A educação, antigamente, não precisava de fórmulas e infusões de "cidadania" por várias razões. Uma delas é que o conceito de cidadão reverte para a noção de cidade e para além das cidades há e sempre houve o campo e as aldeias.
Há cinquenta anos ensinavam-se os valores que importavam em casa, nas igrejas, predominantemente católicas e também nas escolas mas em disciplinas variadas. Por exemplo em História e Língua portuguesa.
No 4º e 5º anos do liceu, ou seja os actuais 8º e 9º anos, havia um compêndio de textos de português chamado Alma Pátria, Pátria Alma que tinha um sumário de textos que abrangiam praticamente toda a literatura portuguesa, dando azo ao estudo dos respectivos autores.
Os propósitos eram claros:
Compare-se esta filosofia com a actual da "educação para a cidadania" e veja-se o resultado a que se chegou...
Um dos textos primordiais e mais interessantes do livro é o relato que o cronista medieval Fernão Lopes faz de um episódio da nossa história pátria: a resistência ao invasor estrangeiro e a coragem de oposição com o sacrifício de bens pessoais, como a própria vida.
Uma noção de honra que nenhum desertor de meia tijela compreenderá.
A história do Alcaide do castelo de Faria contado ao modo do tempo e com termos ainda desse tempo fazia parte do texto de estudo de português dos alunos que acabavam de entrar na adolescência...
O texto chama-se "fidelidade portuguesa" e os apontamentos a lápis são de época:
Há mais do mesmo género, no caso da vila de Almada:
Aposto que nunca nas aulas actuais de cidadania se fala sequer nestas noções de pátria, honra ou patriotismo. São valores que não se cultivam hoje em dia...
Sobre o patriotismo vale a pena ler isto do mesmo livro, na contra-capa e que é do mesmo autor que dizia que a sua pátria era a língua portuguesa. Por aqui se vê que não era apenas isso:
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