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quinta-feira, junho 14, 2018

A ignorância atrevida de Catarina Martins

Hoje de manhã ao passar os olhos pelo Jornal de Notícias enquanto tomava café dei com uma crónica de Nuno Melo sobre a líder do Bloco de Esquerda e as últimas bacoradas que teatralizou para uma audiência ignara de uma esquerda que lhe assenta como luva.

A crónica afinal está aqui:


Quando sobre o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Catarina Martins escreve que "virá o dia em que os discursos oficiais serão capazes de reconhecer a enorme violência da expansão portuguesa, a nossa história esclavagista, e a responsabilidade no tráfico transatlântico de escravos", só repete a ligeireza irresponsável com que a propósito dos incêndios que devastaram o país em 2017 comentou, no Twitter, "que venha a chuva, bom dia". Não tem noção.
Apoucando nove séculos da história extraordinária de Portugal, que a partir dos Descobrimentos no século XV nos levou a todos os cantos do Mundo e deu corpo à primeira globalização, resumindo-a a uma única realidade, que por acaso os compêndios já registam, mas avalia desenraizada do tempo e das circunstâncias - a escravatura, obviamente hedionda, era prática à escala global, mesmo em África, entre africanos -, o BE mostra-se disposto a reduzir o que seja à minudência dos seus preconceitos ideológicos. Vale para o absurdo com que querem chamar de "viagem" ao museu dos descobrimentos, como se a semântica alterasse os factos. E nem o padre António Vieira escapa, acusado em manifestações ridículas de ser um símbolo do racismo, apesar de mestiço pelo lado materno, ter defendido os direitos dos índios e ter criticado a Inquisição, quando a temeridade poderia custar a vida.
Se Catarina Martins quer exibir complexos de culpa póstumos, achando que assim se mostrará maior aos olhos dos outros, comece por assumir os crimes abomináveis dos regimes comunistas, que ponderada a paternidade marxista-leninista da UDP e trotskista do PSR, defenderam e ainda nos anos 70 quiseram para Portugal. Da URSS à República Popular da China, passando pelo Camboja, Coreia do Norte e Cuba, não lhe faltarão exemplos de homicídios em massa, detenções por delitos de opinião, tortura, campos de trabalho forçados e lavagens ao cérebro. Sem surpresa, a esquerda-net guarda o texto laudatório de Hugo Chávez, digno de quem gravita num universo paralelo, que diz que "enquanto na Europa a democracia está a falhar, na Venezuela a democracia participativa tornou-se num sinal de identidade".
Se o velho do Restelo simboliza os que antecipavam o fracasso da epopeia dos descobrimentos, com o espírito da extrema-esquerda nos primórdios da nacionalidade não teria havido S. Mamede, ou Aljubarrota e nenhuma nau ou caravela teria zarpado do Porto, Lisboa ou Sagres. Camões não teria escrito Os Lusíadas. E com Pessoa, seguramente não diríamos que "a minha Pátria é a língua portuguesa".

Esta burra não tem vergonha nenhuma, é claro. Mas haja, ao menos,  quem lhe mostre a ignorância.

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. O Nuno Melo ser capaz de mostrar a ignorância de alguém é, em si, um feito.

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  3. a burrice é mal nacional
    só os burros entendem os seus zurros

    se mim fosse burro já tinha levado 'uma parelha de coices' para 'ficar sem conserto'

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  4. Eles não são burros, são pior do que isso: traidores...

    PS
    E serão sempre "absolvidos" pelo actual TC como o poeta Alegre...

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  5. A escravatura continua e graças a Deus continuará e recomenda-se. só tem novas variante.
    Agora não é preciso ir buscá-los á Costa de África. eles metem-se a atravessar o Mediterrâneo em barcos com piores condições que os negreiros de há duzentos anos. E tem mais são eles (ou a família) que pagam o frete quantas vezes empenhando-se. Elas para darem o corpo ao manifesto nos "trotoirs"da Europa e eles para se estabelecerem na chulice, droga ou contrabando. Basta dar umas voltas pela capital Lisboa para percebermos isso sem quaisquer contemplações. Só é cego quem não quer ver!

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  6. aguerreiro,

    ora bem!

    Mas estes de agora têm ainda mais vantagens.

    Eventualmente, comprarão a liberdade de um subsídio a troco de voto - à esquerda, naturalmente.

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  7. No mais, até o fariseísmo tem os seus Dâmasos entre nós - Dâmasas, ao caso.

    De tanto quererem que "os discursos", "o país", etc, peçam desculpas e perdões por várias coisas nunca se lembram, eles, os Dâmasos e Dâmasas, de darem o exemplo; já não digo inaugurarem as "reparações" do próprio bolso, mas começarem por pedirem a desculpa eles próprios.

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  8. Só aldrabices.

    1ª- O bloco já reconheceu os crimes das ditaduras de esquerda.

    2ª- Que o império tugas foi um projecto de violenta conquista militar, pirataria e escravatura é inegável e só doidinhos o podem negar.

    3º- O facto d muitos outros terem feito a mesma coisa não é razão para que não reconheçamos o que os nossos antepassados fizeram. Antes pelo contrário, só assim teremos autoridade moral para criticar os outros.

    O direitalho só se descredibiliza quando critica os crimes do comunismo ao mesmo tempo que pretende proibir as criticas aos império coloniais - que praticaram o mesmo tipo de crimes.

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