Isto deve ter-se passado assim e se não foi poderia ser...
O Público de hoje tem a capa com esta notícia gorda:
Ontem, quem estava de serviço na redacção deste jornal cada vez mais apasquinado, deve ter matutado na notícia que iria colocar na primeira página. Havia uma, inevitável: o Costa enquanto presidente da Câmara tinha objectivamente autorizado uma recepção junto aos mortos excelentíssimos no Panteão, em 2013. Como tinha dito que tal era coisa indigna, a notícia era de manual porque era o homem a morder o cão.
Mas...o Público não quer chatices como poder do Costa e não faz ondas porque o Dinis ou quem o substitui precisa de emprego futuro e nunca se sabe.
Logo, Tecnoforma! Bingo! Um artiguelho de António Cerejo que é confrangedor pela pobreza noticiosa e pelo vazio do assunto de fundo. Sobre o Costa e o Panteão? Nem uma linha...
Vejamos então o assunto Tecnoforma que em escutas do Marquês já deu para entender que era caso político, acima de tudo. Logo, o Público está na corrida neste jornalismo de causa já ganha, mas nunca se sabe o que virá e o melhor é continuar a malhar no Passos mesmo que o motivo seja inócuo, irrelevante ou até despiciendo, como este já é desde há muito tempo.
A notícia de fundo assenta numa novidade antiga: o Ministério Público investigou a denúncia que uma Ana Gomes mandou seguir desde Bruxelas, contra o famigerado Passos da troika e da austeridade e encontrou nada que lhe pudesse apontar em modo criminal. Zero. Nada. Quanto ao seu ministro plenipotenciário, da altura, Relvas de apelido e a quem cassaram o título de licenciado ao contrário do que fizeram ao outro que anda por aí a viver à custa de alguém, o que nunca incomodou particularmente o Público, o MºPº arquivou igualmente o procedimento criminal porque nada encontrou de penalmente censurável. O Público em vez de esclarecer o leitor devidamente sobre isto tergiversa e titula: "eventual abuso de poder de Relvas prescreveu". O "eventual" nunca passou disso e quando o MºPº arquiva fá-lo porque não recolheu elementos suficientes para acusar seja quem for. Mesmo assim, adiantou que ainda que tivesse recolhido, o assunto estava prescrito. Isto é muito diferente do que o Público escreveu, mas é este jornalismo que temos.
Quanto ao mais, basta ler o artigo de José António Cerejo, muito lamentável, tendencioso e de duvidosa intencionalidade, o que diminui a integridade profissional seja de quem for, mormente de um jornalista.
Qual o mote principal? O Ministério Público arquivou o processo. A entidade europeia que investigou os factos, entendeu na altura que havia indícios de crime plausível se se confirmassem as suspeitas de que os envolvidos ( Relvas, Passos Coelho, indirectamente e Paulo Pereira Coelho) tinham influenciado as escolhas e aprovar um projecto de formação em detrimento de outros. É esta a matéria em causa, o coração das trevas que Cerejo entrevê na investigação do OLAF ( o organismo administrativo europeu que analisou papéis) .
Mas...em vez de ler tudo e repensar o escrito , conclui erradamente, muito erradamente, que afinal o MºPº tem uma versão e o OLAF tem outra. Ora não é assim.
O que o OLAF conclui é que podem existir indícios de crime se se confirmarem certas suspeitas que objectivamente se apresentam. Porém, escreve e o jornalista transcreve sem perceber todo o alcance que " trata-se de uma matéria que ultrapassa as competências do OLAF".
Mais: o próprio jornalista dá conta que as investigações posteriores do MºPº com intervenção de consultores técnicos e policiais, deram em nada porque nada se apurou de concreto, divergindo as conclusões, substancialmente do que o tal OLAF dissera.
Conclusão implícita do jornalista: o OLAF é que tem razão e os demais investigadores não. Enfim.
Ou seja, o Ministério Público investigou para além do que o OLAF poderia ter feito e chegou a conclusão diversa, assentando na ausência de indícios da prática de crime. Ponto final, porque nem houve reabertura de inquérito ( o Público poderia ter-se constituído assistente e assim o requerer...) nem novas provas suplementares. Não são estas que agora o Público vem requentar que terão esse efeito, aliás.
Tudo isto se torna claro, menos para o Público e o seu vergonhoso director que anda nestas poucas-vergonhas há anos e não tem emenda. Se calhar acha que isto é que é jornalismo de investigação: aquele que tem sempre os destinatários certos em mira, pejados de argueiros e desvaloriza as traves que vê todos os dias noutros destinatários que não lhe interessa nada investigar. Por exemplo, António Costa, sobre o apartamento da Av. da Liberdade.
