Depois da Educação de Lídia Jorge, a de Alice Vieira, desta vez ao Público. No mesmo sentido e direcção, embora com menos certeza e segurança.
A escritora Alice Vieira começa por dizer que de educação percebe pouco. “Nunca fui professora na minha vida!”, justifica. Mas há três décadas que anda pelas escolas e observa o que se passa no mundo da educação. O retrato que faz, reconhece ser “assustador”: professores com fraca formação, alunos que não compreendem o que aprendem. Defende mais disciplina e mais autoridade para a escola.
A escola pública está a perder qualidade?- pergunta o Público
- Há um desinteresse, um cansaço e depois há o problema da formação. Eu não quero generalizar, mas esta gente mais nova... Qual é a preparação que tem? Converso com professores e é um susto, desde a língua portuguesa tratada de uma maneira desgraçada, até ao desconhecimento de autores que deviam ter a obrigação de conhecer... Sabem muito bem o eduquês, mas passar além disso, é difícil. Muitos professores com que lido têm uma formação muito, muito, muito deficiente. Eles fazem com cada erro, que eu fico doida! E não só falam mal como se queixam diante dos miúdos. Podem dizer mal entre eles, mas não diante dos alunos, que depois reproduzem e a balda vai ser completa. A responsabilização dos professores é fraca, eles não são muito seguros e os alunos sentem que os professores não são seguros.
Alice Vieira escreve livros infantis e juvenis. Tem idade, experiência e saber bastante para perceber que o ensino não anda bem. Anda pelas escolas há dezenas de anos, observa e conclui.
O Ministério da Educação, da equipa Lurdes Rodrigues, Valter Lemos e Pedreira, também andam pelas escolas há uns anos e acham que sim, que vão ser eles a pôr as coisas nos eixos.
É esse o drama maior.
A escritora Alice Vieira começa por dizer que de educação percebe pouco. “Nunca fui professora na minha vida!”, justifica. Mas há três décadas que anda pelas escolas e observa o que se passa no mundo da educação. O retrato que faz, reconhece ser “assustador”: professores com fraca formação, alunos que não compreendem o que aprendem. Defende mais disciplina e mais autoridade para a escola.
A escola pública está a perder qualidade?- pergunta o Público
- Há um desinteresse, um cansaço e depois há o problema da formação. Eu não quero generalizar, mas esta gente mais nova... Qual é a preparação que tem? Converso com professores e é um susto, desde a língua portuguesa tratada de uma maneira desgraçada, até ao desconhecimento de autores que deviam ter a obrigação de conhecer... Sabem muito bem o eduquês, mas passar além disso, é difícil. Muitos professores com que lido têm uma formação muito, muito, muito deficiente. Eles fazem com cada erro, que eu fico doida! E não só falam mal como se queixam diante dos miúdos. Podem dizer mal entre eles, mas não diante dos alunos, que depois reproduzem e a balda vai ser completa. A responsabilização dos professores é fraca, eles não são muito seguros e os alunos sentem que os professores não são seguros.
Alice Vieira escreve livros infantis e juvenis. Tem idade, experiência e saber bastante para perceber que o ensino não anda bem. Anda pelas escolas há dezenas de anos, observa e conclui.
O Ministério da Educação, da equipa Lurdes Rodrigues, Valter Lemos e Pedreira, também andam pelas escolas há uns anos e acham que sim, que vão ser eles a pôr as coisas nos eixos.
É esse o drama maior.
José,
ResponderEliminarEsta entrevista é apenas mais "um prego" no caixão em que se tornou a Educação.
Respeitando as passagens que escolheu, chamo a sua atenção para estas afirmações :
Volto a perguntar, a educação está a perder qualidade?
Alice Vieira - Eu comecei a ir às escolas há 30 anos, para apresentar o meu primeiro livro “Rosa, minha irmã Rosa” e ía falar com os alunos de 3.º e 4.º anos. Agora vou, exactamente com o mesmo livro falar a alunos dos 7.º e 8.º anos. Alguma coisa está mal. É assustador! Outra coisa assustadora é a utilização da Internet.
Não concorda com o acesso dos mais novos às novas tecnologias?
Alice Vieira - Estamos a queimar etapas, a atirar computadores para os colos dos miúdos quando não sabem ler nem escrever. Só devia chegar quando tivessem o domínio da língua e da escrita.
daqui se conclui, que há 30 anos as crianças da 3ª/4ª classe conseguiam ler,interpretar e fazer alguma discussão sobre o livro e hoje em dia só se consegue fazer algo aproximado com alunos do 7º/8º anos ..... palavras para quê ???
O que é que estamos a formar?
Se me permitem, e desde já pedindo desculpa, também gostaria de salientar algumas passagens:
ResponderEliminar"O descontentamento é geral e quando 140 mil professores vêm para a rua, é óbvio que devem ter razão, mas não têm toda. A ideia que tenho, desde o princípio é de que a ministra tem razão em querer que os professores sejam avaliados, mas ela não sabe transmitir o que quer."
