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segunda-feira, janeiro 18, 2021

A Esquerda nacional e o fascismo antifassista

 Em Portugal é apodíctico ( verdadeiro, por evidência e demonstração) que os media se acantonam quase todos à esquerda socialista e tingida de geringonça, particularmente as redacções das tv´s. 

Se fosse preciso maior evidência ainda bastaria relatar o que noticiam relativamente ao CHEGA e a André Ventura e ainda o modo como o entrevistam, sempre com uma pedra na mão de hostilidade e preconceito a raiar o patológico como no caso de um tal Faria na RTP ou de outro da TVI, com uma caixa de óculos e ainda maior lata que fez a mesma figura de destilação de raiva pessoalizada, não se percebendo a razão. 

A principal acusação ao CHEGA e a André Ventura é a de serem fascistas, de extrema-direita, sendo tal afirmado sem rebuço ou qualquer atenção ao rigor de conceitos. Toda a esquerda cobre tal parada e fomenta o discurso que é de ódio político evidente. 

Importa por isso tentar definir o que será o tal fascismo porque as noções que são esportuladas nos media provêm sempre de quem não tem qualquer autoridade intelectual ou moral para as fornecer, como sejam o comunismo ou o socialismo marxista. 

 Não obstante será virtualmente impossível encontrar em língua nacional artigos ou mesmo publicações especializadas em providenciar tal roteiro ideológico, para além da conversa de treta ( langue de bois...) de tal esquerdismo endémico nos media. 

Em França, onde tais questões também se colocam há pelo menos uma publicação que permite obter uma leitura mais rigorosa do fenómeno e não por mera coincidência chama-se Philosophie, publicando-se desde há alguns anos a esta parte. 

Em Maio de 2014, a publicação já com meia dúzia de anos dava assim esta capa e artigos interiores, com uma escultura de 2009, de Maurizio Cattelan que "sugere ao mesmo tempo o confinamento, o fetichismo, o instinto de domínio e as derivas autoritárias":


No artigo inicial fala-se dos anos trinta e da realidade francesa que é diversa da nossa, na medida em que as referências francesas se reportam aos anos trinta e as nossas percorrem toda a primeira metade do séc. XX. 

Não obstante refere-se a dicotomia entre o marxismo, a "luta pela igualdade" que sustenta de algum modo o socialismo, a esquerda e mesmo a democracia liberal com vista a uma sociedade mais homogénea; e de outro lado, a direita apoiada em Nietzsche que se refere à instabilidade social e ao desejo de mudança e com referência a um passado já distante, no caso a França dos anos 30. Para o autor não será um desejo de fascismo com mestre ou ditador o que está em jogo, mas um regresso ao passado glorioso e abandono da "piolheira" da democracia liberal. 



Para reforçar a ideia aparece numa página uma frase relativamente a Marine Le Pen: se não é fascista, parece...o que vai dar ao mesmo, para a Esquerda. 


Ora sabendo que Marine Le Pen esteve cá a semana passada, a convite do CHEGA, com o alarme mediático-social que tal provocou nos antifassistas dos media, é ocasião para perguntar: 

Será que temos disso, fascismo ou mesmo fassismo,  em Portugal, com o tal CHEGA? Nem por sombras, mas enfim vejamos que pode definir um sistema e regime fascista, segundo a revista e numa entrevista a um filósofo israelita que sabe do que se trata a "real thing":


 



Como se pode ler o problema do fascismo é uma questão de Luzes e Contra-Luzes, com três tipos de luta: contra o poder patronal e o capitalismo, portanto a fonte das desigualdades, de forma moderada, sindicalista e contemporizadora do sistema, como fizeram os social-democratas de Bernstein e Jaurés; com a luta leninista, revolucionária, pelo proletariado mas sem a sua companhia ( só o Partido é que sabia como se devia fazer...) e finalmente através de uma revolução moral e intelectual, em que aparece a Nação no papel do proletariado como actor histórico essencial. 

Teórico do fascismo? Georges Sorel, um leitor de Marx também crítico das Luzes e que defende os juízes que condenaram Sócrates à cicuta pelo pecado mortal em ter destruído os valores homéricos do heroísmo e da epopeia. E daí retira a ideia chave do fascismo: só os mitos devem contar nas civilizações e por isso são superiores à razão e ao materialismo. Só os mitos e os sentimentos, a emoção e que conferem sentido à História, o que se afasta de Marx para quem as ideias não puxam carroça. 

O que Sorel defende é a destruição dos valores morais e intelectuais da burguesia e do liberalismo, mantendo no entanto o sistema capitalista e as suas estruturas económicas. 

Por isso mesmo o fascismo nem é de esquerda nem de direita. Segundo o entrevistado, a ideia-mãe da esquerda é a de um mundo que deve ser transformado porque é injusto; a de direita seria que o mundo é o que é e não poderá ser de modo diferente, a não ser por ajustamentos de pormenor ao longo dos tempos. 

O fascismo seria uma terceira via, também revolucionária, de transformação do mundo através de revolução moral e espiritual, movendo a Nação através dos mitos, deixando intactas as estruturas económicas. O fascismo seria acima de tudo um nacionalismo exacerbado. 

Por outro lado distingue o fascismo do nazismo devido ao determinismo biológico deste último e à explicação da História pelo racismo, com a raça ariana num plano superior a todas.  

Além disso ainda existem os "reaccionários" os que querem andar para trás no tempo. Edmund Burke ou Josephe de Maistre seriam exemplos de tal fauna. 

Para complemente da entrevista e artigo, um compêndio sobre as quatro forças do eixo, ou seja do fascismo: 












Finalmente: que é que o CHEGA ou André Ventura têm a ver com isto? Francamente, alguém topa alguma coisa que se veja ideologicamente? 
O que o CHEGA e André Ventura defendem é algo mais terra a terra e singelo e que nasce da insatisfação popular que é extensa e mais generalizada do que parece: tirar uma fatia de poder a uma esquerda marxista que se enquistou no Estado e nos conduziu durante mais de quatro décadas a um sistema de corrupção endémico e com extensão muito para além do aspecto criminal e ainda de algo mais relevante para a vida comum dos portugueses: o sistema económico que defendem é anquilosado, arcaico e conduz a sucessivas bancarrotas por causa dos preconceitos ideológicos.

Se André Ventura conseguir diminuir significativamente tal extensão de danos na sociedade portuguesa já terá feito a sua quota-parte de trabalho patriótico, sem precisar de ideias sobre mitos e lêndias. 

É esse, a meu ver, o papel do CHEGA na encruzilhada histórica em que nos encontramos e nada tem a ver com fascismo ou fassismo. Tem tudo a ver com mudança do paradigma de esquerda que nos oprime há décadas e de tal forma que a maioria das pessoas que votam nem se apercebem .

E isso por uma razão: não vejo ninguém em Portugal, nem sequer o pequeno domsebastião Passos Coelho a fazer o mesmo papel. Talvez pela mesma razão: nem se apercebe do problema.  

Entretanto, o que se passa nas redacções dos media, particularmente nas tv´s é do domínio do patológico e do absurdo a que só uma educação medíocre e uma cultura de algibeira esquerdista conferiu foro de cidade que pretende cancelar todas as outras. 
As universidades portuguesas e as escolas de comunicação social transformaram-se em madrassas de tal religião laica do esquerdismo mais prosaico e de geringonça e quem se afastar da cartilha não terá emprego nessa loca infecta. 
É este o Estado a que Chegamos e o CHEGA é apenas o sintoma do mal estar. Canhestro e pouco intelectualizado mas...certo e pertinente no essencial. 

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