Tentando encontrar um vislumbre da realidade de há 50 anos, com vista a mostrar o que é geralmente ocultado nas narrativas de esquerda acerca do nosso tempo de então, vou colocar mais recortes de jornais diários que contêm notícias de casos do dia e pequenos artigos sobre a vida dessa época em Portugal.
Na A Capital de 1 de Fevereiro de 1972, um certo Vítor Constâncio, da SEDES, tentava explicar o fenómeno da emigração para países europeus.
No mesmo número do D.L. um artigo de um certo Carlos Carvalhas mostrava que nem sequer tínhamos estatísticas. Nem fiáveis nem sem o serem...
E quanto a capitalismo até tínhamos Bolsa, mas era assim, à nossa dimensão, em 1973:
Apesar disso lá íamos cantando e rindo. Alguns, porém, sofriam como se dava notícia e se escrevia em modo realista.
Por exemplo, este artigo de António Alçada Baptista, na A Capital de 1 de Fevereiro de 1972. Alçada Baptista chegou a entrevistar Marcello Caetano e publicou as conversas num livro que já foi por aqui mencionado e sê-lo-á novamente, em breve. Advogado, contava as suas experiências profissionais com um realismo que hoje seria difícil de encontrar, na franqueza e exposição da realidade vivida.
Os pequenos casos que conta são resumos de alguns modos de vida, desse tempo e em certos meios. A advocacia de então não era bem a de certos escritórios de hoje, como os contratados pelo Estado e suas dependências, para certas questões a custo inacreditável para o erário público.
Tal como a história do carteirista, contada por Alçada Baptista, também "trabalham na praça":
Na mesma edição e na página 5 dava-se conta dos julgamentos "no Plenário" de comunistas apanhados a prevaricar contras as leis existentes. Assim:
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