Uma chefe de serviços comerciais da agência Lusa e porta-voz da Comissão de Trabalhadores foi demitida de funções, após ter sido acusada pela chefia directa de “falta de confiança hierárquica e política”.
Isto acontece depois de uma célebre lei dos despedimentos, de 1975 e que ainda se encontra em vigor nos seus aspectos essenciais. Por isso mesmo, antes dessa lei, ainda em 1974, havia disto, em Portugal:
Regala, já falecido era um extremista de esquerda que a comissão administrativa que o MFA designara para uma empresa pública ( a E.N.) não queria admitir como jornalista da então Emissora Nacional. E por isso foi dispensado. Tal como agora na Lusa. O "moderado" que aparece à direita é o conhecido Jaime Gama, então da dita comissão...
O mais interessante é o argumento de Gama sobre a recusa em admitir o extremista comunista: "um equívoco", diz, "semelhante ao que eu cometeria se fosse pedir emprego à rádio albanesa."
Depois disso ficou na lei dos despedimentos a proibição explícita de estes poderem ocorrer por motivos ideológicos...mas isso foi só um ano depois.
Regala, já falecido era um extremista de esquerda que a comissão administrativa que o MFA designara para uma empresa pública ( a E.N.) não queria admitir como jornalista da então Emissora Nacional. E por isso foi dispensado. Tal como agora na Lusa. O "moderado" que aparece à direita é o conhecido Jaime Gama, então da dita comissão...
O mais interessante é o argumento de Gama sobre a recusa em admitir o extremista comunista: "um equívoco", diz, "semelhante ao que eu cometeria se fosse pedir emprego à rádio albanesa."
Depois disso ficou na lei dos despedimentos a proibição explícita de estes poderem ocorrer por motivos ideológicos...mas isso foi só um ano depois.
José,
ResponderEliminarTu deves ter algum armazém alugado num parque industrial para guardar esses jornais e revistas todos. Ou vais digitalizá-los à BN?
E tenho mais e mais ainda. Este é da Rádio & Televisão de 74, Junho salvo o erro e fui repescá-lo a um postal antigo aqui na Loja.
ResponderEliminarDesta vez dá para ampliar com um clique e ler.
Estes jornais e revistas comprei-os na altur e nunca os deitei fora porque significavam um tempo fantástico para mim. Nunca fui de esquerda mas comprava jornais de esquerda. E que eram muito mais interessantes do que os de direita ou aparentados a tal. Nunca comprei a Rua ou O Diabo desse tempo. Tenho muito poucos Tempo. E o Semanário tenho muitos mas não era tão interessante quanto O Jornal.
esta página daqui da Loja tem vários exemplares de jornais e revistas desse tempo...
ResponderEliminarLembro-me de que na altura gostava de ler o Sempre Fixe. E já não me lembro porquê.Nem sequer recordo o seu conteúdo. Era muito radical?
ResponderEliminarE claro a Seara Nova em Coimbra era um must. Cheguei a ser colaborador duma revista a Via Latina lá. Era só escolástica marxista.
ResponderEliminarSe hoje relêsse aquilo tudo era capaz de me dar um chelique.
ResponderEliminarSempre Fixe? Radical?
ResponderEliminarÉ para já: aqui
O Sempre Fixe reapareceu em 74 e durou poucos meses mas era provavelmente o mais radical dos jornais com grande venda. Tenho vários exemplares.
Mais do mesmo, aqui
ResponderEliminarE uma pequena história dos jornais desse tempo- aqui
ResponderEliminarUau! Ah faneca!! Era mesmo a matar!!!
ResponderEliminarEu devia estar a fazer penitência mas, entre leituras do Sempre Fixe e uns bacanais que havia ali num apartamento por detrás do Mandarim, recordo com alguma saudade esse tempo de adolescência descabeçada.
José,
ResponderEliminarA tua hemeroteca é uma maravilha!
Estava agora a verificar o Sempre Fixe não tinha ficha redactorial. Sabes quem escrevia lá?Ou quem dirigia o jornal?
ResponderEliminarMas dos jornais da extrema-esquerda tenho quase nada. O Grito do Povo não me entusiasmava nada. E só comprei algumas Manifesto na altura do MRPP; o Combate do Louçã.
ResponderEliminarE tenho uma pequena maravilha que eles se calhar nem têm: o número 0 do jornal do MES, o Esquerda Socialista.
