CM, 19.5.2022:
Este articulista diz quase tudo, hoje, no Público:
O que falta dizer? Algumas coisas:
Sócrates comporta-se como se os processos em que é visado, acusado, pronunciado e sujeito a julgamento, ainda por decidir, fossem todos uma grande cabala gizada por forças obscuras que atentam contra a sua honra pessoal.
O delírio é evidente e não se detectam sinais de qualquer vergonha ou de recato perante tão grandes acusações públicas, já sufragadas algumas delas por vários tribunais.
Os processos respeitam a uma magnitude de crimes que atentam contra os deveres mais básicos que os políticos devem observar porque se concentram no crime de corrupção, associado a branqueamento de capitais e outros adjacentes.
As provas directas, indirectas e circunstanciasis serão obrigatoriamente produzidas em audiência de julgamento que o mesmo tenta evitar, refugiando-se no formalismo da presunção de inocência processual e inventando estratagemas dilatórios que já passaram pela sindicância da honorabilidade de magistrados, sempre patrocinada pelo seu defensor, de igual perfil de arrogância e petulância que um dia destes cairá no completo ridículo.
Porém, os factos conhecidos são já de tal magnitude que outra pessoa qualquer se sentiria acabrunhada e reduzida a um prudente silêncio esperando a eventual salvação de um julgamento que abafasse a verdade material em prol de uma verdade processual manipulada e possível nas manigâncias jurídicas das garantias generosas, para não se correrem riscos de se condenarem inocentes.
O que avulta dos últimos acontecimentos é revelador de algo que o articulista do Público enuncia: de onde vem o dinheiro que Sócrates dispõe para pagar as contas? Tendo em atenção o trabalho do(s) advogado(s) é fácil de entender que este que o defende não é da estirpe de um Sérvulo, caso em que nem a fortuna toda possível de imaginar a um Sócrates escondido em offshores e testas-de-ferro, lhe poderia valer.
Assim, pode suspeitar-se- e é o que o articulista do Público apresenta por escrito- que Sócrates continua a branquear capitais. Uma suspeita deste calibre com fundamento sério, perante as circunstâncias, deveria obrigar à abertura de novos processos de inquérito para averiguação de tal crime. Afinal, se há processos que se abrem para averiguar a proveniência de certos capitais investidos por estrangeiros em Portugal, por maioria de razão deveria ser investigado Sócrates, novamente, para se descobrir onde estão as cabras para tantos cabritos à solta.
O Ministério Público tem a estrita obrigação de assim proceder e averiguar o que faltou determinar no processo que já andou.
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