Os jornais semanários que tenho e relataram o acontecimento foram o Expresso e o O Jornal. O Tempo também o terá feito mas não tenho tal número. Fizeram-no vários dias depois porque saiam ao fim de semana e por isso tiveram mais que tempo para se documentarem, recolherem opinião e testemunhos.
Afinal, Marcello Caetano tinha sido o último presidente do Conselho do regime anterior e ficara nesse lugar durante quase meia dúzia de anos. A sua obra política deveria ser melhor conhecida, tal como as suas ideias. Nada disso aconteceu nos últimos 40 anos nem interessa ao sistema de poder actual ou ao regime que temos.
Interessa sim denegrir ao máximo tal regime, associá-lo a um fascismo imaginário e acantoná-lo na figura de Salazar, símbolo desse fascismo imaginado pelos comunistas e socialistas. O resto veio sempre por acréscimo e hoje colhem os lautos frutos de tal doutrinação permanente.
Pois bem. O Expresso, então dirigido por - quem mais?- Marcelo Rebelo de Sousa não lhe deu qualquer atenção na capa, nem no caderno principal nem na revista.
E foi nesta que escondido no interior apareceu o texto pífio de homenagem do director do jornal, o bravo Marcelo, acompanhado de outros pequenos textos de professores de Direito. E foi tudo o que o Expresso escreveu sobre o assunto, nessa altura de obituário.
Em modo sintomático o Marcelo que conhecia Marcello, através do pai, não achou interesse em relatar a notícia na primeira página do jornal. Típico. Nem explicar melhor o que foi essa meia dúzia de anos e até o que fora Salazar. Nunca o fez devidamente nem o fará. Se o fizer, é cilindrado pela esquerda predominante.
Marcelo escreve que "um dia será feita cabal e isenta história, para que tencionamos contribuir com achegas interessantes" , mas passados quase 40 anos continuamos à espera de tais achegas interessantes. Típico outra vez. Deve estar à espera de escrever memórias que afinal hão-de reflectir o estado da arte no tempo em que as escrever..
O outro semanário, O Jornal também deu conta da morte de Marcello Caetano que grafa apenas com um "l".
Sendo de esquerda típica, do tipo gaivota cansada, encarregou um certo Freire Antunes de obituar no caderno anexo, também sem qualquer menção na primeira página. Além disso acrescentou um artigo de Alípio de Freitas, um antifassista que estava no Brasil e não se esquece de mencionar o "fascismo" por causa da cartilha. Por causa dela tem nome de cantiga num álbum do revolucionário José Afonso.
A esquerda portuguesa manteve-se assim, de há 40 anos a esta parte. Em 17 de Julho, como resposta a uma entrevista de Marcello Caetano, num jornal do Brasil, o mesmo O Jornal publicou um texto de José Magalhães Godinho a desfazer a figura de Marcello Caetano, pondo os pontos nos ii da visão de esquerda sobre o "fassismo".
Ainda é esta visão que perdura na sociedade portuguesa porque os jornalistas que entretanto apareceram não aprenderam outra coisa nas madrassas que frequentaram.
E como o intelecto é coisa que rareia na classe vamos ouvindo vendo e lendo o habitual discurso falsificado da História.
Por estas e por outras Marcello Caetano deixou de existir na historiografia actual, em Portugal. Salazar é tudo e nada mais sobra. Chega-lhes, aliás, a tal esquerda. E nem precisam de mais para alimentar as falsidades históricas.
Quanto ao actual presidente da República já nem se lembra do que escreveu...nem interesse nisso terá.
Ou será que tem?
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