Politicamente, JMB era isto, em suma: um comunista da velha cepa marxista-leninista, da luta de classes, com ideias de bloco de poder popular.
"Eu continuo a achar que o motor que comanda isto tudo é a luta de classes, a exploração do homem pelo homem." (...)
A humanidade tem de pensar como é que se resolve este problema de vez. Não é cá com outra cantiguinha qualquer. É o sonho do Antero de Quental: "Não disputéis, curvado o corpo todo, as migalhas do banquete. Erguei-vos e tomai lugar à mesa". O Antero disse isto nos anos 70 do século XIX. Na altura era o sonho socialista.
(...)
continua a haver a exploração do homem pelo homem. Tendencialmente a esquerda é a favor do progresso e a favor de quem trabalha, dos mais pobres, é contra as injustiças sociais, como a acumulação de riqueza por poucos.
Esta ideologia é a do comunismo, do PCP ao BE. Tal e qual e JMB era exactamente isso, um comunista utópico.
Nunca me enganou, nem sequer logo a seguir a 25 de Abril de 1974, na primeira semana de revolução em que vieram de França os que para lá tinham ido , fugidos à tropa ou ao regime, como mostra a Flama dessa semana ( 17.5.1974) que logo nessa altura, fugiu do Patriarcade o foi-se meter debaixo das saias dos bloquistas avant la lettre, com indivíduos de um jaez especial como Alexandre Manuel. O esquerdismo comunista passou a ser deste tipo:
José Mário Branco estava em França "exilado", mas publicava a sua música com letras cripto-comunistas, por cá.
Em 1971 e 1972 publicou dois discos de grande qualidade musical que me encantaram sempre. José Mário Branco foi um grande músico, um indivíduo com talento para compor e arranjar e mesmo cantar.
Por isso mesmo o evoco aqui, na hora da sua morte, por causa da sua arte musical. A política é uma desgraça e uma tragédia.
Os discos são estes e foram ambos publicados por cá, sem censura de maior. Alguns temas passavam no rádio. Nem todos, claro:
Em Dezembro de 1971 teve publicidade de capa na revista Mundo da Canção e artigo desenvolvido no interior, escrito por um tal Tito Lívio, obviamente adepto da mesma causa:
No ano seguinte, em 1972, a Censura interveio e proibiu a circulação deste número que lidava com o segundo disco do músico, Margem de Certa Maneira e com outros discos igualmente "subversivos" ( sans blague) :
Portanto, não havia falta de informação sobre José Mário Branco e a sua música, antes de 25 de Abril de 1974.
Mais: segundo refere este blog, o primeiro album de José Mário Branco foi passado integralmente no programa de rádio Pagina Um, logo quando saiu, em 26 de Novembro de 1971 e com emissão especial, em directo do cinema Roma.
O fassismo tinha destas coisas e o programa de rádio era da Rádio Renascença, do Patriarcado de Lisboa, uma emissora católica, infestada de esquerdismo, já nesse tempo e também de neófitos do largo dos ratos, na capela do dito.
Uma ou outra canção não era ouvida, por ser censurada. Por exemplo, a Ronda do soldadinho, lançada em single, em 1969 e cuja primeira audição, para grande entusiasmo meu, na altura, foi logo nos primeiros dias após o 25 de Abril de 1974. Era uma "canção proibida" porque mencionava qualquer coisa a propósito de um soldadinho que fora para França para "fugir da guerra" e não regressara...enfim.
Logo depois do 25 de Abril, a mesma revista Mundo da Canção de pendor totalmente comunista na edição de Maio de 1974 publicou as letras. A do Soldadinho já era mais apimentada com laivos dos futuros FP25:
Em resumo: quando se evoca José Mário Branco na hora da sua morte, há o lado musical, artístico deste músico; e há o lado político, panfletário, comunista do poder popular e adepto de revoluções. Não me recordo de se ter desmarcado do PRP-BR ou das FP25.
Aliás, pouco tempo depois do 25 de Abril, fundou o GAC, o da Cantiga era uma arma...pelo que quem agora anda a pensar em condecorá-lo postumamente, devia ter vergonha.
