Capa do CM de hoje:
Esta notícia de sensação é assinada pela jornalista "pente-fino", Tânia Laranjo e contém várias asneiras e incorrecções. Vamos a elas!
A primeira frase é lapidar do anti-jornalismo: "O crime chocou a comunidade"...é uma asneira jornalística. Aliás, nem é jornalismo mas apenas expressão subjectiva do estado mental da autora. A meu ver completamente artificial, hipócrita e apenas mais um elemento para conferir sensação ao que pretende que assim seja lido e comprado como notícia.
Segundo os factos relatados na própria notícia um indivíduo de Salamonde, Vieira do Minho, em Março do ano passado, desentendeu-se com a mulher, "palavra puxa palavra" e "a agressão aconteceu". Estrangulou-a, segundo o jornal. Logo em seguida entregou-se na GNR e confessou o facto.
O indivíduo está acusado de homicídio qualificado ( sendo mulher é ipso facto, de acordo com o artº 131º e 132, nº 1 e 2 al. a) do Código Penal, o que a pente-fino não sabe, pela certa).
"O julgamento está a decorrer", ou seja, já se iniciou segundo a notícia que se baseia num despacho que foi notificado. O jornal refere o "advogado de defesa". Só?! Aliás quem "deu" a notícia e o teor do despacho à jornalista do pente-fino? Segredo profissional que se guarda mais fundo do que qualquer segredo de justiça...enfim.
Depois há repetição do mantra sobre "os juízes do tribunal de Braga". Juízes?! Ou juiz-presidente do tribunal Colectivo? Juíz, senhora jornalista! Juiz natural e titular do processo...e para perceber a questão e não escrever baboseiras a eito, bastar-lhe-ia ler alguma jurisprudência, mas isso seria exigir demais, porventura.
Depois e finalmente a razão do título da notícia verdadeira e sensacional: que motivos podem conduzir a uma alteração de medida de coacção de prisão preventiva- e é disso que estamos a falar, porque não se esclarece tal no título sensacional da capa, evidentemente com o propósito de enganar e confundir o leitor, dolosamente, acintosamente e indesculpavelmente. Se algum magistrado fizesse uma coisa destas nos tribunais teria um processo disciplinar. No Correio da Manhã devem aumentar o ordenado à autora, se calhar, porque contribui para aumentar as vendas do pasquim, que neste caso é isso mesmo.
As razões que fundamentam a alteração da medida de coacção serão as mesmas de sempre- perigo de fuga, de continuação de actividade criminosa e de alarme social- mais as que resultam da actual crise sanitária, com reflexo nas prisões.
Portanto é uma asneira escrever que só esta última razão conta.
Como é uma incorrecção maliciosa replicar o título da edição de hoje juntando-o ao do outro dia em que se escrevia sobre autorizações de saída temporária e precária a reclusos condenados e em função de decisões meramente administrativas.
No caso da notícia de hoje a decisão é jurisdicional, com contraditório e plenamente legitimada, tal como outras que todos os dias acontecem nos tribunais, incluindo desta natureza..
Assim, pergunto agora: que jornalismo é este? Que profissionalismo é este? Que dignidade é esta? Como é possível que esta jornalista continue e continue e volte a continuar a escrever baboseiras, a manipular a informação e a provocar leitores incautos para a deslegitimação da Justiça?
A esta jornalista é tudo permitido?! É? Parece que sim. Octávio Ribeiro, um "velho" esquerdista do Barreiro ou por aí, tem uma ética: a do lucro. E pouco mais.
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