A polémica gerada com a aplicação para telemóveis espertos, "Stayaway Covid", mais um nome parolo inventado pela pinderiquice informática nacional, suscitou-me algumas questões cujas respostas procurei por aí, na Internet.
Fiquei com pulgas atrás da orelha ao ver o manhoso que temos como primeiro-ministro a publicitar a aplicação informática para espertos e muito empenhado em torná-la obrigatória. Estranho modo de vida, pensei.
Fui procurar respostas a perguntas e elas surgiram logo aqui, no sítio deste picapau oficial, o PiiCie que aliás remete para o sítio do dito cujo "arreda, covid". "Stayaway" é mais fino e mais parolo mas eles lá sabem do que gostam:
Portanto, ficamos a saber que a iniciativa partiu de uma Fundação cujo sítio é este e quem lá manda são estes, com dinheiros públicos a correrem nos registos de contabilidade.
Portanto, alguém da dita FCT que tem por lá notáveis do ISCTE, como não poderia deixar de ser, deu o palpite a alguém do governo que por sua vez passou palavra ao ministério das Ciências caseiras.
Apareceu um projecto e um coordenador que é um tal José Manuel Mendonça, do ensino superior no Porto e presidente do INESCTEC que se define assim: alavancas e genialidade a rodos, segundo parece...e faz lembrar o programa das manhãs de Sábado infantil, na Antena Um, o zig-zag.
Esta entidade científica de genialidades associadas já gerou (por cissiparidade?) duas startups spinoff ( sic) : a Keyruptive de Braga, agora muito dedicada e apostada em concorrer a mercados informáticos que envolvem a segurança com as criptomoedas e a UBIrider, do Porto, dedicada a inventar inteligência artificial para se apanharem transportes públicos mais depressa.
Estas "principiantes derivadas", pindericamente designadas em inglês técnico como se fosse o mais prístino português corrente, são empresas privadas, com empregados que todos os dias precisam de comer, vestir e dormir, como todos nós; têm mira e fito no lucro e andam agora por aí associadas a projectos de natureza pública, certamente com custos associados que não conhecemos e parece que ninguém se importa em saber.
No entanto era bom que se soubesse pelo seguinte motivo, prosaico: a ideia do "stayaway covid", o arreda covid é eminentemente estúpida, imbecil mesmo, mesmo vinda do estrangeiro, mormente da Suíça onde terá sido inicialmente pensada para a sociedade deles que tem um salário mínimo que é superior ao de um deputado nacional. Não percebo como tanta genialidade não foi capaz de detectar através da inteligência natural o que a artificial nunca poderia oferecer...
Para a "implementação" da ideia estrangeira, chico-esperta até mais não, foi preciso alguém fazer isto e não se sabe quem foi, embora se desconfie que foram os daquela genialidade toda acima apontada. Poderá saber-se quem foi e quanto custou e a quem, exactamente? Ou seja, quem pagou?
Custa-me ver estas coisas associadas nesta "República Portuguesa" em que necessariamente haverá dinheiros públicos que nem sequer aparecem nos sítios de controlo público...
Aposto que ninguém vai perguntar e muito menos alguém responder. Afinal estamos entre "genialidades", como de costume, com raízes nos isctes.
Dizem que esta gente é a mais bem preparada de todo o sempre, em Portugal.
Bem podem limpar as mãos à parede porque isto me cheira demasiado a magalhães. Não o descobridor de novos mundos, mas o que morreu na praia, atingido por um dardo. Parece ser este o nosso fado de sempre: miséria, intelectual, acima de tudo.
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