José Mário Branco foi um comunista do poder popular, revolucionário que queria Portugal como um país desse tipo. Uma pátria de comunistas do género do costume: totalitários, repressores, assassinos quando é necessário.
A utopia de José Mário Branco nunca passou disto, por causa daquela ideologia esquerdista, do marxismo-leninismo com laivos de tintas trotkistas maoistas ou seja o que for que leve ao mesmo.
Uma seita de criminosos contra a Humanidade.
Quanto ao resto a música é outra.
Nunca me enganou, nem sequer logo a seguir a 25 de Abril de 1974, na primeira semana de revolução em que vieram de França os que para lá tinham ido , fugidos à tropa ou ao regime, como mostra a Flama dessa semana ( 17.5.1974) que logo nessa altura, fugiu do Patriarcade o foi-se meter debaixo das saias dos bloquistas avant la lettre, com indivíduos de um jaez especial como Alexandre Manuel. O esquerdismo comunista passou a ser deste tipo:
José Mário Branco estava em França "exilado", mas publicava a sua música com letras cripto-comunistas, por cá.
Em 1971 e 1972 publicou dois discos de grande qualidade musical que me encantaram sempre. José Mário Branco foi um grande músico, um indivíduo com talento para compor e arranjar e mesmo cantar.
Por isso mesmo o evoco aqui, na hora da sua morte, por causa da sua arte musical. A política é uma desgraça e uma tragédia.
Os discos são estes e foram ambos publicados por cá, sem censura de maior. Alguns temas passavam no rádio. Nem todos, claro:
Em Dezembro de 1971 teve publicidade de capa na revista Mundo da Canção e artigo desenvolvido no interior, escrito por um tal Tito Lívio, obviamente adepto da mesma causa:
No ano seguinte, em 1972, a Censura interveio e proibiu a circulação deste número que lidava com o segundo disco do músico, Margem de Certa Maneira e com outros discos igualmente "subversivos" ( sans blague) :
Portanto, não havia falta de informação sobre José Mário Branco e a sua música, antes de 25 de Abril de 1974.
Mais: segundo refere este blog, o primeiro album de José Mário Branco foi passado integralmente no programa de rádio Pagina Um, logo quando saiu, em 26 de Novembro de 1971 e com emissão especial, em directo do cinema Roma.
O fassismo tinha destas coisas e o programa de rádio era da Rádio Renascença, do Patriarcado de Lisboa, uma emissora católica, infestada de esquerdismo, já nesse tempo e também de neófitos do largo dos ratos, na capela do dito.
Uma ou outra canção não era ouvida, por ser censurada. Por exemplo, a Ronda do soldadinho, lançada em single, em 1969 e cuja primeira audição, para grande entusiasmo meu, na altura, foi logo nos primeiros dias após o 25 de Abril de 1974. Era uma "canção proibida" porque mencionava qualquer coisa a propósito de um soldadinho que fora para França para "fugir da guerra" e não regressara...enfim.
Logo depois do 25 de Abril, a mesma revista Mundo da Canção de pendor totalmente comunista na edição de Maio de 1974 publicou as letras. A do Soldadinho já era mais apimentada com laivos dos futuros FP25:
Em resumo: quando se evoca José Mário Branco na hora da sua morte, há o lado musical, artístico deste músico; e há o lado político, panfletário, comunista do poder popular e adepto de revoluções. Não me recordo de se ter desmarcado do PRP-BR ou das FP25.
Aliás, pouco tempo depois do 25 de Abril, fundou o GAC, o da Cantiga era uma arma...pelo que quem agora anda a pensar em condecorá-lo postumamente, devia ter vergonha.
José Mário Branco foi um comunista do poder popular, revolucionário que queria Portugal como um país desse tipo. Uma pátria de comunistas do género do costume: totalitários, repressores, assassinos quando é necessário.
A utopia de José Mário Branco nunca passou disto, por causa daquela ideologia esquerdista, do marxismo-leninismo com laivos de tintas trotkistas maoistas ou seja o que for que leve ao mesmo.
Uma seita de criminosos contra a Humanidade.
Quanto ao resto a música é outra.
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