Páginas

domingo, junho 17, 2018

Ricos, pobres e remediados

Ao ler uma crónica de João Pereira Coutinho no CM de hoje, procurei no jornal outras notícias sobre o fenómeno apontado, ou seja a condição económica dos portugueses.


Segundo o que se escreve não temos hipóteses de singrar na vida senão por dois modos: pela sorte, rara e intangível ou pela manha em conseguir chuchar na teta do Estado o mais que for possível e pelo maior tempo que a habilidade permitir, através de grupos de tráficos de influências, mesmo ideológicas, adeptos do quanto maior Estado melhor estadão.

No mesmo jornal aparece uma entrevista a Maria Filomena Mónica que fala de um seu livro recente sobre "os ricos" em Portugal, os antigos e os novos.  Uma das afirmações dela versa um mito muito espalhado entre estes cripto-jacobinos: que os ricos do Estado Novo só o foram porque o Estado os acaparou, através do "condicionamento industrial" e outras balelas ( "o proteccionismo alfandegário que lhes garantia  poderem vender os seus produtos por preços superiores aos dos produtos importados")  de quem olha o dedo que aponta à lua sem perceber a finalidade. Sociólogos de pacotilha dos anos sessenta...que não entendem sequer como é que o desaparecimento desses ricos provocou directamente o empobrecimento e a bancarrota do país. Por duas, três vezes, depois do tal "condicionamento industrial". Se houve ocasião para tal "condicionamento" foi depois de abate desses ricos ao efectivo, no PREC que estes sociólogos também apoiaram. E deu no que deu. Tudo nacionalizado. A riqueza toda  nossa. Os bancos e os seguros que passaram a ser do povo e não desses ricos e deu em bancarrota. Onde pára a inteligência básica destes "sociólogos"? É assim, como agora se diz: " Não incluí banqueiros entre os ricos que seleccionei para o meu livro, não por ter medo deles, mas porque a banca é um sector demasiado complicado para sobre ele escrever competentement. Nem sei o que é uma offshore". Mas sabe o que foi o "condicionamento industrial, esta pateta...

Sobre este assunto do "condicionamento" e "proteccionismo" e sobre outras matérias, vidè esta parte da entrevista de Champalimaud  ao O Diabo de 13.2.1979 já aqui publicada. Muito instrutiva e destrutiva dos mitos e lêndeas que aquela propaga. Champalimaud é um dos ricos visados mas a autora não percebeu quem foi e o que representou:



Assim,para perceber como se fazem à vida os que ambicionam ser também próximos dos ricos, aqueles que os combatem e deles têm inveja, hoje, temos este exemplo do jornal:


Aquelas três personagens serviriam para uma antologia deste fenómeno. A da esquerda, ministra que veio da Angola que ainda era nossa, irmã de um terrorista ideológico abatido pelo regime  que ficou, por pretender associar-se ao comunismo soviético, ganhou a vida como magistrada e casou com um advogado, daqueles que se encostam ao Estado nos "ajustes directos". É milionária, naturalmente. O da direita é um antigo esquerdista empedernido, um pindérico, naturalmente,  que logrou fixar com voz grossa um rendimento mensal como bastonário da Ordem logo que foi eleito, equiparado ao dos magistrados de topo. Foi a primeira vez que tal sucedeu porque antes, os advogados que lá tinham estado não precisavam do salário. Tinham outros, nos escritórios de que faziam parte. O dito ainda lhe saiu a sorte grande, rara, porque se associou a delinquentes e formaram um partido que conseguiu enganar os votantes e seguir para Bruxelas onde vive como um rico, continuando na mesma pindérico.O Sócrates é o seu herói e está tudo dito.

Como se vê, o do meio, este que agora lá está, também não lhe chega o que ganha. Pudera, olha para o lado e vê os exemplos...

A este também não lhe chega e a notícia é desta semana:



Paulo Marcos, presidente do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancário, acumula o vencimento do Novo Banco com o das suas funções sindicais, tendo ainda nos últimos anos visto os seus encargos com deslocações aumentar.
O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB), Paulo Marcos, recebe por mês cerca de 11 mil euros. Paulo Marcos acumula o vencimento do Novo Banco com o das suas funções sindicais, tendo ainda nos últimos anos visto os seus encargos com deslocações aumentar, avança o jornal “Correio da Manhã”.
Paulo Marcos é o único presidente dos sindicatos que acumula o salário na posição de origem – Novo Banco –com o vencimento na presidência do SNQTB. O jornal indica que o sindicalista aufere cerca de 11 mil euros por mês: cerca de 4 mil do Novo Banco e perto de 7 mil do sindicato. A estes acrescem senhas de presença (algumas no valor de 600 euros) nas várias instituições em que ocupa cargos.
Além disso, Paulo Marcos recebe ainda despesas de representação e de deslocações. Estes registaram acréscimos nos últimos anos, quando comparados com os encargos da anterior gestão. Só os encargos com deslocações subiram de 155 mil euros em 2015 para 237 mil euros.

 Para além destes fura vidas, invejosos do sucesso dos ricos que investem e se arriscam a perder, a quem não perdoam o sucesso quando existe, temos estes que querem à viva força sabotar o esforço dos mesmos, também com o desiderato apontado: serem também menos pobres à custa dos ricos que querem tornar pobres, num paradoxo insolúvel que nunca entenderam:



Por outro lado os protectores de toda esta classe de invejosos sociais, são estes:


Repare-se na habilidade contabilística, digna de um Joe Berardo e de um Santos Ferreira, dos tempos da CGD e do BCP: tem um empréstimo obrigacionista de milhões para pagar em Novembro. Não tem dinheiro para tal porque "roma não paga a traidores" e a informação que produzem tem que continuar a ocultar, dissimular e esconder a realidade do país, associando-se aos "populistas" do bairro, estes:


Assim, conseguiram que o banco que deve as penas aos pássaros, daquele sindicalista encartado,  lhe fizesse um jeito contabilístico: como andam a fazer uma sede, um edifício que só serve para os albergar naquelas funções de aldrabões da realidade, conseguiram que o tal banco lhes comprasse o edifício, em troca de 24 milhões e pico que é menos do que devem mas já dá para negociar.
Ou seja, o banco fica com a casa da Impresa, esta torna-se arrendatária, paga o tal empréstimo obrigacionista e no fim se sobrar dinheiro, daqui a uns anos, recompra o edifício.

Como se chama isto? O mesmo que Balsemão fez quando fundou a SIC: tentar cobrir o sol com uma peneira. Arranjar um testa de ferro para esconder ao Estado que não poderia fazer o que fez.

A SIC fundou-se numa aldrabice. E continua...pelo que vai parar perto.

Vai aguentar até ao momento em que as pessoas que ainda compram o Expresso e vêem telenovelas quiserem...

Alguém se queixa? A Lourença vai falar nisto com o fradeca Louçã da próxima vez que aparecer no programa? Aquela Fátima Campos Ferreira vai organizar um prós e prós sobre isto? Não.

Os jornalistas são todos pobres sujeitos a "condicionamento mental" e muitos deles continuam invejosos...