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quarta-feira, julho 10, 2019

A afrodescendente e o primado do racismo



A pessoa  a que se refere este artigo no Público de hoje é Francisca Van Dunem. Para mim é uma pessoa que é magistrada, primeiro do MºPº e agora do STJ e está no ministério da Justiça porque é socialista e sempre o foi, ocupada da política em bastidor caseiro, como sempre me pareceu. Uma hipócrita, também me parece e com um historial académico e de universidade que ninguém parece interessado em investigar devidamente. Seria muito interessante para se reconhecer a tal discriminação de que se queixa pelo "preconceito" que existe em se dizer que não há preconceito. Haja pachorra para esta afro-descendente...com apelido holandês.

Porém, segundo o artigo do Público é "afrodescendente". Para mim, tanto faz, é uma pessoa como as outras e parece-me mais preta porque não é branca, mas é irrelevante tal circunstância. A preferência pela designação gentílica revela um complexo de culpa pelo uso da palavra preta.
Seria interessante perceber a razão da opção e da culpa inerente ao entendimento de que o uso da palavra "preta" pode ser ofensivo.
Porque deveria ser ofensivo? É aí que reside a razão da opção. Nenhum preto se refere a um europeu chamando-lhe isso mesmo: europeu. Diz, simplesmente, branco. E assim é que está bem e os pretos têm razão porque não têm complexos de culpa em usar tal palavra simples e directa, reveladora da realidade sem conotações.
Como é que se designa um japonês? Asiático? Huummm...nem por isso, acho. Um japonês é um japonês, tal como um chinês é um chinês. São tantos que ultrapassam em número os europeus.
Porém, também existem os "asiáticos" que serão todos os que não se identificam naquelas categorias gentílicas. E um líbio, tunisino ou saudita? Árabe, naturalmente. Alguém se sente ofendido em não ser declarado medioorientaldescendente?

 Algum asiático, japonês ou chinês se queixa com tanta frequência de "racismo", como os "afrodescendentes" o fazem? Evidentemente que não. E porquê? Não serão vítimas de discriminação por serem de raça diferente da europeia, nos países que não são os da sua proveniência? Não me parece. E a quem parece caberá demonstrar.

Outro facto simples: nos países de África, os seus autóctones referem-se às pessoas de origem europeia, chamando-lhes isso mesmo, como por cá se chamam afrodescendentes? Nem por sombras. São simplesmente brancos. Têm uma pele de cor diferente da deles. Ninguém se incomoda com isso nem lhes chamam racistas só por isso mesmo. Por cá, quem chama preto é logo suspeito de ser racista.

 E então o que será o racismo sempre proclamado em bandeira de reivindicações anti-racistas daquela "afrodescendente"?
Um mito que lhe inculcaram desde infância, suponho e que se enraizou na idiossincrasia que já se tornou iminentemente racista, ao contrário. A dita "afrodescendente" contrapõe sempre o seu anti-racismo a um suposto racismo de que se sente vítima, mais os seus. Já deu entrevistas em que revela tal coisa, como a de prevenir o filho para tal fenómeno, alertando-o para uma realidade que pretende confirmar sempre que pode.

Esta gente lembra-me sempre a história da preta que seguia numa camioneta e que ao ser apelidada de "preta" com intuito injurioso, por uma branca, foi defendida por outra branca com tanta impetuosidade que até a acalmou: deixe lá minha senhora: preta é ela!

Vejamos então o conceito de racismo conforme definido nas madrassas da actualidade académica. Não é preciso ir muito longe na Net, para encontrar tal pensamento politicamente correcto:

