Lisboa, 02 Out (Lusa) - O vice-presidente para a área offset da Man Ferrostaal, Horst Weretecki, refutou hoje "todas as acusações" do Ministério Público (MP) no caso "submarinos/contrapartidas", considerando-as "absolutamente disparatadas".
Horst Weretecki, um dos três cidadãos alemães que figura no rol de 10 pessoas acusadas pelo MP português, falava em conferência de imprensa, em Lisboa, onde respondeu a diversas perguntas, revelando, porém, que existe uma cláusula de confidencialidade no contrato em causa.
"Todas estas acusações (do MP) são infundadas, disparatadas e não têm qualquer substância. Negamos todas essas imputações e faremos tudo para salvaguardar o bom nome e a reputação da empresa", referiu Horst Weretecki.
São alemães que assim falam e estão habituados a uma justiça um pouco mais...como dizer, um pouco mais profissional nos meios, métodos e eficácia. Não fariam, com certeza , uma investigação a uma certa licenciatura, do modo como por cá se fez, pelo que se sabe publicamente.
Se estes qualificativos- disparates sem qualquer substância- relativamente a uma acusação de burla e falsificação de documento, se comprovarem em sede de instrução ou julgamento, veremos o Estado a abancar com outro pedido de indemnização milionário.
De resto, segundo consta, continua por aí uma outra investigação a um hipotético financiamento partidário, meia dúzia de anos depois de ter ocorrido. Não é muito. O caso Freeport já leva mais e parece que essa hipótese nem foi considerada. E na Cova da Beira há muitos anos que passou por lá esse fantasma: no caso Abílio Curto, um pouco mais acima da cova, na Guarda. Foi condenado em prisão efectiva, por corrupção e quando foi preso disse que "o dinheiro foi todo para o PS". Foi o descalabro! Ninguém tinha percebido e até Vital Moreira, na época, garantiu que tal era um rotundo disparate. Sem qualquer substância.
Enfim.
Aditamento:
Fernando Rosas, o deputado do BE que esteve ligado à comissão de Defesa, no Parlamento, enconta-se no jornal das nove, na Sic- Notícias a dizer que as contrapartidas neste tipo de negócios, estão completamente fora de controlo e que a respectiva comissão de fiscalização funciona mal e ainda diz mais: que cerca de 60% das contrapartidas, neste tipo de negócios, não são cumpridas. Em todos os negócios deste género.
O interlocutor, deputado Guilherme Silva interroga-se sobre o facto de nem o ministro da Defesa da altura de celebração do contrato, nem os anteriores ( o negócio é de 1998), nem sequer os responsáveis pela empresa alemã, agora acusados, terem sido ouvidos. Não terão sido? Então o CPP obriga à audição dos suspeitos nestes casos de acusação e não foram?
Guilherme Silva sugere um comunicado mais explicador da PGR e salienta um aspecto importante que não é conhecido pelas notícias que circularam ( em violação de segredo de justiça, provavelmente): o negócio correu mal na sua execução ou era ab initio para correr mal, de propósito e com intuito de enganar logo aí? E conseguiram enganar toda a gente, das comissões de acompanhamento, dos ministérios, dos escritórios de advogados das projecto finance e outras que tais?
A pergunta, obviamente, não é despicienda por um motivo muito fácil de compreender: a estrutra do crime de burla, assenta num engano, mas num engano prévio, provocado por artifícios enganadores e susceptíveis de levar um organismo do Estado, a um prejuízo...
Ora sobre isto é que se torna necessário apurar factos que ainda não se conhecem publicamente. E se de facto este tipo de negócios continuam a ser realizados com o mesmo tipo de "enganos" referidos pelo deputado Rosas, então estaremos conversados quanto á evidência do crime de burla: simplesmente não existe ou todos os negócios deste género são burlas que importa investigar quanto antes...
Ou muito me engano, ou o DCIAP vai ter explicações a dar e não vão ser fáceis.
Coitada da Candida. Se calhar até pensa que offset é uma máquina de fazer torradas.
ResponderEliminarJá devia ter ido para o olho da rua há muito tempo!
O negócio começa em 1995.
ResponderEliminarhttp://www.sabado.pt/Actualidade/Portugal/Caso-Submarinos--Despacho-Acusacao.aspx
ResponderEliminarA minha empregada doméstica contou-me o que ouviu hoje sobre este caso.
ResponderEliminarEnquanto a ouvia pensei "conversa de sopeira", vou procurar a gravação.
Ouvi a gravação.
Passei a ter toda a admiração e respeito pela minha empregada doméstica.
Caro José
ResponderEliminarNão tem nada a dizer sobre este assunto da sua amiga justiçeira?
Não me parece que tenha relevância.
ResponderEliminarO próprio inspirador da personagem,sr Afonso Capone,embora conhecidas as suas actividades,só foi "engaiolado" por sonegação de impostos...
Por cá,pode-se esperar muito menos da Justiça.