No Público de hoje, Pacheco Pereira atira-se ao caso da procuradora Maria José Fernandes, agora para a defender do opróbrio de ter sido sujeita a inquérito disciplinar por causa do artigo no jornal. Espanta-se mesmo com a ausência de notícias espalhadas pelas aberturas de telejornais como tinha sido a publicação do tal artigo. Nem lhe ocorre a hipocrisia mediática de defesa da "política executiva" que tal evidenciou porque o seu objectivo permanente espelha-se bem neste artigo ignóbil a vários títulos.
Sobre o caso da tal procuradora escreve as burricadas que leu algures e replica aqui, como se fosse um sabidolas destas coisas pela quais leva a vida depois de reformado, envenenando a opinião desinformada de quem o possa ler.
Essencialmente, tal como outros, defende os "políticos", à outrance, atacando de rompante o Ministério Público porque sim e é assim.
Os argumentos são risíveis e de ignorante, pelo seguinte: Pacheco Pereira, antes de escrever estas coisas deveria informar-se em que circunstâncias é que o MºPº, detentor exclusivo da acção penal deve instaurar inquéritos e particularmente informar-se e perceber o que é o princípio da legalidade e também o da oportunidade. Está tudo nos sítios que poderia consultar se fosse inteligente e tivesse boa-fé o que aparente lhe falha em dose substancial.
O MºPº não tem a oportunidade legal de não instaurar inquéritos sempre que lhe chegue uma denúncia que não seja pura e simplesmente disparatada.
No caso da autarca de Matosinhos, deveria saber se foi isso que sucedeu mas não se incomodou em indagar minimamente porque lhe bastou o eco mediático de apaniguados do poder político que está, acompanhado da ausência de comunicação devida da PGR que mais uma vez arca com as responsabilidades de tal omissão.
Por outro lado, o mesmo MºPº tem obrigação estrita de instaurar inquéritos por denúncias apresentadas e investigar factos, como habitualmente o faz, sempre que os indícios por pequenos que sejam, existam e sejam relevantes. Não pode nem deve fazer o que o falecido PGR Pinto Monteiro mais o pSTJ Noronha Nascimento fez relativamente à certidão que lhe foi apresentada por vários magistrados ( o titular o inquérito Face Oculta, João Marques Vidal; o superior hierárquico deste, Braga Themido e até o juiz de instrução António Gomes) relativamente a um crime imputável ao então primeiro-ministro José Sócrates e que aqueles entendiam estar indiciado, no caso concreto o crime de atentado ao Estado de Direito.
Assim, a passagem do escrito em que diz que "o MP abre mesmo a coisas que nada têm a ver com crimes mas que aparecem na comunicação social especializada nas malfeitorias ( está a referir-se aos media da então Cofina, hoje noutras mãos...mas também a coisas do Público) e não levam a lado nenhum" é apenas uma atoarda que no mínimo revela ignorância e na realidade a má-fé de quem não quer informar-se.
A lista das tais "malfeitorias" que são arquivadas pelo MP e que "não levam a lado nenhum" pode ser extensa porque afinal a estatística revela que a maior parte dos inquéritos instaurados pelo MP é arquivada e ninguém de boa-fé se espanta com isso ou processa intenções parvas como este escrito exemplifica.
A circunstância de avultar suspeita- "se o MP abre um inquérito, é porque há alguma coisa"- é inevitável? E daí? Haverá modo de o evitar? Atinge políticos? E algum foi obrigado a encarreirar por tal destino, conhecendo tal inevitabilidade das democracias?
Só com o estrito respeito pelo segredo de justiça, mas sobre isso, mormente no que se refere a casos mediáticos, já vimos como funciona: neste último Influencer não houve violação de segredo de justiça, a não ser pelos advogados dos arguidos e outros, após as diligências de interrogatório dos mesmos...e isso este palerma habitual nem refere. Porque sabe agora quem é que viola tal segredo e por isso nem nisso fala. O que revela a má-fé que o envolve nestes escritos, sempre a favor da "política" que lhe agrada.
A que não lhe agrada é "populista"...o que o torna supinamente irritante em tudo o que escreve, sempre eivado de má fé e maus fígados.
Quem conhecia bem estes espécimes era Vasco Pulido Valente e sobre os mesmos escreveu em 9 de Agosto de 1996 no suplemento Vidas do Independente, num escrito sobre os semanários e o...Público:
"O maoísmo não formou o "carácter" dos maoístas, o maoismo não fez mais do que atrair certos indivíduos com um certo, inconfundível "carácter", escreveu Vasco Pulido Valente, há muitos anos.
Tal & Qual:
Para além do ponto 4, aplica-se-lhe também integralmente o seguinte, sobre a característica de "especialista instantâneo" em que se transformou certo jornalismo que o Público bem exemplifica, neste e noutros caso de komentadoria habitual.
"Eles aprenderam, por volta de 1970, alguns "factos" e algum "calão técnico" e, daí em diante "brilharam sempre em qualquer circunstância, e sobre qualquer tema".
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