O Sempre Fixe? O Ruella Ramos, salvo o erro.
ResponderEliminarDespedimentos políticos nos anos setenta do século passado?
ResponderEliminarOra, ora José. Eles acontecem na actualidade, bem neste século XXI.
Basta confrontar:
http://www.vickbest.blogspot.com
em 25 de Abril de 74 já coleccionara muita coisa...
ResponderEliminarClicar aqui na imagem para ver melhor.
Havia também o Notícias da Amadora que era pró-PCP e o Comércio do Funchal (amarelo) que era maoista. Este último quando tinha páginas cor-de-rosa antes do 25 de Abril era mais legível.
ResponderEliminarQuanto ao assunto em "topic", presumo que a classe jornalistica se vai unir em torno da colega demitida...
ResponderEliminarEstou a ser obviamente irónico...
Oh Vitor:
ResponderEliminarAfinal favoreceste ou não o amigalhaço?
E o Manuel Beça Múrias que ajudou a fundar O Jornal e já morreu, nos anos oitenta, também por lá andou, no Sempre Fixe.
ResponderEliminarÉ uma matriz da Esquerda que temos.
O que eu não percebo é como encontra as coisas que quer... eu tenho 1/100 de tralha e não encontro nada quando quero!
ResponderEliminarOu faz ao contrário? Encontra primeiro e escreve depois? -- JRF
Então se quiserem gastar 1o minutos de tempo leiam isto
ResponderEliminarJá nem me lembrava de ter escrito isto e com a consulta dos jornais que cito.
Acho que um dia destes vou respescar o escrito.
O Múrias? Mas esse era o director da Rua que era das direitas.
ResponderEliminarE se não me engano do Templário que também era de direita ou enfim o que era cosiderado como tal na altura.
ResponderEliminarEsse Múrias da direita era outro. Manuel Maria Múrias era o nome.
ResponderEliminarMas vale a pena ler estas fichas redactoriais...de jornais da época
José,
ResponderEliminarLi o teu artigo. O teu saber historiográfico devia ser rentabilizado sob a forma de livro.
No entanto nao estou de acordo com esta frase: "Como esperar de quem se enfarinhou até ao pescoço nessa luta ideológica encarniçada, que esqueça amores de juventude, logo os primeiros que como toda a gente sabe, sabem melhor que os demais?"
Bolas! Eu tinha 16 anos! E já não me recordo do1º amor...
Também eu tinha por aí, 16 ou 17.
ResponderEliminarE os primeiros amores de que falo não são os de alcova, mas os de quarto intelectual. São esses que perduram. Os outros só se foram fulminantes. Como também os há...
Se calhar ainda tomámos algumas bicas juntos no Moçambique.
ResponderEliminarSe calhar. No Moçambique jogava bilhar. Com dois amigos que ainda nem sabiam pegar num taco. Nem fumavam e aí aprenderam. Um deles ainda fuma e eu já não.
ResponderEliminarE cervejas ou finos também devem ter ido alguns.
Mas em 75, 76 já tinha os meus 19, 20.
ResponderEliminarÉpoca de ouro. A Guida Mesquita, por acaso antiga jornalista no Raio, da Covilhã, era o meu fascínio, nessa altura. Morava na Praça e eu tentei. Tentei. Mas não deu.
"jornalista" é um modo de dizer porque o jornal de Vítor Ilharco foi um fogo fátuo. Durou pouco e não tinha estaleca para durar muito.
ResponderEliminarMas a Guida sim. Essa sim. Era um fascínio que durou uns meses. Passou, e ainda bem, mas lembro-me com grande e boas recordações. E foi apenas um fascínio.
Wegie:
ResponderEliminarA participação indiciava burla qualificada,com cancelamentos ilegais de registos na Conservatória e poderia pôr em causa, por simulação, a venda dos bens da massa falida, cujo produto já dera entrada na mesma massa (mais de 80.000 contos, cerca de mais de 400.000€). O despacho foi absolutamente legal.
Claro que foi dado apenas no interesse público, da massa falida e da defesa da legalidade!
Não tenhas a mínima dúvida!
Vitor: OK. Perguntei por perguntar.
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarEu também joguei bilhar no Moçambique. Frequentava mais a Clepsidra.
Não sei se conheceste aquele castiço, já não me recordo do nome dele, que era o lider do MERDA um movimento anarca composto por ele e três fulanas muito feias e mal cheirosas. Era o máximo. Só armava escandaleiras.
