O académico Nuno Palma responde no Público de hoje aos artigos de Fernando Rosas, Pacheco Pereira e Manuel Loff ( falta a Pimentel...) também publicados no jornal sustentado pela SONAE a propósito do assunto do atraso português e a sua ligação a regimes anteriores.
A ideia básica do escrito de Nuno Palma é simples: os regimes que estão procuram justificar-se e legitimar-se denegrindo os que o precederam e no caso do Estado Novo, aqueles escribas que se intitulam historiadores não o são em tais escritos mas apenas agentes político-ideológicos do esquerdismo comunista que em tempos adoptaram como regime preferível ao do Estado Novo. Com a suprema lata de condenarem tal regime por motivos que os regimes preferidos pelos mesmos exacerbavam, como a repressão política, o centralismo económico e no fim de contas a ausência de liberdade.
O defeito de Nuno Palma, quanto a mim é descartar completamente o regime do Estado Novo, como politicamente insustentável, incorrendo no mesmo defeito de que acusa aqueles antifassistas: não contextualizar o tempo e o modo como se desenvolveu ao longo de quatro décadas, de 1933 a 1974.
Também não compara os regimes europeus da época, ditos democráticos mas que proibiam, alguns deles, o comunismo, como era o caso da velha e pérfida Albion ( para não falar da Alemanha), onde o mesmo lecciona e onde se terá formado. E que também censurava costumes, livros, discos, tal como o hoje o continua a fazer, em nome dos bons costumes.
O Estado Novo e o Estado Social do tempo da meia dúzia de anos de Marcello Caetano, precisam de historiadores descomprometidos com o antifassismo primário e o secundário como é o caso de Nuno Palma. Precisa-se de alguém suficientemente descomplexados para olhar para a figura de Salazar e ser capaz de o colocar no devido tempo e lugar, incluindo ao lado dos comunistas que o apodam de fascista, para se poderem ver melhor as semelhanças e diferenças e perceber a realidade que não pode ser apenas neo-realista e antifassista, como tem sido até agora.
A História contemporânea não pode ser apenas contada por um tipo de pessoas que andou a defender o comunismo no tempo em que tal era alvo de perseguição política o que depois suscitou toda a onda de ressabiados e recalcados que se afadigam em desvirtuar a realidade vivida, falsificando a história como esses o fazem permanentemente porque não a conseguem ver de outro modo, nem sequer a sua falta de objectividade atávica.
A História do Portugal contemporâneo não pode ser apenas escrita e contada por estes indivíduos que são herdeiros dos que foram perseguidos politicamente por aqueles que execram e por isso não conseguem qualquer objectividade nos relatos que fazem, apresentando sempre uma realidade alternativa e por isso falsa na medida em que não contempla o todo que outros também viveram e experimentaram.
E estes, os originais da falsificação histórica em que se inseram aqueles indivíduos citados ( Rosas, Pacheco e Flunser) muito menos merecem o crédito de autores objectivos da nossa história contemporânea. Nem sequer conseguem relatar com fidedignidade e objectividade os factos em que intervieram porque os omitem ou escondem, apresentando uma "ficha limpa" de democratas da 25ª hora, quando muitos deles nunca o foram e continuam a não ser.
Por outro lado o pacto de silêncio e de cumplicidade com os actuais próceres do regime que está, ligado à ala jacobina, maçónica ou simplesmente ridícula do PS que existe, é notório pelo sistema de contactos que os protege e que acaparam desde sempre.
Portugal não pode continuar a ter esta mentalidade instalada na sua intelligentsia e que vem de 1975, constituindo a matriz básica do voto popular maioritário, ao longo dos últimos anos, sempre contra os que organizam a economia de um modo diverso do aqui caricaturado:
A primeira é um artigo de António José Saraiva que foi comunista, esteve exilado em França, fugido à perseguição política do regime e que no fim da vida ( o artigo é de 1989) dizia isto de Salazar:
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