Em 19 de Fevereiro de 1971 saiu esta revista que me encheu a vista na altura, por vários motivos. Era uma revista de informação geral e temas variados com uma orientação política definida pelo seu director, Artur Anselmo, na "carta aberta" de introdução: "apenas a do interesse do povo português".
Era uma revista que tinha uma linguagem adequada ao seu tempo, não sendo uma revista de esquerda, mesmo encapotada como havia já na altura ( Século Ilustrado, mesmo a Flama e a Vida Mundial). Era uma revista que defendia o regime se tal fosse "do interesse do povo português" e por isso não se envergonhava de apresentar as figuras do regime, com destaque para o então presidente do Conselho, Marcello Caetano, sem subterfúgios políticos de propaganda.
Era uma revista moderna para os padrões da época e dei por isso ao folhear o primeiro número com várias páginas a cor num papel lustroso e que era a primeira vez que via assim, em Portugal. Era um luxo, para mim, nessa época. Custava 7$50 enquanto que a Vida Mundial, do grupo do Século, mais conservadora na estética e manhosa no estilo, custava 5$00.
Enquanto durou, até aos primeiros meses de 1974 manteve-se sempre na mesma linha editorial e constitui para mim o documento mais interessante e graficamente mais revelador do que foram esses anos do Estado Social de Marcello Caetano, vistos por quem não era esquerdista do marxismo socialista ou comunista.
Por isso a linguagem usada na revista era a corrente e sem resquício da novilíngua esquerdista que surgiu a céu aberto no esgoto de tais ideias rebentadas em 1974.
E o que era o Observador para o cartunista Quito ( autor do cartaz da "maioria silenciosa" de 28 de Setembro de 1974, considerado fassista e reaccionário pelo esquerdismo do PREC nascente)? Uma revista moderna, a par de revistas internacionais, mostradas no desenho...
O regime de Marcello Caetano em 1971 era isto; não era o fassismo que nos querem mostrar agora os esquerdistas mai-los seus papagaios amestrados nas tv´s dos adelinos de faria e filipe lopes e quejandos.
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