O primeiro é do Século Ilustrado de 30 de Dezembro de 1967, cerca de um mês depois da catástrofe das cheias e mostra o movimento de solidariedade dos trabalhadores da Carris, para com os seus colegas que ficaram sem abrigo. Não foram apenas os estudantes que descobriram então o activismo da solidariedade interessada em promover a oposição ao regime em modo perverso.
Houve muitas outras ajudas. Aliás, os tais estudantes, por esta altura já deviam estar cansados, na sua maior parte...
A solidariedade privada que os comunistas ( o tal José Barata Moura) apelidavam de "caridadezinha" funcionava melhor que hoje em que se espera tudo do Estado:
Tal fenómeno tinha precedentes, como mostra esta imagem do Século Ilustrado de 12 de Maio de 1967, da altura em que o Papa Paulo VI esteve cá em Portugal:
Em Maio desse ano tinha ocorrido um assalto ao banco de Portugal, da autoria de uns piratas que deixaram descendência que agora fala nas tv´s, do alto da burra, como é apanágio delas.
Tais rebentos não tiveram a educação que em França se discutia, em Dezembro desse ano, como método educativo eficaz para impedir futuros terroristas: chicote no lombo era opção em aberto ...
Em Portugal começava então ( Abril de 1967) a era do consumo corrente e em massa, para as pessoas das aldeias:
E na mesma altura dava-se conta do surgimento de novas enfermeiras em imagens sugestivas:
Os cursos universitários, aliás, estavam em franca progressão:
Em 1967, quando os alunos faziam queima das fitas as pessoas vinham para a rua, ver os cortejos. Tudo acabou em 1969, com os estudantes contestatários do regime. Um tal Alberto Martins que ainda hoje se gaba do feito, foi apenas o começo dos que quiseram imitar a França do ano de 1968 em que lhes pareceu que "tudo era possível":
Em Coimbra os estudantes tinham uma equipa de futebol e em Janeiro de 1967 estavam tão bem classificados que ameaçavam a hegemonia do Benfica. Um dos jogadores chamava-se Maló e já formado em Medicina, tirava uma especialidade em estomatologia. Actualmente tem várias clínicas espalhadas pelo país.
Olh'ó Maló!
ResponderEliminarAqui há uns tempos, em conversa, falei destes empresários que criaram bairros e outros benefícios para os operários a um colega meu.
ResponderEliminarEle é inteligente e nunca o tomaria por um palerma escardalho.
A resposta dele: "esse capitalismo ainda era pior e mais hipócrita, com essa caridadezinha. Capitalismo antes a sério, à bruta, como agora, que ao menos não engana!"
Que dizer?
E neste caso é que nem se pode falar em problemas de inveja, já que deve ter tido berço de ouro. E é cinquentão.
Imaginei os restantes que são declaradamente escardalhos, comunas e bloquistas...
Atenção que o Maló das Clínicas é Paulo Maló e este é João Maló de Abreu.
ResponderEliminarAh, também estava a achar demasiado velho para ser o dentista
ResponderEliminaro carro da minha Queima em 55 em Coimbra
ResponderEliminarintitulava-se 'o tempo não está para flores'
faltaram flores de papel para o decorar
no Porto
chamou-se 'daqui ninguém me tira' porque a camionete avariou
perdeu-se a camaradagem e o civismo
os sociais-fascistas vivem da trapaça
uma única mágoa do tempo de estudante
havia separação dos sexos até nas fac
e os pides impediam os namorados de bater nas companheiras
agora temos um pm com tão respeitável barriga que esta não lhe permite ver onde coloca os pés
A imagem das enfermeiras tem algo de surreal… aquilo que chama imagem sugestiva, parece ser uma ilusão de óptica.
ResponderEliminarMas mais um belo post.
Zazie há uma esquerda que eu de alguma forma desconhecia e vai muito para lá do que aqui se discute habitualmente. A conspiração é de direita, sempre. Não há nada que se diga, que se escreva, que se publique, que não faça parte dessa conspiração. Ainda há pouco dei conta de um que ia "partilhar" uma das misérias sobre as cheias que o José aqui denuncia regularmente, mas não "partilhou" porque foi uma maneira de o Público atacar o Costa (o Público!).
ResponderEliminarAgora, no mesmo sítio, já só falta chamarem o Ricardo Araújo Pereira alt-right… "O livro do RAP confirma o pior: o João Miguel Tavares é mesmo contagioso", pelo que percebi ele fala contra "a nova esquerda" — ditatorial, censora e, em geral, retrógrada, contra a ditadura do politicamente correcto, e é quanto basta.
Esse dos bairros, não me admira nada. Os bairros, creche, médicos, bombeiros, serviços sociais aqui da Efanor por exemplo, não passava de conspiração fassisto-capitalista. O que é bom é tudo na miséria. Para eles os poderem defender, com petições e corajosas denúncias.
Outra no mesmo sítio: Portugal inventou a escravatura.
ResponderEliminarNos comentários levou uma resposta adequada aqui só parte "Você não enxerga ou não se enxerga? Pare um bocadinho para pensar. Deixe-me dizer que tanta exaltação faz-lhe mal. Você tem responsabilidades até académicas para ponderar o que escreve."
Jesus, isto é penoso.
Todos os jornais da actualidade são incapazes de encontrar a verdade de um passado não muito distante.
ResponderEliminarNem escavacar o presente conseguem e mostram-se ridículos quando tentam analisar o passado.
Coitados. O futuro dos merdia não vai ser nada auspicioso.
e o 25 de Novembro....
