Está enganado o Jerónimo, afinador da máquina ortodoxa do PCP. O que é mesmo necessário é mostrar o que foi o comunismo, na antiga URSS e aqui, no PCP durante o salazarismo e depois.
É preciso mostrar o que era o totalitarismo soviético que queriam impor por aqui, em 1974-75 e que aliás nunca desistiram de tentar, apesar de toda a catrefa de sapos e outros batráquios que andam a engolir há décadas, numa dieta diária que já lhes deu a carapaça necessária a um organismo geneticamente modificado.
É preciso dizer que o PCP é um partido comunista que se tivesse o poder prenderia, torturaria, censuraria, mataria e limitaria a liberdade geral em prol da sua ideia fossilizada de luta de classes.
Isso é que é preciso dizer e cada vez mais.
O problema é que há cada vez menos gente a fazê-lo. Hoje no Público, Francisco Assis do PS evoca a memória do PS de Mário Soares para se opor a esta permanente desinformação acerca da verdadeira natureza totalitária do PCP.
Mau grado esta posição política, minoritária no PS, o papel de Mário Soares foi mais de natureza táctica do que de princípio, como mostra o que fez logo a seguir ao 25 de Novembro de 1975.
Nessa altura deu a mão política ao PCP quando o mesmo poderia ter sido denunciado como era na verdade: um verdadeiro instrumento de opressão dissimulada e enfeudado a interesses de um estado estrangeiro. Um partido traidor, em vez de patriótico. Um partido que o povo português deveria ter punido, com a irrelevância, como fizeram os demais países europeus.
Tal é mostrado nestes números de O Jornal de 5 e 12 de Dezembro de 1975.
Isso é muito claro nestes artigos, em que se mostra que o PCP volta sempre à bandeira do antifascismo primitivo quando vê o futuro em risco. Tal como agora, apesar de este Costa voltar a dar a mão, mais uma vez tacticamente ao partido estalinista que sempre foi.
O PCP ainda não saiu do PREC: hibernou apenas. E letargicamente lá sai da condição de vez em quando.
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