O Expresso de hoje revela novos dados sobre o caso da portuguesa assassinada no Brasil e representada por Duarte Lima como advogado. O assunto passou a centrar- se em Duarte Lima, este queira ou não queira. É assim e não vai mudar, infelizmente porque poderia ser de outro modo, mesmo jornalístico.
A notícia é o mais clara possível: "Recai uma suspeição sobre Duarte Lima", escreve o Expresso citando a polícia brasileira.
No artigo são reveladas 10 questões práticas e que fazem parte do inquérito policial sobre o caso. Algumas das perguntas a que Duarte Lima aparentemente não respondeu, são obviamente indiciadoras de suspeitas.
Não obstante, num caso como este, complexo e com notícias diárias sobre o assunto, o que espanta de algum modo é a facilidade de acesso aos elementos da investigação policial de um modo que seria praticamente impossível, em Portugal.
Por isso, as suspeitas sobre Duarte Lima surgem naturalmente do acesso a esses elementos filtrados pela polícia e sem que o suspeito tenha algum controlo mínimo sobre eles, assim se colocando o problema do segredo de justiça num plano ético, mais que judicial ou mesmo legal. No Brasil não existe o segredo de justiça tal como o conhecemos por cá.
Será isso bom ou mau?
É bom para os jornalistas e voyeurs da leitura que pretendem sempre saber tudo e mais alguma coisa sobre estes assuntos "jornalísticos".
Para os visados que podem estar inocentes é péssimo. Para a investigação raramente pode ser bom.
Este caso denota ainda uma outra coisa: são os jornais, os media em geral, quem faz e desfaz reputações. Não são os tribunais, a polícia ou o MP. E o segredo de justiça nada vale perante esta circunstância que os políticos muito bem conhecem mas que usam como arma de arremesso sempre que lhes convém.
O advogado Júdice e também o advogado Proença e outros, fartaram-se de vociferar contra a quebra de segredo de justiça em casos de muito menor gravidade que este, imputando-o directamente a magistrados, mesmo sem qualquer prova do facto. Neste caso, curiosamente, estão calados e até vemos um Júdice nas figuras que ontem fez no i.
Hipócritas? O mínimo que se pode dizer.
Boa tarde.
ResponderEliminarHá muito que se vem discutindo baixinho como foi possivel em 20 anos o dr José Miguel Júdice acumular tantos bens. Havia uns anjinhos que diziam ser resultado de uma "certa escravatura" de jovens licenciados em direito ... eram mesmo anjinhos ... abram os olhinhos!
É caso (em si) que não me interessa nada, embora pareça ser de grande interesse. Este Dr. Duarte de Lima é mais um personagem trágico, trágico-cómico, ou só cómico que foi dado à luz mediática já há uns anos. Porque dele, só me lembro de uma coisa ainda do tempo em que comprava jornais (há mais de uma década seguramente e provavelmente do Independente e ainda com o nosso activíssimo presidente aos comandos):
ResponderEliminarNa época, parece que causou grande espanto como é que com os seus quase modestos rendimentos tinha dois apartamentos de luxo ligados entre si em "zona nobre" da capital do império. Ou não eram dele, eram da senhora que lhe fazia as limpezas... algo do género. Não segui depois o folhetim, se chegou a haver um.
Será interessante comparar diferenças de tratamento, o ubíquo Dr. Júdice e toda a tralha e lastro que arrasta atrás de si, mas que não se perca muito tempo porque desconfio que não valerá a pena. -- JRF