Gostaria agora de me deter brevemente sobre o conceito de racismo, dado que geralmente se tende a assumir que existe um consenso nesta matéria. 
Como veremos de seguida, tal não é o caso. Segundo vários autores, o conceito de “raça” não existia nas chamadas sociedades antigas (nomeadamente a grega, romana e egípcia) (Goldberg, 2002; Winant, 2000; Wieviorka, 2002), apesar de ser geralmente aceite que a maioria das sociedades do passado tenha demonstrado várias formas de etnocentrismo5. 
Segundo Wieviorka (2002), o racismo, enquanto a crença em que “existem ‘raças’ cujas características biológicas ou físicas corresponderiam a capacidades psicológicas e intelectuais, ao mesmo tempo colectivas e válidas para cada indivíduo” (p. 25), que estas são imutáveis e que as diferenças “raciais” conduzem à superioridade inerente de uma “raça” em particular, é relativamente recente. 
A maioria dos historiadores sugere que o conceito de “raça” começou a circular no campo político, social e científico a partir de meados do século XVIII. Assim, as teorias raciais são geralmente vistas como tendo resultado dos projectos de expansão ocidental, tendo vindo a ser particularmente relevantes nos debates políticos e sociais do século XIX, ao apoiar-se nas teses evolucionistas de Darwin para aplicar no campo social a ideia da sobrevivência dos mais aptos, o darwinismo social (Solomos & Black, 1996). 
Uma vez formadas e difundidas amplamente, as teorias raciais vieram a constituir um meio poderoso de justificação da hegemonia política e do controlo económico. Enquanto as teoria raciais se começaram a difundir no século XVIII, foi apenas na década de 30 do século XX que o conceito foi formulado e compreendido como uma ideologia. Surgiu, assim, intimamente ligado ao fascismo e à mobilização política anti-semita no período que culminaria na Segunda Grande Guerra. Porém, o anti-semitismo alemão não foi de modo nenhum caso único na história. Basta pensar na perseguição que sofreram os judeus na história da Península Ibérica.
 É geralmente aceite que foi a revelação das experiências conduzidas pelo regime Nazi nos campos de concentração no espaço europeu, numa era dominada pela ciência e a razão, que o tornou particularmente relevante. Assim, nos anos ‘50, após o Holocausto, aumentou substancialmente a produção científica sobre o racismo. Dominada pela Psicologia Social e incidindo sobre teorias do preconceito centradas no indivíduo, a produção académica ajuda a forjar um conceito de racismo enquanto ideologia extremista (Henriques, 1984; Wieviorka, 2002), excluindo assim o colonialismo da sua conceptualização (Hesse, 2004). ( Marta Araújo, Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra, ou seja, a madrassa do professor Bonaventura).

A conclusão deste pequeno estudo revelador é interessante:

Ou seja, a especificidade portuguesa baseia-se numa contradição: a afirmação de que o colonialismo, apontado pelos estudiosos do tema como tendo estado associado à origem do racismo, é responsável pelo não-racismo. A persistência desta contradição na sociedade portuguesa é possível, segundo Vale de Almeida, porque o discurso lusotropicalista deixou como herança o “mascaramento de relações de poder desigual e de dominação”, que ajudou a que os portugueses se auto-representassem como não-racistas (Almeida, 2000, p. 185). 
Persiste assim “uma representação positiva de processos de profunda desigualdade”, que se torna um problema para a definição de um Portugal pós-colonial multicultural por se basear num essencialismo cultural que a própria esquerda e a luta anti-racista têm vindo a reproduzir (id., p. 197).

É este o pensamento politicamente correcto sobre o racismo e o modo "académico", de redacção correcta de o expor.
Quem divergir de tal ensinamento da ortodoxia esquerdista é alvo de fatwa que começa geralmente nos jornais afectos: Público, principalmente. Depois estende-se a "redes sociais" e simultaneamente é pasto de humoristas sem graça que pululam no espaço mediático, vindos de uma tal stand up comedy, imitação pífia de inanidades estrangeiras. Uma boa maioria deles parece-me inacreditável, tanta a  imbecilidade que exalam,  como aquele perfil abaixo mostrado.

Alguém, como Fátima Bonifácio, afirmou alguma das ideias ali transpostas? Nem por sombras porque a teoria racista não tem pés para andar muito longe e de facto nunca no Portugal contemporâneo tal pegou. Salazar não era racista, naqueles termos. O Portugal do séc. XX provavelmente foi mais racista durante o consulado esquerdista, jacobino e maçónico do que depois disso, nos 48 anos de fassismo. Mas isso não lhes interessa para nada a tais "afrodescendentes".

