Vem num livro recente e por cá esta história nunca foi notícia nos media. A gente somos uma democracia com inteira liberdade de expressão, não semos? Então não fomos!
Leia-se:
O Bornito da história é este professor universitário formado em Luanda e parece que até será constitucionalista no sítio.
Com tais credenciais era com certeza pessoa conhecida cá do burgo universitário e das altas esferas dos poderes judiciários.
A história que o livro conta é miserável, apesar da opulência que exala. Bornito parece que era muito lá de casa de um tal Zedu. Agora, anda na mó de baixo porque o Zedu deixou de contar como contava.
Durante anos a fio andamos ( é um modo de dizer que era o DCIAP e a PGR) por aqui a fazer de conta que investigávamos as altas figuras de Angola, como esta. Bastava que um banco qualquer usasse o sistema de alarme do "compliance" e comunicasse o assunto, para se organizar um processo administrativo ( porque não era inquérito criminal, ainda...) e lá se diligenciava para se saber de onde proviria o dinheiro aos milhões que estes cagões aqui punham.
Evidentemente nunca se sabia ao certo e nunca se descobriu porra alguma que lograsse prova suficiente de qualquer crime. Apesar disso e de se saber de ginjeira que era exactamente isso que sucederia a todas as investigações desse género, andamos sempre a fazer de conta, com um Ministério Público a cobrir-se de opróbrio, mas a fazer de conta que não.
Apanhou-se um magistrado imputando-se-lhe algo que servisse de exemplo, apesar de nem ser exemplo de nada disso, mas enfim.
Os verdadeiros "mânfios" passavam sempre ao lado porque outra coisa não seria de esperar no modo como era permitido investigar: sempre cá, sem colaboração ou qualquer interesse de lá, a não ser para encalacrar este ou aquele que caía em desgraça.
Tenho pena que isto tivesse sucedido. E a principal responsável foi a PGR. É triste mas foi assim.
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