Acabou de sair um número especial da revista francesa Paris Match, dedicado ao "fim do império" francês, na Indochina e no Norte de África.
Em tempos já se abordou aqui o problema da descolonização dos franceses, realizada muitos anos antes da nossa e com efeitos semelhantes: guerra civil, tomada do poder por forças de esquerda ou islâmicas, por causa do síndrome do "colonialismo", erigido como a principal arma de arremesso, mais forte que todas as bombas de deflagração e tiro de metralha.
Assim, replico parte de tal escrito:
A maior potência colonial, em 1914 é a França. Como é que a França saiu de África? A mal...
Em finais de 1954 sofreu os primeiros atentados e acções terroristas por parte dos movimentos de libertação no norte da Argélia. O que fizeram os franceses para contrariar o movimento de libertação que usava a táctica do terrorismo? Repressão feroz, torturas, execuções sumárias.
Mesmo assim, em finais de Agosto de 1955 deu-se isto que a revista francesas Paris Match de 3.9.1955 relatou:
Como aqui se dá conta, alguns "rebeldes" até se renderam e pediram perdão...
Não obstante, o problema colonial francês agudizou-se e em 16 de Setembro de 1959 De Gaulle ( admirava Salazar...) reconheceu o direito do povo argelino à autodeterminação. Em 3 de Julho de 1962 foi proclamada a independência.
Pelo meio ficaram 300.000 mortos argelinos para 30 000 franceses e 700.000 desalojados que vieram para a Europa...
E nós? A História é conhecida e há ainda quem pense que ainda deveríamos lá estar...
Se a História fosse outra talvez fosse possível pensar desse modo. Mas não foi. E não adianta pensar que poderia sê-lo se fôssemos suficientemente persistentes e lutadores. A França, tal como a Grã-Bretanha, no século XX tinha um poder militar muito superior ao nosso. Hipoteticamente poderia sustentar militarmente uma guerra pela defesa das suas possessões ultramarinas mas não o fizeram.
Convém lembrar ao povo e contar às crianças quem realmente fez a nossa descolonização e por aqui já ilustrado, com passagens de um livro editado em 1975 pela d.quixote de Snu Abecassis, com entrevistas de Mário Soares. Numa delas, à Der Spiegel, logo depois do golpe de 25 de Abril de 1974:
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