Neste caldo de cultura se misturam depois certos políticos que exprimem opinião nas tv´s e a opinião pública fica esclarecida: manipulada, politicamente orientada e pronta para votar na oportunidade devida.
Em quem? Para já naqueles que assim veiculam ideias. Daqui a algum tempo, reconhecendo o logro, naqueles que os combatem mais ferozmente. Tal já sucedeu em países europeus e vai fatalmente acontecer no nosso.
A Itália é o melhor exemplo porque é precursora das correntes políticas e parece-me que sempre o foi na época contemporânea.
Nós, como bons imitadores, seguiremos o exemplo e estes palermas, incluindo a "afrodescendente"  citada, terão o seu quinhão.

Este artigo de José Manuel Fernandes, no Observador é certeiro em algumas observações, mas falha no final ao escrever, sobre o artigo de Fátima Bonifácio que   "é pena que os termos em que Maria de Fátima Bonifácio colocou esta questão tenham sido mais destrutivos do que construtivos. É que se o caminho não se faz criando quotas, também não se pode proclamar que certas minorias não são do nosso mundo. O próprio sentido de Cristandade grita-nos o contrário. Tal como é universal a ambição, iluminista, dos direitos humanos."

Não me parece que tenha sido isso que ela escreveu, mas que certas minorias, de "afrodescendentes" e também ciganos querem mesmo colocar-se à margem do nosso mundo e virar-se contra ele. E esse é o problema. Não é o racismo.

Muito mais interessante do que o texto da afro-descendente Van Dunem é este de Gabriel Mithá-Ribeiro, no Observador


Em matéria de relações raciais existe, portanto, uma relação direta entre ignorância e defesa convicta de determinadas posições. E não me estou a referir a Maria de Fátima Bonifácio que teve a dignidade de se colocar na pele branca, a dela. Estou a referir-me aos que partilham essa mesma pertença racial mas que vestem sem pudor a pele de «pretos», ciganosou de outras minorias. O tal Rui Pena Pires que espoletou a atual vaga em favor das quotas para as minorias no parlamento ou nas universidades faz parte de uma universidade que nunca me deu uma oportunidade, o que me fez bater com a porta. Há minorias e minorias, «pretos e pretos», pobres e pobres. O ISCTE-IUL havia de ter vergonha nesta matéria, uma universidade carregada de brancos especializados em África – a minha área de especialização – e que fez de mim um proscrito intelectual, felizmente o preço da minha liberdade. E vejam-se as barbaridades que se escrevem e dizem sobre África. As quotas não são para os «pretos» e «ciganos», são para fabricar esquerdistas.


(...) 

A desgraça negra, cigana ou islâmica que há décadas as empurra para a guetização é justamente filha do paternalismo da esquerda. O texto de Maria de Fátima Bonifácio deixou isso a nu. A esquerda impede, e de forma dolosa, qualquer crítica vinda de fora às minorias raciais, étnicas ou religiosas. Quem o faz é logo «racista», «islamofóbico», entre outros rótulos que visam o seu silenciamento e, se possível, assassinato social da branca ou branco que arrisque tal ousadia. Desse modo, não apenas o indivíduo pertencente a minorias sensíveis não se liberta do seu coletivo guetizado, como ainda quem pertence a uma minoria está interditado de criticar os seus grupos de pertença ou, no mínimo, o aparelho ideológico em peso (imprensa, universidades, ensino, partidos políticos, intelectuais, meios artísticos) desincentiva fortemente tais ousadias.

(...)


A esquerda branca cujos rostos andam pelas universidades e pela comunicação social – Rui Pena Pires, Boaventura Sousa Santos, Manuel Carvalho, Ferreira Fernandes, Daniel Oliveira, Fernanda Câncio, Isabel Moreira, Alexandra Lucas Coelho, entre tantos outros – transformou a pobreza material das minorias, por tradição circunstancial, em miséria moral que torna a pobreza endémica. Estamos perante um grupo de indivíduos com rostos e nomes concretos (fora os internacionais) que mais tem produzido pobreza, instabilidade social, violência, desintegração social entre as minorias. Sujeitos moralmente patológicos.

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