Marinho e Pinto, no seu melhor:
"Aconselhar o recurso a cartas anónimas, reunir com jornalistas (e com opositores do principal visado com as denúncias) são métodos que não são próprios de uma investigação criminal", escreve Marinho Pinto, acrescentando: "em processo penal não há conversas informais, mas sim diligências rigorosamente formais, ou seja, reduzidas a auto".
"Aconselhar o recurso a cartas anónimas, reunir com jornalistas (e com opositores do principal visado com as denúncias) são métodos que não são próprios de uma investigação criminal", escreve Marinho Pinto, acrescentando: "em processo penal não há conversas informais, mas sim diligências rigorosamente formais, ou seja, reduzidas a auto".
Pois não. Não há mesmo. Basta rever as imagens sobre o andamento do processo Casa Pia, quando Paulo P. foi preso e Ferro R. estava na berlinda, para o entender. Ler novamente a transcrição das escutas e relembrar que não houve ninguém que contasse no partido dos visados que não se mexesse para assegurar que o partido não iria pelo cano. Esteve quase, como reconhecem e apontam como objectivo cabalístico. Os ofendidos e denunciantes, esses, "podem estar a mentir", como adiantou logo e muito a propósito, o decano destas andanças.
Para o resto, temos os marinhos do costume, a afiançar cabalas e campanhas negras.
Bastará ainda rever e reler passagens das conversas de um certo Abel Pinheiro, a propósito de "chupetas internacionais", para indivíduos incómodos para o poder real e de facto, para entender onde anda o poder a sua consequência.
Marinho e Pinto está agora ao lado deste poder. Ontem, contestou a validade da criminalização do enriquecimento ilícito, com base em argumentos risíveis.
Hoje, pretende aviltar métodos de investigação que sempre foram utilizados e não constituem qualquer ilegalidade. A bacoquice da comparação com a América- para Marinho, este caso, se fosse lá, daria já uma investigação, como se esta não tivesse sido já feita, com a consequência que se conhece e o caso julgado já transitado...
Por outro lado, Marinho não tem acompanhado o caso do governador do Illinois. Devia acompanhar, para saber como é que se faz uma investigação criminal na América que agora, feito bacoco, anda a apresentar como exemplo. Se soubesse melhor, estaria bem caladinho.
Os objectivos de Marinho e Pinto, neste caso, afiguram-se turvos. Feito melro, anda a cantar trinados desafinados.
Mau sinal.
Aditamento:
ARTP1 abriu o seu jornal da tarde, com declarações de Marinho e Pinto. Torna-se imediatamente estranho que apareça agora a denúncia de Marinho e Pinto, com o sentido inequívoco de lançar mais lama de cabala, para a investigação do caso Freeport. Os outros telejornais, destacam a insolvência da Qimonda. Significativo, dos critérios editoriais da RTP. José Carvalho, não é? E a ERC, não é?
Para entender os contornos da "carta anónima", convém ler aqui, neste forum.
Para entender os porquês e os quês, das declarações mediáticas de Marinho e Pinto, vai ser preciso um pouco mais de esforço. Para entender as verdadeiras razões da repescagem de mais uma cabala, depois de ter sido julgada e transitada, é preciso configurar mais um enigma em que este Bastonário tem sido fértil.
Para já, a bacoquice da comparação com os americanos é uma lástima.
Depois, importa saber se os métodos agora denunciados por Marinho e Pinto, ou seja, a apresentação de queixas anónimas contra poderosos e influentes, por quem conhece factos concretos, pode ser uma das vias sugeridas pela própria polícia, perante o receio fundado das perseguições pessoais e concretas aos "whistle blowers".
Este conceito, para Marinho e Pinto, é chinês antigo. Do tempo dos mandarins.
Aditamento:
ARTP1 abriu o seu jornal da tarde, com declarações de Marinho e Pinto. Torna-se imediatamente estranho que apareça agora a denúncia de Marinho e Pinto, com o sentido inequívoco de lançar mais lama de cabala, para a investigação do caso Freeport. Os outros telejornais, destacam a insolvência da Qimonda. Significativo, dos critérios editoriais da RTP. José Carvalho, não é? E a ERC, não é?
Para entender os contornos da "carta anónima", convém ler aqui, neste forum.
Para entender os porquês e os quês, das declarações mediáticas de Marinho e Pinto, vai ser preciso um pouco mais de esforço. Para entender as verdadeiras razões da repescagem de mais uma cabala, depois de ter sido julgada e transitada, é preciso configurar mais um enigma em que este Bastonário tem sido fértil.
Para já, a bacoquice da comparação com os americanos é uma lástima.
Depois, importa saber se os métodos agora denunciados por Marinho e Pinto, ou seja, a apresentação de queixas anónimas contra poderosos e influentes, por quem conhece factos concretos, pode ser uma das vias sugeridas pela própria polícia, perante o receio fundado das perseguições pessoais e concretas aos "whistle blowers".
