O jornal Público de hoje trata o "caso BPN" na primeira página e em duas interiores. O artigo é assinado por Cristina Ferreira e estive e ler com atenção. Ficam algumas passagens para mostrar o que é o jornalismo hoje, em Portugal.
"Num quadro de escassez de liquidez, a CGD já emprestou ao banco liderado por Francisco Bandeira ( vice-presidente da CGD) cerca de 5,3 mil milhões de euros, linhas que o BPN substituiu no final de 2010, emitindo papel comercial. com garantia do Estado.
É neste contexto que se admite que o plano de resgate possa prever uma linha destinada a liquidar os empréstimos que a CGD concedeu ao BPN.
(...)
A nacionalização do BPN ocorreu em Novembro de 2008, em plena crise financeira, com a promessa de o restituir ao mercado no curto prazo. Mas as duas tentativas de o privatizar falharam por ausência de comprador." (...)
O BdP recusou ainda comentar ao Público a possibilidade de a instituição. que apresenta uma situação líquida negativa, poder vir a ser declarada "oficialmente" inviável tal como tem sido defendido há vários meses por um grupo de quadros do supervisor.
A liquidação, a confirmar-se, iria ampliar, por um lado os prejuízos do Estado, para cima de oito mil milhões de euros( somando às perdas de dois mil milhões de euros os financiamentos dados pela CGD com aval público), mas, por outro lado, permitiria estancar as perdas." (...)
"A falência do BPN, que foi liderado por Oliveira e Costa"(...) para além das polémicas à volta do BPN, a última legislatura ficou ainda marcada, no que diz respeito ao sector bancário, pela escassez de liquidez, pela necessidade de "desalavancagem" e pelas debilidades dos capitais".
Estes excertos servem para escrever uma coisa simples: os jornalistas portugueses sabem escrever sobre assuntos técnicos que misturam factos conhecidos e aparentemente compreensíveis pela generalidade das pessoas? Não me parece. O uso indiscriminado de jargão técnico, de conceitos equívocos, de elipses explicativas, de frases feitas em reuniões de executivos, dão uma péssima informação a quem queira entender a questão essencial do BPN: como é que a falência aconteceu? Porque é que o Estado interveio e quem a incentivou através da CGD? Como é que decorreu o jogo CGD-BPN-BCP e quem o animou nos bastidores? E as questões básicas, essenciais que parecem não são explicadas por ninguém: para onde foi o dinheiro dos milhares de milhões? É que a alguma sítio foi parar, disso não haja dúvidas. Foi para as offshores? Indaguem e escrevam-no. No julgamento que decorre há uma testemunha que sabe. Porque não a entrevistaram depois do depoimento? Porque não procuraram saber esses factos básicos, fundamentais, para entender o que se passou no BPN? P
Para além destas perguntas básicas cujas respostas não se apresentam a todos em modo claro e inequívoco, sobram muitas outras que o artigo de hoje exemplarmente mostra: os termos usados no artigo, certamente próprio de um jornal económico destinado a executivos de agências de folhetos de comunicação incompreensível, são suficientes para se perceberem as limitações do nosso jornalismo a todos os níveis.
É um jornalismo analfabeto, pretensiosamente engalanado em termos aspados e sem manual de instruções para o leitor.
É um jornalismo que desinforma porque o que não informa devidamente contribui para o ruído ambiental do desconhecimento silencioso.
É um jornalismo inútil porque estende palha discursiva em páginas escusadas o que poderia ser relatado em meia dúzia de linhas.
É um jornalismo em que os factos são frequentemente substituídos pelas opiniões dos "reguladores" ou por quem fornece a informação pronta a imprimir.
É um jornalismo desastrado porque confuso, contraditório e eufemístico.
É um jornalismo de elipses em que as frases que se sucedem perdem frequentemente a lógica discursiva.
É um jornalismo focado num assunto que se desgarra do que o rodeia e que o jornalista não consegue perceber.
É um jornalismo em que o jornalista quer escrever frequentemente sobre o que não percebe, não domina nem sequer vislumbra.
É um jornalismo de basbaques em rapidez frenética pela escrita em cima da hora.