(...)
"A ideia que passa é que os professores não querem trabalhar, que não querem ser avaliados e é fácil veicular essa ideia porque os professores são um grupo complicado (...)porque chegam a uma certa altura da carreira, têm os seus direitos adquiridos e é mais difícil aceitar outras coisas. Chega-se a uma altura em que as pessoas estão cansadas."
Com todas as peripécias sobre a educação em algo todos concordámos...são necessárias reformas de fundo.
Não vejo propostas....
Ao Valter Lemso ainda lhe conseguia arranjar uma profissão: ser o sósia do Marco Paulo...
ResponderEliminarAos outros dois não sei o que lhes faria. Bem, ela sempre poderia ir para mulher a dias, e ele, não sei, para coveiro, afinal até parece ter alguma fluência verbal....
Se o ME estivesse preocupado com a educação e ensino resolvia o problema da avaliação do desempenhos dos professores e alunos duma paulada só.Exames Nacionais como havia antes do 25.E nos mesmo niveis...
ResponderEliminarO que o ME quer é só sucesso estatistico e a prazo favorecer quem tiver o cartão do partido, ou seja partidarizar os professores...
Miguel M. Ferreira,
ResponderEliminarAs propostas deverão ser elaboradas por quem esteja por dentro da problemática educativa (Professores, Pais ....), numa democracia e face ás dificuldades encontradas não seria difícil convidar personalidades de reconhecido mérito nos vários grupos a ouvir e criar um grupo de trabalho que num prazo definido teria como objectivo entregar recomendações a aplicar.
Não se pode é denegrir toda uma classe, promover o facilitismo e aparecer na comunicação a dizer que foram obtidos os melhores resultados de sempre... porque isto é falso ! estatisticamente até pode ser verdade, mas se forem aferir os resultados vão ver que é mentira !
A minha filha concluiu o 4º Ano no ano passado, como tal adquiri uma colecção de provas de aferição dos anos anteriores para treino. É vergonhoso verificar que de ano para ano o grau de dificuldade das provas foi sendo reduzido e se analisar os critérios de correcção, então aí é de bradar aos céus, aproveita-se tudo o que é possível
para subir as notas.
Não perdoo a estes "inteligentes do ISCTE" e a "inginheiros" de domingo, o facto de depois de muita ponderação, ter de colocar a minha filha num colégio privado para salvaguardar a sua EDUCAÇÃO, já que a escola pública neste momento não ensina o que deve (porque não podem! , os alunos estão a ser nivelados por baixo) e ressalvo o facto de no meu caso ter feito todo o meu percurso no Ensino Público desde a primária até à Licenciatura, percurso que infelizmente a minha filha já não irá fazer, mas assim tenho a certeza de que vai adquirir as competências necessárias porque caso contrário, ali (no colégio privado) não transitam de ano sem as terem adquirido .....
Cumprimentos.
Sobre os colégios privados também é bom que se diga que não são garantia de melhor ensino.
ResponderEliminarPor vezes, até pode ser o contrário. Tenho experiência disso.
O que importa no ensino é a qualidade dos professores em primeiro e segundo e até terceiro lugares. E-aequo com a qualidade dos programas e livros de ensino.
Depois, vêm as instalações, os meios.
Os alunos, serão apenas os beneficiários disso. Os alunos e a sociedade em geral.
Hoje, o que parece importante é o uso de determinada linguagem sociológica e de pedagogia inventada às três pancadas do teatro de simulação.
Simulação do que se ensina e do que se aprende.
Para diagnosticar isto com toda a propriedade, seria preciso saber quem pensou e escreveu originalmente estes programas e esta ideologia autêntica do ensino.
Saber em concreto, com nomes próprios e apelidos.
Para vermos de onde veio e que cultura tinha.
NO entanto, parece que é tudo anónimo.
O monstro educativo não tem pai e mãe conhecidos. É um autêntico mostrengo.
José,
ResponderEliminarNão poderia estar mais e acordo consigo, não é só por ser um colégio privado que é sinónimo de ensino de qualidade, mas o colégio que referi e valorizem-se os "rankings" como cada um entender, numa análise aos últimos 3 anos, a nível de 5º/6º Anos este colégio ficou sempre classificado nos 15 primeiros lugares qualquer que tenha sido o ranking consultado (Publico, Jn, Dn, Sic, etc...), se considerarmos do 7º ao 11º então fica sempre nos 12 primeiros.
Saliento que a minha filha (tal com os outros alunos que entraram este ano) não fez qualquer prova de ingresso para aferição de conhecimentos o que só por si revela que a qualidade de ensino tem obrigatoriamente de ser muito boa, para apresentar os resultados que apresenta.
Tive de fazer o sacrifício pessoal de perder 1 noite na fila para fazer a inscrição, mas se valer a pena (como acho que valeu !) até dou isso de barato ....
Pode ter um contra para algumas pessoas : Trata-se de um colégio de inspiração Católica (mas antes isso que um colégio de inspiração "xuxalista").