ResponderEliminarDepois havia o Hohen Mendes lider do MRPP capaz de falar ininterruptamente horas a fio. E o Pena dos Reis era o chefe da UEC.
ResponderEliminarNesse 1º ano de Direito o prof detestado era o Sampaio Nora ou Norinha como era conhecido. Foi saneado com um pastor alemão às canelas.
ResponderEliminarConheci um palerma que estava no fim da bicha da cantina especial, com nome que agora me escapa ( era a racional- é isso!) e que ao ter-lhe pedido uma Cergal mini, disse que não tinha ( era no fim da bicha que se pagava). E eu perguntei porquê..
ResponderEliminarE o tipo que seria da UEC ou assim, a dizer-me que " na sociedade que queremos construir não há lugar ao álcool". Tal e qual. O tipo devia desconhecer o problema da vodka na URSS...
E eu repliquei: "mas a cerveja não tem álcool". E ele: "tem um bocadinho".
E tinha, de facto.Ahahah.
A Clepsidra era o síto da comunistagem. O meu amigo Fernando Ribeiro é que andava por lá...um comunista que ainda hoje o é.
O Miranda. O Romão. Acho que todos andavam na Clepsidra.
ResponderEliminarNunca lá fui, acho. E um filho do meu amigo Machado que morreu há poucos anos agora anda lá perto, pois está na República junto.
Nunca me imiscuí nos movimentos políticos fosse de que partido fossem.
ResponderEliminarAchava piada mas estava sempre a observar de fora e tinha pena que aqueles tristes andassem a fazer aquelas figuras, porque o comunismo para mim, naquela época já era o que é hoje: uma desgraça para os povos.
Mas entre os meus amigos, preferia os comunistas, apesar disso.
ResponderEliminarA direita, nessa época, ainda era mais troglodita do que agora podem ser.
E no entanto, acho que o meu conservadorismo me impedia de ser de direita ou de esquerda.
Pois era. Mas eu explico-te a minha adesão temporária à UEC. O meu quarto ficava num 4º andar na rua da Sofia nº 73. Acontece que quando veio o 25 de Abril a sede do PC instalou-se no 3º andar. De modos que eu ao descer as escadas topava com umas gajas interessantes. Vai daí...
ResponderEliminarCompreendo.As gajas de esquerda eram mesmo mais interessantes. E dividiam-se pelos cafés.
ResponderEliminarMas havia uma que parava no Mandarim que me deixava embasbacado pela beleza. Uma novinha que alinhava com um tipo que tinha um BMW.Portanto, não devia ser comun, pelos critérios da época.
Que moça gira! Nunca mais me esqueci da fulana.
Fazia-me lembrar a Nico neste poster
Que coisa linda!
«A direita, nessa época, ainda era mais troglodita do que agora podem ser.»
ResponderEliminarPois é. Esses são detalhes difíceis de se explicar.
Bom gosto José ;-)
ResponderEliminarEu estive no concerto dos Génesis em Cascais!
Sei a quem te referes. Também frequentava as "reuniões" que referi no apartamento por detrás do Mandarim promividas pelo Marco filho do proprietário das discotecas mais badaladas do Porto. Bem boa...
ResponderEliminarO "material" na época era bem mais escasso do que hoje. Ou sou que estou a ficar velho...
ResponderEliminarhoje há mais gente. A diferença deve ser essa. E a nível universitário então, não há paralelo possível.
ResponderEliminarMas esteticamente também existem extremos que nessa altura não se veria tanto-
gente nova, a rebentar de gordura é coisa de agora.
zazie
ResponderEliminarJunk Food é o que dá, até me faz impressão e, andam alegremente com as banhas de fora!
Pois mas eu tenho um problema de visão em relação ás gordas. Agora só me interessam estas louraças:
ResponderEliminarhttp://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/Dinheiro/Vazio-%28NAO-GRAVAR%29-%281%29.aspx
O José já falou dela. Ainda bem que subiu na vida.Foi tudo no escrupuloso cumprimento da lei e a lei é a lei, a moral não é para aqui chamada.
Tens um gosto pouco exigente, ó Wegie...
ResponderEliminarNada ali é natural. Nem a cor do cabelo, nem o ondulado e o resto é mais que banal.
Mas o salário não é.
ResponderEliminarehehehehe
ResponderEliminar