .
    Foi claro.
    .
    O juiz não foi buscar um argumento bíblico qualquer. Foi buscar argumentos anteriores a jesus. Não me admirava nada que o juiz seja um radical islâmicos ou ortodoxo judeu. Juiz cristão não ia buscar exemplos duma parte da Bíblia muito anterior a Cristo.
    .
    Rb

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  43. Acho que desencantaram porque andam à cata disto e depois, basta uma pequena notícia que se espalha como fogo na palha.

    Isto é uma não-notícia, o facto de haver um juiz que tem uma idiossincrasia que o conduz a citar a Bíblia e o Código Penal de 1886 para explicar a lenta evolução dos costumes.

    Depois, como acrescenta a tal uma exposição sobre a natureza do adultério em função da violência no casal, caiu o Carmo e vai cair a Trindade, por muito pouco: afinal a decisão do juiz não foi para desculpar ou anular o julgamento ou absolver. Foi para confirmar a decisão da primeira instância que disse exactamente o mesmo embora por outras palavras.

    Se o desembargador tivesse usado a palavra "cônjuge" em vez de "mulher" não havia notícia. A não ser por ter citado a Bíblia que foi isso que incendiou estes jacobinos à peça.

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  44. Estas notícias juntam-se a outras do mesmo teor que servem apenas um propósito que muitos agarram com todo o empenho: deslegitimar o poder judicial.

    Preparar a opinião pública para que os sócrates sejam absolvidos...por exemplo. E julgo que é por isso que se indignam em modo postiço.

    Mas estão muito enganados: quem tem por profissão julgar, não se deixa arrastar por isto porque percebe o logro e a intenção de quem assim procede.

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  45. Aquilo que mais estranho me parece é a preocupação dalguns por aquilo que acham os progressistas e os jacobinos vez de se preocuparem com o crime em si mesmo levado a cabo pelo marido.
    .
    É incrível os dados que o marido causou na mulher. Com um pau coroado com uma bola de pregos, o cornudo atingiu a mulher em golpes vários que a levaram ao hospital em emergência. Golpes com mais de 2 cm de profundidade. Contusões profundidsimas na cara e no corpo. Vários pontos para suturar a mulher.
    .
    But hei, se há jacobinos indignados com a decisão do juíz então que se lixe a mulher porque o mais importante é não ter quebrar razao ao grupo que não vamos muito à bola.
    .
    É incrível.
    .
    Rb

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  46. "Preparar a opinião pública para que os sócrates sejam absolvidos...por exemplo."

    Ena pá, para onde isso vai!...

    Um estupor, é um estupor. Juíz ou outra merda qualquer. E no caso em apreço, pois é este que esta em discussão, é isso mesmo!

    Já sei, vai perguntar porquê este!?...pois é, só se comenta o que existe. E aqui, não se faz outra coisa.

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  47. Acre4dito que sejam umas taradas dos serviços de secretaria do tribunal.

    Estas porcarias não se encontram por acaso nem facilmente.

    Não sabem sequer dar uso aos dedinhos.

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  48. Carlos: V. leu o acórdão? São apenas 22 páginas. Leia e depois comente.

    Se entender, claro. Mas pode sempre perguntar.

    A decisão deste juiz foi a de confirmar a decisão da primeira instância e os juízes de primeira instância disseram o mesmo que o desembargador, embora por outras palavras.

    Substancialmente foi que a pena deveria ficar suspensa. E ficou. E bem, parece-me.

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  49. "taradas dos serviços de secretaria do tribunal."

    Acho que não, a não ser que tenham esse juiz já "sinalizado" pela brigada do politicamente correcto.

    A meu ver foram advogados que passaram a um jornalista qualquer do JN. O do Camões que sobre Sócrates fez o que se sabe e que ninguém se indignou, dentro da classe.

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  50. Devem ter porque já publicaram mais outras palavras dele, com fotografia e tudo.

    Caça aberta.

    Está fisgado pela UMAR

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  51. Quem foi o advogado de acusação?

