Dizia então Ribeiro e Castro, além do mais e numa linguagem chã e desprovida de ademanes das ciências sociais:
Não dou, portanto, para o peditório dos que se entretêm a desenterrar o machado de guerra para resolver problemas resolvidos. Entretêm-se a incendiar ânimos, aplicando o modelo do marxismo cultural às relações inter-raciais. Não dou para o “mamadouismo-joacinismo”. Não aceito transformar Portugal num qualquer Alabama. Não pode entrar na nossa terra e sobretudo no nosso espírito a ideia de que somos colectivamente racistas, fomentando relações raciais de ódio e batalha. Este é um veneno que não podemos consentir, nem administrar.
Há bondade, humana e social, nas relações interétnicas, que devemos detectar, sublinhar, valorizar. Esse é o caminho, o discurso certo. Esse é o solo que queremos pisar. O luso-tropicalismo não é um negacionismo, nem conformismo; é uma promessa inscrita no melhor de cada um de nós. Além de me rever no olhar bondoso do luso-tropicalismo, considero-o uma ferramenta fundamental: um povo que tem de si mesmo a ideia de que não é racista vincula-se a não o ser, a reprimir tudo o que ofenda esse código ético e a levar sempre mais longe esse compromisso. É o que eu quero.
Hoje no Público, uma cientista social da celebrada casa de cultura do celebérrimo professor Buonaventura, de Barcouço, lá para os lados de Coimbra e que ostenta a placa dentífrica CES, acoitando-se nos anexos da universidade centenária, escreve sobre o assunto, assim, com uma pose de autêntica exploradora dos meandros da mente social e humana:
Estas cientistas sociais passam anos a estudar a realidade passada do Estado Novo e produzem estes escritos, para fixar uma ideia já fixa: somos e fomos sempre racistas, particularmente nesse Estado Novo que aprimorou de modo estulto a ocultação de tal evidência.
A prova? O profundo estudo histórico-político no anexo do celebérrimo professor Buonaventura, insigne autodidacta e mestre doutorado em várias línguas e latitudes, principalmente na América Latina onde catedratizou durante anos.
Tais estudos frutificaram e já rebentaram em vicejos deste teor, com poses catedráticas de teorias definitivas.
No fim está a frase fatal: "Podemos passar à política?".
Então não podemos! Foi sempre esse o desiderato...
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