É um jornalismo que não se percebe onde foi ensinado ou onde se aprendeu.
É um jornalismo que evita factos complexos porque a natural dificuldade de compreensão do autor não abarca a profundidade do que é simples mas leva muitos anos a aprender.
É um jornalismo frustrante porque não dá notícias, mas apenas fornece dados desconexos.
É um jornalismo que se deveria evitar a todo o custo mas tem proliferado a ritmo alucinante.
Parafraseando Frank Zappa, numa tirada célebre sobre os críticos musicais dos anos sessenta:
É um jornalismo de pessoas que não sabem escrever, que falam com pessoas que não sabem falar para pessoas que não sabem ler.
Até quando teremos que aguentar a carrada de jornalistas que temos assim? Porque é que não podemos encontrar nos media portugueses um único jornalista que saiba do que escreve de modo que nos comunique o que sabe e de modo fiel com os factos que aconteceram?
Porquê mais esta desgraça das judites e dos Zés do jornalismo televisivo, as marias de são josé no rádio e dos jornalistas de imprensa que não percebem o que escrevem e comunicam por sinais de escrita criptografada em frases feitas?
Para que servem as escolas de jornalismo em Portugal ? Para produzir estes profissionais seria melhor acabar com elas. Dantes eram melhores e não tinham formação superior.
"Num quadro de escassez de liquidez, a CGD já emprestou ao banco liderado por Francisco Bandeira ( vice-presidente da CGD) cerca de 5,3 mil milhões de euros, linhas que o BPN substituiu no final de 2010, emitindo papel comercial. com garantia do Estado.
É neste contexto que se admite que o plano de resgate possa prever uma linha destinada a liquidar os empréstimos que a CGD concedeu ao BPN.
(...)
A nacionalização do BPN ocorreu em Novembro de 2008, em plena crise financeira, com a promessa de o restituir ao mercado no curto prazo. Mas as duas tentativas de o privatizar falharam por ausência de comprador." (...)
O BdP recusou ainda comentar ao Público a possibilidade de a instituição. que apresenta uma situação líquida negativa, poder vir a ser declarada "oficialmente" inviável tal como tem sido defendido há vários meses por um grupo de quadros do supervisor.
A liquidação, a confirmar-se, iria ampliar, por um lado os prejuízos do Estado, para cima de oito mil milhões de euros( somando às perdas de dois mil milhões de euros os financiamentos dados pela CGD com aval público), mas, por outro lado, permitiria estancar as perdas." (...)
"A falência do BPN, que foi liderado por Oliveira e Costa"(...) para além das polémicas à volta do BPN, a última legislatura ficou ainda marcada, no que diz respeito ao sector bancário, pela escassez de liquidez, pela necessidade de "desalavancagem" e pelas debilidades dos capitais".
Estes excertos servem para escrever uma coisa simples: os jornalistas portugueses sabem escrever sobre assuntos técnicos que misturam factos conhecidos e aparentemente compreensíveis pela generalidade das pessoas? Não me parece. O uso indiscriminado de jargão técnico, de conceitos equívocos, de elipses explicativas, de frases feitas em reuniões de executivos, dão uma péssima informação a quem queira entender a questão essencial do BPN: como é que a falência aconteceu? Porque é que o Estado interveio e quem a incentivou através da CGD? Como é que decorreu o jogo CGD-BPN-BCP e quem o animou nos bastidores? E as questões básicas, essenciais que parecem não são explicadas por ninguém: para onde foi o dinheiro dos milhares de milhões? É que a alguma sítio foi parar, disso não haja dúvidas. Foi para as offshores? Indaguem e escrevam-no. No julgamento que decorre há uma testemunha que sabe. Porque não a entrevistaram depois do depoimento? Porque não procuraram saber esses factos básicos, fundamentais, para entender o que se passou no BPN? P
Para além destas perguntas básicas cujas respostas não se apresentam a todos em modo claro e inequívoco, sobram muitas outras que o artigo de hoje exemplarmente mostra: os termos usados no artigo, certamente próprio de um jornal económico destinado a executivos de agências de folhetos de comunicação incompreensível, são suficientes para se perceberem as limitações do nosso jornalismo a todos os níveis.
