"Delegar a nossa alimentação, a nossa protecção, a nossa capacidade de cuidar da saúde, no fundo o nosso modo de vida, a outros, é uma loucura".
Quem disse isto? Salazar? Poderia ser, excepto a palavra loucura que ainda se não usava nesse sentido.
O autor da frase é um economista neo-liberal, presidente da França. Emmanuel Macron disse tal coisa em 12 de Março, a propósito da dependência da França relativamente à China, a qual foi sendo desenvolvida por "ingenuidade".
Um antigo governante, Pierre Lellouche avisava para a necessidade de repatriação de fábricas de medicamentos e para a necessidade de as indústrias estratégicas não saírem do solo francês.
E nós, em Portugal? Nós?! Comparando com o Portugal de há 50 anos estamos como estamos: cada vez mais dependentes dos chineses e não só. Foi isso que conseguiram os heróis do 25 de Abril e os herdeiros que continuaram a mandar no país: destruírem a independência relativa de que gozávamos e enfeudar-nos cada vez mais ao estrangeiro.
E ainda por cima citam uma velha frase de Salazar, tirando-lhe todo o contexto ( o termos ficado completamente isolados na defesa dos territórios ultramarinos) e transformaram em ignomínia que atiram a quem nos garantiu uma honra e independência que jamais tivemos: "orgulhosamente sós".
A França está nisto, como mostra a Marianne desta semana:
"O primeiro trabalho a realizar a curto prazo é a definição dos sectores que estão no coração da nossa soberania", diz mesmo um dos principais sinófilos, Jean Pierre Raffarin, antigo primeiro-ministro e que até chegou a receber uma medalha das mãos de Xi Jinping
Em Portugal esta frase é simplesmente surreal e o manhoso principal que está no Governo nem entende bem o que tal seja, como se tem visto pelo que anda a fazer: a vender-nos ao desbarato.
A prova dos nove vai ser o G5. Espera-se que não se repita mais uma vez o fenómeno de "troca de favores", eufemismo para corrupção.
No entanto, também já temos uma pequena lembrança do nosso "orgulhosamente sós". Agora em modo pindérico e tão mal enjorcado que até dá dó, porque a História tende a repetir-se e a sequela é quase sempre uma farsa.
O "estilo" despojado de símbolos ( só um escudo de fancaria é visível, mais um círculo de giz nacional e as cores deslavadas da nacionalidade) e pejado de semiótica estranha é tudo:
Os "embaixadores" são o que são. Por estes nem um produto português compraria. Nem um carro usado lhes compraria sequer...
A gente vai ver quem paga isto e nem é para acreditar: o estrangeiro!
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