Bob Dylan começou a tocar e cantar no início dos anos sessenta e na altura foi influenciado por cantores como Woody Guthrie que compôs uma cantiga equívoca sobre um bandido, Pretty Boy Floyd, transformando-o numa espécie de robin hood americano.
Dylan aventurou-se algumas vezes, poucas felizmente, nos terrenos muito escorregadios da propaganda política, sempre em nome de uma certa esquerda que anda por aí outra vez como antifa.
Fê-lo em 1971 com um single, contando a miséria de um George Jackson, coitadinho, assassinado por um guarda no pátio da prisão quando tentava fugir e depois em 1975 igualmente outra miséria de outro coitadinho chamado Hurricane. "Here´s the story"... muito lamentável de Bob Dylan.
Elo comum nestas cantigas de protesto: os protagonistas eram pretos e portanto, o racismo, bla bla bla.
Dylan entretanto aprendeu a ser menos estúpido e em entrevistas, depois disso, disse que não estava mais para estas propagandas de manipulação e que as cantigas não devem servir para isso.
Tudo isto a propósito deste pequeno apontamento de Luís Menezes Leitão no CM de hoje:
O que se sabe sobre este boy Floyd, morto em Minneapolis? O que se vê e lê todos os dias nos media: morto por um polícia numa acção de rua. O video mostra a morte em directo.
Autoriza que se possa dizer que a morte é a "sangue frio", ou seja um assassínio puro e duro? Nem comento mais porque a resposta é evidente.
Só lamento que pessoas formadas em direito o digam e escrevam sem dúvidas. Se calhar se estivessem num tribunal, condenariam o polícia à morte pelo bárbaro assassínio...e ficariam cientes que se fez justiça. Afinal, um olho por olho, atento o resultado objectivo e ainda como resultado de um exercício de autoridade, mesmo sendo abusiva, nos dois casos.
Mataste? Morres. Não foi de propósito? É igual porque mataste na mesma. Devias saber que um joelho no pescoço de alguém pode matar. E se não sabias, ficas a saber.
É isto a justiça popular.
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