Este conceito, para Marinho e Pinto, é chinês antigo. Do tempo dos mandarins.
Nunca percebi muito bem esta questão das "vítimas" de cartas anónimas, mas se interpretar à letra o que parece ser dito, se alguém acusar o PM de ter sabotado a estação permanente de Portugal na Lua, a PJ é capaz de investigar e o MP acusar? Ou será que a polícia é minimamente civilizada e cuidada de modo a comprovar, ainda que simplificadamente, sobre a eventual veracidade e sustentação do que ali é dito sem ouvir ninguém e muito menos o constituir arguido? E se por exemplo receberem uma chamada anónima a dar conta de um assalto que está a decorrer? E de um árbitro de futebol que vai receber dinheiro numa estrada nacional? E como apanham as polícias os correios de droga que chegam aos aeroportos? Não mesmo vão lá apanhar os tipos denunciados? Não dão publicidade disso? A intensa luta da corrupção parece mais a favor do que contra ela.
ResponderEliminarJOSÉ:
ResponderEliminarDesuclpe, mas como ainda dá ouvidos ao Márinho e ao que ele diz?
Coitado, ele quer é assegurar o tacho e ter a certeza de que se for apeado da Ordem dos Advogados onde pela 1ª vez, o Bastonário é remunerado, tem um salário mensal - Ganda Márinho, vc é que a sabe -, os nossos amigos Xuxas se lembrem dele e venha a ser vice-presidente do BCP; administrador da Galp, da Mota-Engil ou de qq outra coisa assim...
Afinal, não estão lá os Varas, F. Gomes, Coelhones e Cª?????
Deixem lá o homem governar-se!
O outro ex-bastonário que também se encostou a Sócrates afirmou que Marinho Piupiu haveria de destruir a OA.
ResponderEliminarFico a aguardar um comentário vindo da Quinta das Lágrimas...
José,
ResponderEliminarParece-me que os representantes máximos das nossas respectivas profissões estão muito bem um para o outro, cada um ao seu estilo, pois claro...
Com a diferença óbvia, é verdade, que o nosso foi eleito e o vosso não, o que torna o nosso caso bem mais sério!
ResponderEliminarPois...concordo, Portolaw.
ResponderEliminarO problema da escolha, nesta altura, pode tornar-se aleatório. Seja por legitimidade democrática directa, seja pela indirecta, pode haver sempre surpresas desagradáveis derivadas da falta de senso mais comum, consentâneo com os princípios fundamentais da democracia: o respeito e a ética na separação de poderes e na independência funcional.
infelizmente estamos na era da moda da transversalidade: nas competências, nas funções, e agora nos poderes...
ResponderEliminarO problema reside, naturalmente, em quem escolhe.
ResponderEliminarFaltam-lhe os princípios para uma boa escolha. Seja na directa, seja principalmente na indirecta.
Os interesses de quem escolhe determinam a escolha.
No caso da OA, a escolha deste Bastonário, a meu ver, foi consequência da reacção aos anteriores, principalmente o Júdice que desmereceu o cargo com a defesa dos interesses dos grandes escritórios. Inequívoca e que todos perceberam.
Saiu este espécimen na rifa precisamente por causa do discurso contra esse tipo de poder.
Vê-se agora que é um logro, um embuste e que é ainda pior do que o outro. Defende outro tipo de poder: o que politicamente lhe interessa.
No caso da escolha indirecta, verifica-se uma indigitação de uma aparência: a que assegure a maior garantia para a manutenção do poder que nomeia...
Viva, José!
ResponderEliminarBem, pelo menos não foi capaz de chegar ao ponto de afirmar que o que constava da carta anónima alegadamente aldrabada era... aldrabice. O que é já um avanço... e bem sintomático...
Assim a modos que, como se tem visto até noutros casos, erigir-se a defesa não na inocência do acusado ou do indiciado mas apenas e tão só na menos curial recolha de elementos incriminatórios, como sejam escutas telefónicas processadas de forma menos cuidada.
Todavia, o que interessa para o caso é que não seja aldrabice o relatado e não o meio que serviu para relatar. Como o homem, aliás, bem sabe, embora faça de conta que não sabe, nesta sua ânsia de ruído embaralhador.
Há quatro circunstâncias que apontei em post desta manhã, que muito me estupefactam e em relação às quais aguardo que alguém - a começar por Marinho Pinto, claro - esclareça.
Abraço
Ruben
NB.- A questão dos representantes máximos apontada por portolaw é bem aquilo acerca do qual é costume dizer-se ser "tiro e queda".
José
ResponderEliminarPassei-me de tal maneira ontem que liguei para a TVI.
O Sr. Bastonário,já se deve ter esquecido, quando falava comigo por mail.
Este País anda completamente amnésico.