É um jornalismo analfabeto, pretensiosamente engalanado em termos aspados e sem manual de instruções para o leitor.
É um jornalismo que desinforma porque o que não informa devidamente contribui para o ruído ambiental do desconhecimento silencioso.
É um jornalismo inútil porque estende palha discursiva em páginas escusadas o que poderia ser relatado em meia dúzia de linhas.
É um jornalismo em que os factos são frequentemente substituídos pelas opiniões dos "reguladores" ou por quem fornece a informação pronta a imprimir.
É um jornalismo desastrado porque confuso, contraditório e eufemístico.
É um jornalismo de elipses em que as frases que se sucedem perdem frequentemente a lógica discursiva.
É um jornalismo focado num assunto que se desgarra do que o rodeia e que o jornalista não consegue perceber.
É um jornalismo em que o jornalista quer escrever frequentemente sobre o que não percebe, não domina nem sequer vislumbra.
É um jornalismo de basbaques em rapidez frenética pela escrita em cima da hora.
É um jornalismo que não se percebe onde foi ensinado ou onde se aprendeu.
É um jornalismo que evita factos complexos porque a natural dificuldade de compreensão do autor não abarca a profundidade do que é simples mas leva muitos anos a aprender.
É um jornalismo frustrante porque não dá notícias, mas apenas fornece dados desconexos.
É um jornalismo que se deveria evitar a todo o custo mas tem proliferado a ritmo alucinante.
Parafraseando Frank Zappa, numa tirada célebre sobre os críticos musicais dos anos sessenta:
É um jornalismo de pessoas que não sabem escrever, que falam com pessoas que não sabem falar para pessoas que não sabem ler.
Até quando teremos que aguentar a carrada de jornalistas que temos assim? Porque é que não podemos encontrar nos media portugueses um único jornalista que saiba do que escreve de modo que nos comunique o que sabe e de modo fiel com os factos que aconteceram?
Porquê mais esta desgraça das judites e dos Zés do jornalismo televisivo, as marias de são josé no rádio e dos jornalistas de imprensa que não percebem o que escrevem e comunicam por sinais de escrita criptografada em frases feitas?
Para que servem as escolas de jornalismo em Portugal ? Para produzir estes profissionais seria melhor acabar com elas. Dantes eram melhores e não tinham formação superior.
Caro José
ResponderEliminarÉ uma questão de ver qual o valor do "dote" que Ferro Rodrigues (O agora impoluto candidato n.º 1 por Lisboa) "pagou" a Dias Loureiro (Agora arguído) pelo casamento do seu filho com a filha de Loureiro.
Glossário:
"Dote"= Fundos da Segurança Social Portuguesa
"Pagou"= Aplicação financeira de retorno absoluto no BPN
Camolo Lourença escreveu sobre isto na "EXAME", chamando pelo seu nome - "Caso de Policia" e Francisco "Dá-se-bem-com-deus-e-o-diabo-e-preservar-o-sistema-acima-de-tudo Balsemão despediu-o.
«Dantes eram melhores e não tinham formação superior.»
ResponderEliminarMas sem sombra de dúvida. Isto agora quanto mais universidade maior analfabetismo com tiques de palavras caras.
É caso para dizer à jornalista parafraseando Frank Zappa:
ResponderEliminarEi Dora! Do you wanna some moore? Right here in the floor?
Responda quem souber: o que se passou, ou passa, para a ausência de Mário Crespo, na SIC-N?
ResponderEliminarCaro Carlos:
ResponderEliminarFrancisco "Dá-se-bem-com-deus-e-o-diabo-e-preservar-o-sistema-acima-de-tudo Balsemão
O Jornalista é o alquimista moderno.
ResponderEliminarAlquimista? era bom era. Nem a droguista chega.
ResponderEliminarÉ droga- para usar o sentido em brasileiro.
His master voice ... querem a gravura?
ResponderEliminarQuem manda mais, quem paga mais, quem garante mais. Se tivesse menos 30 anos ia para a Austrália, ver marsupiais.