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Fátima Mata-Mouros era vice-presidente da ASJP até agora e pelos vistos desde há uns tempos a contra-gosto. Porquê? Diz que não se revê no "modelo sindical com discurso reivindicativo".
E que quer isto dizer, afinal? É difícil de perceber, porque logo a seguir sugere que "os juizes devem exigir prestação de contas, mas dando o exemplo no sacrifício". E para tal adianta que os juizes nessa nova pele expurgada de discurso reivindicativo sindicalista, devem "apresentar contributos válidos" sobre cortes na despesa, a começar pelo sector que melhor conhecem que é o da justiça.
Portanto, Fátima Mata-Mouros não quer os juizes quietos, calados e direitos, como alguns por aí pretendem, mas apenas suavizar o discurso e passar da confrontação com o poder político à colaboração positiva e de discurso melífluo, inócuo e contemporizador.
Qualquer coisa como uma verdadeira corporação no sentido antigo da palavra: um organismo de cooperação produtiva com outros produtores de leis, ideias e medidas. Ou seja, com o Governo. Sendo uma organização unitária e hierárquica, dotada de um certo poder normativo, estão reunidas todas as características da verdadeira corporação antiga e muito estimada pelo regime anterior. "O corporativismo é uma doutrina de justiça, de participação, de colaboração e de paz", escrevia-se no livro "Quinto ano do governo de Marcelo Caetano", de 1973.
No mesmo livro o antigo presidente do Conselho exortava assim os magistrados: " Certo de que um país que tenha uma magistratura serena e isenta, fiel aos valores que lhe cumpre defender, é um país que pode encarar com optimismo as possibilidades de resistência aos ataques violentos e aos desafios audaciosos que, neste momento histórico, procuram destruir o Estado, aniquilar o Direito e subverter toda a Ordem Social." Assim seja. O problema é que o actual primeiro-ministro não é bem o mesmo tipo de pessoa que o antigo presidente do Conselho...
Para quem não gostar desta designação, algo desagradável em modo semântico, há sempre uma alternativa: um grémio. Pode ser recreativo porque ideias que não incomodam, mesmo ditas em estilo truculento ou menos diplomático, servem sempre para divertimento intelectual.
COMO SABEMOS DESDE OS TEMPOS DA RECONQUISTA MATAR MOUROS É UMA COISA E MATAR RATOS É OUTRA.MATAR RATOS SEMPRE FOI MUITO ARRISCADO DO QUE MATAR MOUROS E SÓ OS GRANDES HERÓIS NACIONAIS FORAM CAPAZES DE O FAZER AO LONGO DA NOSSA HISTÓRIA.
ResponderEliminarÓ glória de mandar!...
ResponderEliminarA senhora doutora (re)posiciona-se, pois existem vários lugares em aberto. Mas merecerão os seus colegas magistrados sofrer o custo dessa ambição pessoal?