O advogado Tiago Rodrigues Bastos foi entrevistado pelo Observador e disse coisas muito interessantes sobre algo que está na ordem do dia: a cunha e o tráfico de influências.
Assim:
Descodificando este discurso pretensamente humanista e redutor do direito penal ao óbvio das fotografias a mexer com som estéreo ou mesmo surround, o que o advogado pretende enunciar é que se sente incomodado por o sistema judiciário e o poder judicial andar a condenar os seus clientes, presumivelmente inocentes e que lhe dão tanto trabalho a manter tal presunção, jogando sempre com as leis penais, extraindo-lhes o sumo dos interstícios interpretativos para os safar de entaladelas graves. E para isso são pagos, principescamente, já agora que vem a talhe de foice.
Como não tem tido o sucesso que julga merecer atira-se ao que outros ( Pacheco Pereira, por exemplo) chamam de "justicialismo".
Este fenómeno, para estes advogados é perigosíssimo porque conduz a condenações de inocentes notórios como um Armando Vara que aliás lhe paga contas do trabalho forense nos vários processos em que está envolvido, com os factos conhecidos de toda a gente.
Traduz um abuso da utilização da famigerada "prova indirecta" ( aquela que prescinde das tais fotos a mexer com som surround e relaciona factos evidentes e notórios) e principalmente intromete o direito penal no que deveria ser essencialmente uma simples questão de costumes, esvaziando o saco cheio da corrupção.
Por exemplo, no caso Influencer, o judiciário, segundo o dito advogado já foi longe demais e por este caminho, um dia destes acabamos todos presos, por andar a meter cunhas!, porque o judiciário não sabe distinguir uma cunha de um abuso de poder. Já se viu onde conduz tal desaforo?
A isto que outro advogado do mesmo tipo bem exemplificou recentemente:
Num país atolado de corrupção na administração central e autárquica, estes advogados brilham pelo cinismo que por vezes se torna ridículo.
Desta vez calhou a Paulo Sá e Cunha...mas há mais.
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