ResponderEliminarJRF
ResponderEliminarPois há. E essa outra esquerda intriga-me ainda mais.
Não se detecta. São pessoas simpáticas, cultas e inteligentes e não têm qualquer motivo de ressabiamento na vida nem na dos pais e antepassados.
Andam por volta dos 50 e pouco, o que significa que estão no meio da geração do mito fascista que desconheceram e do mito do triunfalismo do PREC que também viveram de bibe.
Dizem-se politicamente incorrectos e depois acabam a dizer estas coisas que me surpreendem.
Na altura a única coisa que me lembrei de responder foi uma pergunta: "mas então, se esse capitalismo de face humana ainda é pior, qual é a alternativa? O socialismo?"
Ele calou-se. Não respondeu e, desde aí, não há conversas que toquem a política.
No entanto, contam-me que é tido por o mais irreverente lá dentro porque não tem pejo em dizer o pior possível do Passos Coelho
ahahahaha
Soltei uma gargalhada quando ouvi isto.
Algumas dessas pessoas nasceram em África. Na única questão que parecem ser anti-abrilismo é na raiva comum contra o Mário Soares.
ResponderEliminarDe resto, não sei nem entendo como podem ter feito grandes teses em História e História da Arte com uma visão completamente distorcida da realidade passada.
Ainda ontem conversava com o meu irmão acerca das estranhas lacunas em história da arte e ourivesaria portuguesa da época dos anos 50. Particularmente na arte sacra que acabou por ir também para Angola.
Nunca entendi isto, já que o meu pai foi inovador da dita e agora há a primeira tese a ser feita abordando algo disto.
O meu irmão deu a resposta mais provável que me passava ao lado: "por ser tudo de esquerda e isso ser considerado coisa religiosa e arte sacra não interessa porque é reaccionária". E isto mesmo quando depois se faziam pessas de uso pessoal que nada tinham a ver com a arte sacra. Ninguém quer saber. Fica mal falar em religião no meio, tal como fica mal falar no "fassismo" e no colonailsimo só se pode falar para auto-punição pela vergonha da escravatura.
O mais engraçado é que eu falo sempre nas grandes narrativas religiosas e nem consigo de outro modo. Recomendo até o Roberto Calasso por ser alguém que faz o mesmo.
ResponderEliminarJá cheguei a perguntar publicamente à assistência se não lhes parecia chato, uma vez que imagino que mais ninguém pegue nas questões assim.
Este ano responderam-me que até iam precisamente pelo contrário- por mais ninguém pegar assim e acharem muito mais pertinente e interessante e desconhecerem o que eu vou contando
ehehehhe
O meu irmão diz que também fala de questões completamente out e a escardalhada (em particular da Nova) não só paga bem por serem de esquerda, como depois gostam muito. Diz ele que gostam por nem perceberem do que ele fala e serem burros
AHAHAHAHHAAHHA
Se reparar há os que vêem aqui com esse dilema.
ResponderEliminareheheheh
Eu sempre defendi que o ser humano tem de ser puxado para cima porque para baixo é para onde vai mais depressa e sem esforço.
Quanto às casas- que não eram barracas- eles próprios depois propagam os videos do Ribeiro Telles mas nem entendem o que ele diz.
ResponderEliminarO que o Ribeiro Telles depois explicava- e nem sei se estava certo- é que essas construções populares- que foram naturalmente feitas pelo povo- como em toda a parte- quando o povo não tinha de ser filho do Estado- estavam feitas em locais errados.
E dizia ele que tal acontecia mais por aqui- talvez por desenraizamento- porque tradicionalmente o povo no campo sempre teve essa sabedoria milenar que se reflectia na escolha dos locais e drenagem dos terrenos onde depois construíam as aldeias.
Esta malta acha que é tudo barracas como as da democracia e que há sempre miséria em não existindo grandes torres modernas feitas pelo Estado, em "aldeias" com hiper mercado e centro comercial.
Queria dizer lacunas de arte da época dos anos 60. Fez-se por cá coisas espantosas e acho que mil vezes mais interessantes que o que se faz agora.
ResponderEliminarEsses anos 60 são tabu.
Era bom que quem os viveu sem ser de gatas passe o testemunho de forma isenta.
Vêm aqui. Estou com tolice matinal na escrita
ResponderEliminarehehehe
Os que vêm aqui e são notoriamente mais velhos e têm curiosidade nesse passado que os camaradas não lhes contam nem mostram em recortes...
nasci em 1931 numa aldeia norte-alentejana
ResponderEliminaronde a pobreza vinha da 1ª rep que deu o triste pio em 1926
andei numa escola nova
éramos vacinados
assisti à criação dum país que nada tinha
em 1936 fui de trem à sede do concelho por um carreiro de cabras
no fim da década começaram os planos de fomento das infra-estruturas:
estradas,
portos,
barragens (tomo banho graças ao fascismo; devem estar a preparar-se para reduzir a pressão da água)
aeroportos civis e militares
como a esquerda urbana gosta tanto de caricas
devia andar toda de farda
não suporto o social-fascismo
vão BARDAMERDA
É preciso refazer a história do Estado Novo que estes imbecis cripto-comunistas inventaram nos últimos 40 anos ou mais.
ResponderEliminarQuem não quer saber a verdade? Haverá alguém?
Escrevi tudo cheio de erros. Estava tolinha- peças de ourivesaria, queria eu dizer.
ResponderEliminarE na arquitectura nem se fala. Mas as artes decorativas dos anos 60 estão por estudar.