Fez ontem 40 anos que o músico John Lennon foi morto a tiro, à entrada de casa, em Nova Iorque, por um maluco que esperou por ele depois de lhe ter pedido um autógrafo no disco recém lançado do artista.
O homicídio ocorreu noite dentro, cerca das 11 "p.m" e em Portugal julgo que se soube já no dia de hoje, há 40 anos.
Lembro-me de ouvir a notícia e da consternação geral porque o músico ainda era um artista muito conhecido e estimado no meio. A notícia correu mundo, numa sociedade altamente mediatizada, como já era no início dos oitenta. Apesar disso as publicações disponíveis para tratar o assunto, em Portugal, eram relativamente pobres e os "especialistas" também não eram muito mais ricos em saber e conhecimento.
Afinal a novidade da televisão a cores ainda se anunciava assim ( anúncio no Sete de 10.12.1980):
O O Jornal de 12 de Dezembro desse ano, escassos dias após o acontecimento funesto publicava assim um artigo assinado por António Macedo, um dos tais especialistas e locutor de rádio. Bastante pedante e com informação copiada algures, sem indicação.
O semanário de espectáculos Sete, nessa semana publicou mais alguma coisa, mas do mesmo género: quase tudo copiado e o resto com pouca originalidade. Era o que havia e neste caso sem assinatura do autor do escrito.
Lendo bem, até a história factual está errada. Naquela "segunda-feira à noite" a história foi melhor contada pela revista cuja primeira capa, em 1967, tinha sido com uma foto de John Lennon.
Nesse mês de Dezembro e mesmo no dia em que o músico foi morto, houve gente a falar para a revista e para uma reportagem a propósito de um novo disco que seria lançado nessa altura pelo músico então com quarenta anos.
A capa da revista tornou-se "icónica" porque foi considerada a melhor capa de revista dos últimos 40 anos, em 2005, pela American Society of Magazine Editors, como mostra esta página da Visão de 3 de Novembro de 2005.
Todo esse número datado já de Janeiro de 1981 mas publicado ainda em 1980 ( ou na primeira semana de Janeiro), era dedicado ao artista falecido, numa reportagem e publicação exemplar.
Para além da Rolling Stone também a francesa Rock&Folk soube dedicar um número ao artista, em cima do acontecimento, com uma imagem da capa do disco então lançado.
Quando li estas revistas já conhecia alguma coisa de Lennon porque desde o início dos anos setenta que dava atenção à música dos Beatles e depois à que os elementos a solo, produziram. Lennon publicou logo em 1970 este single fundamental da pop, com esta edição portuguesa:
Em 1974 a revista Rock & Folk que comecei a comprar dava atenção ao artista, no número de Outubro, um dos primeiros que comprei:
Nos últimos anos a quantidade de publicações inglesas e americanas ( os ingleses ainda hoje têm pelo menos quatro revistas com publicação regular sobre a música popular) deram atenção a John Lennon enquanto artista dos Beatles e a solo.
E isso para não mencionar as que dedicaram aos Beatles...
Evidentemente que em 1970 nada disto existia em tal abundância e qualidade. O que por cá existia era uma pequena revistinha, editada por uns comunistas do Porto que lidava com estes assuntos de modo que quem queria ler algo sobre a música popular tinha que a comprar. A edição de Agosto de 1970.
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