Sapo24:
“O que está a acontecer é para nós absolutamente lamentável e
deplorável", disse adiantando que “não há nenhum juiz que fique
confortável com o que está a acontecer”.
A SIC e a CMTV divulgaram
vídeos de interrogatórios no âmbito do processo Operação Marquês, tendo
na terça-feira o Ministério Público (MP) anunciado a abertura de um
inquérito para investigar esta situação.
Manuel Ramos Soares
defende que o caso da divulgação das imagens deve ser investigado e que
deve haver punição se houver indícios de crime.
“Exigimos que se investigue o que esta a acontecer e se apure responsabilidade para que não se transforme numa regra”, frisou.
Por
outro lado, o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses
considera que as imagens não demonstram nem a culpabilidade do arguido
nem a sua inocência, classificando o caso como “um julgamento mediático
ao lado de um processo”, desvirtuando o que é a resposta processual.
“Aquele
arguido se chegar a um julgamento como todos os outros terá direito a
um tribunal imparcial que irá julgar os factos de acordo com as regras
do processo e se tiver cometido um crime será punido e se não tiver
cometido será absolvido”, disse.
Os julgamentos, adiantou o
presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, “fazem-se em
tribunal com as regras do processo".
Embora considerando que a
investigação jornalística é importante, Manuel Ramos Soares defende que,
mesmo no plano do que é uma investigação jornalística, este assunto foi
longe de mais.
(...)
A procuradora-geral da República disse hoje ter ficado desagradada com a
divulgação na televisão de vídeos dos interrogatórios da Operação
Marquês, no âmbito do qual o Ministério Público acusou, entre outros o
ex-primeiro-ministro José Sócrates.
Vejamos se têm razão estas pessoas que agora rasgam as vestes:
O que se tem visto nas reportagens da SIC e da CMTV ( a TVI tem lá o homem de mão, para impedir o desaforo, propriamente dito) são excertos do interrogatório de alguns arguidos no processo Marquês, mormente Ricardo Salgado, Helder Bataglia e José Sócrates, au naturel, tal como aparenta ser neste tipo de situações, ou seja em forma de animal acossado.
Será razoável os que as tv´s têm feito, ou será crime catalogado? Para afirmar este crime já se aponta ( os do costume que rasgam sempre as vestes quando se trata de Sócrates e entourage) a violação da sagrada privacidade e do ainda mais sacratíssimo direito à imagem reservada.
Acontece porém que este interrogatório vai servir para prova no processo crime. É para isso que lá está e a imagem dos visados, enfim, para dizer o menos, é inócua porque é de tal modo conhecida que bastaria o som e uma foto fixa para se entender o mesmo.
E o que é este "mesmo"? Ora aqui é que se torna relevante falar no assunto.
A SIC e a CMTV aparentemente fizeram um trabalho de casa que sendo baseado nos elementos do processo a que tiveram acesso legítimo ( os meios de prova foram disponibilizados a um número alargado de intervenientes, incluino quem se constituiu assistente ) também tem muito e de qualidade assinalável de trabalho próprio.
Que trabalho próprio é esse? São os gráficos, as ilustrações, as transcrições, a opinião continda mas inequívoca sempre que se deparam com contradições e aspectos ridículos na defesa dos arguidos que tentam aldrabar o senso comum. Esse trabalho é precioso e mais ninguém o faz, sendo certo que a PGR deveria ter feito algo mais quando divulgou o teor da acusação, em modo resumido.
O que os media agora fazem é em prol de um interesse público indiscutível e inerente aos factos concretos que lidam com corrupção e figuras públicas cuja actuação pode ter lesado o povo português em milhões de euros.
Parece que este aspecto conta muito pouco para quem agora rasga as vestes e preferiria o silência, sem explicações, apesar de saber muito bem que a Justiça se aplica sempre, constitucionalmente, em nome do povo.
Neste tipo de crimes qualquer pessoa tem o direito de se constituir assistente pelo que virtualmente todas as pessoas têm o direito de saber o que se passa no processo, particularmente o que a tv tem mostrado.
E o Povo tem direito a saber o que se passou, mesmo contado pelos media, uma vez que as instituições que o deveriam fazer não o fazem devidamente. Porque não podem mas também porque é mais confortável, assim.
Pode alegar-se que ainda subsiste uma violação de segredo de justiça que permanece até à abertura da instrução ( embora a PGR diga que já não há segredo de justiça). Pode, mas não deve. Quem tem sistematicamente violado tal segredo é um dos arguidos ( José Sócrates) e os seus advogados e nada lhes acontece porque é um "direito da defesa".
Se é, aceitem então o direito do povo saber mais do que lhe dizem quem teria obrigação disso...
Também está previsto ( artº 88º nº 2 do C.P.P.) como "crime de desobediência" simples a transmissão
de imagens e sons sem a concordância dos visados, arguidos. Mas um
crime pode ter razões que justifiquem e eliminem a incriminação, mormente se existir um direito superior que se possa sobrepor, como seja neste caso concreto o direito de informar o povo após as barbaridades publicamente exibidas por alguns arguidos que mentem e tornam a mentir, sem contraditório algum.
O desaforo, neste caso, é perfeitamente legítimo segundo as regras do conflito de deveres. E não se trata de um julgamento mediático de tipo algum. Trata-se apenas da explicação de alguns factos que constam num processo que tem tudo de mediático mesmo que não queiram que tenha.