"No caso da OA, a escolha deste Bastonário, a meu ver, foi consequência da reacção aos anteriores, principalmente o Júdice que desmereceu o cargo com a defesa dos interesses dos grandes escritórios. Inequívoca e que todos perceberam."
ResponderEliminarÉ bem verdade!!! E por isso sinto um nó no estômago quando ouço/vejo os anteriores titulares de orgãos da OA (alguns ainda em funções) vir à praça pública criticar o actual bastonário...se é bem verdade que ele só faz asneiras...não é menos verdade que estes "paladinos" deviam era estar caladinhos....
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar"Vê-se agora que é um logro, um embuste e que é ainda pior do que o outro. Defende outro tipo de poder: o que politicamente lhe interessa"
ResponderEliminarMeu caro amigo. Puxe pela sua memória e recorde o que lhe dissemos sobre o ilustre Doutor (especialmente a comparação com Sá Fernandes – ambos na altura militantes no Bloco de Esquerda e a explicação de Hugo Chavez).
Não nos diga que achava que um advogado que utilizava o meio jornalístico para discutir/auxiliar os seus processos judiciais em curso seria um Dº Sebastião?
Quanto à AO vem caindo lentamente e agora vive os seus piores dias. Pinto De Abreu explicou, sem se alongar muito, na SIC Notícias com vive actualmente aquela “casa”.
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=130342
Pois é caro amigo
ResponderEliminarSe Sócrates continuar a sua política de agradecimentos aos seus “amigos”, o ilustre Bastonário ainda vai surpreender muita gente. Incluindo o nosso amigo :)
Marinho Pinto está totalmente desorientado e incapaz de despir-se da sua veste de jornalista. A inclusão do caso freport no Boletim da OA é disso prova.
ResponderEliminarEnfim, uma decepção!!
Apoiei certas declarações de Marinho e Pinto quanto se justificaram. Certas denúncias de desmandos concretos.
ResponderEliminarA partir de certa altura verifiquei um desnorte, uma tendência para disparar a eito, para alvos ambulantes, consoante o que lhe dava na veneta.
Marinho e Pinto é um tonto.
Também eu, no início, acreditei que ele faria a diferença, mas rapidamente mudei de opinião.
ResponderEliminarQuem ataca tudo e todos, em simultãneo, não pode saber o que está a fazer. E o salário mensal que se atribuiu a si próprio deixou-me antever ao que iamos...
Pois é.
ResponderEliminarO problema não é atacar tudo e todos mas sim concretizar as denúncias. É fácil afirmar que vai chover um dia. É verdade. Mas quando?
Claro que ele sabe o que faz. Existem é muito escadas para subir… E nós, por aqui, já o conhecemos há alguns anos … :)
Sabe o que faz? Discordo! E ainda não vi nada. Aponte-me uma medida relevante que tenha sido mérito desta OA.
ResponderEliminarO problema é, de facto, atacar tudo e todos e da forma como o faz. Quem ocupa um lugar de relevo, representativo de alguns milhares de profissionais, numa área vital da sociedade, tem de saber actuar e ser certeiro nessa actuação. As coisas devem ser ditas ou denunciadas com peso e medida, de forma cirúrgica e com alvos bem definidos tendo sempre por objectivo uma finalidade e não, como tenho visto, mandar umas atordoadas para o ar, sem cuidar de ver onde caem, que efeito produzem ou se atingem o alvo. Metodologia e contenção são instrumentos preciosos para quem pretenda alterar coisas ou levar a água ao seu moinho. Não me parece ser o caso. No início ainda acreditei que fosse estratégia - como a única forma de se fazer ouvir, passados estes meses todos vejo que é hábito e forma de estar. E onde é que isso levou?
Roma e Pavia não se fizeram num dia.
Leonor
ResponderEliminarAs nossas desculpas porque, efectivamente, nos explicámos mal. Ele sabe o que faz em relação aos seus objectivos pessoais.
Sobre a OA concordamos inteiramente consigo. Como foi possível ele ter ganho? Sinal que tem alguma qualidade :)
O Drº Júdice disse que, se o deixassem, ele acabava com a OA…
O Dr. Júdice? eheheehhe
ResponderEliminarMas que bom exemplo?!! Tenha santa paciência! :)
Pires de Lima, volta. A OA precisa de si!
(hoje, estou muita espirituosa - como, por certo, dão conta - ehehhe) As férias judiciais aproximam-se e...
Eh eh eh
ResponderEliminarÉ um bom exemplo porque ele tem razão. ;-)
Paciência é coisa que já não temos. Por isso entregámos o ”cartão de sócio” …
Por falar em cartas anónimas, o chamado "Processo Cova da Beira", que por mero acaso, claro, envolve José Sócrates, também começou numa denúncia anónima.
ResponderEliminarE já que estava o link do fórum no post, aqui fica o link da notícia relacionada com esse caso:
http://www.forumnacional.net/showthread.php?t=34329