Esta entrevista de Bari Weiss ( judia e que publicou um livro sobre o modo de "combater o anti-semitismo") ) no Le Point desta semana dá conta de uma tendência no jornalismo situado à esquerda de seguir os ditamos do politicamente correcto.
Explicação fundamental para o fenómeno: os jornais e media em geral deixaram de depender dos anunciantes e cada vez mais dos consumidores de notícias. Os jornalistas escrevem para serem lidos e procuram agradar ao público que presumivelmente os lê. E por isso o círculo vicioso que se tem imposto no sector, com os jornalistas a escreverem o que os leitores querem ler e a realidade a ficar cada vez mais de lado, substituída por um ersatz, a "pós-verdade".
Bari Weiss achou insuportável o ambiente na redacção do New York Times e enquanto responsável pelo convite a "colunistas" ou comentadores de ocasião foi impedida de o fazer por convidar pessoas incómodas e susceptíveis de provocar mal estar entre os leitores, maioritariamente de esquerda.
O New York Times, um jornal de esquerda, lido e assinado por cá por luminárias há muito apagadas, tornou-se um feudo do politicamente correcto e da linguagem controlada para não ofender ninguém, excepto os que se devem ofender sempre, como Trump, por exemplo.
Por cá os exemplos deste fenómeno e tendência são...a maioria esmagadora, com pouquíssimas excepções, se as houver.
E a explicação também é simples: se o jornalista quiser manter o emprego e se tiver um crédito imobiliário e filhos não arriscará emitir opinião ou escolher noticiário que contrarie as expectativas da audiência a quem se dirige. E o vício da falsidade instala-se, tal como se pode ver em todas as televisões que temos. Adelinos Farias, Josés Eduardos ou Anselmos Crespos já sabem todos a receita e nunca falham a dose de veneno que tomam todos os dias e a que já se habituaram, dando-a a consumir aos espectadores que assim ficam imunizados ao vírus estimulante da verdade.
A nova censura é muito mais perniciosa e viciosa que a antiga, do tempo da "pide"...
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