A alternativa seria que tal fosse explicado por quem de direito que não explica. Nunca explica porque é muito mais simples ficar confortável com estas situações que se tornam desconfortáveis.
No julgamento que se adivinha longínquo uma vez que a instrução ainda nem começou, será a altura e o lugar para se produzirem todas as provas. Agora, nas tv´s apresentam-se alguns factos.
Seria bem melhor que tanto a Associação Sindical dos Juízes, como a PGR explicassem isso claramente: que isto nunca poderá ser um julgamento mediático porque o julgamento judicial faz-se na sala respectiva com a garantia de todos os direitos de defesa e pode acontecer que alguns factos agora publicados nem se provem devidamente e os arguidos tenham que ser absolvidos. Mas que o sejam por isso mesmo e não por causa do secretismo que prefeririam impor.
A Censura é um dos males de sempre, em Portugal e pelos vistos tem mais adeptos do que seria de esperar.
ADITAMENTO:
Pelos vistos a Ordem dos Advogados também está contra o visionamento das imagens televisivas, por causa dos julgamentos na "praça pública". Espero que da próxima vez que o advogado Delille venha a terreiro televisivo desancar na "acusação" essa mesma Ordem o ponha na ordem. Ou mesmo o arguido excelentíssimo que se farta de vilipendiar o MºPº. Espero então que a Ordem dos Advogados faça o mesmo comunicado...mas sei que vou esperar sentado.
falou-se em tempos da lista dos jornalixos beneficiários do bes
ResponderEliminarrs, 44, advogados
parecem farelo dos mesmos sacos
quase vomitei o almoço
El País
ResponderEliminarLos buenos tiempos no van a durar para siempre. Es el mensaje que repite el Fondo Monetario Internacional mirando a la vulnerabilidad más notable que tiene en este momento la economía y el sistema financiero: la deuda global, tanto pública como privada. Está a un nivel históricamente muy alto y un ajuste repentino en las condiciones financieras, advierte, pondrá en peligro el crecimiento hasta el punto de detonar una nueva recesión
por cá a festa continua
Por cá, a consolidação vai bem. Melhor do que aquilo que todos, mas mesmo todos, esperavam. Melhor não era antecipável. Por ninguém.
ResponderEliminar.
Quanto ao assunto do post. Mais uma postada parcial. Nada de novo, portanto.
Em relação aos vídeos, obtidos, provavelmente a troco de dinheiro pago a pessoal do MP (a corrupção perniciosa é aquela que atinge a justiça em cheio), dizia, os vídeos mostram claramente a falta de boas provas.
Ele há insinuações acerca da propriedade dum apartamento de Paris. Mas ter patrimônio, o que até nem parece ser o caso, não é crime algum no ordenamento jurídico português. Mesmo o enriquecimento ilícito não é crime. Crime é o ilícito que produziu patrimônio e isso não esta minimamente sustentado.
.
Rb
Bem dito
ResponderEliminarSe é legal ou não ignoro.
ResponderEliminarAntes de ver, até era capaz de dizer que me parece abusivo divulgar estas imagens.
Depois de ver a forma como o bicho fala com o Procurador e o Inspetor até mudei de ideia.
sapo retirado do JE
ResponderEliminarÁgua, porque te perdes?
- por: Vanda Guerra , (ASSUSTA)
antonio das mortes + restante esquerda + rio
ménage à trois
psd acabou de ser corneado e vai esvair-se em sangue (saigner à blanc)
em 'é cu nomia' as vacas passam de gordas a esqueléticas
ah sua vaca!
Loco: La etimología deste vocablo hará loco a cualquier hombre cuerdo. (Sebastián de Covarrubias, 1611)
ResponderEliminarLos locos son fáciles de encontrar. El interesado en verlos sabe adónde ir: puede dirigirse, bien a una sección especial de la cárcel o palacio, a un sanatorio mental, “casa de locos,” “loquero,” “asilo,” o bien a ciertos capítulos de tratados médicos y monografías filosóficas. Todo el mundo conoce al “loco del lugar,” y cualquier lego, letrado o iletrado, es capaz de identificar y clasificar un comportamiento desviado de la norma que no sea producto de fuerzas superiores sino autogenerado o inducido por ciertas sustancias. Los cauces de esta conducta están bien definidos en la literatura occidental, en las artes visuales, la jurisprudencia, la medicina, el teatro, la filosofía, la fitología y la teología. El árbol taxonómico despliega sus variantes con prolijidad, deleitándose en describir, no sin dificultad, su agresividad, monomanía, sabiduría y embebecimiento, incluyendo todas las combinaciones posibles hasta apurar los entresijos de la mente enferma, desde el frenesí agotador hasta el quietismo absoluto, pasando por la furia y el entreveramiento.
convém mostrar Rilhafoles em todo o seu esplendor demencial
Na minha modesta opinião, acho que é inadequada a forma como é passada para a praça pública a devassa de um qualquer cidadão. Mas como não acredito na Justiça Portuguesa(:::)e como há casos tão importantes como estes que são escondidos aos concidadãos, acho que o jornalismo de investigação tem o meu voto.Só assim acredito que afinal andamos todos enganados pelo sistema politico vigente, corrupto, corrupto... E quanto à liberdade de expressão, cuidem-se, porque em minha opinião, fica cara... mesmo com razão
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