A semana que passou foi tempo de José Sócrates prestar declarações a propósito dos factos de que é acusado no processo Marquês.
O juiz de instrução trancou as portas ao público que pudesse assistir e ficamos com a informação fragmentada e parcelar que os advogados trazem da sala e entregam aos media.
Quanto a José Sócrates dispara insultos a eito ao MºPº e a alguns amigos de peniche que o tramaram. O seu antigo ministro Campos e Cunha pretendia manter a acumulação de pensão com o vencimento de ministro e por isso saiu, despeitado, quando soube que o íntegro Sócrates pretendia acabar com a prebenda. Azar de um távora: a primeira carta de demissão fora apresentada antes de se saber de tal intenção. Pior azar: a carta que deveria ter ficado no registo e arquivo do Governo desapareceu e estava na casa de Sócrates. Melhor: o antigo ministro voltou a reafirmar o que parece mais óbvio: Sócrates queria mudar a administração da CGD para colocar lá alguém de confiança. Não foi ele quem pôs, naturalmente. Foi o ministro das Finanças que faz o frete de dizer o que é evidente, mas não o inconveniente.
Costuma dizer-se que é nos detalhes que se apanham os mentirosos porque é aí que o diabo se esconde.
Outra: o professor Farinho, da faculdade de Direito, dissera que tinha ajudado a escrever A Confiança no Mundo, apresentado com pompa e circunstância perante sumidades que incluíram o antigo PGR Pinto Monteiro e também o antigo pSTJ Noronha Nascimento, num acto público e impúdico em que apareceu o criminoso Lula a incitar a "politicar". Mas não teve a presença do co-autor, o professor Farinho. Nem sequer uma palavra pública de apreço e consideração. Nem sequer a menção ao seu nome. Et pour cause. Um tal Vital Moreira, sempre o mesmo, apareceu na altura a defender o indefensável. Também "pour cause".
Agora, o co-autor laureado na capa da obra diz que o professor mentiu ao dizer que o tinha ajudado na escrita e não explicou porque é que houve um contrato fictício com outro amigo estranho à obra, para pagamento da ajuda.
Ainda falta a história do motorista João Perna que entregava ao domicílio dinheiro vivo que provinha de contas caladas de um tal Carlos Santos Silva, que o acusado define como "honestíssimo". Et pour cause também. Poderia ter acrescentado "e totó". Porém, sê-lo-á sempre até ao julgamento e durante o mesmo, se as coisas se complicarem para o lado da prisão efectiva? Duvido que o "honestíssimo" não faça jus ao epíteto e afinal resista a provar que o seja de verdade.
E surgiu no último dia o caso estranho de um primo ainda mais generoso que aquele "honestíssimo " Silva mas que não consegue explicar como é dono de tantos milhões. Ainda por cima provindos de fontes suspeitas, escondidos em offshores e passando por contas suíças.
E cereja no cimo deste bolo fantástico cheio de bolor por dentro: o primo afortunado é o herdeiro de...Carlos Santos Silva, o "honestíssimo"!
O foi contando a história assim:
Por estas coisas, o director do CM já escreve assim:
Resta saber se o juiz do TCIC Ivo Rosa vai acreditar em patranhas ou aceitar o princípio da validade da prova indirecta.
A opção, sabendo que o mesmo não é burro de todo, defini-lo-á.
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