Portanto, isto não é jornalismo de investigação. É apenas jornalismo de causas. Erradas, ainda por cima.
Há uns meses, quando o Centeno foi apanhado a MENTIR ao Parlamento por causa da CGD, logo o Público veio em socorro e para desviar as atenções apressou-se a colocar em primeira página uma notícia soprada pelos xuxas sobre milhões que teriam voado para offshores por decisão do governo anterior.
ResponderEliminarFoi-se a ver, zero.
O procedimento é igual, se há pressão logo se planta uma manobra de diversão no meio mais permeável. Tão previsível que dói.
Miguel D
"Entre as despesas da Tecnoforma surgem casas em Angola, veículos topo de gama, frigoríficos, arcas congeladoras, placas de aquecimento, televisores colchões, armários ou quadros, e duplicações de despesa. São situações que constituem uma "manobra fraudulenta lesiva dos interessas da Comissão Europeia".
ResponderEliminar.
A comissão europeia não se conforma com o arquivamento do MP. Afirma que há fraude na atribuição de subsídios à tecnoforma. É no valor simpático de 6 milhões de euros.
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Querem a devolução da massa, independentemente do processo crime ter prescrito ou as investigações não concluírem uma acusação.
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Não se sabe se o coelho está envolvido na putativa fraude ou não. O que se sabe é que a empresa onde trabalhou (em lugar de chefia) usou fundos comunitários para desbundar em carrinhos de luxo e despesazinhas em Angola.
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Se o crime prescreveu a dívida mantêm-se. Que devolvam a massa subtraída rapidinho. Que a justiça faça um arresto a bens dos envolvidos para garantia.
Rb
A comissão europeia pode recorrer aos tribunais para recuperar a massa. Mas 6 milhões? Acho que era mais produtivo dedicar-se à análise dos projectos PIN do inginheiro. Existem mais de 60 em execução. Só no caso do La Seda de Sines e da Pescanova de Mira o estado é credor de mais de 100 milhões em isenções fiscais e fundos europeus.
Eliminaro cerejo no topo do bolo
ResponderEliminaralguma coisa vai muito mal quando recorrem a falsidades
podiam falar do passado e presente de antónio das mortes
de D.Legionella
sonai sonai sonai
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminara rtp1 do largo dos ratos
ResponderEliminarno seu jornal do desgoverno (13h)
deu grande relevo
"Caro José não há santos na política portuguesa e o amigo sabe-o bem."
ResponderEliminarSim...mas alguma vez o Cerejo se lembrou de analisar os concursos deste género em que a CGTP e a UGT participaram? Ou os créditos que têm na CGD e tinham no BES?
O caso da Tecnoforma é um nado-morto porque já assim o era no início da investigação. Os modos de adjudicação de serviços por ajuste directo a certos advogados ( por exemplo ao marido da ministra da Justiça ou ao pai do Pedro Nuno Santos) serão muito diferentes, ou seja, não haverá "jeitos" explícitos ou implícitos para tal?
E como tal insindicáveis?
Para quê singularizar o caso da Tecnoforma que nem é dos mais escandalosos e se marosca houve não se conseguiu descobrir e estes casos todos passam ao lado do jornalismo de investigação?
Porquê?
exatamente por o PÚBLICO ser um pasquim defensor tresloucado ca CORRUPÇÃO XUXA-MAÇÓNICA....DAS SELVAJARIAS ISLÂMICA E COMUNISTA.........é que eu BOICOTO OS PRODUTOS SONAE......DESDE O CONTINENTE ATÉ À WORTEN...........................
ResponderEliminarquanto ao cerejo, não merece as críticas que lhe fazem..escreveu isto mas não fez o título. de certeza..........é provável que nem tenha escolhido a data....é normal essa escolha ser das chefias....
e se nos lembrarmos que cerejo investigou e muito bem....a anexação de terrenos da universidade de lisboa pelo colégio moderno....com problemas para o próprio.................
ou mais recentemente.......A CORRUPÇÃO E VIGARICE EM GRANDE NA APROVAÇÃO DO MAMARRACHO (PELA CÂMARA DE LISBOA....KOSTA/SALGADO)......QUE ESTÁ A SER CONSTRUÍDO NO GAVETO AV. FONTES PEREIRA DE MELO/AV 5 DE OUTUBRO........só podemos concluir que é excelente profissional