Capa do Sol desta semana, com uma entrevista a um "juiz que fala sem medo" e toca harmónica em grupo:
A entrevista decorre no mesmo tom de outras anteriores, sobre o estado da justiça e alguns temas de actualidade como sejam as eventuais prescrições em processos mediáticos mais a habitual catilinária contra o poder político que não ata nem desata. A última causa de preocupação é o sistema de distribuição processual que entrará em vigor proximamente e irá provocar confusão desnecessária no sistema judiciário.
Tudo isto para resolver alguns problemas processuais levantados pela defesa de arguidos excelentíssimos nos processos mediáticos, particularmente o de José Sócrates que tem feito o que quer do sistema, recorrendo quantas vezes lhe apetece e gastando dinheiro que se desconhece de onde provirá, pois cada recurso de incidente de recusa custa cerca de 3 mil euros em custas e já vai em 23. A justiça é para quem pode... mesmo que seja um simples cidadão que se proclama inocente depois de ter passado uns meses largos sob o nº 44, numa prisão em Elvas.
Este juiz tocador de harmónica ( Hohner por suposto e de A a G, também) deixou de se preocupar com o Ticão e agora até considera que nem devia haver ticão ou tiquinhos para efeito de instrução processual penal. Pura e simplesmente acabava-se com tal fase processual e estava o caso arrumado. É uma ideia, mas um pouco tardia, agora que o juiz Carlos Alexandre deixou o TCIC, depois de ter sido emparelhado com o inenarrável que provocou um caos judiciário no processo marquês e nada lhe acontece.
A responsabilidade disso? Do sistema, claro está. De um sistema que não apreciava ter no TCIC um juiz que fazia o que deve ser feito: trabalhar depressa e bem e considerar que a fase de instrução não é um julgamento. Tudo o que o outro não fez.
O juiz tocador de harmónica teve um papel importante nas mudanças deste TCIC, poque se incomodava particularmente com o juiz Alexandre e o resultado está à vista.
Seja como for, o juiz agora entrevistado fez-me lembrar um filme antigo, um western italiano, dos melhores que se fizeram.
Era este que tinha também um personagem apelidado "Harmónica", devido ao jeito particular em soprar notas dissonantes escritas numa pauta por Ennio Morricone.
A história do filme conta-se rapidamente. Harmonica é um vingador de oprimidos, um justiceiro solitário, um sindicalista de ideias alheias.
Sozinho enfrenta um bando de assassinos a soldo.
E acaba por fazer a sua justiça, liquidando os inimigos. A tocar harmónica.
No fim, vai-se embora...sem mais. Desaparece! Como o assunto é irresistível, aqui vai:
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