    Se isto passou pela UMAR está explicado tudo.

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  52. "Carlos: V. leu o acórdão? São apenas 22 páginas. Leia e depois comente."

    Não, não li. Mas também não é isso que estou a comentar. O que estou a comentar é a prosápia de um estupor, para ilustrar a sua decisão. Em última análise, tal posição, pode até eventualmente servir para estimular casos semelhantes.

    "Se entender, claro. Mas pode sempre perguntar." Presunção e água benta...

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  53. Pois, isso não é descabido.
    Os Tribunais superiores estimulam os inferiores.
    E "os que têm por profissão julgar" também deveriam estimular a sociedade que os investe do poder de julgar.

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  54. O juiz não vai passar a julgar deste modo impunemente como é evidente.
    .
    Isto tem a mesma intensidade de mentecaptice relativamente aquelo outro juiz italiano que dizia que a mulher violada tem culpa porque estava vestida duma forma muito oferecida.
    .
    Vai na mesma linha. É como legitimar ou atenuar o roubo de jóias numa ourivesaria porque os proprietários não deviam expor aquelas coisas tão bonitas.
    .
    Quem não percebe isto não pode ajuizar.
    .
    Este melro tentou desvalorizar o crime hediondo cometido recorrendo a práticas doutros tempos. É como se dar umas chibatadas num preto pudesse ser atenuado pelo facto deles levarem chibatadas no passado.
    .
    Este juiz não pode estar bom da cabeça. Deve ter um problema do foro mental. Como tal deve ser impedido de ajuizar.
    .
    Rb

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  55. Carlos: distraí-me consigo. Prometo não voltar a fazê-lo.

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  56. O engraçado é estes anormais não se escandalizarem por o juiz admoestar o arguido por este ter chamado à queixosa "a maior p**a de Felgueiras", entre outros mimos - por tal afectar a dignidade e imagem pública desta.

    Se o contexto histórico e sociológico não é relevante, então qual é o problema, em época de plena liberdade sexual, de chamar tal coisa a quem quer que seja?

    Das duas uma: ou ser p**a - isto é, a liberdade de escolher a cada momento com quem se quer ter relações sexuais - é uma coisa moralmente repreensível em si própria, ou o contexto sociológico e histórico, afinal, conta para alguma coisa.

    Saíram-me cá umas p**as hipócritas, estes escardalhos...

    Suas farisaicas!

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  57. Já quando é um delinquente preto a fazer tropelias, a culpa é toda da precariedade, da escravatura e da falta de inclusão social... Aí já não existe senão contexto histórico e sociológico...

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  58. Pois...
    Isto é a consequência que uma fundamentação retardada tem sobre um retardado: ser puta (não sou politicamente correcto para escrever com **, coisa que considero de manso) não é ir para a cama com quem se quer.

    Ao Governo: taxem a estupidez que terminam com a dívida pública em meses!

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  59. Ai não?

    Então, já que sabes, diz lá, ó paladino: o que é ser puta?

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  60. Quando alguém diz que uma mulher, por sinal sua esposa, ou companheira, é a maior puta da aldeia e arredores, está a dizer o quê?

    Está a indicar qual é a profissão dela?

    Explica lá, coninha de sabão.

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  61. O que outro retardado que dá pauladas com um pau com pregos a uma mulher diz interessa-me zero.

    (era só taxar cada estupidez a 1,00€...
    Vá lá. Pensem nisso)

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  62. Dize lá o que entende por “puta” um demokrata desempoeirado como tu, que nem tem medo de escrever “puta”.

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  63. Pronto, o Lancelote já bateu em retirada... ahahaha!

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  64. como disse José começa o ataque aos inimigos do 44

    não gosto da palavra derivada do latim putta (menina)
    horizontal é a posição certa

    imperdoável o juiz ter-se esquecido
    de Eva, pois os filhos tiveram descendência
    de Lot e filhas
    Sodoma e Gomorra

    e outras mais

    como o material do gabinete secreto do MNA de Nápoles disponível na Net

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